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Adérito Tomé
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Faleceu ontem, no Hospital de Aveiro, um conhecido de longa data, Adérito Francisco Tomé, de 76 anos, natural da Gafanha da Boa Hora, Vagos, e residente na Gafanha da Nazaré. Acamado há quatro anos, por força de um AVC, não resistiu a uma pneumonia que sofreu há cerca de um mês. Casado com Maria Fernanda Martins da Silva Tomé, pai de Fernanda Manuela de Silva Tomé e avô de Mafalda e Rita, o professor Tomé, como era mais conhecido, foi um amigo que apreciei pela simplicidade do seu coração e modo de ser e estar na vida, sempre aberto e cordial com toda a gente.
Licenciado em Física e Química pela Universidade de Coimbra, foi professor daquelas áreas e ainda de matemática, durante 40 anos, na Escola Secundária de Amadora, Colégio de Albergaria e Liceu José Estêvão, pautando o seu relacionamento com os alunos por uma proximidade muito grande e por uma dedicação própria de quem gosta de ensinar e encaminhar na vida quantos o conheceram e procuraram.
Filho de lavradores abastados, o professor Tomé jamais perdeu o amor à agricultura, pautando as suas atitudes pela educação e ambientes que recebeu dos seus progenitores e demais antepassados. Gostava dos trabalhos agrícolas, cujas tarefas sabia executar, chegando inclusive a cultivar produtos diversos, embora sabendo que pouco ou nada lucraria. Como é costume dizer-se, amava as suas raízes com bonomia, simplicidade e paixão.
Como orientador, o professor Tomé suscitou nos alunos o gosto pelo estudo, levando-os à descoberta de que as disciplinas de Física, Química e Matemática não eram, como não são, tão difíceis como tantos as viam, mas fáceis. Bastava para isso terem a sorte de se cruzar com docentes que suscitassem vocações e indicassem caminhos de compreensão e interesse.
Daí os testemunhos de alguns, que afirmaram ter sido graças ao professor Tomé que criaram o gosto pelo ensino e por outras profissões, que tiveram por matriz aquelas áreas do saber.
O funeral do professor Tomé terá lugar amanhã, sábado, pelas 15.30 horas, com cerimónia na capela mortuária da Gafanha da Nazaré, seguindo depois para o cemitério da cidade.
Fernando Martins