segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

ABUSOS 

A sensação de abusos alimentares é norma nestes tempos festivos. Toda a gente sabe. Mas hoje fiquei mais tranquilo quando li que o pior é quando abusamos durante todo o ano. Garanto que vou pensar seriamente nisso e só vou abusar na próxima passagem do ano. Façam como eu. 

Que a paz do Deus-Menino permaneça em todos

Notas do meu diário

Hoje, Dia de Natal, Festa da Família, foi momento esperada com ansiedade como é da tradição. Por nós e pelos que nos cercam desde que nos casámos, em 7 de Agosto de 1965. Já passaram tantos anos! A Família cresceu, ramificou-se, mas ainda é possível confirmar que persiste o desejo da união e da partilha, traduzido nas lembranças que hão de recordar os momentos de alegria suscitados. É próprio do Dia de Natal, festa do nascimento do Menino que veio para estar no meio de nós, como símbolo da paz e da fraternidade universais, ano a ano renovado.
Que a paz do Deus-Menino permaneça em todos os meus amigos e leitores.

Fernando Martins

domingo, 25 de dezembro de 2022

Natal de Deus, Nosso Natal: Deus Connosco

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

Teimamos em contrariar o desígnio de Cristo e seguir o reino da estupidez, o império da guerra. Continuamos, no entanto, a acreditar que a paz vencerá. Por isso, Boas Festas!
 
1. Quase todos os anos, quando chegava o Natal, procurava e procuro não confundir o Jesus da história e o Cristo da fé. Por Jesus histórico, a obra monumental de John P. Meier (1942-2022) referia-se ao Jesus que podemos resgatar ou reconstruir, utilizando os instrumentos científicos da moderna pesquisa histórica. Considerando-se o estado fragmentário das nossas fontes e da natureza, muitas vezes indirecta, dos argumentos que devemos usar, este Jesus histórico será sempre um constructo científico, uma abstracção teórica que não coincide, nem pode coincidir, com a realidade plena do Jesus de Nazaré que, de facto, viveu e trabalhou na Palestina, no primeiro século da nossa era. Com a iluminação da fé sentimo-lo como nosso contemporâneo e vida da nossa vida mais profunda. O Jesus histórico não é o Jesus real. A própria noção de real é enganosa. Como observa o investigador citado, com humor, existem tantos livros sobre Jesus que dariam para três vidas e um budista pecador poderia muito bem ser condenado a passar as próximas três incarnações lendo-os todos [1].

sábado, 24 de dezembro de 2022

Natal: o Emmanuel

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Há já alguns anos, o meu bom e ilustre amigo, o eurodeputado Paulo Rangel, e eu tivemos uma conversa muito agradável para mim sobre (imagine-se) Deus e a tentativa de dizê-lo e nos relacionarmos com Ele. Dela resultou um texto de Paulo Rangel, com o significativo título Deus é Aquele que está. Numa longa entrevista recente a Inês Maria Meneses, voltou ao tema, confessando a sua fé no Deus de Jesus, o Emmanuel, o "Deus connosco". Para ele, Deus é "Aquele que está", Deus não é "esse ser distante e estático" construído a partir da ontologia grega , o Deus que é, "mas antes o ser próximo e interactivo que está e estará connosco, Aquele que acompanha, Aquele que não abandona. Deus é Aquele que está, o Emmanuel."

Natal de ontem, natal de hoje

A maravilha de crescer em humanidade

Reflexão de Georgino Rocha
para esta época

Fé que não se faz cultura não chega a ser fé cristã. Festa que não ajuda a crescer em humanidade, não é festa cristã.

O nascimento de Jesus suscita um dinamismo extraordinário que Lucas narra de forma sóbria e discreta. Maria e José aconchegam o Menino e vêem realizadas as promessas feitas há meses pelo enviado de Deus. Contemplam-no, mais com o coração do que com os olhos, e deixam que seja o silêncio a falar. Acolhem quem O visita e ouvem quanto se diz a respeito do recém-nascido. Lc 2, 1-20.
Os pastores acorrem apressados e expectantes. Querem confirmar o que lhes havia sido anunciado. Os magos, despertos e orientados na sua curiosidade, põem-se a caminho e, errantes, vagueiam até chegar ao local do encontro. Herodes e os seus conselheiros reúnem de emergência e, temendo o pior, armam ciladas a quem os consulta e procuram eliminar a presumida ameaça ao poder. O Céu une-se à terra em admirável exultação festiva e maravilhosa coincidência.

Litania para o Natal de 1967

 

Para nos pedir contas do nosso tempo

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
dentro de um foguetão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
numa casa de Hanói ontem bombardeada

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para ter amanhã a suspeita que existe
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
tem no ano dois mil a idade de Cristo

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
e anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para nos pedir contas do nosso tempo

David Mourão-Ferreira  


NOTA: Enquanto por ali andava encolhido a tentar fugir do frio, saltou-me da memória este lindo poema (para mim, claro) de  David Mourão-Ferreira, que partilho com os meus amigos amantes da poesia, com votos de Bom Natal.

NATAL DE 2022

Notas do meu diário

24 de Dezembro, dia de consoada, encontro e convívio da Família mais próxima, mas alargada quando possível. Há sempre compromissos que impedem a presença de todos. Normalmente com novos grupos familiares que entretanto as leis da vida tecem.
Pela nossa parte assim é, mas não faltam os contactos, esperados uns e nunca sonhados outros. Aconteceu comigo este ano. Do outro lado da linha, ouvi uma voz que não ouvia há dezenas de anos. Foi muito bom. Bom Natal para o meu amigo e sua família.
À mesa, o bacalhau de sempre. Boa posta, que os gafanhões sabem apreciar o fiel amigo bem regado com bom azeite. Couve portuguesa, batatas escolhidas a dedo, ovos cozidos, alho bem picado e tudo regado com vinho a condizer.
Nunca faltam as opiniões, bem pensadas, para não estragar a festa. E depois, aquilo que toda a gente gosta de saborear, os doces natalícias onde  sabedores do ofício põem o melhor de si na confeção. Rabanadas e bilharacos de fazer crescer água na boca. Apreciei-os à distância pelas redes sociais e classifiquei-os com notas muito altas. 
De permeio, há conversas para mais tarde recordar e lançamos votos para que no próximo ano por cá continuemos todos. E antes do fecho da consoada, alguém cá de casa dá o Menino a beijar, com muito cuidado que o covid-19 ainda anda à solta. É que a vida vale mesmo a pena ser vivida.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

A cultura é a verdadeira alma do povo

O Cortejo dos Reis é bem mais do que uma tradição rotineira. Foi, é e deverá continuar a ser um acontecimento que envolve todo este povo, crente e não crente, em ambiente de festa, desde os grupos de catequese, os Conselhos Económico e Pastoral, a Cáritas, os mais diversificados grupos paroquiais, os jovens, os escuteiros, a juventude de Schoenstatt, os cantores, os figurantes e todos os que se envolvem nesta atividade cultural que é fundamental para sermos uma comunidade mais feliz. Como refere ainda o antigo prior José Fidalgo, a cultura modela deixando-se tornar expressão de vida; recria sem devastar o passado; extasia a vida, não dando lugar ao marasmo; faz crescer, mas sem solavancos; numa palavra, a cultura é a verdadeira alma de um Povo.

Nota: Do Editorial do nosso Prior, Pe. César  Fernandes, no TIMONEIRO

EGAS SAGUEIRO - Um industrial com visão do futuro

Quem pela idade se vê aconselhado a ficar por casa, bem agasalhado, e entregue a pensamentos nem sempre saudáveis, por força da pandemia e de outros males causados pelo frio, gosta de receber uma ou outra visita de amigos que nos ofertam novidades normalmente agradáveis. Hoje recebi a visita de um amigo e ex-aluno que me animou o dia. Vinha falar de uma personalidade marcante da nossa terra, o senhor Egas Salgueiro, cuja biografia, elaborada pelo historiador Manuel Ferreira Rodrigues, acaba de ser lançada, com edição reduzida a umas dezenas de exemplares. Acho que o empresário de visão larga e solidária merecia ser mais conhecido, não só por aquilo que criou e amplificou, dando trabalho a muitas centenas de pessoas das mais diversas regiões do país e criando estruturas sociais de apoio aos seus empregados. Não sei se conseguirei comprar um exemplar, mas tentarei tudo para o conseguir. Porque o admirei, porque foi o patrão do meu pai, porque foi um animador social, porque foi um multifacetado industrial e exemplo de tenacidade.  Aveiro homenageou-o com um busto pequeno para a dimensão humana do cidadão e industrial. Tanto quanto sei, a Gafanha está à espera da maré.

O Nosso Menino Jesus

O nosso Menino Jesus

Confesso que tenho uma certa predileção pelo Nosso Menino Jesus e reconheço que toda a família comunga das mesmas ideias. Vive com a nossa família há décadas e na época natalícia ocupa sempre um lugar de honra.
Vestido a rigor pela Lita que sempre teve jeito para tarefas de costura. Quando alguém compra roupa ela descobre com toda a naturalidade um ou  outro defeito e se puder põe tudo como deve ser.
Como dizia, a Lita confecionou a roupa para o Menino adequada ao inverno. Podia lá ser obrigar o Jesus Menino passar frio, se calhar para nos dar a ideia de pobreza extrema, o que não seria verdade.
Finda a quadra natalícia, o Menino fica guardado para no próximo ano nos olhar de novo com toda a sua ternura. Mas antes disso, a Lita encarrega-se de o dar a beijar a toda a família.

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