terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eles correm para se sentirem vivos




A NOSSA MARATONA
José Tolentino Mendonça 

  No meio daquela multidão cada um se sente, de repente, radicalmente só, ferido pela dor, provado por uma incógnita que não oferece tréguas
Acho que todas as vidas, mais longas ou mais breves, têm o mesmo comprimento: medem todas quarenta e dois Kms. Porquê? Por que essa é a extensão de uma maratona. Repito: se a vida se parece com alguma modalidade, penso que não anda longe dessa corrida bela e interminável que de uma maneira evidente coloca em prova a resistência, a esperança e a vontade. Hoje vi passar uns largos milhares de corredores e dei comigo a pensar no que faz estas pessoas correr. Não falo dos atletas profissionais que têm aí uma expressão importante da sua vocação e do seu talento. Falo destes milhares de mulheres e de homens comuns, que ao longo de um ano arranjam com esforço um tempo livre para os treinos necessários e que anualmente acorrem à maratona não para competir uns com os outros, mas talvez por alguma razão mais profunda, que nos endereça para zonas silenciosas do nosso próprio coração. Eles correm porquê? Muito simplesmente para se sentirem vivos ou a reviver. Para se lançarem a si próprios um desafio. Para sentirem, de forma mais palpável, que as múltiplas corridas em que quotidianamente se embrenham (em que nos embrenhamos) convergem para uma meta.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré vão confraternizar

Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré vão confraternizar, com jantar marcado no restaurante O Porão, junto à igreja matriz, para o dia 26 de novembro. Compreende e aprecio estas confraternizações porque elas significam saudades de bons tempos vividos pelos convivas em determinadas actividades partilhadas em comum. É já o quarto jantar que este grupo leva a cabo, esperando eu que tudo decorra como eles desejam.
Os interessados devem proceder à sua inscrição por correio electrónico, para o endereço nuvempositiva@gmail.com, até ao dia 24 de Novembro.

SEM-ABRIGO VAI MESMO PARA A CADEIA?

A Justiça vai julgar um sem-abrigo que foi apanhado a roubar uns chocolates num conhecido supermercado. O segurança conseguiu reaver os chocolates, mas nem assim o sem-abrigo pode livrar-se da tentativa de furto. Anda a monte, mas não escapará, porque a nossa Justiça tem a noção dos seus deveres.
É claro que roubo é roubo e, portanto, ninguém pode ficar acima da lei. De certeza que o homem sabe disso, mas a fome talvez o tivesse levado a cometer o crime.
Também é claro que a nossa Justiça tem algumas singularidades. Se em vez do sem-abrigo fosse um indivíduo com dinheiro, jamais haveria julgamento e muito menos cadeia. Bons advogados, recursos em cima de recursos, requerimentos e mais requerimentos, e entretanto o caso prescreveria. Mas como é um sem-abrigo, sem cheta para pagar a um bom causídico, arrisca-se a malhar com os ossos na cadeia. Se calhar é mesmo isso o que ele quer neste momento. Ao menos fica uns dias com tacho garantido.
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A TROIKA JÁ ESTÁ POR CÁ...

A Troika aí está para mais uma avaliação ao trabalho dos nossos políticos. Decerto já ouviu falar que está a ser debatida, entre o Governo e o PS, a hipótese de aos funcionários públicos e aposentados desta área apenas se cortar um subsídio. Tudo, pensa-se, já estará agendado, conforme disse o Prof. Marcelo, mas com a Troika a decisão não será assim tão linear. É ela quem manda nesta fase do campeonato, quer queiramos quer não.
Uma vez que não nos soubemos governar, por ignorância ou incompetência, então teremos de obedecer a quem devemos o dinheiro que gastámos ou esbanjámos, como meninos que nunca se entenderam com mealheiros. Falamos muito, mas a Troika já saberá o que fazer, quando chegar a hora de nos deixar por aqui a sonhar com menos cortes...
Temos de nos convencer que os senhores dos créditos estão mais preocupados em receber o seu dinheirinho do que em evitar cortes salariais aos funcionários públicos e aposentados. E se começarmos a protestar muito, já sabemos qual vai ser a sua reação, que será a mesma que usaram na Grécia: a porta está aberta para quem quiser sair do EURO.

O QUE É MAIS IMPORTANTE NA RELAÇÃO DA IGREJA COM A CULTURA?





Alice Vieira: Pastoral da Cultura usa «linguagem nem sempre acessível a todos». «Penso que a Pastoral da Cultura está com muita força e a fazer um bom trabalho mas por vezes usa uma linguagem nem sempre acessível a todos. Temos de pensar que há muitas camadas diferenciadas de pessoas, pelo que é importante chegar a todas e que todas cheguem a nós, sem afastar ninguém.» 

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PÚBLICO de hoje: Coroa de Nossa Senhora de Fátima

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