segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Vigário-Geral — Os projetos da Igreja são de todos nós

Dia do Diácono celebrado em Soza 
com a participação de algumas esposas

Diácono Permanente Carlos Nunes coordenou a reunião
Aspeto da assembleia

P. Rocha, Vigário-Geral da Diocese

P.e José Manuel, novo delegado 

Diácono Castelhano e esposa 

Os diáconos permanentes da diocese de Aveiro celebraram ontem, domingo, em Soza, arciprestado de Vagos, o Dia do Diácono, sob a proteção de S. Vicente. Nem todos puderam marcar presença por razões diversas, mas os que aderiram, alguns acompanhados pelas suas esposas, souberam conviver e partilhar preocupações, evocar alguns ausentes e confraternizar, como já vai sendo hábito.
Este encontro estava programado para prestar uma simples homenagem de gratidão ao P.e Georgino Rocha, que deixou as funções de delegado do nosso bispo para o Diaconado Permanente, cargo que desempenhou cerca de 30 anos, já que os primeiros diáconos permanentes da Igreja Aveirense foram ordenados em 22 de maio de 1988.

P.e Georgino Rocha

A receção ocorreu na Junta de Freguesia de Soza com um lanche, seguido de uma rápida sessão, na qual foi possível refletir sobre o apoio que o P.e Georgino Rocha nos prestou durante todos estes anos. Na altura, tive a oportunidade de sublinhar o que mais me sensibilizou no contacto próximo que mantive com ele, salientando quanto o apreciava, como homem e como presbítero. Disse que o P.e Georgino mostrou, ao longo destes anos, uma rara capacidade de ouvir e de dizer: Simples, objetivo, direto… O suficiente para as reflexões que importava fazer. 
Frisei que dificilmente se discorda do seu pensar assente nos livros sagrados, permanentemente atento aos alertas, desafios e apelos dos Papas e dos nossos bispos, mas também de outros bispos, teólogos e mesmo de humildes santos das nossas comunidades, que nos dão exuberantes lições de vida alicerçadas nos Evangelhos e demais textos bíblicos. Lições, exemplos e testemunhos que não chegam às parangonas da comunicação social, mas que ficam no coração de quem tem tempo e sentimento para as apreciar no dia a dia. E disso nos tem dado nota testemunhal o P.e Georgino, no muito que escreve, nas reflexões semanais que publica e nos livros com que nos brinda a um ritmo frequente. No dia 17 de janeiro, lançou mais uma obra — “Rostos de Misericórdia – Estilos de vida a irradiar” — que merece ser lida com urgência, tal é a sua oportunidade, o seu estilo e a riqueza do seu conteúdo.
Uma romagem à campa do diácono permanente José Luís Macedo, no cemitério de Salgueiro, foi motivo de reflexão e de homenagem aos colegas e esposas já falecidos, na esperança de que foram acolhidos no regaço maternal de Deus. 
No almoço, em ambiente de amizade franca, o P.e José Manel Marques Pereira, que assumiu a tarefa de delegado do nosso Bispo para o Diaconado Permanente, lembrou que «todos temos consciência do serviço a que somos chamados», naturalmente direcionado para «a Igreja e para os outros». E recordou: «O Senhor chama-nos para uma missão; e como corpo diaconal, também é bom celebrarmos o Dia do Diácono». É nestas celebrações que nos tornamos mais próximos, com a partilha de experiências, vivências, alegrias e algumas dificuldades.
O Vigário-Geral da Diocese de Aveiro, P.e Manuel Joaquim Rocha, em representação do nosso Bispo, ausente pelo falecimento de seu pai, falou da premência de cultivarmos o «sentido de comunhão, que ultrapassa todos as fronteiras». Referia-se à presença no convívio de um diácono permanente da diocese de Coimbra, Manuel Castelhano, de Seixo de Mira, acompanhado por sua esposa. E adiantou que importa reconhecer a necessidade do trabalho dos diáconos permanente [casados e com as suas vidas profissionais e familiares], na comunidade diocesana. 
O P.e Rocha referiu que «temos de estar atentos às respostas que em cada tempo e momento são necessárias, para que a Igreja responda aos desafios que vão surgindo». «Os projetos da Igreja são de todos nós», disse. 

Fernando Martins

domingo, 21 de janeiro de 2018

Soza com festa a São Sebastião

Igreja Matriz

Altar-mor 

Painel de azulejo 

Confraria 

Andor

Banda de música

O Dia do Diácono Permanente foi celebrado neste domingo, 21 de janeiro, na paróquia e freguesia de Soza,  concelho de Vagos. Era dia de festa, com Eucaristia presidida pelo Vigário Geral da Diocese de Aveiro, P.e Manuel Joaquim Rocha, pelas 15 horas, seguida de procissão em honra de São Sebastião. Os diáconos permanentes presentes associaram-se à festa. Igreja repleta com banda de música a abrilhantar a missa e a procissão, não faltando a Confraria Gastronómica Sabores da Abóbora, com as suas vestes identitárias. Como curiosidade, sublinhe-se que a confraria é limitada ao sexo feminino de todas as idades e que  trajes não são representativos de qualquer épocas ancestral mas foram concebidos pelas fundadoras. Enquanto a procissão decorreu, apreciei o templo e os arranjos circundantes, incluindo o cemitério, sendo notório o asseio de tudo o que vi. 
Vezes sem conta ouvimos falar de terras vizinhas, como é o caso, mas o tempo de que dispomos não é aproveitado para apreciarmos o que há de relevante em cada canto. Passamos pelas povoações e nem olhamos para o que elas nos oferecem, Hoje tive tempo para isso.
Enquanto decorreu a procissão, logo a seguir à missa, verifiquei que há pessoas que entram no templo expressamente para rezar, hábito, ao que julgo, que se mantém, como cheguei a conhecer na Gafanha da Nazaré, minha terra,  há bons anos. Serão os mais idosos, o que compreendo perfeitamente, já que a juventude de hoje tem outras motivações para as suas horas de lazer. 
Não curei de conhecer a história da povoação, mas sei que já foi vila e sede do concelho, prerrogativas que perdeu, mas que posteriormente recuperou, estando atualmente com cerca de três mil habitantes. O título de vila voltou em 12 de junho de 2009.

FM

Nota: Sobre o Dia do Diácono Permanente, tenciono escrever um dia destes. 

As trapalhadas com as mulheres na Igreja (II)

Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO



1. No passado domingo, o PÚBLICO apresentou uma deliciosa reportagem [1] sobre as celebrações dominicais promovidas e orientadas por leigos, mulheres e homens e um oportuno editorial de Lurdes Ferreira, sobre O tempo dos leigos.
As trapalhadas com os ministérios na Igreja afectam, sobretudo, a celebração da Eucaristia e são uma dificuldade para a hospitalidade eucarística entre as Igrejas cristãs [2]. 
Na reportagem sobre as pessoas que tomam a iniciativa de reunir e formar uma comunidade que não tem ministros ordenados para presidir à Eucaristia, por que razão não poderá o bispo ordenar alguém que é reconhecido como competente e zeloso na formação e no crescimento dessa mesma comunidade?
Edward Schillebeeckx [3] tentou, em 1980, uma solução para o serviço de presidência da Eucaristia, nas comunidades eclesiais. Aparentemente não correu bem, mas ele não desistiu. Esse caminho é, neste momento, aquele que nos pode abrir um presente e um futuro para a vida eucarística das comunidades católicas. Em nome de uma disciplina canónica inadequada, estamos a deixar as paróquias, os grupos e os movimentos católicos à deriva. Insiste-se na celebração da Eucaristia como o sacramento dos sacramentos. Com toda a razão. As comunidades de baptizados têm direito a participar na sua celebração. De facto, arranjam-se cenários para as impedirem. O pretexto é sempre o mesmo: não há padres. Se não há, façam-nos. Não faltam candidatos e candidatas preparados, ou que podem ser preparados, com desejo de receberem esse ministério. Mas não nos moldes actuais. O modelo presente já não pode ser o único. Sem imaginação, sem vontade de alimentar e dinamizar as comunidades católicas, as lideranças da Igreja só se podem queixar de si mesmas.
Importa entender o percurso e as razões deste dominicano holandês para perceber duas coisas: nunca se conformou com os obstáculos criados às reformas propostas pelo Vaticano II, nem se contentou com repetir os seus documentos. Procurou inovar e não se resignou perante os repetidos processos que Roma lhe moveu, sem nunca o conseguir condenar.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Povos indígenas - «grito lançado à consciência» do mundo»



«O Papa Francisco elogiou  no Peru a riqueza “biológica, cultural e espiritual” das comunidades amazónicas, que apresentou como um desafio à sociedade atual.
“Se, para alguns, vós sois considerados um obstáculo ou um ‘estorvo’, a verdade é que, com a vossa vida, sois um grito lançado à consciência dum estilo de vida que não consegue medir os custos do mesmo. Vós sois memória viva da missão que Deus nos confiou a todos: cuidar da Casa Comum”, disse, num encontro com milhares de representantes de povos indígenas, em Puerto Maldonado, na região amazónica do Peru, sudeste do país.
No primeiro encontro público da viagem ao território peruano, o Papa aplaudiu danças tradicionais e ouviu testemunhos de membros dos povos da Amazónia, que denunciaram abusos e exploração dos recursos naturais.»


Nota: Já estamos habituados a ouvir e a  ler, dia após dia, os alertas do Papa Francisco, que são outros tantos desafios às nossa consciências  de cristãos e de cidadãos do mundo. Por estes dias, no Chile e no Peru, não se cansou de denunciar o erro e o mal, os dramas e as perseguições, ao mesmo tempo que indica caminhos de mudança, rumo a uma sociedade mais justa e mais libertadora. O Papa Francisco é, sem dúvida, o maior profeta do nosso tempo. 


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

As tentações e o Diabo

Anselmo Borges 

1 - Também por influência do Papa Francisco, está-se a rever, em várias línguas, a tradução do "Pai Nosso". A tradução portuguesa, pedindo a Deus: "Não nos deixeis cair em tentação", está de acordo com a mudança que o Papa quer fazer. Noutras línguas - alemão: "führe uns nicht in Versuchung", inglês: "lead us not into temptation", francês: "ne nous soumets pas à la tentation" -, está o pressuposto erróneo de que Deus é responsável pelas tentações que levam ao pecado, pois seria ele que nos conduz ou submete à tentação. Ora, se Deus é amor, não tenta as pessoas. Na Carta de São Tiago lê-se: "Ninguém diga, quando for tentado para o mal: "É Deus que me tenta." Porque Deus não é tentado pelo mal, nem tenta ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e seduz." Deus nada tem que ver com o mal, pois é o Bem e o Anti-Mal.

2 - Fica a pergunta: é o diabo que nos tenta? O Papa Francisco disse recentemente que "Satã é uma pessoa, e muito manhosa, que entra com os seus modos sedutores". Ele tenta, pois é o seu ofício. Penso que, aqui, é I. Kant que tem razão, ao colocar na boca de um catequizando iroquês a pergunta: Porque é que Deus não acabou com o diabo? E: Se os diabos nos tentam, quem tentou os anjos, para, de anjos bons, se tornarem maus e demónios? Colocar o diabo ao lado de Deus, no quadro de um dualismo maniqueu, é uma contradição. O diabo não faz parte do Credo. O diabo não explica nada. O mal é inevitável por causa da finitude. Não é preciso o diabo para explicar as tentações. O ser humano, dada a sua natureza finita, carente, tensional, será sempre tentado, isto é, seduzido pelas "vantagens" aparentes do mal e pode cair na tentação e praticar o mal e o pecado. E o que é o pecado? Aquilo que, pelo mau uso da liberdade, nos faz mal, a nós e aos outros.

Resposta pronta a Jesus que nos chama

Reflexão  de Georgino Rocha


Jesus inicia na Galileia a sua missão em público. Escolhe esta região intencionalmente. É uma escolha emblemática do seu propósito de anunciar a novidade que traz consigo, o reino de Deus que está próximo. É uma escolha pelas “periferias”, onde se cruzam judeus e romanos, crentes fervorosos e indiferentes, comerciantes e soldados, gente simples, amiga da convivência em paz. É uma escolha pelos socialmente desconsiderados e silenciados, pelo “povo maldito que não conhece a Lei”. A Nicodemos que pede sensatez aos sumos-sacerdotes e aos fariseus (que estavam a ponto de condenar Jesus) estes respondem: “Estuda e verás que da Galileia não sai nenhum profeta”. É uma escolha que se distancia de Jerusalém, a cidade oficial de referência da religião judaica, o centro da vida social e política.
Marcos, que faz o relato deste início missionário, condensa a mensagem de Jesus dizendo: “Cumpriu-se o tempo e o está próximo reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 14-20); mensagem que será desenvolvida nos capítulos seguintes; mensagem que visualiza as duas faces da novidade anunciada: A proximidade do reino que Deus nos oferece e somos convidados a aceitar, assumindo livremente as suas exigências. E a confirmação de que o tempo está a esgotar-se. Não há mais delongas. Adiar é opção arriscada. Também para nós. Não percamos a oportunidade de beneficiar da Boa Nova posta ao nosso alcance.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

APA e Capitania vão ser confrades de honra



A Administração do Porto de Aveiro e a Capitania vão ser entronizados como novos Confrades de Honra da Confraria Gastronómica do Bacalhau, a par de Paulo de Carvalho e Ivan Lins. Tito Cerqueira é o novo Confrade Efectivo a entronizar na cerimónia de sábado no Grande Capítulo, que coincide com o XIX Aniversário.

Fonte: Porto de Aveiro

Nota: Congratulo-me com  estas entronizações por se tratar de duas entidades profundamente ligadas ao mar e à ria e a tudo o que diz respeito às nossas gentes. Congratulo-me, do mesmo modo, com os outros confrades. Os meus parabéns. 

Fotografias da "National Geographic" na antiga Capitania



«No próximo dia 20 de janeiro, pelas 17h00, na galeria da antiga Capitania será inaugurada a exposição “Discover the world through image” que reúne trabalhos de alguns dos mais consagrados fotógrafos de viagens a nível mundial.
Esta exposição surge como consequência do Festival Internacional de Fotografia eVídeo de Viagem e Aventura – National Geographic Exodus Aveiro Fest – cuja primeira edição decorreu no passado mês de dezembro, em Aveiro com enorme êxito nacional e internacional.
O organizador é o aveirense Bernardo Conde, um fotógrafo apaixonado por viagens, fotografia e pessoas. Atualmente dedica-se às viagens de descoberta cultural e aventura de forma profissional.»

Fonte CMA

NOTA: Esta será, admito eu, uma excelente oportunidade para apreciar o que há de melhor ao nível da fotografia de viagens, graças ao carimbo da "National  Geographic". A não perder. 


Dia Internacional do Riso



Às vezes ando distraído. Nem pela cabeça me passou que hoje, 18 de janeiro, é o Dia Internacional do riso. Foi preciso abrir uma página de um jornal online para deparar com a informação. Não confundir com o Dia Mundial do Riso, que se celebra noutra data. No fundo,  será a mesma coisa, mas há sempre vantagens, quando se trata de iniciativas úteis. É que, meus caros amigos, a vida de muita gente, ao que sei, não está para muitas sorrisos, mas não faltarão ocasiões para descontrairmos com uma boa risada.
Contudo, lembro-me mais ou menos bem de numa peça de Molière se provar que o riso até cura doenças. Quem o demonstrou foi o Esganarelo, a personagem do "Médico à força",  do famoso dramaturgo. Então, vamos lá treinar umas boas risadas, que o dia está quase a chegar ao fim.

CUFC — O mesmo ambiente acolhedor

"Criamos pontes, 
estreitamos laços. 
Procuramos novos desafios, 
concretizamos ideias contigo neste campus." 



Já não ia ao CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) há muito. Houve tempo em que por ali andava a colaborar com quem dirigia aquele espaço de apoio espiritual, mas não só, aos estudantes da Universidade de Aveiro, mesmo em frente, com diversos blocos para as mais variadas opções académicas. E o CUFC promovia habitualmente, em especial durante o tempo letivo, atividades muito importantes para quem, para além da formação curricular universitária, precisa de se enriquecer sob o ponto de espiritual, humanista e mesmo religioso, que o ser humano, consciente da sua realização pessoal, não pode prescindir de todas as competências que o ajudem a ser mais útil à sociedade. 
Ontem fui para participar no lançamento do mais recente livro do P.e Georgino Rocha — Rostos de Misericórdia – Estilos de vida a irradiar —, sobre o qual me debruçarei um dia deste, e no CUFC tive a oportunidade de ver e de conversas com pessoas que não via há bastante tempo. Foi muito bom, quer a apresentação do livro quer o encontro com as pessoas. 
Antes do motivo que lá me levou, procurei recordar tempos ali vividos e vi o mesmo ambiente acolhedor com sorrisos cativantes, os cartazes e demais informações bem visíveis e desafiantes, o café servido com simpatia, as mesas decoradas com frases apelativa e as pessoas, sempre as pessoas, vocacionadas para servir. 
Num folheto, afixado num expositor, pude ler o que se faz no CUFC: "Criamos pontes, estreitamos laços. Procuramos novos desafios, concretizamos ideias contigo neste campus." 
Passe por lá. As portas estão normalmente abertas.

Fernando Marins

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

EUGÉNIO BEIRÃO — “FINJO QUE SOU POETA”



“FINJO QUE SOU POETA”

Finjo que sou poeta
e construo flores de palavras
que uso na lapela.
Mas poeta eu não sou.
Assomo apenas à janela
a contemplar os astros;
e com luminosos traços
ensaio dizer o deslumbramento.

Eugénio Beirão
In Os Dias Férteis

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

ROBIN DOS BOSQUES ATÓNITO



“Se o Robin dos Bosques levantasse a cabeça ficaria atónito (…). Em Portugal vai-se usar dinheiro da caridade para salvar um banco”

Martín del Barrio, jornalista do Diário Espanhol “El País”

Comentando o projetado investimento (€200 milhões) da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Banco Montepio Geral

Li na revista E do EXPRESSO


Nota: Neste preciso momento, ainda não sei em que param as modas, isto é, se o investimento vai mesmo por diante ou se tudo cairá em saco roto. Mas só de pensar que a hipótese foi sugerida fico mesmo incomodado. Num país com tanta pobreza, todo o projeto foi uma indesculpável ofensa à realidade concreta dos portugueses sofredores. Mas se se concretizar a ideia e se os milhões forem por água abaixo ninguém vai preso?

MORREU MADALENA IGLÉSIAS





Nota: Recordo-a neste meu espaço por ser um ídolo da minha juventude, a par de Simone de Oliveira e de António Calvário. Dizia-se então que eram rivais e até se contavam muitas estórias de amores e desamores, mas no fundo, pelo que se sabia, até eram muito amigos. A Madalena abandonou a carreira quando se casou com um cidadão espanhol. Contudo, na minha memória ficaram sempre as suas canções e o sorriso bonito com que emoldurava a sua postura em palco. 
Paz à sua alma. 

VIVE MAIS QUEM SE APAIXONA, VIAJA, LÊ, OUVE MÚSICA






Nota: Afinal, a receita para uma boa longevidade é coisa tão simples. Olhando-me ao espelho, reúno quase todas as condições apontadas. Apenas me falta viajar um pouco mais, embora a idade me pese bastante. Mas vou tentar. Não é tão agradável viver? 

domingo, 14 de janeiro de 2018

AS TRAPALHADAS COM AS MULHERES NA IGREJA (I)

Frei Bento Domingues 

1. O Cardeal norte-americano Joseph William Tobin, arcebispo de Newark, nasceu em 1952. É o mais velho de 13 irmãos, entre os quais, oito são mulheres. Numa entrevista, revela a sensação generalizada de frustração e retrocesso produzida pela continuada proibição das mulheres receberem as ordens sagradas na Igreja Católica. Vive num país e numa cultura em que todas as áreas da vida se vão abrindo às mulheres, menos na Igreja. Este género de obstáculos acaba por as afastar. Está, no entanto, optimista. É desejo do Papa Francisco reconhecer-lhes um papel mais activo. Esse desejo não se pode realizar, apenas, com algumas nomeações isoladas para certas funções na Cúria Romana. Lembra, de forma astuta, que para alguém ser nomeado cardeal, isto é, para o próprio governo da Igreja, não é preciso ter o sacramento da Ordem, pois, no século XIX, houve cardeais leigos. Conclusão: não há nenhum obstáculo, de ordem teológica, que impeça a nomeação de mulheres para o cardinalato, para ajudar o Papa no governo da Igreja.
Parece-me uma posição habilidosa. Se as mulheres passarem a ter influência na orientação e no governo da Igreja, poderão ajudar a que os argumentos pseudo-teológicos, que as impedem de receber o sacramento da Ordem, sejam revistos e acabem com a ideia da chamada impossibilidade definitiva [1]. Este arcebispo propõe: já que não as deixam entrar pela porta, sugiro que entrem pelo telhado!

sábado, 13 de janeiro de 2018

LIVRARIA LELLO COM 400 CARAS




A livraria Lello do Porto é considerada uma das mais bonitas do mundo e orgulha-se disso, com os seus 112 anos de existência. Hoje,13 de janeiro, esteve em festa, como li no Público, e não terão faltado visitantes amantes da arte e da cultura. Se morasse por perto, também gostaria de lá estar para apreciar o Rosto do Porto - 400 caras moldadas pela escultora Ester Monteiro. Diz o Público que a artista homenageou personalidades diversas, entre as quais figuram Fernanda Ribeiro, Alexandre Quintanilha, João Botelho, Souto Moura e Siza Vieira.

O que escrevi sobre a última visita pode ler aqui

PARTILHA ENQUANTO ESTOU VIVO


CASA DO POVO APOSTA NA DANÇA E GINÁSTICA PARA TODOS





Marisela Gonçalves

A recente remodelação da sede da Associação Casa do Povo da Gafanha da Nazaré (CPGN), localizada no lugar da Chave, Gafanha da Nazaré, impunha uma visita para aquilatar das condições de trabalho ali desenvolvidas, tanto mais que a instituição serve, fundamentalmente, as Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo. E do que vimos podemos garantir que a instituição está equipada para prestar serviços de qualidade, sobretudo nas áreas da dança e ginástica. Isso mesmo nos confirmou Marisela Gonçalves, presidente da direção, que tem estado bem apoiada por Isabel Roque (vice-presidente), Margarida Costa (secretária) e Rita Oliveira (tesoureira). 
A sede, uma antiga escola primária, é pertença da Câmara Municipal de Ílhavo, tendo sido registada a posse em 2015, em obediência à legislação em vigor. E no ano seguinte, Paulo Costa, então vereador do Pelouro da Cultura da autarquia, prometeu promover obras de restauro e melhoramentos, o que veio a acontecer em 2017. A inauguração teve lugar em 8 de dezembro do mesmo ano, constituindo um motivo de orgulho para dirigentes, alunos e professores. 
Marisela Gonçalves lembrou que, com a saída da Escola de Música Gafanhense, que ocupava um espaço por acordo estabelecido com a CPGN, a associação ficou com melhores condições para acolher mais alunos. A Escola de Música, porém, foi integrada da Filarmónica Gafanhense, com instalações na Casa da Música. 
Com as obras, entretanto, levadas a cabo, a CMI e a CPGN construíram uma sala para a Dança, com soalhos flutuantes e espelhos, e um ginásio com os requisitos fundamentais para atividades que ali decorrem regularmente, sanitários e balneários. Importa frisar que a Casa do Povo tem cinco professores para dezenas de alunos distribuídos por Dança Contemporânea, Dança Criativa, Ballet, Ginástica Rítmica só para meninas (iniciação, aperfeiçoamento, exibição e divertimento), Ginástica de Competição e de Manutenção, Power Local com Fitness (aberta a todos) e Pilates com função terapêutica. 
A CPGN tem 100 sócios com as quotas em dia e os utentes são oriundos de famílias associadas. Porém, os alunos pagam 30 euros por mês, havendo ligeiros descontos em certas circunstâncias. Os apoios vêm da CMI e da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré. Outros rendimentos são provenientes de festas que a associação promove. 
Marisela dirige uma equipa constituída por mulheres. Todas assumem e partilham as várias tarefas, desde o apoio aos alunos, sobretudo aos mais pequenos, até ao asseio das salas, passando pela administração, organização de festas e acolhimento, porque querem «tudo direitinho». 
Marisela, que é professora de português, latim e grego, exerce atualmente a atividade de professora bibliotecária na Gafanha da Encarnação, reconhece que as «artes e a cultura enriquecem as pessoas». Para além das aulas, as diversas classes ainda participam em espetáculos a convite da CMI e da Junta da Gafanha da Nazaré. Da agenda, consta a participação no Festival do Bacalhau no Lugar Zen, com aulas de relaxamento, e a Semana Marolas, antiga Semana Jovem. Nas comemorações do aniversário da Gafanha da Nazaré, têm lugar marcado na hora da festa. E no final do ano, no espaço da Fábrica das Ideias, anteriormente designado por Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, a CPGN apresenta o seu sarau que tem tido o melhor acolhimento. 
Com os melhoramentos proporcionados pelas obras, a presidente da direção reconhece que as instalações garantem um «maior impulso», havendo até jovens que visitam a Casa do Povo, decerto para aquilatarem das hipóteses de se tornarem alunos daquela associação. E nesta hora é justo realçar que a atual sede da CPGN foi, no passado, uma escola do Ensino Primário, cujo edifício foi oferecido por dois beneméritos, Sebastião Lopes Conde e Manuel Carlos Anastácio, os mesmos que doaram o primeiro relógio e um sino à igreja matriz da Gafanha da Nazaré.

Fernando Martins

EFEMÉRIDE - DOMINGOS JOÃO DOS REIS


1933, 13 de janeiro


Bairro do Albói 
«Faleceu Domingos João dos Reis que, apesar de oriundo de família humilde, conseguiu meios de fortuna e tornou-se notável em obras altruístas. Fundou o bairro do Albói, fazendo edificar aí sessenta moradias, que arrendou a casais de modesta economia, apenas pelo prazo de vinte anos; findo este prazo, eles ficariam proprietários dos edifícios. Também concorreu para a transformação do bairro do Rossio, adquirindo os barracões da Companhia do Braçal (O Debate, 19-1-1933) – J»

Calendário Histórico de Aveiro 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Bairro do Albói - Ler aqui 

NOTA: A generosidade e o sentido de partilha sempre existiram ao longo dos séculos,  normalmente levados à prática sem trombetas nem notícias de caixa alta nos jornais. Este aveirense, que nasceu humilde, criou um bairro que ainda hoje existe, com as alterações próprias da vida, para casais modestos. É obra. Será que Aveiro já homenageou este homem bom? Confesso que não sei, mas vou tentar averiguar. Alguém poderá ajudar-me? 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

CONCERTO DA FILARMÓNICA OVACIONADO DE PÉ

A Filarmónica Gafanhense 
apresentou o seu concerto de  Natal 
na igreja matriz 

Filarmónica Gafanhense (foto do meu arquivo)

Ainda não era Natal, mas já se sentia como se fosse. Vivia-se então o dia 16 Dezembro último, bafejado por um sol de Outono que aquecia de soslaio a terra e as almas.
A noite aproximava-se e, com ela, o desejo de viver o serão no aconchego e conforto do lar. Era lógico que assim se pensasse, mas não, os habitantes das Gafanhas saíram de casa e dirigiram-se para a igreja matriz da Gafanha da Nazaré. O templo rapidamente se encheu de uma pequena multidão, que também levou com ela o apetecido calor dos seus lares, naquela noite quase de Inverno.
Então o que é que se passava que conseguiu tirar de casa toda esta gente? Tratava-se de mais um concerto da Filarmónica Gafanhense, mais propriamente o de Natal.
O espectáculo dividiu-se em duas partes, a saber: actuação do Coro de Câmara D’Ouro dirigido pelo maestro José Gonçalves e, de seguida, a referida filarmónica sob a direcção do maestro Henrique Portovedo. 
O Coro e a Filarmónica cantaram e tocaram especialmente músicas clássicas alusivas à época festiva, tendo-se destacado Herlander Sousa. Foi na Filarmónica Gafanhense que este último iniciou os primeiros passos musicais. Mais tarde. Herlander ganhou o 1ª prémio, tocando Flute Concertino op.107 de Cécile Chaminade, obra musical que sempre o acompanhou e que o ajudou a alcançar novos horizontes.
Pela reacção do público, o concerto agradou plenamente, ovacionando-o de pé todo o evento com calor e entusiasmo.
Estão de parabéns a Filarmónica Gafanhense, o Coro de Câmara D’Ouro e seus dirigentes, entre os quais o senhor Paulo Miranda. Também não nos devemos esquecer do maestro Henrique Portovedo e os seus músicos.
Os últimos agradecimentos são dirigidos às entidades religiosas e políticas, nomeadamente o senhor padre César, à Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré através do seu presidente, senhor Carlos Rocha que ajudaram na concretização deste belo acontecimento artístico, musical e cultural. 

Janeiro de 2018

Licínio Ferreira Amador

Homenagem a D. António Francisco

«In manus Tuas — Nas Tuas mãos… é o lema episcopal do Senhor D. António Francisco e o título que damos a estes textos que nos ajudarão a não esquecer a sua paixão pela caridade, o seu ardor pela evangelização dos praticantes e dos não crentes e o seu espírito de oração.» — lê-se no Prefácio do livro publicado com o mesmo título, como gesto de homenagem a D. António Francisco, assinado por D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro. Esta nota, na contracapa, sintetiza, de forma lapidar, o conteúdo do livro publicado pela Diocese de Aveiro, como sinal de gratidão a D. António Francisco dos Santos, falecido em 11 de setembro, no Porto, sede da diocese do mesmo nome e da qual foi Bispo. Antes, havia sido Bispo de Aveiro, onde granjeara estima e admiração dos aveirenses, pela sua simpatia natural, proximidade sem barreiras, humildade exemplar, caridade inexcedível e bondade sem limites. D. António Francisco partiu para o seio de Deus, inesperadamente, quando tanto tinha para nos dar da sua visão humanista do mundo, alicerçada na Boa Nova de Jesus Cristo, que ele, tão expressivamente, sabia transmitir-nos.

CINCO BOMBAS SOBRE A HUMANIDADE

Anselmo Borges 


Escrevi aqui, em duas crónicas, sobre os triunfos da humanidade em relação à fome, à pobreza, à saúde, ao saber, à liberdade, à igualdade... Foram apresentados factos, números, estatísticas, inegáveis. Isso tem de ser registado, para que se saiba do nível actual sem precedentes nos padrões de vida globais. Mas não quereria que se ficasse com a ideia de um optimismo ingénuo. Na verdade, é preciso ser realista e tomar consciência, como acentua o filósofo e teólogo Xabier Pikaza, das cinco bombas que pesam sobre a humanidade e que podem destruí-la pura e simplesmente. A ameaça maior para a Humanidade na actualidade tem que ver com o seu excesso de poder, de tal modo que, sem diálogo, sem uma mudança de paradigma, ela pode auto-eliminar-se. Quais são essas cinco bombas e o seu risco?

1. Vimos da natureza, mas é em nós que a natureza e a sua história tomam consciência de si. Somos da natureza, mas, ao mesmo tempo, na natureza, contrapomo-nos a ela, reflectimos sobre nós e sobre ela. Temos capacidade para descobrir os seus segredos, as suas leis, os seus mecanismos interiores, e tanto podemos servir-nos dela, contemplá-la na sua grandeza e beleza, como destruí-la. Aí está o armamento nuclear, atómico, que pode dar azo à total destruição da natureza e da humanidade. Antes, não tínhamos, mas agora temos a possibilidade de realizar um suicídio global. Muitos países possuem ou possuirão armas atómicas e, com esse meio, podem acabar com a vida e a humanidade toda no planeta. O Papa Francisco não se cansa de repetir que a Terceira Guerra Mundial está em curso, embora aos pedaços, às fatias, e o receio é uma guerra total, que pode tornar-se uma guerra nuclear. Suponhamos que um grupo terrorista se apodera de armamento atómico...

QUE PROCURAIS? PERGUNTA-NOS JESUS

Georgino Rcoha

Georgino Rocha

A pergunta de Jesus feita aos discípulos de João que o seguiam abre a nova fase do Ano Litúrgico que a Igreja nos propõe para celebrarmos. É uma fase que valoriza o tempo comum, a normalidade da vida, o quotidiano. É uma fase que destaca a grandeza das “rotinas” assumidas como espaço de realização pessoal e oportunidade de salvação. É uma fase que convida a mergulhar na profundidade do ser cristão que se expressa no viver e conviver diários, revigorados pela confiança e pela alegria do Evangelho. (Jo 1, 35-42).
Os discípulos são dois. Um é André e o outro não tem nome. Possivelmente, será João, o autor do relato. Mas pode haver outra intenção. E o nome ser o da pessoa que segue Jesus, em qualquer tempo, anda à procura de saciar o desejo de se encontrar com Ele, de saber por experiência o que vai escutando de outros. Que bom! Todos lá cabemos. Tu e eu. A resposta fica nas nossas mãos. A atitude dos discípulos abre caminho à nossa decisão. Vamos acompanhá-los mais de perto.
O seu mestre, João Baptista, estava parado nas margens do rio Jordão. Jesus ia em movimento. Ele está prestes a sair de cena. Jesus a entrar em missão, na vida pública. João não retém os discípulos, mas liberta-os e encaminha-os. Jesus acolhe e, pedagogicamente, inicia um diálogo de aproximação e convite. Diálogo que o narrador resume a perguntas emblemáticas: “Que procurais? Mestre, onde vives? Vinde e vereis”. Perguntas que ficam a ecoar na história à-espera de interlocutores motivados para que haja encontro pessoal e comece a nova relação que humaniza e salva.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

IMPORTA CONHECER A HISTÓRIA DOS OVOS-MOLES


«A Confraria dos Ovos Moles de Aveiro acaba de lançar um apelo à comunidade aveirense no sentido desta ceder vários tipos de documentação relacionada com os ovos-moles. “O objectivo é reunir a maior quantidade possível de informação que ajude no esclarecimento da história deste doce de Aveiro, com vista à publicação de um livro”, esclareceu Sérgio Ribau ao Diário de Aveiro.»


NOTA: Ora aqui está uma excelente ideia para os aveirenses, e não só, descobrirem as muitas receitas da confeção dos ovos-moles de Aveiro. Sim! Eu sei, e todos sabemos, que há diversas receitas deste tradicional doce que tem apreciadores em todo o país e até no estrangeiro. 
No Natal  e Ano Novo falou-se dessa variedade de receitas, sendo unânime a ideia de que os ovos-moles diferem de pastelaria para pastelaria. Estávamos habituados a comer os saborosos doces de uma determinada casa, mas desta vez o responsável pela compra atrasou-se e já não lhe aceitaram a encomenda. E todos notaram a diferença. E que tal um concurso? 

ÍLHAVO - ENCONTROS DE HISTÓRIA LOCAL


MUNICÍPIO DE ÍLHAVO CELEBRA 120 ANOS DA SUA RESTAURAÇÃO




«Ao longo do ano serão vários os momentos que irão refletir a importância deste relevante marco histórico para o presente e futuro de todas as vivências e dinâmicas municipais, sendo também de destacar a nova rubrica da Agenda de Eventos “Viver em…” que desvenda o sentimento dos ilhavenses sobre a extinção do concelho.
As diversas atividades centradas nos 120 anos da Restauração do Concelho de Ílhavo iniciam-se no próximo dia 17 de janeiro com os Encontros de História Local que espelham a história deste importante marco e que lançará o primeiro número da revista “Nossa Gente” com a biografia de Alberto Ferreira Pinto Basto, um dos impulsionadores do processo de restauração de 1898.»

MIGUEL TORGA . CONFIANÇA


Confiança

O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura…
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova…


Miguel Torga

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ANO EUROPEU DO PATRIMÓNIO CULTURAL

Beleza à espera de descoberta e encantamento 







“Onde o passado encontra o futuro” é o tema que vai juntar as iniciativas do Ano Europeu do Património Cultural, que tem como objetivos «encorajar mais pessoas a descobrir e a comprometerem-se com o património cultural europeu e reforçar um sentido de pertença a um espaço europeu comum».

Li aqui

NOTA: Este texto pode ser o ponto de partida para nos debruçarmos sobre o nosso Património Cultural, visto de diversos ângulos. Olhando à nossa volta, aqui no nosso concelho, o que poderíamos fazer, de concreto, para divulgar e valorizar o que temos de muito bom? 

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A VIDA, OS SENTIMENTOS E AS CULTURAS HUMANAS

Sobre um livro da António Damásio


Não estava nos meus horizontes próximos a leitura do mais recente livro de António Damásio — “A ESTRANHA ORDEM DAS COISAS” —, por abordar questões, segundo admitia, da ordem das Filosofias e das Neurociências, longe dos meus interesses principais. Porém, a oferta de pessoa amiga levou-me a assumir a leitura que, desde o início, me aliciou, embora me obrigasse a utilizar o dicionário, agora coisa fácil, graças à Net.
O livro deste conceituado e galardoado cientista, com assento em diversas universidades, aborda questões que nos fazem pensar sobre a vida, os sentimentos e as culturas humanas, como se lê na capa. E no interior, o escritor e cientista explica, com riqueza de pormenores, conceitos e mecanismos da evolução da vida através dos muitos milhares de anos. Tantos, que a mente do homem comum, e mesmo de alguns habituados a pensar, nem sequer conseguirá ter a noção da grandeza daqueles milhares de anos. 
Como acontece com todos os livros que tenho em mãos, li o que diz a capa, a contracapa e as badanas, em jeito de introdução à leitura que me espera. Dou-me bem com esta regra elementar, que reputo de essencial. Na contracapa, o editor interroga-se sobre o que terá levado «os seres humanos a criar culturas, esse conjunto impressionante de práticas e instrumentos onde se incluem a arte, os sistemas morais e a justiça, a governação, a economia, a tecnologia e a ciência?», para logo acrescentar que «A resposta habitual a esta pergunta remete para a excecional inteligência humana, auxiliada por uma faculdade ímpar: a linguagem». Mas Damásio vai mais longe, quando afirma que «os sentimentos — de dor, sofrimento ou prazer antecipado — foram as forças motrizes primordiais do empreendimento cultural, os mecanismos que impulsionam o intelecto humano na direção da cultura». 
O autor sublinha em Inícios que «Os seres humanos distinguiram-se de todos os outros seres ao criarem espantosas coleções de objetos, práticas e ideias, conhecidas coletivamente como “culturas”, nelas se incluindo «as artes, o inquérito filosófico, os sistemas morais e as crenças religiosas, a justiça, os sistemas governativos e as instituições económicas, e a tecnologia e a ciência.»
Mais adiante, questiona-se: «Como é que os seres humanos vieram a ser, ao mesmo tempo sofredores, mendicantes, celebrantes do prazer, filantropos, artistas e cientistas, santos e criminosos, senhores benevolentes da Terra e monstros empenhados na sua destruição?» E conclui o seu raciocínio, na abertura da sua obra, esclarecendo que o presente livro tem com o objetivo «apresentar alguns factos associados à criação de mentes que pensam, criam narrativas e significado, recordam o passado e imaginam o futuro». 
“A ESTRANHA ORDEM DAS COISAS” tem 381 páginas, estando dividido em III partes: A vida e a sua regulação (Homeostasia); A montagem da mente cultural; e A mente cultural em ação. No final contém notas e referências, gradecimentos e índice remissivo.

Fernando Martins

Nota: Este texto é uma simples referência a um livro de que gostei imenso e que aconselho aos meus amigos. Não me aventurei a tecer grandes considerações para não correr o risco de errar. Os temas, desenvolvidos, apesar de tudo, com muita clareza pelo autor, contêm conceitos e termos que necessitam de muita reflexão e grandes conhecimentos. Eu não passo de um simples leitor. 

FM 

É ERRO GRAVE TOMAR A NUVEM POR JUNO

A propósito de eventuais crimes 
em instituições de solidariedade social



Nos últimos tempos, têm vindo a lume notícias de eventuais crimes graves em algumas instituições de solidariedade social. Digo eventuais porque aguardo, como muitos portugueses de bom-senso, que a Justiça Portuguesa analise as situações, julgue e condene ou absolva os implicados em erros graves de gestão. Até lá, não podemos condenar ninguém, no pressuposto de que, até trânsito em julgado, todos os acusados têm direito ao bom nome. 
Acontece que a partir dos indícios de suspeitas não param generalizações com o intuito de condenar, à partida, todas as instituições que se dedicam, há centenas de anos, no nosso país, ao cuidado dos mais desfavorecidos da sorte ou de quem nessecita de ajuda, em especial as famílias (pais e mães) que precisam de trabalhar. O tempo das avós a cuidarem netos já lá vai há muitas décadas. E do mesmo modo também já lá vai o tempo de os filhos cuidarem dos pais. 
O facto de haver meia dúzia, se tanto, de instituições com anomalias na área da gestão e nos vários setores das suas valências, não podem nem devem ser tidas como paradigma das centenas que trabalham para o bem-comum da nossa sociedade. Se há gestores incapazes ou indignos, também é verdade que a maioria se pauta por princípios e valores respeitáveis, dando muito de si, com entusiasmo e paixão, às instituições e pessoas que servem. É erro grave de muita gente tomar a nuvem por Juno.

Fernando Martins

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

FERREIRA DE ALMEIDA APOSTA NOS MAIS PEQUENOS



«Mário Ferreira de Almeida, natural da Gafanha do Carmo, é licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e acaba de se lançar num projecto diferente, especialmente focado em dar a conhecer as belas artes aos mais novos (mais de seis anos) e a todos que tenham curiosidade em experimentar os prazeres do desenho e pintura.»


NOTA: Confesso que não conheço o artista Mário Ferreira de Almeida. Somos de gerações muito distantes e, por isso, está justificada a minha ignorância. Contudo, vou estar atento porque, pelo que li, tem projetos interessantes que merecem ser divulgados e apoiados. Fui à cata dele e descobri-o no FB, com a curiosidade de ser, nessa plataforma, meu amigo. Daqui lhe envio os meus parabéns pelo ideia de se voltar para os mais pequenos e para as pessoas interessadas pelo prazer do desenho e da pintura. 

ADIG E ANRGN DENUNCIAM POLUIÇÃO



Certos de que as indústrias são fundamentais à vida, desde o princípio dos tempos modernos, a verdade é que não podem tornar-se inimigas do homem e, muito menos, do ambiente. À partida, todas transportam em si a capacidade de poluir, daí os requisitos legais que têm de cumprir para evitar a poluição. Mas nem sempre tais requisitos são rigorosamente tidos em conta, o que lamentamos sobremaneira.
A ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) e a ANRGN (Associação Náutica e Recreativa da Gafanha da Nazaré), atentas ao que se passa na nossa terra, denunciam, frequentemente, agressões ambientais. Aconteceu por estes dias, conforme comunicado assinado por Humberto Rocha, presidente das duas instituições.
No comunicado, pode ler-se: «No dia 5 de Janeiro, pela manhã, as águas que saíam da conduta do antigo Esteiro do Oudinot, na Marina da Associação Náutica e Recreativa da Gafanha da Nazaré, apresentavam um aspeto opalino, com manchas maiores ou menores, que não permitiam visualizar a limpidez da Ria.» 
Salienta o comunicado que foi dado conhecimento à Capitania, à Administração do Porto de Aveiro, ao SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR), à GNR da Gafanha da Nazaré e à ARH (Administração da Região Hidrográfica) da Agência Portuguesa do Ambiente, mas, tanto quanto sabemos, ainda não terá sido descoberta a causa da poluição denunciada. 
Como é natural, as entidades citadas «demonstraram interesse» em descobrir as pessoas ou empresas causadoras das descargas poluentes, sabendo-se que na área há, apenas, quatro indústrias a laborar. 
Ficamos a aguardar os resultados dos estudos e inquéritos que, naturalmente, terão de ser feitos. 

FM 

AREIAS VÃO ALIMENTAR ZONA DUNAR



Milhões de toneladas de areia vão ser retiradas definitivamente para alimentar o cordão dunar, garantiu o presidente do conselho da administração do Porto de Aveiro, em declarações à Radio Terra Nova. Isto vai acontecer durante o presente ano. Sublinhamos a garantia expressa no uso do advérbio definitivamente, o que significa que, a partir dessa retirada, não haverá, à partida, mais areias pelo ar a prejudicar os residentes perto da zona portuária.

domingo, 7 de janeiro de 2018

LEMBRAR AS VÍTIMAS NÃO EVITA NOVAS VÍTIMAS

Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO 



1. Com verdade ou maldade, ouvi repetir, desde há vários anos, que para os meios de comunicação, sobretudo para as televisões, os incêndios representam uma bênção. Fazem subir as audiências sem grandes custos, alimentam a morbidez pelos desastres, intoxicam o país de irremediáveis opiniões contraditórias e paralisantes. A visão dos nossos recursos, potencialidades e lacunas é substituída pelo espectáculo das chamas. Resta a conversa sobre as responsabilidades do Estado, cada vez mais diluídas e transnacionais, os interesses das empresas privadas, a desertificação do interior e os aproveitamentos partidários de circunstância. O reordenamento do território com a participação activa das populações é o tema nunca esquecido e sempre adiado. As suspeitas de fogo posto e as capacidades da lua incendiar a noite são enigmas recorrentes.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

O CANCRO DA IGREJA



Anselmo Borges 

1. "O Papa Francisco é hoje um dos homens mais odiados no mundo." Esta afirmação recente pertence a Andrew Brown, no The Guardian, que acrescenta: "E quem mais o odeia não são ateus, protestantes ou muçulmanos, mas alguns dos seus próprios seguidores."
Pessoalmente, não sei se trata mesmo de ódio, mas tenho a convicção firme de que Francisco tem na Igreja muitos opositores e inimigos, furiosos por causa das reformas que está a operar e por verem os seus interesses, incluindo o clericalismo e o carreirismo, ameaçados. Sobretudo na Cúria Romana, que, como já aqui escrevi, quando se olha de modo atento para a história, foi fazendo mais ateus do que Marx, Nietzsche e Freud juntos.
Mas, por outro lado, Francisco é hoje um dos líderes mundiais mais estimados, amados e influentes do mundo. A simplicidade e a humildade, a simpatia e o afecto, reais e genuínos, que manifesta pelas pessoas, a começar pelos mais débeis, fragilizados, abandonados, o seu amor pelas periferias geográficas e existenciais, tornaram-no uma figura popular em toda a parte.

VALDEMAR AVEIRO, O COMANDANTE DE HOMENS

Entrevista conduzida por Lúcia Crespo



«Tem 83 anos, nasceu em Ílhavo, terra de gente com salitre no sangue. Aos 16 anos, Valdemar Aveiro partiu para os mares da Terra Nova a bordo do Viriato, navio de pesca à linha. Era então moço de câmara. Estreou-se como capitão no Santa Joana, o primeiro arrastão português. Deixou o mar em 1988, mas continua ligado à pesca. “Tenho uma actividade que faz inveja a muita gente”, graceja.»

«"Ó menina, tenho uma maldição muito rara, que é pôr-me na pele dos outros." A frase sai-lhe assim, dorida e espontânea, como acontece com os homens grandes. Valdemar Aveiro tem 83 anos e é um dos capitães dos bacalhoeiros portugueses que andaram pelos mares do fim do mundo. Nasceu em Ílhavo, embarcou com 16 anos para a Terra Nova a bordo do Viriato, um navio de pesca à linha. Era então moço de câmara. Foi escalando na hierarquia de bordo e fez a sua estreia como capitão no Santa Joana, o primeiro arrastão em Portugal. Foi depois convidado para comandar o navio mais moderno de então, o Coimbra. Valdemar Aveiro correu o mundo como comandante de navios. E de homens.»

Li em negócios 

NOTA: Texto e foto do jornal NEGÓCIOS

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