A recente remodelação da sede da Associação Casa do Povo da Gafanha da Nazaré (CPGN), localizada no lugar da Chave, Gafanha da Nazaré, impunha uma visita para aquilatar das condições de trabalho ali desenvolvidas, tanto mais que a instituição serve, fundamentalmente, as Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo. E do que vimos podemos garantir que a instituição está equipada para prestar serviços de qualidade, sobretudo nas áreas da dança e ginástica. Isso mesmo nos confirmou Marisela Gonçalves, presidente da direção, que tem estado bem apoiada por Isabel Roque (vice-presidente), Margarida Costa (secretária) e Rita Oliveira (tesoureira).
A sede, uma antiga escola primária, é pertença da Câmara Municipal de Ílhavo, tendo sido registada a posse em 2015, em obediência à legislação em vigor. E no ano seguinte, Paulo Costa, então vereador do Pelouro da Cultura da autarquia, prometeu promover obras de restauro e melhoramentos, o que veio a acontecer em 2017. A inauguração teve lugar em 8 de dezembro do mesmo ano, constituindo um motivo de orgulho para dirigentes, alunos e professores.
Marisela Gonçalves lembrou que, com a saída da Escola de Música Gafanhense, que ocupava um espaço por acordo estabelecido com a CPGN, a associação ficou com melhores condições para acolher mais alunos. A Escola de Música, porém, foi integrada da Filarmónica Gafanhense, com instalações na Casa da Música.
Com as obras, entretanto, levadas a cabo, a CMI e a CPGN construíram uma sala para a Dança, com soalhos flutuantes e espelhos, e um ginásio com os requisitos fundamentais para atividades que ali decorrem regularmente, sanitários e balneários. Importa frisar que a Casa do Povo tem cinco professores para dezenas de alunos distribuídos por Dança Contemporânea, Dança Criativa, Ballet, Ginástica Rítmica só para meninas (iniciação, aperfeiçoamento, exibição e divertimento), Ginástica de Competição e de Manutenção, Power Local com Fitness (aberta a todos) e Pilates com função terapêutica.
A CPGN tem 100 sócios com as quotas em dia e os utentes são oriundos de famílias associadas. Porém, os alunos pagam 30 euros por mês, havendo ligeiros descontos em certas circunstâncias. Os apoios vêm da CMI e da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré. Outros rendimentos são provenientes de festas que a associação promove.
Marisela dirige uma equipa constituída por mulheres. Todas assumem e partilham as várias tarefas, desde o apoio aos alunos, sobretudo aos mais pequenos, até ao asseio das salas, passando pela administração, organização de festas e acolhimento, porque querem «tudo direitinho».
Marisela, que é professora de português, latim e grego, exerce atualmente a atividade de professora bibliotecária na Gafanha da Encarnação, reconhece que as «artes e a cultura enriquecem as pessoas». Para além das aulas, as diversas classes ainda participam em espetáculos a convite da CMI e da Junta da Gafanha da Nazaré. Da agenda, consta a participação no Festival do Bacalhau no Lugar Zen, com aulas de relaxamento, e a Semana Marolas, antiga Semana Jovem. Nas comemorações do aniversário da Gafanha da Nazaré, têm lugar marcado na hora da festa. E no final do ano, no espaço da Fábrica das Ideias, anteriormente designado por Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, a CPGN apresenta o seu sarau que tem tido o melhor acolhimento.
Com os melhoramentos proporcionados pelas obras, a presidente da direção reconhece que as instalações garantem um «maior impulso», havendo até jovens que visitam a Casa do Povo, decerto para aquilatarem das hipóteses de se tornarem alunos daquela associação. E nesta hora é justo realçar que a atual sede da CPGN foi, no passado, uma escola do Ensino Primário, cujo edifício foi oferecido por dois beneméritos, Sebastião Lopes Conde e Manuel Carlos Anastácio, os mesmos que doaram o primeiro relógio e um sino à igreja matriz da Gafanha da Nazaré.
Fernando Martins