quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fotos de Carlos Duarte



Exposição na galeria da Junta de Freguesia de Ílhavo

 MARGENS DA RIA é o tema da exposição de fotografia de Carlos Duarte, cuja inauguração terá lugar no dia 11,  pelas 17.30 horas. 
O autor das fotos expostas convida todos os seus amigos a marcarem presença no dia e hora marcados. Mas também sugere que, na impossibilidade de estarem presentes, apareçam no dia 15, à tarde, na sede da Junta, entre as 15 e as 17 horas, dia em que decorre no Largo do Centro Cultural a Semana da Maioridade. 

Apesar de tudo, cada pessoa recomeça


Recomeçar, todos

Paulo Rocha


Apesar de tudo, cada pessoa recomeça! Tudo vai andando, no rebanho ou no restolho, com mais ou menos estratégias diante do futuro. Há, no entanto, acontecimentos que travam esse devir.

Um ponto prévio para valorizar o que habitualmente é motivo de lástima: o fim das férias.
Direito mais do que justo para qualquer trabalhador, ter férias é, cada vez mais, um privilégio. Felizmente para muitos, pelo menos na sociedade portuguesa e nas que se regem por critérios de democracia.
Mesmo nesses, no entanto, cresce o número dos que não podem ter férias, porque não têm um emprego. Um aparente paradoxo que desafia, por um lado, à procura do equilíbrio social; e, por outro, à necessária valorização do tempo de férias, dos dias de descanso, de encontro com familiares, amigos e conhecidos.
Neste ano, o recomeço acontece entre muitas instabilidades. Elas atingem diversificados contextos sociais: nos tribunais, na política, no desporto, na economia.

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Portugueses racistas contra ciganos?


«Portugal sofre de “ciganofobia” e mais de 80 por cento da população tem comportamentos racistas contra os ciganos, defendeu o antropólogo José Pereira Bastos, para quem não há ninguém em Portugal que se interesse por estas pessoas.»

O PÚBLICO de hoje denuncia esta brutalidade que é o facto de 80 por cento dos portugueses terem comportamentos racistas contra ciganos. Em França, talvez pelo mesmo motivo, o Estado está atarefado em levar a cabo a expulsão dos ciganos romenos. Por este andar, qualquer dia cai-se no erro crasso de levar à prática a expulsão em massa destes homens e mulheres, que são gente como nós. Um pouco à semelhança do que há séculos foi feito com os judeus.
Penso que a solução do problema não passa, nem pode passar, pela expulsão. Mas passará, julgo eu, por um abrangente programa de integração de todos os ciganos, no respeito, paralelo, pela sua cultura e tradições. Num Estado democrático, os ciganos, como quaisquer imigrantes, têm direito à liberdade, à vida, ao trabalho, à justiça social, à educação e por aí adiante, como os demais cidadãos. A questão está em que nunca, que se saiba, houve projectos consistentes de integração ou reintegração social, com definição de metas a atingir e de valores a cultivar.
Não é com desconfianças, com atitudes racistas e xenófobas, com expulsões e com marginalizações que se resolvem estes problemas. Os ciganos são gente como nós. Ou não são?

FM

Empresários de sucesso não eram doutores nem engenheiros


Capital para investir e render, os dons naturais


António Marcelino

Já em tempo de férias, algumas revistas generalistas trataram, como tema de interesse, o facto de haver, em Portugal, empresários empreendedores e de sucesso, que não eram nem doutores, nem engenheiros. Pudemos ver, assim, a carreira de êxito de muita gente, uma mais conhecida que outra, mas toda ela a denunciar a riqueza de dons naturais, que se acolheram e se souberam reconhecer, valorizar e investir, mesmo quando as situações sociais e familiares dos seus inícios eram adversas e difíceis de contornar.
Gente que veio de meios pobres, onde o pão do dia a dia era amassado com o suor e dor. Gente que soube aguentar dificuldades e nunca desistiu de ir mais longe. Gente para a qual o trabalho e a persistência no sonho foram a riqueza que antecipou outras riquezas. Gente humilde que, como tal, soube viver, mesmo quando o fruto do trabalho lhe abriu horizontes novos. Gente que pode confessar agora, com simplicidade e verdade, que, nas suas empresas, com centenas de colaboradores, nunca aí se despediu um trabalhador, mesmo em momentos de crise. Quem cresceu a contar os tostões e a fixar o olhar pensativo nos filhos que iam crescendo e no modo de prevenir o seu futuro, sabe bem a fragilidade de um lar quando não tem hoje a garantia do pão de amanhã.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os nossos artistas: Cândido Teles


«Se passa, desacanhadamente, da "Escolha de peixe" no sul da Costa Nova para o "Mercado de Cabinda"; se transfere as tintas do glauco da Ria para os amarelos gritantes da seara madura;  se da peixeira esbelta resvala para a ceifeira maciça e do pescador ágil e bailarino para o pastor imóvel na paisagem pasmada, isso não lhe obnubila a fidelidade à ambiência onde, pela primeira vez, experimentou os pincéis e a que está ligado por uma afectividade toda tocada de ternura.»

Frederico de Moura

In "Homenagem do Município de Ílhavo – C. Teles – Desenhos"

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

D. Manuel Clemente em entrevista ao PÚBLICO

O PÚBLICO inseriu hoje nas suas páginas uma extensa entrevista com D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, que transcrevo para o meu blogue, atendendo à importância e à oportunidade das suas reflexões. Na íntegra, para quem gostar e tiver tempo.

Um trabalho de Teresa de Sousa.





Há povos-cais, onde se chega e de onde se parte. 
Julgo que é essa a nossa condição

O seu olhar sobre o mundo e sobre o país transmite o tempo de uma instituição milenária. Não se angustia com a pressa do tempo presente. Atravessa os séculos como se tivessem sido ontem. Mesmo que sem ilusões. D. Manuel Clemente, 62 anos, bispo do Porto desde 2007, remete tudo à pessoa e às pessoas. O confronto mundial entre culturas diferentes ou o imperioso reconhecimento que temos de fazer de nós próprios, enquanto portugueses. Como sair deste "tempo de escombros"? A resposta está na última encíclica de Bento XVI. "Com uma nova síntese humanista."


"Tempo de escombros", palavras muito fortes com que se refere aos tempos actuais no diálogo epistolar com José Manuel Fernandes que foi agora editado. Vivemos uma tripla crise: a nossa, a europeia, que é como se fosse nossa, e a crise mundial ou, se quiser, do lugar do Ocidente no mundo. São estes os tempos de escombros a que se referia?

Era a esses escombros, sim. Aquilo a que também se refere a expressão "pós-modernidade". Como sabe, desde o pós-guerra que aquelas certezas muito sólidas, aquelas ideologias duras e aqueles desígnios colectivos que nos embalavam até aí começaram a fragmentar-se. E é nesse sentido que apareceu, nessa conversa, a palavra "escombros". É o que resta de uma casa que, de repente, ruiu. E esses escombros não são apenas arquitectónicos, são também mentais e culturais. É muito difícil hoje vivermos num universo verdadeiramente conjunto e conjugado. Cada um faz, mais ou menos, o seu universo. E, neste ambiente - nesta atmosfera, como dizem os homens da pós-modernidade -, é muito difícil estabelecermos um diálogo aceite e perspectivado para alguns objectivos pré-definidos.
Desaparecem as certezas e as referências, as fronteiras deixam de existir, a globalização une e divide ao mesmo tempo. São perigosos estes momentos?

São, mas são também inevitáveis porque a humanidade é isso, é evolução. Em primeiro lugar, nunca se acrescentou tanta novidade, quer técnica quer também cultural, como nas últimas décadas. Nós, hoje, com este acesso imediato à informação e ao que é novo, aprendemos numa década - ou, pelo menos, apreendemos, quando não as sofremos - mudanças que três ou quatro gerações atrás eram de uma vida inteira, se fossem.

MUSEU MARÍTIMO DE ÍLHAVO: Nos Porões da Memória – 4

Até 10 de Outubro de 2010





Em Agosto de 1957, o Anton Dohrn, um sofisticado navio de pesquisa de pescas da República Federal Alemã, deparou-se com alguns bacalhoeiros portugueses nas águas do Atlântico Noroeste. Devidamente autorizados, dois cientistas alemães foram a bordo do lugre Adélia Maria a fim de observar e registar os processos de pesca do bacalhau usados pelos portugueses e outros aspectos do trabalho a bordo, do convés ao porão. As fotografias de Bodo Ulrich, algumas delas tiradas do topo dos mastros, pouco informam sobre a agenda científica dos alemães. A julgar pela estética e pelo modo serial como as imagens registam o trabalho humano dos míticos pescadores lusos, o álbum que chegou até nós mais se parece a um documentário etnográfico sobre processos de pesca visivelmente artesanais, obsoletos e insólitos, ainda assim muito belos dado o arcaísmo dos navios e dos próprios homens. O relato em imagens do encontro do Anton Dohrn com o Adélia Maria permite questionar o sentido eminentemente “nacional” da memória da pesca do bacalhau por homens e navios portugueses, intenção que orienta o projecto expositivo Nos Porões da Memória, que agora conhece a sua quarta série. Nos anos cinquenta, os bacalhoeiros portugueses já se tinham tornado uma lenda internacional, que interessava muitos olhares estrangeiros. Mesmo o dos cientistas de países que tinham recursos financeiros e visão política para apoiar a indústria da pesca através da investigação experimental de técnicas que permitissem conjugar o alto rendimento das empresas com a sustentabilidade de exploração dos recursos. Construído em Cuxhaven em 1957, localidade do norte da Alemanha para onde haviam de emigrar muitos ilhavenses, a missão específica e “aplicada” do Anton Dohrn acabou por nos legar uma memória surpreendente da “grande pesca nacional”. Aparentemente ingénuo e parecido com tantos outros álbuns fotográficos de lugres portugueses, o trabalho que aqui se expõe antecipa o grande diálogo que hoje se pede à indústria de pescas: a coabitação de pescadores, armadores e cientistas num único sistema tecnológico de exploração económica dos recursos do mar.

Álvaro Garrido


Ainda a Justiça em Portugal...

«Não são revisões parcelares das leis penais que resolvem esta dor de cabeça. Não são as entrevistas do PGR. Não são os desaguisados permanentes onde cada agente judiciário reclama esta ou aquela necessidade. (...) Só quando chegar esse momento de humildade democrática para o reconhecimento dos erros podemos recomeçar com a pergunta fundamental: como é que este país tem uma justiça rápida, eficaz e exemplar?»

Francisco Moita Flores, "Correio da Manhã", 05-09-2010

domingo, 5 de setembro de 2010

Efeméride: Tratado de Tordesilhas foi ratificado neste dia

5 de Setembro

Um país e nação tem efemérides sem conta. Estamos atentos às mais recentes e começamos a esquecer as restantes. Hoje, 5 de Setembro, Portugal ratificou o Tratado de Tordesilhas que havia assinado com o país irmão e parceiro da Ibéria. Na altura, em 7 de Junho de 1494, o Mundo, descoberto ou a descobrir, seria repartido entre os reinos de Portugal e de Espanha. Na época éramos mesmo importantes e até parece que  mandávamos no planeta Terra. Os tempos passaram e presentemente somos o que somos: reis e rainhas de nós próprios. Quanto baste.
Os espanhóis, mais apressados, sabe-se lá porquê, ratificaram-no a 2 de Julho e os portugueses, mais atrasados, como de costume, esperaram até 5 de Setembro do mesmo ano.
Aqui fica a lembrança.

Tratado de Tordesilhas

No Público de hoje: crónica de Bento Domingues




Em memória de Frei João Domingos

Por Frei Bento Domingues




A sua vida passou por várias conversões. A morte levou-o quando já tinha dado tudo a Deus e ao povo angolano



Este nome é, hoje, praticamente ignorado em Portugal, tratando-se, no entanto, de uma figura incontornável da boa presença portuguesa em Angola onde, desde 1982, viveu e realizou uma obra notável. Angola, em plena guerra civil, foi para ele uma opção definitiva.
Nasceu, em 1933, na aldeia da Torre (Sabugal) e morreu, em Lisboa, a 9 de Agosto de 2010, onde se encontrava para ser operado. Entrou para a Ordem dos Pregadores em 1952. Estudou Filosofia no Centro de Estudos Sedes Sapientiae, em Fátima, Teologia em Otava e Estrasburgo.
Foi director da Escola Apostólica em Aldeia Nova. Como prior do Convento Dominicano, participou activamente na criação do Centro de Estudos de Fátima (CEF), cuja sede e salas de aula estavam situadas nesse mesmo convento. Em 1975, a partir da Comunidade João XXIII (Lisboa), desenvolveu um incansável trabalho de orientação de numerosas congregações religiosas, nomeadamente, no apoio ao movimento das "pequenas comunidades" que irrompeu em Portugal, por diversas circunstâncias, depois do 25 de Abril de 1974.

Minha aldeia é todo o mundo


A minha aldeia



Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.


Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Ângulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.


Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.


Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.


António Gedeão

Candidatos à Presidência da República

Começam a perfilar-se os candidatos à Presidência da República, o mais alto cargo da nação. A dignidade do cargo devia levar os candidatos a agir nessa perspectiva. Penso que os anunciados candidatos saberão dar aos portugueses o exemplo da serenidade e do respeito pelos adversários, privilegiando uma postura de apresentação dos seus ideais e falando claro das suas ideias. E por favor não comecem já com ataques pessoais. Fica mal em pessoas que desejam ser o Presidente de todos os portugueses.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 200

PELO QUINTAL ALÉM – 37


 
A FIGUEIRA

A
Professor Manuel Joaquim Ribau e
Manuel de Mira e Maria Merendeiro
Caríssima/o:

a. Estender a mão e saborear um figo é um dos prazeres inesquecíveis que o quintal nos oferece. Às vezes a dificuldade está na escolha: pingo de mel, bacorinho, bachachote, roxo,...?
Havia uma recomendação: “Escolhe o mais cerinha!...” Ou seja, o figo quere-se bem madurinho... e comido debaixo da figueira!

e. Nos idos de quarenta e cinquenta do século passado, houve três figueiras que me foram bem queridas:
– a primeira, plantada por meu Pai, não via os figos maduros que a canalha da casa não deixava: figo inchado, logo comido com o leite a escorrer e... lábios rebentados!;

– a segunda, junto à Escola da Ti Zefa, do outro lado da estrada, num recanto que diziam ser do Ti Manuel de Mira; o filme era parecido: tantos pretendentes de bocas famintas como de alunos da 4.ª classe, nos preparativos para o exame... e está-se mesmo a ver: figo inchado... a mesma história, mas com mais risota!;

– a outra, em casa do Ti Manuel Elviro, debaixo da qual o filho Manuel se “entretinha” a estudar para os exames na universidade! Também tinha figos que alguns lá comi, por sinal, maduros!

i. É importante consumir o figo com a sua pele - pois ela é rica em fibras, proteínas, sais minerais, goma e mucilagem - tendo o cuidado de lavá-lo bem.
Além de nos deliciarmos consumindo-o ao natural, pode-se também fazê-lo na forma de passas secas, em calda ou em xarope.
O conteúdo do látex do figo é maior na fruta verde e serve para coalhar o leite, sendo de 30 a 100 vezes mais potente que o coalheiro preparado do fato dos animais ruminantes.

sábado, 4 de setembro de 2010

Placa do Centenário da Paróquia


No passado 31 de Agosto, dia da trasladação dos restos mortais do Prior Sardo para o Jazigo da Paróquia, foi também descerrada uma placa alusiva à celebração do centenário da paróquia, estando presentes, para além do nosso prior, as autoridades autárquicas e o nosso Bispo.


Na hora precisa, o Padre Francisco Melo, o Presidente da Câmara, Ribau Esteves, o nosso Bispo, D. António Francisco,  e o presidente da Junta, Manuel Serra, descerraram a placa alusiva à efeméride, na parte lateral da igreja matriz.

Processo Casa Pia ainda não chegou ao fim




O Processo Casa Pia ainda não chegou ao fim. Ninguém sabe quando acabará ou se acabará. O mundo mediático quase não tem feito outra coisa. Foram condenados seis dos sete arguidos, mas, pelo que se ouve, não há ninguém, em consciência, que possa admitir de que lado está a verdade plena, absoluta.
Os condenados clamam a sua inocência, os jovens abusados persistem na sua verdade. Os juízes declaram as suas certezas ou convicções.
Para os primeiros, os casapianos não passam de uns mentirosos, considerando-se aqueles os únicos que falam verdade. O homem comum, que gostaria de uma Justiça bem estruturada e mais célere, apenas confirma que em Portugal estamos longe de acertar o passo com um Poder Judicial organizado e com capacidade para aplicar as leis, com igualdade e imparcialidade, a todos os cidadãos. O estado de coisas a este nível é chocante. As alterações aos códigos tornam-se constantes, prova evidente de que os mesmos  foram elaborados por legisladores incompetentes (O Procurador-Geral da República disse há tempos que alguns nem as vírgulas sabem aplicar). Se não temos legisladores competentes, por que razão não vamos contratá-los onde os houver?
Se no banco dos réus estivesse gente pobre, o Processo Casa Pia há muito estaria concluído; como não aconteceu isso, é quase garantido que ninguém pode imaginar quando é que os abusadores (segundo o tribunal) cumprirão as penas a que foram condenados.
As vítimas, de que, afinal, poucos falam, são realidade penso que indiscutível e a necesitarem de apoios para que se integrem na sociedade, que tem para com elas dívidas incalculáveis. Mas será que alguém estará disposto a olhar os casapianos abusados como eles merecem e precisam?

FM

O dia mais belo? Hoje. A coisa mais fácil? Equivocar-se. O maior obstáculo? O medo.


MADRE TERESA E O TEMPO

Anselmo Borges

Se Madre Teresa de Calcutá fosse viva, teria feito cem anos na passada semana. De facto, A. Gonxha Bojaxhiu, mais tarde Madre Teresa de Calcutá, nasceu no dia 26 de Agosto de 1910, em Skopje (Albânia), actual capital da República da Macedónia. Mas diria mais tarde: "Realmente nasci no dia em que um leproso abandonado na rua morreu nos meus braços e me disse: 'Vivi como um cão, mas parto deste mundo como um anjo'."
Religiosa das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, deixou a Congregação, após uma experiência mística, em 1946, na qual teve a inspiração de dever entregar-se inteiramente ao serviço amoroso dos mais pobres entre os pobres, nos quais via o próprio Jesus.
A antiga professora começou então o que alguns chamaram o "magistério evangélico" de acudir a Jesus nos mais necessitados. Nasceu daí a Ordem das Missionárias da Caridade, hoje com mais de 700 casas em todo o mundo e um total de 5000 religiosas, que conta também com um imenso número de voluntários, que, seguindo o seu exemplo, dedicam parte do seu tempo a cuidar de doentes terminais recolhidos nas ruas, mães necessitadas, crianças deficientes.

Um texto de Senos da Fonseca

A realidade «Humana» concelhia

De vez em quando faz bem rever o que dissemos num outro dia qualquer, e avaliar se o que dissemos é, ainda, o ajustado ao dia de hoje.
Vem isto a propósito das comemorações do Centenário da Gafanha da Nazaré como urbe.
Já referimos, há dias, neste Blog, ter sido editado um livro comemorativo da efeméride, da autoria do Prof. Fernando Martins registando, ordenando e comentando, as datas que, segundo o critério do autor, mais significado tiveram nos cem anos de vida comunitária do mais destacado centro gafanhão.
Não se fez - essa certamente não era a intenção do autor - uma abordagem no sentido de definir e caracterizar o perfil das gentes que estiveram no centro desses acontecimentos, os demiurgos que lhe deram rosto, alma e corpo. Isto é: descreveram-se os factos e não quem os protagonizou.
Já em tempos abordámos este assunto que reputamos fulcral para conhecermos a singularidade constituída por grupos bem diferenciados no tipo, na maneira de estar, no ser e no actuar.
Relembremos o que então dissemos.
O concelho de Ílhavo depois da divisão territorial administrativa, com a anexação das Gafanhas (1835/56), passou a ser integrado por dois tipos humanos de características tão especificas como dissemelhantes. Em todo o caso, determinantes para a sua actividade e modo de estar quando, cada um deles, procurou com mão segura no leme o rumo do seu próprio destino… Determinantes, pois...

Os «ilhavos» e os «gafanhões», pouco ou nada têm de comum.

Não importa, nem interessa para aqui, o saber-se qual o tipo mais valoroso, pois cada um a seu modo e jeito, foi-o em todas as circunstâncias e de sobremaneira influente na humanização da paisagem lagunar, onde o destino os depôs lado a lado. A laguna está cheia de suor humano, exsudado no revolver de cada leira da borda, em cada tabuleiro faiscante das salinas, em cada remada com que se impulsionou o chinchorro. Todas estas afadigadas ocupações tiveram em comum, independentemente de quem as praticou, em todas as circunstâncias, serem tarefas esfalfantes.
O «Ílhavo» e o «gafanhão», dum jeito ou de outro, intervieram no meio geográfico circundante, nele deixando marcas indeléveis dessa acção.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

As mezinhas



Tenho para mim que a crença e a aplicação de mezinhas em casos de doença ligeira e até mais profunda está em nós. Nuns mais do que noutros. Em princípio não vem daí nenhum mal ao mundo, se não descurarmos os conselhos médicos, naturalmente.
Nessa linha vem o cuidado com que alguns cibernautas nos remetem, até à exaustão, curas milagrosas do cancro e coisas semelhantes. Por princípio, já nem vejo esses e-mails para evitar perdas de tempo.
Também se multiplicam os e-mails com denúncias de rendimentos e ordenados, acumulações de pensões e outros luxos, sem nenhumas garantias de credibilidade. Assim, ao alinharmos nessas divulgações, poderemos estar a colaborar na multiplicação de erros e inverdades.
Vamos acabar com isso?

FM

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

PORTUGAL: Estranho país este

O processo Casa Pia vai, pelo que se sabe, ditar as primeiras sentenças, ao fim de oito anos. Estranho país este, que é o nosso, em que a Justiça é injusta. Tanto para culpados como para inocentes. Quem esteve de fora, como é o nosso caso, não poderá fazer a mínima ideia do que isso representa na vida de um qualquer cidadão de uma sociedade democrática. Tanto tempo impossibilitados de exercerem a sua profissão e de levarem uma vida normal. Tanto tempo à espera que se faça justiça. Tanto tempo à espera que se libertem os inocentes e que se castiguem os culpados.
Dinheiro gasto, tempo perdido, honra ferida (para os inocentes), castigos por aplicar a quem os merece. E tudo, porque a Justiça Portuguesa não tem tido capacidade para se organizar, para se re-estruturar, para agir com celeridade.
Gente inteligente, culta, com capacidade de trabalho e com o sentido do dever, afinal, permite que tudo isto nos espante, que a Justiça se desonre e mostre, tristemente, um lamentável estado de inoperância, numa época em que tudo tem de ser feito a tempo e horas.
Os culpados que sejam castigados. E os inocentes? Quem lhes devolve a dignidade perdida, o tempo e o dinheiro gastos e a saúde abalada?

FM

NOTA: Com Acordo Ortográfico

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Crónica de um Professor: O entusiasmo é grande e a alegria está estampada nos rostos

Docentes

SETEMBRO CHEGOU...

Maria Donzília Almeida

“E Setembro chegou,
Vamo-nos separar.
O Verão terminou
Diremos au revoir
Ela vai p’ra Paris e eu vou ficar......
Vou ficar infeliz e Sylvie vou lembrar....”

Era assim que soava, na versão de Marco Paulo, a letra da canção dum dos ídolos da juventude da década de 60, do século passado. O binómio Johnny Halliday / Sylvie Vartan era o par romântico que povoava o imaginário da juventude desse tempo. Na verdade, ouvia-se trautear a canção por todo o lado e o mês de Setembro parecia adquirir um tom ominoso.
Algum paralelismo se estabelece, no contexto da Escola portuguesa. Este mês de Setembro também é paradigmático, pelo motivo oposto ao da canção – aqui, em vez do afastamento, é anunciado o retorno aos trabalhos, já que aberta, aberta, a escola está sempre.
É neste mês que os professores se apresentam na escola depois de umas férias merecidas e se dá início aos trabalhos de preparação do novo ano lectivo. Aos efusivos cumprimentos, seguem-se os relatos mais ou menos circunstanciados dos destinos e das peripécias das férias. Destinos exóticos ou até destinos mais inóspitos, vão desfiando ao ritmo dos goles do café que se vai saboreando. O entusiasmo é grande e a alegria estampada no rosto, manifesta-se na evocação das boas sensações experimentadas que preenchem aquele curto espaço de reencontro. O tom bronzeado da pele atesta a passagem pelas praias da costa portuguesa, que abundam, do norte ao sul do país.
As criancinhas virão em breve, dando vida e bulício a um espaço que sem elas não teria razão de existir. Em breve a escola será aquele lugar de convívio, onde à mistura com muita brincadeira, se vai estruturando a personalidade dos nossos alunos e os professores estão incumbidos da ingente tarefa que é a construção dos cidadãos de amanhã!

01.09.10


É preocupante ver hoje crianças trocando o livro pelo telemóvel e pela playstation

Uma língua, várias línguas, sempre a mesma língua

Não vou ser mais um a opinar sobre o acordo ortográfico. Já nem sei como isso ficou, tantos foram os sábios e não sábios a pronunciarem-se sem se ouvirem uns aos outros.
Pensando nos diversos países onde o português é assumido como língua própria, aproveitei os dias de férias para ler escritores de vários deles. Li do moçambicano Mia Couto “A Varanda do Frangipani”, do angolano Pepetela “Parábola do Cágado Velho”, do brasileiro Jorge Amado “O País do Carnaval”. De alguns deles já havia lido outros escritos, nomeadamente de Mia Couto e de Jorge Amado. Pepetela só agora me foi possível lê-lo e vou continuar. A seguir, já esperam de Germano Almeida (Cabo Verde) “Os dois irmãos”, de Filinto de Barros (Guiné Bissau) “Kikia Matcho”, de Luis Cardoso (Timor) “Crónica de Uma Travessia”. Para confronto, reli também agora, de Alexandre Herculano, “A dama dos Pés de Cabra” do seu livro “Lendas e Narrativas”. Um prazer que compensa.

Ai o telemóvel...

Creoula


Durante sete dias, 47 jovens vão viver uma experiência que inclui a partilha de tarefas diárias a bordo do navio-escola Creoula. A alegria dos que entravam no navio era evidente e todos os entrevistados fizeram notar isso mesmo. O comandante, jovem e conhecedor das realidades a bordo, adiantou que tudo haveria de correr bem. Havia, porém, um problema bicudo que  os jovens teriam de  enfrentar: a falta do telemóvel!

Opções importantes e oportunas

Em vez de festas, livros gratuitos para alunos

Às vezes há pequenos gestos que nos devem fazer pensar. Vi na TV que uma autarquia, garantidamente à semelhança de outras, decidiu oferecer os livros a alunos da área do município. Em resposta a  uma jornalista, o presidente adiantou que esta tinha sido uma opção pensada em tempos de crise, opção que até poderia levar à suspensão de alguma festa. De aplaudir, como é óbvio.

Paróquia da Glória tem novo pároco



Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, torna públicas as seguintes Nomeações Diocesanas:

P.e Fausto Araújo de Oliveira, Pároco de Nossa Senhora da Glória – Sé de Aveiro, mantendo o múnus de Vigário Episcopal da Vida Consagrada;





P.e João Gonçalves, Administrador Paroquial de S. Salvador de Ílhavo, mantendo todos os múnus assumidos no âmbito da Pastoral diocesana e nacional;
P.e Paulo Cardoso da Cruz, Pároco in solidum com o P.e Júlio da Rocha Rodrigues de S. Pedro de Aradas, mantendo os múnus de Capelão do Hospital Distrital de Aveiro e Director da Escola Diocesana de Música Sacra;

Ver outras nomeações aqui

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Restos mortais do Prior Sardo em novo jazigo


Urna com os restos mortais do primeiro prior da Gafanha da Nazaré antes da cerimónia da trasladação. Padre Francisco Melo dá as últimas instruções para que tudo decorra com dignidade.


Padre António Maria, que veio do Brasil para participar na cerimónia e para dar um concerto, em conversa com D. António Francisco, Bispo de Aveiro.



Presidente da Câmara, Ribau Esteves, e Padre António Maria Borges, antes da cerimónia de trasladação.


Padre Miguel Lencastre, antigo Prior da Gafanha da Nazaré, com Fernando Caçoilo, vereador da CMI, Alfredo Ferreira da Silva, presidente do Etnográfico da Gafanha Nazaré, e Manuel Serra, presidente da Junta.


Cerimónia final, presidida por D. António Francisco, frente ao novo jazigo.


Restos mortais do Prior Sardo vão ser depositados no novo jazigo da paróquia, no cemitério da cidade.


Padres Jeremias Carlos Vechina e José Carlos Vechina, carmelitas e irmãos, sobrinhos de três padres, também irmãos: Padres João Maria, José Maria e Manuel Maria Carlos, já falecidos. 

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A Alegria do Amor A. M. 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