sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Parar é morrer


Gafanha da Nazaré - Cruzeiro

Depois das férias, com as festas tradicionais e outras, a vida normal volta a ocupar-nos, reanimados que estamos pelo descanso merecido. Mesmo sem horários profissionais, não deixaremos de estar envolvidos em tarefas familiares e comunitárias, que o não fazer nada é um absurdo, impróprio de quem se sente solidário com a família e com a sociedade. 
Nesse pressuposto, os homens e mulheres profissionalmente livres devem participar em atividades úteis, normalmente salutares, se feitas com alegria e otimismo. E como nem só de trabalhos físicos vivem as pessoas, haverá muitas oportunidades para se ler um bom livro e ver bons programas televisivos que nos proporcionem conhecer outros mundos, outras paisagens, outras culturas e variadas gentes. 
Talvez possamos caminhar pelas ruas dos lugares que habitamos, na certeza de que descobriremos recantos até agora por nós ignorados. E pelos caminhos agora calcorreados, decerto nos cruzaremos com amigos que não víamos há muito, por força da pandemia que nos isolou. 
Acreditamos que a vida é, para todos e a toda a hora, um recomeço que precisa de ser inovador e original, capaz, por isso, de estimular e enriquecer quem nos cerca. Parar é morrer.

OUTONO


Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há tanta fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver, e me apetece
Ter folhas, como as vinhas.

Miguel Torga

Deixa-te convencer: A vida é só uma




Todos nascemos para ser felizes e vamos construindo a felicidade, sobretudo com pequenas coisas e em momentos fugazes

“Deixa-te convencer” é exortação velada e insinuante, que encerra a parábola do rico Epulão e do pobre Lázaro. “Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos”. Esta resposta está posta na boca de Abraão como ponto final a um diálogo persuasivo sobre o valor das coisas, vistas da “outra margem do rio”, sobre a importância de saber aproveitar as oportunidades que o tempo nos proporciona, sobre a articulação consequente que existe entre a fase presente da vida e o futuro definitivo - Lc 16, 19-31.
Deixa-te convencer, pois a vida é uma só, no tempo e na eternidade, embora com ritmos diferentes, tem uma dignidade própria que se manifesta, progressivamente, nas opções que fazemos e nas atitudes que assumimos, nas relações que criamos e alimentamos e nas associações que organizamos, na sociedade que constituímos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Dia Europeu Sem Carros

 

O Dia Europeu Sem Carros celebra-se hoje, 22 de Setembro, com o objetivo de reduzir o tráfego rodoviário dentro das cidades, de forma a aumentar a qualidade de vida das pessoas e garantir a sustentabilidade dos recursos naturais. Naturalmente, tudo isso passará por optarmos pela utilização de alternativas menos poluentes, em especial a bicicleta e os transportes públicos.
Todos sabemos que seria o ideal utilizar menos carros próprios e de trabalho, porque a vida exige pressa cada vez mais. De qualquer forma, hoje, pelo menos, seria interessante que levássemos à prática o conselho que aqui deixamos: Carro na garagem pelo menos um dia por semana. Já não seria mau.

O Covid-19 descobriu-nos

 

Estávamos convencidos de que o Covid-19 não conhecia a nossa morada. E até que nunca tinha ouvido falar de nós. A nossa vida pacata era garantia para o bicho, nas suas andanças, nem dar por nós. Puro engano. 
Sorrateiro, com instinto maligno, ousou aproveitar uma qualquer circunstância para entrar na nossa casa, sem o sentirmos. E fez o que seria de esperar. Eu e Lita fomos contaminados. E o SNS, diligentemente servido por técnicos competentes, deu as instruções adequadas. Ficámos confinados e medicados. E por aqui estamos à espera que o Covid-19 morra e nos deixe em paz.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Igreja Sinodal — A fé permeia a vida secular

Uma reflexão de Georgino Rocha
para este tempo

Nunca antes uma reflexão tão participada e sobre tantos aspectos relevantes da vida da Igreja e da sua relação com o mundo havia sido produzida e publicada em Portugal.
Análise crítica, coragem e novidade que traduzem confiança na capacidade das comunidades cristãs em “fazer florescer a esperança (…), ouvir uns dos outros e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações e restitua força às mãos” e de nesse caminho serem assistidas pelo Espírito Santo.

O discernimento pastoral

“O que Jesus faria em nosso lugar?, constitui a pergunta chave que guia a reflexão e partilha dos participantes no congresso de Católicos e Vida Pública, no Chile, a 23 e 25 de Agosto de 2022.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Protesto e acolhimento de um novo caminho

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO
 
Também as comunidades cristãs devem denunciar todas as formas de corrupção, de mentira, de egoísmo, ao concentrar os bens destinados a todos, nas mãos de muito poucos.

1. A celebração da Eucaristia nunca pode estar desligada do que vai acontecendo na vida humana, de crentes e não crentes. A narrativa eucarística mais antiga que conhecemos precede as formulações dos textos evangélicos. Encontramo-la numa célebre Carta de S. Paulo aos Coríntios (1), que manifesta a indignação acerca do que está a acontecer numa comunidade ainda pouco cristã.
Eis a narrativa: “​Quando vos reunis, não é a ceia do Senhor que comeis, pois cada um se apressa a tomar a sua própria ceia; enquanto um passa fome, outro fica embriagado. Porventura não tendes casas para comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus e quereis envergonhar aqueles que nada têm?

domingo, 18 de setembro de 2022

Procissão da Senhora dos Navegantes pela laguna aveirense

N.ª S. ª  dos Navegantes 


Pe. Miguel de saudosa memória
No final da missa das 10h30 de hoje,  o nosso prior, Pe. César Fernandes, evocou, com oportuna referência, o saudoso Pe. Miguel Lencastre, o verdadeiro dinamizador da procissão pela laguna, inspirando-se em festa semelhante. Quando numa viagem de avião, sobrevoou Porto Alegre, no Brasil, presenciou uma procissão pelo mar [em 2 de fevereiro] em honra de Nossa Senhora dos Navegantes que muito o sensibilizou, prometendo a si mesmo que haveria de organizar a procissão pela nossa Ria,  que já se tornou famosa.
Com a sua saída para outras tarefas eclesiais, ligadas ao Movimento de Schoenstatt a que pertencia, a festa esmoreceu e a procissão pela laguna ficou à espera de outra oportunidade. Na Expo'98, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré presenciou um espetáculo semelhante, ficando inspirado para retomar a procissão pela Ria de Aveiro, em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes. O que veio a acontecer, com a indispensável autorização das autoridades marítimas. E hoje voltaremos a assistir à festa com procissão pela laguna aveirense, desde o cais do porto, na Cale da Vila, até ao Forte da Barra,  com a participação de muita gente e com o espetáculo dos barcos e barquinhos a ilustrarem as águas serenas da Ria.

Nota: Fotos do meu arquivo 

Aveiro como em 2013

 

O Google tem boa memória e com frequência nos lembra o que publicámos há anos. Disse-me agora que publiquei esta foto em 2013. Portanto, quando apreciamos os moliceiros num vaivém carregados de turistas, devemos ficar a saber que a moda destes táxis dos canais da Ria de Aveiro não é de agora. Tem, realmente, bons anos.

sábado, 17 de setembro de 2022

Daniel Faria — Um poema para este sábado


Amo-te nesta ideia nocturna da luz nas mãos
E quero cair em desuso
Fundir-me completamente.
Esperar o clarão da tua vinda, a estrela, o teu anjo
Os focos celestes que a candeia humana não iguala
Que os olhos da pessoa amada não fazem esquecer.
Amo tão grandemente a ideia do teu rosto que penso ver-te
Voltado para mim
Inclinado como a criança que quer voltar ao chão.


Daniel Faria
Em  "Dos Líquidos"

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