domingo, 26 de junho de 2022

A NOSSA GENTE: Manuel Maria Bolais Mónica


Em edição especial da coleção NOSSA GENTE Biografias, da CMI, saiu um livrinho que informa o essencial de um homem que muito deu à Gafanha da Nazaré e seu povo, mas também à nossa região. Trata-se de um trabalho sobre Manuel Maria Bolais Mónica, fruto das pesquisas do docente universitário António Vítor N. de Carvalho, que merece ser lido e apreciado, não só por o autor ter sublinhado a importância da arte e saber do Mestre ao nível da Construção Naval, mas também pela sua intervenção social, na defesa dos interesses da nossa terra.
Na apresentação do livro, o autarca ilhavense, João Campolargo, diz que Mestre Mónica “transformou o seu estaleiro na Gafanha da Nazaré numa escola de mestres qualificados para todo o país”, mantendo vivo “um legado de inteligência e intuição, engenho e perícia, confiança e ousadia, que se quer inspirador e mobilizador”.
Por sua vez, o autor do livro recorda o legado transmitido geracionalmente pelo Mestre, de “Carpinteiro de Ribeira” a Mestre da arte da Construção Naval.
Vítor Carvalho sublinha nos diversos capítulos o regresso de Manuel Maria Bolais Mónica ao concelho de Ílhavo, o seu contributo para a reestruturação corporativa da frota bacalhoeira, a sua passagem de mestre a artista, de empreendedor a industrial, mas ainda o cidadão, o empregador e o homem.

F. M. 

sábado, 25 de junho de 2022

Lições da natureza


 Por vezes, sou ingrato. Por ninharias, desanimo. E quando ando um pouco por baixo tenho por hábito sair das comodidades da minha casa para respirar o ar que me envolve, permanentemente purificado pelo arvoredo há décadas espalhado pelo quintal. Hoje senti nestes pinheiros o  vigor da natureza. Uma lição para seguir.

Na força da palavra: trabalho e férias

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Lembro-me bem da senhora Isilda, uma mulher muito bonita e viva, que, já com 91 anos, um dia me esclareceu no café quanto ao baptismo. Segundo ela, baptiza-se as crianças pequeninas, para receberem o Espírito Santo, que é mais forte do que Jesus, e que é o Espírito falador: é ele que dá às crianças a capacidade divina para falar.

À sua maneira, a senhora Isilda tinha consciência do milagre que é falar. Quem algum dia reflectiu sobre isso - a capacidade de falar: proferir sons articulados que transportam sentido - falando, dizemo-nos a nós próprios, damos ordens, fazemos declarações de amor, e ódio também, ensinamos, contamos anedotas, fazemos paralisar uma pessoa, erguemos alguém caído, dirigimo-nos ao Infinito -, não pode deixar de cair no assombro interrogativo. Um corpo humano, pelo simples facto de falar, nunca deixará de constituir um enigma e mesmo um milagre pura e simplesmente. Aristóteles definiu o Homem como "animal que fala".

Regata de grandes veleiros

Foto dos meus arquivos

Há cerca de 10 anos, tivemos a oportunidade rara de assistir à visita de grandes veleiros que atracaram no Porto de Aveiro, na Gafanha da Nazaré. Foi, sem dúvida, uma excelente oportunidade para apreciar a beleza destes navios, ornamentados a rigor.

Dos acomodados não reza a história


"Devemos o progresso aos insatisfeitos"

Aldous Huxeley 
(1894-1963),
escritor


Fonte: PÚBLICO de ontem

sexta-feira, 24 de junho de 2022

SENOS DA FONSECA — O calão no linguajar dos ilhos

Bamos lá intão cumbersar... um poico...



Mais um livro de Senos da Fonseca que vem enriquecer a cultura dos ilhavenses. Senos da Fonseca é, realmente, um homem de enorme capacidade de trabalho. Daqui o felicito com um abraço pelo seu dinamismo social e intelectual.

Livres e prontos para seguir Jesus, servindo

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XIII do Tempo Comum

Jesus anda por terras da Samaria e toma a decisão de ir a Jerusalém, centro da vida religiosa e política dos Judeus. Aqui, quer anunciar a novidade de Deus que suscita uma convivência respeitadora da dignidade humana. Prepara a viagem e envia mensageiros à sua frente. Está determinado a correr todos os riscos. Manifesta o que lhe vai “na alma”, endurecendo os traços da sua fisionomia. Lc 9, 51-62.
A liturgia de hoje sugere que Deus conta connosco para intervir no mundo, para transformar e salvar o mundo; e convida-nos a responder a esse chamamento com disponibilidade e com radicalidade, no dom total de nós mesmos às exigências do "Reino". Padres Dehonianos.
No caminho, encontra pessoas com diversas pretensões: samaritanos que lhe recusam acolhimento, discípulos que querem vingar-se desta afronta, gente anónima que deseja segui-lo e outra que ele convida, apóstolos que o acompanham. Jesus, em respostas claras e desconcertantes, mostra a necessidade de estarem livres para o seguir e a urgência de fazer o anúncio da novidade de Deus.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por D. João Evangelista Lima Vidal

"Parece-me que respiro melhor, quando vou à Gafanha benzer os barcos de Mestre Mónica. Mas não é só o ar da ria que tem o dom de nos abrir os pul­mões. É não sei que fulgor de abundância, de riqueza nacional, de vitorioso progresso que por ali passa e nos bate em cheio no peito. É um milagre de beleza que Mestre Mónica sabe extrair de troncos rudes, de matéria informe. Quando passam os carros a gemer sob o peso morto daqueles pinheiros, quem imagina a elegância e a majestade, a doçura e a força, a maravilha e a arte que dali vão sair? Vai, Ilhavense; vai Santa Joana; vai, Santa Mafalda; vai, Avé-Maria, desce imponente a húmida calha, entra nas águas, encanta os mares, recolhe a presa, e depois, ao regresso, entra airosa na barra, ao som da orquestra, ao flutuar das bandeiras, à alegria das multidões!"

Aveiro, 5 de Abril de 1957 

João Evangelista,  Arcebispo-Bispo de Aveiro

Festas para todos os gostos

Não é verdade que a nossa festa 
é sempre melhor do que a dos outros? 

Padroeira da Gafanha da  Nazaré
Com a vitória mais ou menos conseguida das vacinas contra a pandemia da Covid-19, abrangendo as suas variantes, as festas populares vão voltar neste Verão que se avizinha, para gáudio de todos. O povo, todo o povo, rico ou pobre, letrado ou não, precisa das festas. Por isso, através dos séculos, a Igreja e outras instituições souberam programar festejos para as famílias afugentarem, por uns dias, as agruras e monotonias do quotidiano.
Porque a vida não pode ser só trabalho e canseiras, urge aproveitar o que as instituições nos oferecem, ano após ano, sendo certo que os organizadores saberão programar os festejos, criando momentos de descontração e convívio, fundamentais ao rejuvenescimento do espírito e do corpo para os desafios inerentes ao dia a dia de cada pessoa e família.
Hoje chamamos a atenção dos nossos leitores para três festas já programadas para a nossa terra: Festival do Folclore do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, Festa em honra da Nossa Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, e Festival do Bacalhau. Haverá outras por iniciativa das várias instituições da nossa terra e arredores.
É certo, porém, que muitos não vão ficar por aí. Penso que todas as freguesias, vilas e cidades não deixarão de garantir outros festejos, numa competição salutar que não deixa de ter o seu valor. Não é verdade que a nossa festa é sempre melhor do que a dos outros? 

D. Manuel II decreta criação da Freguesia e Paróquia

23 de Junho de 1910

Se há datas marcantes na vida das comunidades, a criação da uma Freguesia e Paróquia é uma delas. Os primeiros passos da vida dos gafanhões, com estatuto de comunidade organizada, sob o ponto de vista civil e religioso, nos areais da então denominada Gafanha, registam uma data fundamental.
D. Manuel II assina um decreto em 23 de Junho de 1910, que começa assim:
«Tendo subido à Minha Real Presença a representação em que muito habitantes do logar da Gafanha, freguesia d’O Salvador, de Ílhavo, no concelho d’esta denominação, distrito administrativo de Aveiro, e diocese de Coimbra, pedem a creação de uma freguesia no referido no logar da Gafanha, tendo ali a sua séde…»
Depois de vários considerandos, o Rei determinou que, «pelos meios competentes se proceda à creação de uma nova parochia com a sede no logar da Gafanha, que será desanexada d’O Salvador de Ílhavo».

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