terça-feira, 31 de maio de 2022

Dia dos Irmãos - O meu irmão Armando Grilo

Celebra-se hoje, 31 de Maio, o Dia dos Irmãos. Dia adequado para os irmãos conviverem, recordarem vivência partilhadas em comum e sentirem-se mais próximos, já que a vida apressada muitas vezes os afastam. Eu só tive um irmão, o Armando, que já partiu para o seio maternal de Deus, apesar de ser mais novo do que eu. A vida tem destas coisas.
Apesar disso, não esqueço o meu irmão, que me tratava por mano. Não me recordo de alguma vez me chamar Fernando. E ele, para mim, era o Menino e nunca o Armando. A sua partida para Deus, não o afastou dos meus quotidianos. A sua imagem, o som da sua voz, o seu sorriso franco e o espírito alegre que com todos partilhava continuam a ocupar um espaço indelével na minha alma.
Há tempos,  estive no cemitério da Gafanha da Nazaré, onde fui para conversar com ele e com outros familiares e amigos. Não vim de lá deprimido, mas feliz. As conversas fazem-nos sempre muito bem, quando bem intencionadas. A minha intenção de os visitar foi alimento para as saudades. E com o meu irmão, naquele dia, saquei do saco das memórias as brincadeiras à volta do meu pai, quando ele, regressado de uma viagem à Terra Nova, se sentou numa cadeira para nos ver brincar no terraço.
Até um dia, Menino!

Fernando Martins

GDG — Primeiros corpos gerentes

A Gafanha da Nazaré foi sempre uma terra de desportistas de diversas modalidades. Nunca faltaram razões nem pessoas para levarem à prática o desporto, de forma amadora, mas com paixão. E tivemos atletas que chegaram longe, mas disso falaremos numa primeira oportunidade.
Para abrir o apetite, lembramos apenas que no dia 31 de Maio de 1968 foram eleitos os primeiros corpos gerentes do Grupo Desportivo da Gafanha, cujos cargos ficaram assim distribuídos:
Assembleia Geral: Presidente, Pe. Domingos José Rebelo dos Santos; Vogal, Manuel Vergas Caspão. Direção: Presidente, José Henrique dos Santos Sardo; Secretário, José Alberto Ramos Loureiro; Tesoureiro, João Gandarinho Fidalgo; Vice-presidente, Carlos António da Silva Loureiro; Vogal, Hortênsio Marques Ramos. Conselho Fiscal: Presidente, Carlos Sarabando Bola, Vogais, Nelson Mónica Modesto e José Casqueira da Rocha Fernandes

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Há desigualdades que matam

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

Há muito que o Papa Francisco alertou as igrejas, as religiões e a sociedade para uma realidade em que não se queria pensar: estamos a viver a III Guerra Mundial aos bocados. A guerra, pela invasão da Ucrânia, veio ter com um Ocidente distraído

1. Vivemos, como humanos, na e através das experiências da linguagem ou, melhor, das linguagens. A significação das nossas concepções, afirmações e negações depende do seu uso. O uso profano e religioso não são da mesma ordem, embora se possam servir das mesmas palavras. A diferença da linguagem do sagrado nota-se, sobretudo, no culto [1]. Quando, no Credo, dizemos que Jesus Cristo desceu dos céus, foi por nós crucificado sob Pôncio Pilatos, ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus onde está sentado à direita do Pai, só tem sentido no âmbito das confissões de fé. Fora desse contexto, presta-se ao ridículo. Por outro lado, essas expressões nasceram num contexto cultural que já está muito longe das nossas experiências actuais de relação entre o sagrado e o profano.

Nogueira Gonçalves e a nossa Igreja Matriz

 

Li no Inventário Artístico de Portugal, livro VI, 1959, AVEIRO — Zona - Sul, de Nogueira Gonçalves, que «a igreja paroquial [da Gafanha da Nazaré],  inaugurada em 1912, junto da estrada de Aveiro à Barra» ficou «vasta; mas, produto de construtores locais, obriga os actuais dirigentes a pensar em lhe dar carácter arquitectónico». Realmente, desde as investigações de Nogueira Gonçalves, a nossa igreja passou por diversas alterações, as últimas das quais foram levadas a cabo durante a paroquialidade do Pe. José Fidalgo.
Na eucaristia de ontem, ao olhar a parte fronteira do altar-mor, pensei que Nogueira Gonçalves teria ficado satisfeito com a decoração que a nossa igreja, dedicada a Nossa Senhora da Nazaré, presentemente ostenta.

domingo, 29 de maio de 2022

Estaleiros de antigamente

 

Em maré de encontros não tão imediatos como gostaria, veio à rede mais esta foto antiga que aqui publico para suscitar informações. É uma maneira de homenagear construtores navais, empresários e trabalhadores destas áreas, de tantas tradições na nossa região.

Armas ou criança?

"Temos de admitir que gostamos mais das nossas armas do que das nossas crianças"

Michael Moore, 
realizador norte-americano

Li no PÚBLICO

sábado, 28 de maio de 2022

Um ensaio para o Verão

Forum-Aveiro

Feira do Livro

O Verão vem em Junho, mas hoje fizemos o ensaio de uma temperatura mais do que agradável. Tanto quanto fui informado,  as nossas praias proporcionaram um treino do que havemos de ter em breve a muitos amantes do ar quente com sabor a maresia. Tenho cá um palpite que não faltaram escaldões em alguns distraídos.
Hoje foi também dia da quarta dose da vacina contra a Covid-19. Deu para saudar amigos que não via há muito tempo. Todos com máscaras, mas há certos traços que nos dão avisos infalíveis. O peso dos anos e das vidas em muitos. Se calhar, alguns dirão de nós o mesmo.
Um saltinho a Aveiro para passar pela Feira do Livro, onde havemos de voltar, e pelo Forum para sentir o ambiente num dia como este. E dei uma olhada para abrir o apetite. Aveiro é, desde há muito, uma cidade que me atrai.

A arte do pescador figueirense

 
Já não vamos à Figueira da Foz há muito tempo. Eu sei que é tudo relativo e não será assim há tanto tempo. Esta foto surgiu-me agora nem sei porquê, mas conduziu-me à cidade a que me afeiçoei. E resolvi mover mundos e fundos para confirmar a arte do pescador figueirense. Será que ele ainda estará agarrado à rede?

O milagre do perdão

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Participei há anos no funeral gigantesco de um jovem padre francês. Na África do Sul. Tinha sido morto por engano na estrada, com a mira do roubo. Os pais não puderam estar presentes fisicamente. Fizeram-no do modo mais nobre e emocionante: o bispo leu àquela multidão o texto em que eles declaravam que perdoavam de coração aos assassinos.
No Evangelho, se há tema que volta sempre de novo é o do perdão. É preciso perdoar sempre. De coração. O próprio Jesus, do alto da cruz, perdoou aos seus algozes.
Mas o perdão é um milagre, como reconheceu o próprio filósofo J. Derrida, remetendo para a religião. Um milagre no sentido intenso da palavra. É algo de espantosamente admirável, porque transcende a lei da simples justiça. No âmbito da justiça pura, ninguém pode ser obrigado a perdoar e ninguém pode exigir o perdão. Perdoar é do domínio da generosidade, ser perdoado é da ordem da graça: ser perdoado é ser agraciado, receber uma graça. A justiça contabiliza. O perdão desfaz a lei do cálculo.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Garante o Ressuscitado: Vós sereis minhas testemunhas

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo VII da Páscoa: 
Festa da Ascensão do Senhor


"A Ascensão de Jesus é garantia de presente e de futuro para toda a humanidade."

Esta garantia é um mandato de Jesus aos seus discípulos, outrora reunidos em Betânia, nos arredores de Jerusalém, agora dispersos por todo o mundo. Tem um fundo histórico, mas é sobretudo simbólico. Está datado com a subida ao Céu, mas perdura até ao fim dos tempos. Tem um itinerário definido para a sua implementação: da cidade capital às províncias, aos confins da terra. Envolve o passado que actualiza como memória e acontece, no presente, como missão que semeia o futuro e garante a sua plena realização, de forma definitiva, na eternidade feliz. Faz parte da mensagem final de Jesus e, segundo a narrativa de Lucas, são as suas últimas palavras. Que abrangência e amplitude! Que confiança e responsabilidade! Lc 24, 46-53.

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