PITADAS DE SAL - 1
O SAL DO NOSSO ENCANTAMENTO
Caríssima/o:
“Está-me a parecer que nós, os de Aveiro, mesmo no Céu, mesmo mergulhados no mar imenso dos divinos encantamentos, havemos de ter alguma saudade do fresco panorama do sal, da alva sementeira das marinhas [...];
até penso que, de quando em quando, através das nuvens e das estrelas, procurarão ainda os nossos olhos o antigo encanto dos montinhos de sal.”
D. João Evangelista de Lima Vidal,
“Correio de Vouga”, n.º 1194, de 22-5-1954, p. 1 e 12
É entrar o ano e perdermo-nos com estes encantamentos da década de 1950... e deixarmo-nos ir ao sabor das correntes, das marés e dos ventos.
O meu fito é seguir, pitada aqui, pitada ali, pondo algum sal no conhecimento que por aí lavrar e mostrando este deslumbramento aos mais novos. Outros meterão melhor as mãos no sal, com mais vagar e mais jeito. Com eles conto para, semana a semana, irmos temperando a conversa, na esperança de que o caldo não fique ensosso nem as batatas salgadas.
BOM ANO NOVO!
Manuel
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NOTA: Uma palavra de agradecimento ao meu amigo Manuel, que tem a gentileza e o trabalho de colaborar no meu blogue semana a semana, sempre com temas interessantes. Há tempos desafiou-me a propor um tema para iniciar 2012. Avancei com o Sal, assunto que, pelo que se vê, pode cair no saco do esquecimento sem honra nem glória, se não houver quem preserve a sua memória. O sal, que deu vida a muita gente desta região, já deixou de temperar as batatas a que ele se refere. Hoje, esse precioso tempero vem de outras bandas.
Gostei que o Manuel, de seu nome completo Manuel Olívio da Rocha, meu parente, agarrasse com unhas e dentes o tema que lhe propus. Ele pede colaboração, com achegas, de todos os leitores. mas nós, estou em crer, é que vamos aprender e recordar com ele. Obrigado, Olívio, isto é, Manuel.