terça-feira, 5 de dezembro de 2006

ABORTO - 6

Plataforma cívica começa campanha pelo «não» ao aborto
«Não Obrigada»
Foi apresentada hoje a Plataforma “Não Obrigada” que se manifesta contra a liberalização do aborto, juntando diversas personalidades de diferentes quadrantes sociais e políticos. Dizem “Não Obrigada” àquilo que consideram ser a liberalização “a pedido” da prática do aborto e apresentaram hoje as razões e os mandatários para esta causa. Os efeitos destrutivos na vida das mulheres, o ser humano em causa desde a concepção, o aumento do número total de abortos após liberalização e o uso de financiamentos para a prática do aborto são razões que juntaram inúmeras pessoas na apresentação oficial da Plataforma. Assumindo-se como um movimento cívico, apartidário, não confessional, com profissionais de várias áreas, a plataforma quer “explicar que esta lei cria facilitismo e uma demissão total do Estado”, defende uma das pivots da Plataforma, Sandra Anastácio. “Sabemos que da experiência de outros países após a liberalização, a prática aumentou exponencialmente e a liberalização não resolve os problemas efectivos que as mulheres têm”, problemas esses de ordem económica, social e emocional. No período entre os referendos os movimentos pelo “não” envolveram-se em projectos, “ao contrário dos defensores do sim que não apresentaram alternativas”. Sandra Anastácio, Directora da Ajuda de Berço lembra que ao “longo destes oito anos ajudámos a desenvolver cerca de 40 instituições de apoio à família e à vida, acho que isso nos dá credibilidade para dizer que vale a pena apostar nas mulheres, vale a pena apostar na vida e vale a pena criar alternativas” sublinha em declarações à Agência ECCLESIA. Como movimento cívico que desenvolve o seu trabalho através de donativos, “estamos por isso abertos a que todos possam e queiram colaborar com este movimento e receptivos a receber donativos que possam ser empregues nesta causa” dando já conta de algum apoio por “parte de particulares apesar de estarmos no começo”. A aposta é no esclarecimento e na informação “reservando alguma surpresa na forma como vamos chegar à opinião pública” considerou João Paulo Malta, ginecologista. Garantem, de qualquer forma “uma campanha moderna, não agressiva que quer principalmente esclarecer”, porque o que se trata “é de uma liberalização total do aborto e não de uma despenalização porque esta está feita desde 1984”, finaliza Sandra Anastácio. A esta Plataforma várias personalidades se juntam como mandatários. Manuel Braga da Cruz, Reitor da UCP; o jornalista e deputado, Ribeiro Cristóvão; o treinador do Benfica, Fernando Santos; Bagão Félix, ex-ministro do Governo PSD/CDS-PP; Ernani Lopes, economista; Nuno Rogeiro, politólogo; Nuno Morias Sarmento, ex-ministro do Governo PSD/CDS-PP, entre muitos outros.
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UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO

OS BANHOS DE MULTIDÃO
DE BENTO XVI
É sempre possível dizer algumas coisas sobre a viagem de Bento XVI à Turquia. Há perspectivas históricas, culturais, políticas ou religiosas tão diversificadas que qualquer abordagem acaba por ter, entre possíveis erros, alguma observação certa e entre muitas certezas algumas imprecisões. Estamos perante um país complexo na sua situação geográfica, história política e religiosa, com extremos de grandeza e aviltamento nas suas construções mais significantes e na sucessão de impérios e religiões. Para os cristãos é um lugar santo – Terra Santa da Igreja. Nada se entende da movimentação bíblica do Antigo e Novo Testamento – em particular os Actos dos Apóstolos e as Cartas – sem a terra a que hoje chamamos Turquia e que já teve, com a Grécia, alternância de tantos lugares por onde passou o cristianismo nascente. Hoje é um país de maioria islâmica esmagadora, Igreja Ortodoxa com missão significativa entre os diversos Patriarcados que a compõem e dividem. E com uma presença católica quase invisível. A visita dum Papa à Turquia entra sempre nestes terrenos complexos e proíbe qualquer improviso ou espontaneidade. Todas as palavras e gestos têm de ser rigorosamente pensados, pelo eco num mundo atento a todos os fumos que se elevam do Médio Oriente e cercanias. Bento XVI não teve um minuto de sossego no banho de multidões que não apareceram, mas viram e espiaram a sua viagem. Nenhum jornal, rádio, televisão, site ou blogue, se pôde dar ao luxo de ignorar este acontecimento. Desde o vulcão do onze de Setembro, com olhares acirrados sobre o Ocidente, as caricaturas de Maomé exorcizadas, as palavras do Papa na Alemanha rejeitadas como injúria - ninguém no planeta se pôde sentir fora deste evento. Foi um pouco do medo, da expectativa, da nova visão de guerra, do estado de espírito dos radicais islâmicos, da percepção dos ortodoxos, das expectativas dos católicos, das múltiplas opiniões emitidas com os nervos à flor da pele – que fez da figura de Bento XVI o centro do mundo por alguns dias, porque ele próprio se havia transformado em catalizador de vários pólos. Não admira, pois, que esta viagem tivesse mais audiência e multidões, em todo o planeta, que qualquer viagem de João Paulo II.

ÚLTIMO DIA

JANTAR DE BOAS-VINDAS
AO NOVO BISPO DE AVEIRO
Como já aqui referi, está a ser organizado um jantar, em Aveiro, com duplo sentido: de homenagem e gratidão a D. António Marcelino, que deixa o leme da barca diocesana, por limite de idade, e de boas-vindas ao novo Bispo da Diocese, D. António Francisco. O jantar vai ter lugar no sábado, 9 de Dezembro, um dia depois da entrada na diocese do novo Bispo, e nele podem participar, mediante inscrição (15 euros), todos os que estiverem interessados e puderem. As inscrições terminam hoje, pelo que ainda há tempo para passarem pelas paróquias para adquirirem a senha de entrada.

RELER É UM PRAZER

Um livro de Bernardo Santareno 




Reler é um prazer. E quando os livros me dizem algo de especial, muito maior é o prazer. O livro que ando a reler – NOS MARES DO FIM DO MUNDO – é do dramaturgo Bernardo Santareno. Foi escrito com base em duas viagens que o escritor fez, como médico, na frota da pesca do bacalhau, nos anos de 1957 e 1958. Nos navios “David Melgueiro”, “Senhora do Mar” e navio-hospital “Gil Eannes”. Nesta obra, Bernardo Santareno conta-nos deliciosas e comoventes histórias de pescadores à linha nos mares da Terra Nova e da Gronelândia, com quem privou de perto. Não se preocupou muito com os oficiais de bordo, mas enalteceu a tenacidade dos que, cada um no seu dóri, enfrentaram os mares gelados, com risco constante da própria vida. Os últimos pescadores do mundo a deixarem este tipo de pesca. 
O escritor dedica o seu livro essencialmente a esses: “A todos os pescadores bacalhoeiros portugueses, que têm o riso claro e feroz; Que sempre ocultam nos olhos um aceno de morte; Que todos os dias, naturalmente, fazem milagres de força; Que, se a pesca adrega de ser boa, cantam e bailam sozinhos, como os meninos e os loucos… Que são tipos perfeitos da raça.” 
Neste trabalho, o dramaturgo recorda-me histórias que ouvi desde menino. Apelidos de pescadores que me foram próximos, porque gafanhões e ilhavenses; naufrágios de que tanto ouvi falar, como o do “Maria da Glória”, em que morreram gafanhões meus vizinhos; a vida a bordo dos que nunca esquecem a família; as mulheres dos “mais rijos navegadores do mundo”; as competições e ‘guerras’ entre pescadores; e tantas outras estórias cheias de poesia e de ternura que é tão saboroso ler e reler.
No fim do livro, o escritor não deixa de reflectir o que foram estas viagens com estes bravos. Diz assim: “Faço, mais uma vez, o exame da minha consciência: Cumpri realmente bem? Fui o clínico seguro e decisivo, o amigo sereno e infatigável (eu ia a escrever o “pai”) de que estes mil e tantos homens precisavam? Nem sempre: por ignorância, por tibieza, por comodismo. No entanto, uma verdade quase me sossega: Eu amo estas gentes. E elas sabem que assim é.” 

Fernando Martins

NATAL - 5

UMA NOITE DE NATAL
Um dia, já lá vão 43 anos…
Foi no dia 24 de Dezembro de 1963, estou a recordar-me do silêncio da noite, como se fosse agora. Estava a nossa companhia de serviço ao “Cinturão Verde” – zona de protecção da cidade de Luanda, com arame farpado desde o aeroporto até aos “musseques” – e a nossa missão era identificar quem entrava ou saía da cidade. Tínhamos jantado isolados. Teria de haver cuidados redobrados, já que a noite seria propícia à entrada do “inimigo”. Os cigarros, únicos companheiros com quem conversávamos no silêncio da noite, eram consumidos rapidamente entre as mãos ou dentro do capacete para não podermos ser localizados. Cigarro atrás de cigarro, foram consumidos os três maços que eu tinha levado para esse dia. E agora? São 23 horas. É dia de ceia. Está tudo fechado. Como vou passar o resto da noite? Bem…pensei eu! Chamei o condutor do jipe. O “Tavira” apareceu meio ensonado: – Diga, meu Furriel. – Vamos ao “musseque”. Preciso de cigarros e pode ser que esteja por lá alguma tasca aberta. Fomos andando devagar vendo o estado do arame farpado. Tudo em ordem, menos a tal tasca que poderia estar aberta. Parámos. O silêncio parecia total, até que da loja do cabo-verdiano saíram dois pretos cambaleando de bêbados. Aproximámo-nos e os pretos fugiram conforme puderam e desapareceram na escuridão da noite. Entrei na loja e pedi dois maços de cigarros. Paguei e fiquei encostado ao balcão, aconselhando o homem a fechar a loja para evitar problemas como aquele a que tinha assistido e a ir consoar com a família. – Não tenho cá família, disse-me ele. Está na minha terra, em Cabo Verde. – Então o que faz aqui sozinho a estas horas? – Estou a ouvir esta música. E aumentou o volume do rádio para eu ouvir também… A Rádio Ecclesia transmitia músicas de Natal. A que comecei a ouvir foi “Noite Santa, Noite Serena”, cantada pelo conjunto coral “Os Pequenos Cantores de Viena”. Automaticamente a minha mente mudou-se para a minha terra: os meus filhos, a minha mulher, os meus pais, enfim, a minha família… Estavam todos tão longe e tão perto! Abandonei a loja, acenando com a mão ao cabo-verdiano sem o olhar, para não ser traído pelas lágrimas que me corriam pela face abaixo. Chegado à viatura, fiz sinal com a mão ao condutor para que seguisse. – O meu furriel está bem? – perguntou o “Tavira”. – Segue, acenei-lhe eu. Quando um homem chora tem com certeza uma razão muito forte para o fazer. Ângelo Ribau

DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTÁRIO

QUE NÃO SEJA PRECISO ESPERAR MAIS UM ANO PARA VOLTARMOS A FALAR DO VOLUNTARIADO
Celebra-se hoje o Dia Internacional do Voluntário. Mais um dia para todos, em geral, e para cada um de nós, em particular, nos debruçarmos sobre nós próprios, com o objectivo de descobrirmos o que poderemos fazer pelos outros. Tendo em mente, permanentemente, que o volun-tariado é hoje, como sempre, fundamental para o desenvol-vimento humano, numa linha da dignidade de cada pessoa, seja ela nova ou velha, rica ou pobre, culta ou iletrada, branca ou negra. Importa que saibamos descobrir, no dia-a-dia, razões para vivermos um pouco mais para quem mais precisa, directa ou indirectamente, pelo silêncio da ajuda próxima, pela cooperação com quem longe trabalha em terras de pobreza extrema, de guerras e de conflitos étnicos, de gente sem pão nem água, sem cultura e sem meios de subsistência mínimos. Penso que é importante conhecer o que fazem tantos e tantos que deixam tudo, por períodos curtos ou longos, para trabalharem para e com quem mais sofre, em tempos de imensas riquezas para alguns e de escandalosa pobreza, a todos os níveis, para muitos mais. Pensemos, pois, um pouco mais neste Dia Internacional do Voluntário. Ele foi criado precisamente para isso. E que não seja preciso esperar mais um ano para voltarmos a falar do voluntariado. F.M.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

NATAL - 4

BILHARACOS DE ÍLHAVO
E SUA REGIÃO
Ingredientes 2 Kg de Abóbora Raspa de 1 limão 400 g de Açúcar 200 g de farinha de trigo 3 ovos inteiros Canela q.b. 1 cálice de aguardente Confecção:
Cozer a abóbora na véspera, com alguma água e uma pitada de sal. Depois de cozida, coloca-se dentro de um pano pendurado, a escorrer. Vinte e quatro horas depois prepara-se a massa, misturando todos os ingredientes. Fazem-se pequenas bolinhas dessa massa que vão a fritar em óleo abundante e a elevada temperatura. Tirados da fritadeira, os bilharacos são escorridos e colocados numa travessa onde são polvilhados com açúcar e canela.
De António Angeja

Fonte: Roteiro Gastronómico de Portugal

NATAL - 3

NATAL é tempo de dar Dar espaço à reflexão, Dar mais a quem nos rodeia. Dar um pouco de nós, É este espírito de entrega que queremos celebrar! Ao oferecermos-lhe uma semente, esperamos plantar em si a vontade de dar corpo
a uma nova vida. Em sua casa ou perto dela, ajude a recuperar o verde que o fogo destruiu. Ao fazê-lo,
estará a poupar recursos e a promover o futuro Faça do Ambiente
uma prioridade para 2007!
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Fonte: Texto que me chegou
de uma campanha sobre o Ambiente

UM ARTIGO DE ALEXANDRE CRUZ

A FORÇA E A ALMA
DO VOLUNTÁRIO
1. O estado do mundo bem precisa que o espírito humano se eleve repleto de dons da simplicidade e gratuidade. O espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mais que trinta artigos escritos, querem ser um desafio permanente a uma vida com sentido que procura viver e partilhar em solidário espírito de serviço. Esta abertura de espírito que vence a limitação da “fria” razão, será a única via do encontro e reencontro consigo mesmo e com o outro, num atingir plenamente a realização humana. Dia 5 de Dezembro celebra-se o Dia Internacional os Voluntários para o Desenvolvimento Económico e Social. É certo que todos o somos cada dia… Mas, que seria hoje do mundo sem o Voluntariado organizado? Que seria da Humanidade sem esta frescura de espírito que, de forma, organizada mas sempre flexível vai abrindo persistentes portas de esperança? Mas…nestas questões estamos cada hora a (re)começar, pois a oferta é sempre maior que a procura. Falta, ainda, um longo caminho a percorrer. O espírito de Voluntariado como serviço é interminável; é como as cerejas ou como o novelo que se abre e sempre abre mais e mais. É tal a sua preponderância, que, verdade se diga, hoje qualquer organização, pontual ou estruturada, integra essa força livre, pacífica e generosa do Voluntário.
2. Fala-se muito das preocupações da educação, cidadania, sociedade; sente-se a problemática social do desinteresse das novas gerações em relação ao bem comum, imersas, porventura, num indiferentismo que vai alastrando e desgarrando os laços de entreajuda; constata-se sempre a dificuldade da participação cívica nos espaços comuns pensando, todavia, que são modelo único, mas esquecemos que o “fazer” com reflexão poderia ser um potencial de estímulo realista e atractivo para quem anda à procura (e todos sempre andamos…). Fazemos o diagnóstico das problemáticas e das situações no gabinete cheio de computadores, e do computador até andamos fechar esta instituição ou abrir aquela; vivemos mergulhados em papéis (num modelo de dedução) em vez de dar mais a primazia à realidade com projecto, à visão, à pessoa, ao olhar inclusivo para transformar a mesma realidade. É que só partindo desta é que poderemos implicar “todos”, idealizando caminhos de envolvência “com” e não meramente projectos “para” como se esquecesse o real. Há uma imensidão de potencial educativo e institucional que, hoje mais que nunca, o Voluntariado contém. Abrir-se a ele e antecipar todo o futuro! 3. Não será por mero acaso que hoje se sente que toda a rede de instituições que cooperam em comum, todas as ONGD’s (Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento) “aquecem” o planeta frio de um racionalismo (económico, tencológico ou mesmo distraído da vida); toda essa imensidão de instituições das mais formais às menos, e cada uma com as suas virtudes e limites, são, sem dúvida no mundo actual a nova frescura capaz de ir criando pontes fecundas entre os povos. Mas, para quando uma maior clarividência em todos este processo (Voluntariado) rico de potencial transformador da mentalidade comum? Quando as instituições educativas convidam e integram formalmente no seu projecto de formação humana e escolar toda a vasta experiência do espírito de Voluntariado (que tanto terá a dizer mesmo para as tenras idades, pois parte da experiência prática)? Quando as próprias Organizações de Voluntariado terão maior capacidade de abertura e permuta para uma educação social aprofundando toda a sua riqueza educativa e transferindo-a para os sistemas de educação? Aprofundar o caminho já percorrido para haver mais pontes educativas será hoje essencial. Não se pode esperar mais!... Uma realidade nos parece certa: um potencial imenso de educação para as causas humanas fundamentais continua “desperdiçado”; claro que para o acolher e integrar em projecto, além da abertura de espírito responsável de todos, será necessário vontade política explícita.
4. Não se pense que estamos diante de um terreno novo. Valerá a pena a este propósito referir que já no ano de 1990 foi aprovada a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DO VOLUNTARIADO, adoptado pela 11ª Conferência Bienal da IAVE (International Association for Volunteer Effort), em Paris, 1990, com a presença de voluntários de todo o mundo (ver http://www.portaldovoluntario.org.br/site/pagina.php?idconteudo=224; http://www.unv.org/). Se “cada pessoa que se eleva, eleva a própria humanidade”, também poderemos dizer que cada Voluntário que tem consciência da sua missão vai, assim, transformando o próprio mundo. Claro que não falamos numa perspectiva de voluntariado como um SOS (nada disso!); falamos, sim, da mudança de mentalidade que saiba incluir numa visão de futuro todas as forças positivas assentes nos valores fundamentais. Que maior exemplo que a acção solidária / voluntária que fala mais alto que todas as palavras? (Um processo partindo da realização à reflexão.) Hoje o Voluntariado não tem fronteiras e vence todas as barreiras sócio-políticas! Que o digam as catástrofes diversas... Mas porque é que se fica só por aqui? Porque não se tira a “lição” para uma educação universal? É, por isso, em potencial, o voluntariado, uma força imparável de energia e alma que transparece o querer ansioso de um mundo bem mais sensível, bem melhor! É este o segredo e a esperança que perpassa no coração dessa multidão bem especial dos Voluntários! (Para ver, em Portugal, Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado: http://www.voluntariado.pt/). Tão longo é o caminho (de nós próprios), e imensa a distância entre as nossas palavras e a sempre premente realidade!

domingo, 3 de dezembro de 2006

Presidência da UE

COMBATE À POBREZA
E À EXCLUSÃO SOCIAL
SERÁ PRIORIDADE
O combate à exclusão social e à pobreza serão dois temas relevantes da presidência portuguesa da União Europeia (UE), disse, em Bruxelas, o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva. “O combate à pobreza e à exclusão social serão prioridades da presidência portuguesa, tanto mais que 2007 é o Ano Europeu da Promoção da Igualdade”, disse Vieira da Silva, no final de uma reunião com os seus homólogos dos 25 Estados-membros da UE. Durante a presidência alemã (no primeiro semestre de 2007), especificou, será dada particular atenção ao combate ao desemprego juvenil e à promoção da manutenção dos trabalhadores mais idosos no mercado de trabalho. “Naturalmente que nós continuaremos esta prioridade” na presidência portuguesa (segundo semestre de 2007), acrescentou. Após Portugal, será a Eslovénia a presidir à UE no primeiro semestre de 2008. Comum às três presidências da UE será “a discussão sobre a sustentabilidade do Modelo Social Europeu, sobre as políticas activas de emprego”, referiu também Vieira da Silva. As linhas gerais dos programas das três presidências, já concertadas entre os países envolvidos, serão divulgadas ainda este mês em Berlim. Este tipo de discussões tripartidas, uma novidade na União Europeia, foi considerado pelo ministro português “vantajoso do ponto de vista do processo legislativo”.
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Fonte: iid

PAPA NA TURQUIA

Papa na Turquia
LIÇÃO DE BENTO XVI
AO MUNDO
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Contra ventos e marés de mau agoiro, o Papa foi à Turquia. Sem medo nem complexos. Porque a verdade e a fé não são temerosas. Foi, mesmo sabendo das ameaças que andavam no ar. No fim, o que sentimos foi que os turcos acabaram por compreender o Papa e por aceitar o seu testemunho. Os sorrisos das autoridades não escondiam a compreensão e a alegria que lhes ia na alma. A visita, de fraterna amizade para com o Patriarca de Constantinopla, serviu para aproximar católicos e cristão ortodoxos e para dialogar com o islamismo, depois do badalado discurso de Bento XVI numa universidade alemã. No final, penso que os turcos aprenderam a lição do amor cristão que se desprendeu e desprende do Papa. De facto, Bento XVI deu na Turquia, país de maioria muçulmana e onde os católicos são uma minoria, uma linda lição de serenidade, ao anunciar, sem peias, a fraternidade, a paz e a liberdade religiosa, como um direito humano a ter em conta em todas as culturas. Bento XVI foi um grande exemplo de diálogo, ao mesmo tempo que mostrou a sua capacidade, indesmentível, para um entendimento sincero com todos os homens de boa vontade. Serviu de ponte entre civilizações, religiões e culturas, mostrando como se deve viver, sempre no respeito pelas opções de cada pessoa. Ainda confirmou na fé os católicos que vivem num meio hostil. Bela lição deu o Papa ao mundo, nesta quadra em que se aguarda a chegada do MENINO. Fernando Martins

NATAL – 2

Nossa Senhora e o Menino,
de Leonardo da Vinci
“NESTE NATAL,
ATREVA-SE A SONHAR”
“Neste Natal, atreva-se a sonhar.” Li esta frase num saco publicitário, daqueles que carregam jornais e muita papelada, para ajudar a vender mais. É uma frase bem conseguida, pois incita a comportamentos que é suposto conduzirem à felicidade. Quem não gosta de sonhar!!! O sonho, diz o poeta António Gedeão, comanda a vida. E se assim é, há que encher a vida de sonhos. Realizáveis, uns, e impossíveis de atingir, outros. Sonhos que nos alimentam o espírito e nos dão forças para prosseguir na jornada, em caminhos de optimismo, de tolerância e de verdade. Importa, pois, sonhar, porque a vida não pode ser só trabalho, canseiras, preocupações, tristezas. Urge crer num mundo melhor e querer uma sociedade mais justa e mais solidária, para nós e para os nossos filhos e netos. Urge tornar fácil, através do sonho, os caminhos que trilhamos, iluminando os que nos rodeiam com sorrisos e projectos de beleza. Urge prosseguir no dia-a-dia na busca do que é bom para todos os homens e mulheres de boa vontade. Atreva-se a sonhar até ao Natal que se avizinha e muito para além dele. É que o sonho, a alma de uma vida melhor, é luz que brilha e ilumina projectos com sentido, porque assentes na ternura que o MENINO do presépio de Belém nos deu para sempre. Fernando Martins

COISAS DA GAFANHA

Um trabalho de Manuel Olívio da Rocha
“REPORTÓRIO DA GAFANHA”
O professor Manuel Olívio da Rocha, um gafanhão de gema radicado no Porto há muitos anos, nunca esqueceu as suas raízes. Daí a sua preocupação em aproveitar todas as circunstâncias, de mãos dadas com o seu amor à terra que o viu nascer e com o seu gosto pelas coisas da história, para guardar, estudar e divulgar curiosidades gafanhoas, e não só. Desta feita, o professor Olívio brindou-me, nesta quadra natalícia, com um trabalho meritório, que estava à espera de ser feito. Trata-se de "Reportório da Gafanha", uma compilação de orações, cânticos, cantigas e cantilenas que nos foram deixados pelos nossos avós. Reencontro-me em muitas orações, cânticos e cantigas, bem como em cantilenas que papagueei quando menino e moço, que o professor Olívio agora nos oferece de mão beijada, neste Natal de 2006. Bem-haja. A edição, restrita e para familiares e amigos, espera agora que alguém ajude a voar este livrinho de que todos os gafanhões e outros estudiosos hão-de gostar. Para ler, para meditar, para guardar em lugar de destaque, como coisa preciosa que não pode cair no esquecimento. Os meus parabéns ao professor Olívio, amigo de infância que muito prezo. Com votos sinceros de que continue com esta paixão pela recolha e divulgação do património gafanhão. Fernando Martins
::::::::: Para abrir o apetite,
aqui fica...
::: Nana, nana, meu menino, C’a tua mãe logo bem: Foi labá-las fraldinhas À fonte de Belém. O mê menino é d’oiro, D’oiro é o mê menino; Hê-de entregá-lo ós anjos Incanto é pequenino. Vai-te embora, papão negro, De cima do mê telhado; Deixa dormir o menino Um soninho descansado. Quem tem o nome de mãe Nunca passa sem cantar; Cantas vezes a mãe canta Com vontade de chorar.

GOTAS DO ARCO-ÍRIS - 42

A COR DA CRISPAÇÃO
DA ÁGUA DAS CHEIAS...
Caríssimo/a: Curiosamente no dia em que o vendaval mais nos fustigou andava às voltas com os livros de apontamentos do Avô Manuel Passarinha (de seu nome completo Manuel Joaquim Tavares Valente), falecido no Bunheiro, em 1943. Fiz alguns recortes (conservando a ortografia que utilizou): “Em 1897 lavraram-se as terras muito bem mas como não tornou a chover até ao dia 15-10 a colheita foi muito escassa, mas foi um ano muito abundante de pastagens e no dia 31 de 12 veio da travessia um temporal tão forte, de tarde, que deitou por terra muitos pinheiros e chamuscou as pastagens, também choveu. Cairam-me 25 pinheiros. [...] Passarão-se 11 anos [desde 1903] sem novidade particular até que a noite de segunda para 3.ª de Entrudo, a 24 de fevereiro de 1914 reventou um temporal tão forte como não havia memoria nos homens mais velhos desse tempo. Aqui levantou o acabanal cheio de palha dencontro ao muro caindo ambos no meio da Estrada, e quebrou os raios ao munho de vento, deitou abaixo quasi todo o pinhal da Campota que foi vendido por 150:000, e fora estes cairão mais 73 pinheiros entre estes 4 velhos das Orchas, escapando 1 e nunca se viu o monte tão cheio de lenha arrancada e quebrada pelo meio. [...] E em 16 de Janeiro de 1922 perto da noute veio um temporal do Norte mais forte do que o de 24 de fevereiro de 1914 todos os quintais sofreram havarias e em lenhas superior ao outro e morreram pessoas afogadas no rio com barcos borcados e frio. Houve quem viu lume no ar e passados dias apareceram as folhas dos eucaliptos e loureiros secas. Primeiros signaes do fim do mundo, como diz a Escriptura.” Este bom homem não se ficava só com as suas notas, consta-se que em tais dias punha a enxada ao ombro e ia abrindo valas e valetas para a água correr. Um apontamento mostra que não esperava que as forças públicas tudo resolvessem: “O acduto dos Adeixos foi feito entre o Ant.º Carrabao e Ant.º Rico e eu M. J. T. Valente em Setembro de 1933 120 escudos” Não tem a ver com vendavais, mas pode aguçar a curiosidade a alguns de nós o que deixou escrito sobre a família. Aqui fica só o início: “Árvore de Família começada em 2 de Fevereiro de 1911 pedindo a quem tiver disto conhecimento para o futuro de a continuar.” Manuel Fora de tempo: Foi bom, mesmo muito bom a chegada de mais amigos a esta nossa conversa. O Mundo é pequeno, seria bem que acrescentassem sempre onde lutam... Feliz Natal!

sábado, 2 de dezembro de 2006

NATAL – 1

NATAL DE JESUS CRISTO
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A partir de hoje e até 25 de Dezembro, aqui procurarei estar todos os dias, com um tema de Natal. Fotografias, poemas, contos, recordações, meditações, história, estórias, memórias, mensagens, vivências, dúvidas, certezas, testemunhos e sonhos. De tudo um pouco, com sabor a advento, alegria, vida nova, natividade, fraternidade, paz, ternura, verdade, justiça, amor e MENINO JESUS. Convido todos os meus leitores a acompanharem-me nesta caminhada com rumo certo e com meta à vista: NATAL DE JESUS CRISTO.
Fico à espera da colaboração de todos.
Fernando Martins

CURTA AUSÊNCIA

HÁBITOS SÃO HÁBITOS
Estive ausente umas 48 horas, mas, apesar de pouco tempo, não deixei de ter saudades. São os hábitos que criamos e alimentamos que nos prendem. Mesmo por períodos curtos, aqui venho diarimente, para ver como vai o mundo e para nele reflectir o que penso e o que me vai na alma.
Mas já cá estou para pôr a escrita em dia, no aconchego da minha tebaida e na certeza de que estou entre amigos.
Bom fim-de-semana para todos.
F.M.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

AVEIRO: SÃO GONÇALINHO

Posted by Picasa
À espera das cavacas
::: SÃO GONÇALINHO DEBATIDO
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“Se o Porto tem o São João e Lisboa o Santo António, por que é que Aveiro não há-de ter o São Gonçalinho como grande festa municipal?”
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A hipótese foi levantada por Capão Filipe nos primeiros encontros de São Gonçalinho, que decorreram na tarde de 25 de Novembro, na antiga Capitania, promovidos pelos Mordomos de São Gonçalinho e a Câmara Municipal de Aveiro.
Quererá o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Aveiro relegar para segundo plano Santa Joana Princesa, a padroeira de Aveiro? Tal não foi esclarecido, mas depreendeu-se que não é disso que se trata, porque enquanto a festa da Santa Princesa é popular, mas não tem folia, a do Santo da Beira Mar, genuinamente popular, tem elementos e tradições para ombrear com as outras grandes festas citadinas, ainda que decorra no Inverno (10 de Janeiro).
Os encontros de São Gonçalinho contaram com mais de uma dezena de intervenções, do investigador universitário ao artista, do jornalista ao padre, do que invocou o auxílio e foi atendido ao confrade, tendo iniciado com uma representação da célebre “dança dos mancos” pelo Grupo Cénico Etnográfico das Barrocas.
A verdadeira “dança dos mancos” acontece(?) a hora incerta, dentro da “capela do santinho” e não pode ser filmada ou fotografada, nem presenciada por quem não dance. Na origem da dança, estaria uma forma de mancos genuínos pedirem auxílio ou esconjurarem a sua deficiência. Segundo o investigador Daniel Tércio, trata-se de “um elemento transgressor”, “como se [o mundo] virasse ao contrário”, à semelhança das “festas de loucos” medievais. Tal rito “tem importante sentido comunitário”, diz o investigador.
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Um texto de Jorge Pires Ferreira
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Leia mais em Correio do Vouga

UM ARTIGO DE D. ANTÓNIO MARCELINO

RENOVAÇÃO, PROPÓSITO
QUE NÃO SE PODE ADIAR
Prestes a comemorar-se mais um aniversário, o 41º, do encerramento do Concílio Vaticano II, vem-nos ao pensamento a palavra profética e orientadora de Paulo VI. Naquele 8 de Dezembro de 1965 e nos tempos que se seguiram, ele não se cansou de encorajar a Igreja de então e de sempre, a que, sem medo, se empenhasse continuamente por trilhar o caminho da renovação e da conversão ao Evangelho. Só assim ela poderia responder às exigências da sua missão essencial, que tão eloquentemente expressara em tempos novos e exigentes que se viviam então e que seriam os que vinham a seguir. A renovação continua uma palavra e uma atitude actual, não apenas por força de um acontecimento que marcou a Igreja no seu futuro, mas, também, porque se nota alguma sonolência e instalação, em relação à graça e aos objectivos do Concílio, por parte de muitos cristãos, clérigos e leigos. As pessoas vão mudando e damos, com frequência, por gente que não viveu o Concílio, nem outros factos marcantes da sociedade, como a chegada do regime democrático e, para a qual, tudo pode parecer estranho. Não é que as novas gerações sejam menos generosas e atentas que as contemporâneas destes grandes acontecimentos que, a quando da sua realização, interpelaram por dentro, pessoas e comunidades. Pode ter acontecido, porém, que, por parte de muitos que os viveram, o ritmo da primeira hora tenha esmorecido, de modo a não contagiar, nem estimular o propósito e a atitude de renovação que a todos diz respeito, porque sempre e cada vez necessária e urgente. Por outro lado, Igreja conciliar e sociedade democrática, podem ser coisas tão naturais e óbvias que já não interpelam, nem põem em causa atitudes e projectos diários, mesmo que dissonantes.O propósito de renovação que nasce de uma conversão interior é sempre sinal de vida que quer durar e se quer expandir. Na conversão está a grande exigência posta pela renovação. Esta não se traduz apenas em fazer coisas novas, mas em tirar, do tesouro inesgotável e rico de sempre, coisas novas e coisas velhas, com sentido de novidade. A conversão leva a centrar a vida no essencial, voltando a ele ou reforçando as raízes que o suportam e alimentam. Pode e deve tornar-se uma experiência permanente, que não deixa adormecer, quando no horizonte dos compromissos estão coisas importantes, por vezes mesmo necessárias, a pedir intervenção. Paulo VI, em ordem à continuação do Concílio, fala de “renovar-se em Cristo”. Para um crente, a qualificação deste apelo é compreensível. Cristo é, para cada cristão, a referência necessária e segura para uma vida com sentido de responsabilidade. Aprender Jesus Cristo não é uma devoção. É o caminho do discipulado, da aprendizagem de uma vida consistente para fazer face ao dever de uma vida testemunhante e solidária. Ora esta atitude traduz-se em diálogo, serviço, disponibilidade; e ninguém como Cristo é modelo de um tal modo de ser e de agir. O Concílio não pode transformar-se numa preocupação de eruditos, mas há-de ser para todos uma luz norteadora. Todos os cristãos têm direito a esta luz que lhes permite viver e ser uma Igreja credível, pátria de salvos e, por isso mesmo, geradora de comunhão, num mundo perdido e dividido. Um sereno exame de consciência dirá a cada um que o caminho a andar ainda é longo e nem sempre cómodo. Mas dirá também que o caminho pessoal só o próprio o pode andar. Ninguém vai só e também isto constitui um estímulo a não ficar parado. Na berma da estrada estão os críticos, que nunca sentirão a alegria de fazer caminho, nem de construir o edifício apaixonante de uma sociedade nova, fraterna e solidária.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Fórum::UniverSal

NO CUFC - 6 DE DEZEMBRO
O DESPERTAR
DA IDENTIDADE LUSÓFONA
Paulo Borges é o convidado do CUFC (Centro Univer-sitário Fé e Cultura) para a “Conversa Aberta” do dia 6 de Dezembro, pelas 21 horas. O tema deste serão – “O despertar da identidade lusófona” – insere-se na “Semana CPLP”, que assi-nala o 10º aniversário da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Paulo Borges é presidente da Associação Agostinho da Silva, bem como da União Budista Portuguesa. É professor da Universidade de Lisboa, onde trabalha nas áreas de Filosofia da Religião, Filosofia em Portugal e Antropologia e Cultura. É doutorado com uma tese sobre o escritor Teixeira de Pascoaes. Publicou livros de poesia e ensaio.
Também é o responsável pela edição das obras de Agostinho da Silva e coordena o projecto de levantamento, transcrição e estudo das obras e ideias daquele pensador e humanista, no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa.
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Foto: Agostinho da Silva

CULTURA DA VIDA

CUFC, 1 de Dezembro
VIDAS COM VIDA
O projecto “Vidas com Vida” tem como missão promover, difundir e formar para uma verdadeira cultura da Vida. Para isso, é importante fazer incidir a nossa acção em duas áreas complementares: - Concepção e elaboração de material multimédia, já reunido no Kit “Vidas com Vida”; - Formação de Animadores de Encontros pela Vida. É um projecto construído por todos os que se envolvem na defesa e promoção da vida e nunca está acabado! Por isso estamos a fazer este desafio: No próximo dia 1 de Dezembro, no CUFC, a partir das 9 horas, vai ser apresentado o Kit “Vidas com Vida”, mostrando-se como pode ser utilizado para difundir a cultura da Vida. Para se poder preparar devidamente o encontro e reservar os Kits necessários, pede-se aos interessados que se inscrevam, através de cufc@ua.pt
ou 964423671 Esta é uma organização de Grupo Vidas com Vida, Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC) e Movimento de Schoenstatt.

HOMENAGEM AO NOVO BISPO DE AVEIRO

D. ANTÓNIO FRANCISCO
ENTRA NA DIOCESE
NO DIA 8 DE DEZEMBRO
O novo Bispo de Aveiro, D. António Francisco, vai entrar na Diocese, por sua expressa vontade, no próximo dia 8 de Dezermbro, Dia da Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal. A cerimónia começará às 16 hgoras na Sé de Aveiro, esperando-se que os diocesanos aveirenses participem com o entusiasmo e com a alegria próprios de uma festa como esta.
D. António Marcelino, que orientou os destinos espirituais da Diocese de Aveiro até agora, deixa a sua missão por limite de idade, cedendo o seu lugar a D. António Francisco. Permanece, no entanto, entre nós, para ajudar no que for preciso e para continuar a viver a sua vida de dedicação plena à Igreja e aos homens de boa vontade.
No dia seguinte, dia 9, D. António Francisco será homenageado durante um jantar de boas-vindas a realizar no Parque de Exposições de Aveiro. A iniciativa é organizada pela Câmara Municipal e a Aveiro Expo.
Como sublinha o presidente da Câmara, Élio Maia, o jantar pretende manifestar a D. António Francisco os valores da hospitalidade e da fraternidade próprios da região que vem servir. A ocasião serve também para lembrar o exemplo cívico de D. António Marcelino, homem de palavras de fé e de convicção social, que contribuiu para fortalecer a cidadania e a orientação espiritual de muitos aveirenses.
Para Élio Maia, esta iniciativa deve mobilizar toda a gente, para que este acontecimento seja uma prova da vivacidade, da solidariedade e da alegria próprias desta região.
Os interessados em participar neste evento podem efectuar a sua inscrição até ao próximo dia 5, junto da Aveiro Expo (Parque de Exposições de Aveiro) ou das paróquias a que pertencem. O valor do jantar por pessoa é de 15 euros, as crianças até oito anos de idade pagam 10 euros e com menos de quatro anos têm entrada gratuita.
Os lucros obtidos do jantar revertem a favor de obras sociais da Diocese de Aveiro.

BENTO XVI NA TURQUIA

CORAGEM DO PAPA
A visita do Papa à Turquia começou emoldurada por nuvens negras. Os fundamentalistas islâmicos ameaçaram como já se esperava. Com a ajuda, claro, de partidos políticos que patrocinam a violência e incitam ao terrorismo. Mas Bento XVI chegou à Turquia sereno e preparado para enfrentar a situação hostil que o aguardava. Sereno e sem medo.
O Papa disse o que tinha a dizer, alertando para aquilo que muita gente ignora: na maioria dos países islâmicos não há liberdade religiosa para os cristãos de todas as denominações. Nem na Turquia, um Estado laico do mundo muçulmano. Ali, todos os crentes do islão gozam da liberdade plena e possuem todas as regalias. Mas os cristãos, esses, vivem intimidados e sem liberdade para expressarem a sua fé.
Na Europa, os islâmicos podem viver a sua fé em paz, podem construir mesquitas até com ajudas dos Governos e são respeitados. Mas os cristãos, nos países de maioria islâmica, tem que permanecer calados, apenas podendo viver os seus cultos de portas fechadas. Por isso, o Papa disse, com a voz serena mas forte da razão, que "a liberdade religiosa é uma expressão fundamental da liberdade humana". E disse-o na certeza de que a Turquia, se quer entrar na UE, tem de patrocinar e assegurar esse direito a todos os seus cidadãos, sejam eles islâmicos, cristãos ou de outras crenças.
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DISSE O PAPA:
"Após ter acenado à questão da liberdade religiosa no encontro com o presidente para os assuntos religiosos da Turquia, Bento XVI centrou a sua intervenção junto dos diplomatas acreditados neste país na necessidade de “garantir e proteger” o respeito pela liberdade de consciência e de culto. Começando por sublinhar a dimensão central do “compromisso em favor da paz”, o Papa passou para a esfera dos direitos, defendendo que num país democrático há que garantir “ a liberdade efectiva para todos os crentes e permitir-lhes que organizem livremente toda a vida da sua própria comunidade religiosa”. “A liberdade religiosa é uma expressão fundamental da liberdade humana”, assinalou, pelo que “a presença activa das religiões na sociedade é um facto de progresso e de enriquecimento para todos”. As minorias religiosas na Turquia têm dificuldades em afirmar os seus direitos, apesar desta ser um Estado laico. No caso dos católicos, cerca de 0,04% da população (dados oficiais do Vaticano), as dioceses, paróquias e institutos religiosos da minoria não beneficiam, neste momento, de reconhecimento jurídico por parte do Estado e os seus responsáveis — bispos, párocos, superiores religiosos —não são reconhecidos como “ministros de culto”. Os seus direitos de propriedade sobre imóveis (igrejas, conventos, escolas, hospitais) não são reconhecidos como tais, sendo unicamente registados com o nome de privados ou como fundações particulares."
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Leia mais em Ecclesia

UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO

DE QUE FALAMOS, AFINAL?
Vem ao nosso encontro e não podemos detê-lo. Amando o que de sublime traz e recusando o que repete de já visto e ouvido. O que nos cansa e enternece. O que humaniza e gera indiferença na estonteante roleta do comprar e vender. E uma sequência de símbolos híbridos e esvaziados. Ao mesmo tempo, um compêndio do que poderíamos ser em humanidade, liberta de todos os conflitos. Mil sorrisos, mil ternuras e um desfecho inesperado como todos os discursos publicitários. Remetendo-nos sempre para a loja dos trezentos com mau negócio certo, na astúcia de vender e na pressa de comprar. E, todavia, a sedução do inatingível e do perfeito. Não passa duma rotina cultural, dizem uns. É um momento privilegiado para o homem reconhecer o melhor e o pior que é, e quanto poderia ser. O fascínio das crianças manchado pelo desatino dos embrulhos e desembrulhos. E o tempo da grande explosão de alegria em família. É o Natal, concreto, que Deus envia e nós burilamos com a nossa infantilidade e com os velhos truques que só nos enganam a nós mesmos. Vem aí. Vem ao nosso encontro. Este Natal de rosto duplo mas onde pode brilhar o rosto de Deus nos luzeiros do mercado, à mistura com um paganismo trauteado em melodias ternas onde não se descobre o endereço do presépio. Silêncio semelhante acompanhou os passos perplexos de José e Maria na sua caminhada até Belém. Afinal era o Filho de Deus que estava a caminho. Para simplificar, chamemos ao ontem e ao hoje o mistério do Infinito de Deus no espaço estreito do homem.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

MEDITAÇÃO - BERNARDO SANTARENO



MEDITAÇÃO 

Se para lá do leito que limita este mar profundo, houvesse um outro mar ainda mais fundo e depois deste um terceiro e outro e outro… se através de todos estes mares, eu fosse descendo em vertigem… se assim descendo, me fosse esquecendo de ideias, imagens, desejos e afectos… se depois do último mar, de mim restasse somente um simples ponto luminoso, brilhante num túnel de treva densa… se eu vencesse a angústia, o terror, o desértico vazio deste túnel negro… se eu suportasse o silêncio terrível desta noite cerrada e sem estrelas…: Então, talvez eu pressentisse a madrugada que se evola do sorriso de Deus… talvez eu ouvisse a Música inefável, oculta para lá do humano silêncio… talvez eu fosse penetrado pela alegria de Deus, pela simples claridade de Deus: tão pura e tão simples, que nenhuma das palavras que os homens sabem a pode conter!... Só então, ultrapassados abismos de mares sucessivos, perdido das minhas mãos e do fruto que as chama, cortadas as raízes da minha voz de sangue, separados os meus gestos das aves que os voam… só então, aniquilado, perdido de mim, um simples ponto luminoso na treva mais absoluta… só então, verei a luz virgem, oculta no riso de Deus! 

In “Nos mares do fim do mundo”, de Bernardo Santareno

GENTE GAFANHOA

MARIA DA LUZ ROCHA
É EXEMPLO
DE DISPONIBILIDADE
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Há dias chegou-me às mãos uma revista editada pela Câmara Municipal de Ílhavo, "MAIORIDADE", que mostra gente da nossa terra. Gente que, de uma forma ou de outra, dá exemplos de disponibilidade para os outros e que os mais jovens (de todas as idades) devem procurar seguir no dia-a-dia. Neste número da revista, uma gafanhoa, que todos conhecemos, é apresentada com realismo e fidelidade, como pessoa que passou a vida sempre atenta aos que mais sofrem numa sociedade, como a nossa, muitas vezes sem alma. É ela Maria da Luz Rocha, uma das fundadoras da Obra da Providência e sua principal responsável durante mais de meio século. Gostei de ver esta nossa conterrânea ser homenageada, desta maneira simples, pela autarquia ilhavense, num gesto meritório e cheio de significado. E espero que os nossos autarcas nunca se esqueçam de tantos ilhavenses e gafanhões que dão tanto de si às comunidades, enriquecendo-as com os seus testemunhos de vida, em prol de uma sociedade mais justa e mais fraterna. Sublinha-se na revista que "a alvura do seu cabelo e o franzido natural da sua pele indicam que foram já muitas as Primaveras que a viram passar. Foi com expressividade e comoção assinaláveis que nos contou a sua história de vida que, a determinada altura, se mistura e confunde com a da instituição da qual foi uma das fundadoras: a Obra da Providência". "A vida tem outro sentido quando nos preocupamos com as dificuldades que nos rodeiam." Este foi um recado que Maria da Luz Rocha nos deixou nesta reportagem publicada na revista "MAIORIDADE". Que todos saibamos viver este recado tão oportuno. Fernando Martins

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