sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Boas festas para todos

Penso que vale a pena recordar que levamos a vida a correr. E sendo assim, raramente refletimos sobre o que fazemos ou não fazemos. Em épocas festivas, então, tudo se multiplica e não há tempo a perder, que na hora marcada tem de estar tudo pronto e afinado. 
Por estes dias vai ser assim e a festa há de correr como esperado. Todos, ansiosos, apostamos nos encontros familiares em paz. É a consoada, ano a ano repetida e sempre apetecida. Que à volta da mesa não falte a alegria. 
Boas festas para todos.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Júlio Dinis passou pela Gafanha


Júlio Dinis passou pela Gafanha
e em 28 de Setembro de 1864  escreveu de Aveiro 
ao seu amigo Custódio Passos:

“Aveiro causou-me uma impressão agradável ao sair da estação; menos agradável ao internar-me no coração da cidade, horrível vendo chover a cântaros na manhã de ontem, e imensas nuvens cor de chumbo a amontoarem-se sobre a minha cabeça, mas, sobretudo intensamente aprazível, quando, depois de estiar, subi pela margem do rio e atravessei a ponte da GAFANHA para visitar uma elegante propriedade rural que o primo, em casa de quem estou hospedado, teve o bom gosto de edificar ali.
Imaginei-me transportado à Holanda, onde, como sabes, nunca fui, mas que suponho deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela.”
Depois, acrescenta, como que a querer dar-nos uma lição: “Proponho-me visitar hoje os túmulos de Santa Joana e o de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que vim aqui.”

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Mourão-Ferreira — Natal, e não dezembro




NATAL, E NÃO DEZEMBRO

Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio,
no prédio que amanhã for demolido…
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave…
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada.

David Mourão-Ferreira


Nota: Gosto da poesia de Natal  de David Mourão-Ferreira. Publicação repetida.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

DIFERENÇAS — Cardeal Tolentino

O estribilho tenho-o ouvido com frequência: “Não temos hoje a afirmação de um pensamento católico consistente”. Parece que rareia - é certo. Mas há sempre magníficas excepções. E o Cardeal Tolentino é uma exemplar de primeira grandeza. Teólogo esclarecido, profundo e aberto aos desafios do nosso tempo, biblista, filósofo da interioridade; o homem que sabe dizer para além das palavras, em poesia humanista, filosófica e mística a um tempo; conferencista plurifacetado… 
Não admira que tenha sido chamado às responsabilidades de que se desempenha na Cúria Romana, não espanta ter ganho o Prémio Pessoa 2023 e ter sido investido pela Universidade de Aveiro como Doutor Honoris Causa. 
Faz a diferença em relação a tantos atavismos teológicos, a tanta inércia de saudosismos passadistas, a tanto medo (ou cobardia) rotulado de prudência. Também com esta pena iluminada se faz Natal, no meio da selva de tanto dizer sem nada dizer, de tanta ‘teologia de bolso’, de tantos muros erguidos face à cultura, de tantas janelas a fecharem-se, numa rota de preservar a Igreja condenando-a ao mofo da insignificância.

Querubim Silva 
no Correio do Vouga de hoje 

Os sonhos comandam a vida

 “Neste Natal, atreva-se a sonhar.” Li esta frase, há anos, num saco publicitário, e ficou guardada no meu cérebro para sempre, em especial no Natal. De pequenino senti que o Natal era um sonho que continuará até ao fim dos tempos. E quem não gosta de sonhar?

Neste Natal, tenho sonhado com o fim das guerras, tantas guerras, ao longo da história. E nenhuma levou os homens e mulheres procurarem a paz para sempre. Tanto a nível pessoal, local e universal.

O sonho, diz o poeta António Gedeão, comanda a vida. E se assim é, há que encher a vida de sonhos. Sonhos que nos alimentem o espírito e nos garantam forças para prosseguir na jornada, em caminhos de optimismo, tolerância e verdade.

Importa, pois, sonhar, porque a vida não pode ser só trabalho, canseiras, preocupações, tristezas. De permeio, há felicidades pessoais ou coletivas a conquistar.

Urge crer num mundo melhor e lutar por uma sociedade mais justa e mais solidária, para nós e para os nossos filhos e netos. Urge tornar fáceis, através dos sonhos, mas não só, os caminhos que trilhamos, iluminando os que nos rodeiam com sorrisos e projetos de beleza e paz. Urge prosseguir no dia a dia na busca do que é bom para todos os homens e mulheres de boa vontade.

Será ótimo sonhar em espírito natalício todos os dias do ano! É que o sonho, a alma de uma vida melhor, é luz que brilha e ilumina projetos com sentido, porque assentes na ternura que o MENINO do presépio de Belém nos deu para sempre.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Recordando um amigo: Georgino Rocha

Lembrei-me hoje de um amigo que já está no seio de Deus: Georgino Rocha. Um padre amigo e sempre disponível para colaborar neste meu blogue, com reflexões adequadas aos tempos litúrgicos. Não era preciso telefonar-lhe nem sugerir-lhe assuntos para os seus escritos. Estou convicto de que o meu amigo de tantos anos não me levará a mal este modesto elogio, mas sinto que devo fazê-lo por razões de justiça.
A sua fidelidade era tal, que, mesmo doente, os seus escritos não faltavam na hora própria, dando testemunho da sua fé e da sua cultura, que era muito acima do normal. Não será necessário citar os seus doutoramentos porque o padre Georgino não fazia gala disso, embora o provasse, quando escrevia ou falava para gente humilde ou culta.
Em sua memória, republicarei alguns textos seus. É que o padre Georgino continua a acompanhar-me na minha vida terrena.

Fernando Martins

domingo, 17 de dezembro de 2023

O PRESÉPIO de João Saraiva

Menino vestido pela Lita por causa do frio
 

Numas palhinhas deitado,

abrindo os olhos à luz,

loiro, gordinho, rosado,

nasce o Menino Jesus.


Uma vaquinha bafeja

seu lindo corpo divino, 

de mansinho, que a não veja 

e não se assuste o Menino!


Meia-noite. Canta o galo.

Por essa Judeia além

dormem os que hão de matá-lo 

quando for homem também!


E, pensativa, a Mãe pura

ouve, embalando Jesus,

os rouxinóis na espessura

dum cedro que há de ser cruz!


Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue