terça-feira, 11 de abril de 2023

Um poema de António Correia de Oliveira

Foto Pixabay


PELA PÁTRIA

Ouve, meu filho: cheio de carinho,
Ama as Árvores, ama. E, se puderes,
(E poderás: tu podes quanto queres!)
Vai-as plantando à beira do caminho.

Hoje uma, outra amanhã, devagarinho.
Serão em fruto e em flor, quando cresceres.
Façam os outros como tu fizeres:
Aves de Abril que vão compondo o ninho.

Torne fecunda e bela, cada qual,
A terra em que nascer: e Portugal
Será fecundo e belo, e o mundo inteiro.

Fortes e unidos, trabalhai assim…
A Pátria não é mais do que um jardim
Onde nós todos temos um canteiro.

In “A Alma das Árvores”

A normalidade está de volta

A beleza da natureza que encontramos no caminho. São Miguel - Açores

Voltamos à normalidade da vida. Depois da reflexão quaresmal e da vivência da ressurreição de Cristo, o quotidiano vai ocupar os nossos dias. Uns nas tarefas profissionais e outros nas ocupações sociais, culturais e de lazer. Estas últimas são as minhas.
Presentemente, dou algum tempo à leitura e escrita, ouço música, vejo programas televisivos quando me agradam e converso com quem aparece ou com quem me cruzo quando saio de casa.
É certo que nem sempre me é fácil identificar as pessoas pelo nome, que o rosto e a expressão me são familiares. Atribuo essa dificuldade não só à idade, mas ainda à quarentena do Covid-19 que deixou marcas. A mim e decerto a muitos outros. Por isso, até me apetece sugerir que nos identifiquemos quando vamos à fala com alguém.
Quando passeamos, deixemos de lado canseiras e dores e saibamos apreciar a beleza da natureza com as suas cores mágicas  que encontramos no caminho.

Fernando Martins

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Cremos em Jesus Cristo porque ressuscitou

Da homilia do Bispo de Aveiro
na Vigília Pascal

"A experiência desse encontro real não decorre da nostalgia de ter convivido com uma pessoa extraordinária, nem da reflexão sobre a nobreza da mensagem que essa pessoa teria transmitido aos seus enquanto conviveu com eles. É uma experiência que decorre da certeza de que Jesus está vivo, porque eles, os Doze e mais alguns discípulos, se encontraram realmente com Ele depois da sua morte
Acreditar no Ressuscitado não anulava nada, mas transformava tudo. Esse encontro dissipou-lhes a tristeza, a desconfiança, o derrotismo. É o encontro que os transforma. É uma descoberta que transparece na exclamação de Maria Madalena: «Rabbuni», «meu Mestre». Jesus Cristo não ressuscitou porque cremos nele. Cremos nele porque ressuscitou. Convida a nos encontrarmos com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele, porque é a fonte de vida. Ele convida-nos a lançar a rede para o outro lado da barca. Nele encontramos a força para, da morte, recriar a vida. As mulheres foram anunciar aos discípulos: «Vimos o Senhor!» E contaram o que os dois anjos lhes tinham dito. Sejamos também nós capazes de anunciar esta mensagem!"

Aveiro, 8 abril 2023

António Manuel Moiteiro Ramos,

Convite da Primavera

Hoje acordei com vontade de sair para espairecer. Sair por sair, já que tenho andado um pouco isolado do mundo que me envolve. Como ser solidário, será essa obrigação que me impele a usufruir do sol que começa, agora, a dar sinal de si. E com ele as cores das flores sobressaem, propondo-me um convite para usufruir o que de muito bom e belo tem a natureza purificada pela Primavera.

Feira de Março para toda a gente

Feira de Março no Rossio

Hoje é segunda-feira da Páscoa. Dia de trabalho, muito embora no Concelho de Ílhavo seja feriado municipal. De qualquer forma, está enraizado em muitos a ideia de que esta segunda-feira, afinal, é especial, ao jeito de quem precisa de vencer a ressaca dos abusos que a mesa pascal exige. 
Vivemos estes dias carregados de simbologia ligada à paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, de forma muito intensa. Cerimónias para cada momento em todas as famílias católicas, mas ainda na diocese e paróquias. Depois, as tradições, há séculos como agora, vão-se mantendo, readaptadas às circunstâncias e modas, mas também manipuladas pelas indústrias e comércios. E nós, que no fundo gostamos de festas, vamos na onda, sem vir daí grande mal ao mundo.
Há anos, fui percebendo isso, quando via o nosso povo correr para a Feira de Março que durante muito tempo se realizou no Rossio, Aveiro. Era quase sempre a mesma coisa, mas as nossas gentes gostavam. Barracas de quinquilharias, outras mais finas e desafiantes, poço da morte, farturas, circo e outros atrativos. Até lá havia uma barraca dedicada aos livros. Era esta que eu mais visitava. Ainda não fui à Feira este ano. Mas tenciono passar por lá, nem que seja só para comer uma fartura a sair da caldeira.

Boa Feira de Março para todos.

Na Páscoa mudou a sorte do mundo



"Sim, irmãos e irmãs! Na Páscoa, mudou a sorte do mundo, e hoje (dia que coincide com a data mais provável da ressurreição de Cristo) podemos alegrar-nos de celebrar, por pura graça, o dia mais importante e belo da história”

Um crime antipascal

Crónica de Bento Domingues 

Como é possível esquecer que foram mulheres as escolhidas pelo Ressuscitado para evangelizar os próprios Doze que tinham fugido perante o desastre da cruz?

1. As duas grandes festas cristãs são o Natal e a Páscoa. Além das celebrações litúrgicas, as suas expressões populares eram e são muito diferentes de país para país, assim como no interior de cada região cultural.
Em Portugal, o Natal era essencialmente uma festa no interior da família, ao passo que a Páscoa envolvia toda a aldeia ou vila e com algumas manifestações citadinas.
Estou a escrever como se fossem realidades do passado acessíveis apenas aos movimentos de recuperação da memória, reino dos historiadores e curiosidade de alguns meios de comunicação, em determinadas épocas do ano. Como ainda conheci muitas dessas expressões populares, não escondo alguma nostalgia por certas dimensões desse mundo essencialmente rural ferido pela sua rápida desertificação.

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