sexta-feira, 4 de novembro de 2011

MUÇULMANOS VIVEM NA EUROPA COM OS MESMOS DIREITOS DOS EUROPEUS

D. Louis Sako

«No Iraque, é o contrário. Os cristãos não têm direitos, mesmo os que lá nasceram. Não gozam de liberdade religiosa, vivem sob ameaça e são constantemente alvo de violência. A pressão sobre eles é tão grande que, ao recusarem converter-se ao islão, arriscam a própria vida. Ou seja: estão na sua própria terra, são cristãos e morrem por causa disso.
Por cá, ao abrigo da chamada tolerância, os muçulmanos constroem mesquitas e manifestam-se como querem. E é assim que está certo: a defesa dos direitos humanos, nomeadamente, da liberdade religiosa deveria ser o melhor cartão de visita do Ocidente cristão.
Então, porque não nos batemos pela reciprocidade? Se respeitamos em nossa casa os direitos dos muçulmanos, bem podiam os muçulmanos fazer o mesmo com os direitos dos cristãos.
Nestes dias, o grito dos nossos irmãos iraquianos brada aos nossos ouvidos, pela voz do Arcebispo de Kirkuk. Monsenhor Louis Sako está em Portugal para dar testemunho.
Desde 2003 até agora, 54 igrejas foram atacadas e 905 cristãos perderam a vida. Os dados são alarmantes e revelam como está em risco o futuro dos cristãos no Iraque. Mas igualmente grave é o desabafo com que Monsenhor Sako terminou a sua intervenção em Lisboa: “Francamente, não percebo como é que os cristãos na Europa são tão indiferentes e têm vergonha da nossa fé”.»

Aura Miguel

Na RR online, de 4 de novembro de 2011


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

No litoral aveirense, o mar foi visitar a ria

O Ângelo teve a gentileza de me enviar fotos que mostram o mar a saltar para a ria de Aveiro. Estaremos todos, sobretudo o gafanhões, em perigo?






Filarmónica Gafanhense comemora o 175.º aniversário




A Música Velha foi fundada em 1836


Decorria o ano de 1885, quando um grupo de Ilhavenses, tendo como mestre João da Conceição Barreto, reorganizou e contribuiu para novo baptismo da banda que passou a designar-se Sociedade Filarmónica Ilhavense.
Mário Catarino foi também regente, embora por pouco tempo, sendo substituído pelo seu conterrâneo Armando da Silva, que no seu tempo, em Maio de 1934, alterou a designação social para Sociedade Musical Filarmónica Ilhavense (Música Velha).
Até meados de 1972 muitos foram os regentes que dirigiram a Associação, tendo nesse mesmo ano sido criada a Escola de Música Gafanhense, na Gafanha da Nazaré, pois era daqui que provinham muitos dos jovens com vontade de aprender música.
Em 1986, a Associação Musical Filarmónica Ilhavense festejou os seus 150 anos de existência, tendo realizado a Escritura de Constituição, na Secretaria Notarial de Aveiro, a 24 de Abril desse mesmo ano.

... Um dia a fé revela-se


Encontrar a fé perdida

«A fé católica pode esconder-se atrás de perguntas difíceis, como a que um dia Clara Costa disparou à catequista: «Se Deus está em todo o lado, para que serve a confissão? Não posso simplesmente voltar-me para uma parede e dizer o que tenho a dizer?» Pode também surpreender os mais incrédulos, em momentos difíceis de desorientação e dor. Ou pode revelar-se simplesmente, quando alguém olha para dentro de si e percebe ter «a felicidade» - assim o dizem - de acreditar. Não é um caminho linear. Há quem se zangue, quem se afaste, quem resista, quem a deixe adormecer ou viva muitos anos sem dar por ela. Mas, se existe, um dia a fé revela-se.»

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

UM LIVRO DE ANTÓNIO CHRISTO: "CAPELAS DE AVEIRO"



Com edição da ADERAV, foi publicado em 1989 um livro do aveirense ilustre António Christo, com "h", como consta do assento do batismo e se lê na autobiografia do autor, elaborada com graça e inserida neste trabalho. O livro, intitulado "Capelas de Aveiro", tem prefácio e notas de Amaro Neves. Do plano do autor, que contemplava 38 capelas, oratórios, nichos e grutas, apenas foram publicadas 20 capelas, quatro oratórios e uma gruta, trabalhos estes que viram a luz do dia no semanário Litoral, de que foi fundador e diretor David Christo, irmão de António Christo.
Apesar de tantos anos passados sobre a publicação em livro deste trabalho, só agora descobri a oportunidade de o ler e fi-lo com gosto. A abrir, o prefácio de Amaro Neves é deveras elucidativo, pelas informações que nos oferece e pelos motivos que suscita. Desde logo, pela recordações que nos levam até ao autor, um aveirense que se deu a Aveiro e suas gentes de alma e coração, com o seu envolvimento em inúmeras instituições dos mais variados objetivos.
Amaro Neves, também ele um historiador de reconhecidos méritos, dirigiu na altura palavras de estímulo aos novos estudiosos para que, "levados pelo amor de Aveiro", sigam o exemplo de António Christo. Julgo que, tal como em 1889, as palavras de Amaro Neves se mantêm atuais.
Desta leitura retiro ainda a ideia de que as comunidades esquecem depressa os que mais a elas se entregam e por elas lutam. Quero com isto dizer que não faltam políticos que são recordados como gente grande e digna de destaque nas praças públicas, porventura com razão. Outros, que não navegam nessas águas, caem facilmente no esquecimento.
A obra apresenta-se bem ilustrada. É natural que a edição esteja esgotada, mas se puderem lê-la, verão que vale a pena. Como curiosidade, oferece ainda a autobiografia do autor, de leitura muito saborosa.
FM

Diálogos na Cidade


TORREIRA: à espera da maré


Um dia destes, de outono cinzento com chuva incomodativa, passei pela Torreira ao jeito de matar saudades. Em tempos de férias vividas em Pardilhó, Torreia era sempre visita obrigatória, com mar frescote, mas apetecível em época de canícula. De modo que aqueles ares, de mar e ria, de pescadores e varinas, de turistas e americanos de regresso às origens, permanecem fixos no meu espírito e nos meus olhos guardadores de memórias. 
Nesta visita, de pouca gente e menos turistas ainda,  deu para saborear, nos silêncios cortados pelas ondas e pela maresia, velhas recordações com minha esposa Lita, que traz também, porventura mais vivas do que eu, as lembranças da Torreira da sua infância e juventude. Na ria, quieto em puro descanso, dei de caras com este barco de pescadores à espera da maré. Para mais uma faina da pesca na laguna, que sustenta, desejaria eu com abundância, gentes da Torreira.

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