Um dia destes, de outono cinzento com chuva incomodativa, passei pela Torreira ao jeito de matar saudades. Em tempos de férias vividas em Pardilhó, Torreia era sempre visita obrigatória, com mar frescote, mas apetecível em época de canícula. De modo que aqueles ares, de mar e ria, de pescadores e varinas, de turistas e americanos de regresso às origens, permanecem fixos no meu espírito e nos meus olhos guardadores de memórias.
Nesta visita, de pouca gente e menos turistas ainda, deu para saborear, nos silêncios cortados pelas ondas e pela maresia, velhas recordações com minha esposa Lita, que traz também, porventura mais vivas do que eu, as lembranças da Torreira da sua infância e juventude. Na ria, quieto em puro descanso, dei de caras com este barco de pescadores à espera da maré. Para mais uma faina da pesca na laguna, que sustenta, desejaria eu com abundância, gentes da Torreira.