segunda-feira, 10 de março de 2008

Os Nossos Emigrantes


Neste mês em que comemoramos o Feriado Municipal de Ílhavo quisemos dedicar a rubrica “A Nossa Gente” aos Emigrantes do nosso Concelho. Eles são, de facto, parte importante da Nossa Gente. Gente de Terra e de Mar, que corajosamente partiu para outras paragens levando consigo o seu “Ílhavo” no coração.
O Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo assumiu publica e formalmente em 1998 que “o Município de Ílhavo existe onde existam Ilhavenses” e a CMI constitui-se como um elemento de apoio à valorização social e política das comunidades de emigrantes do Município de Ílhavo.
Esta é uma homenagem singela e também uma forma de aprofundar o nosso envolvimento na relação com os nossos concidadãos, que por esse mundo fora trabalham com dinamismo e vitalidade, cuidando da promoção dos valores da Nossa Terra com determinação e alegria.
Com eles aprendemos grandes lições de Patriotismo e de Portugalidade. A eles queremos deixar uma palavra de incentivo à construção de boa e activa cidadania no país de acolhimento e de boa e activa cidadania portuguesa, em honra à Terra-mãe, que sempre acompanham e vivem com intensidade.
Ao comemorarmos os 110 anos da Restauração do Município de Ílhavo e neste Feriado Municipal de 2008, apostamos neste gesto de conciliação e opção de fortalecimento de um Município que sempre será grande pela partilha solidária de vida dos seus Homens, onde quer que se encontrem, numa partilha de experiências e de vida, percorrendo um caminho que nos aproxime e fortalece cada vez mais.
O Município de Ílhavo continuará a existir, por força da nossa opção política e do nosso trabalho, em cada um dos quatro cantos do mundo onde existam cidadãos desta nossa terra. Queremos aproveitar o privilégio da Vida, para nos ajudarmos mutuamente a crescer e a realizar desenvolvimento, em prol da Nossa Terra, e muito em especial, da Nossa Gente.
Nos Nossos Municípios Irmãos onde a comunidade emigrante vive e empreende, em Newark, NewBedford, Cuxhavem, e em muitas outras paragens, é a Nossa Terra que cresce a cada dia com a vida os seus Cidadãos.
E aqui fica o convite para uma sempre renovada visita à sua Terra. Esperamos por si de braços abertos!
Fonte: Texto e foto da agenda Viver em..., da CMI

Naide Gomes é campeã mundial de salto em comprimento


SALTO VALE OURO

Naide Gomes dá um salto em comprimento de sete metros que vale ouro. Aconteceu nos Mundiais de Pista Coberta, em Valência, batendo a brasileira Maurren Higa Maggi e a russa Irina Simagina. A nossa atleta, mulher de garra, mostra, assim, que nem tudo é mau em Portugal. Pensando bem, esta foi uma bonita prenda para todas as mulheres portuguesas, recordadas no Dia Internacional da Mulher, que ocorreu ontem. Parabéns para Naide Gomes, com votos de que apareçam outras com coragem para a imitar.


Mesmo com frio, o mar é sempre um desafio para quem se aproxima. Apreciá-lo, do cimo das dunas virgens, produz, certamente, uma extraordinária sensação de liberdade... Experimentem.

Regresso ao essencial

Desejar o bem do país, antes do seu próprio bem, é um princípio que a todos deveria nortear. A isso chama a doutrina social da Igreja (mas não é exclusivo dela) Bem Comum. Claro que dizer que os interesses do país estão em primeiro lugar pode soar a Estado Novo, mas já vai sendo tempo de deixar tais categorias nas prateleiras da história. Como dizia Mário Soares, há uma diferença clara entre ser nacionalista e ser patriota. Ser nacionalista é negativo, mas ser patriota é um dever de todos para com o país que nos viu nascer ou nos acolhe. Querer o Bem Comum antes do bem particular e pôr este em função daquele é uma forma de ser patriota. Vem isto a propósito do mal-estar em que Portugal parece ou está mesmo mergulhado e que ciclicamente faz soar alarmes, como foi o caso do documento da Sedes, referido nesta coluna na semana passada. Como país, não sairemos do pessimismo, da estagnação, mesmo económica, da falta de credibilidade, da ausência de perspectivas de futuro, enquanto o Bem Comum não se sobrepuser ao bem particular, enquanto este princípio não for evidente na actuação dos políticos, mas também dos empresários, dos professores, dos jornalistas, enfim, de qualquer cidadão. J.P.F.

GOVERNO E PROFESSORES NÃO SE ENTENDEM

"Os professores afirmam que são a favor da avaliação, mas contra esta avaliação (declaração da Fenprof de 15 /10/2007). Essa é há séculos precisamente a posição dos alunos. Todos os estudantes são favoráveis às notas e descontentes com a que receberam. Os testes são sempre difíceis, as datas sempre inconvenientes, os professores sempre injustos. Mas é preciso aguentar com cara alegre."
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Concordo com João César das Neves. Entretanto, o tempo passa e os alunos e as famílias não podem sair deste conflito prejudicados. O Governo e os professores têm de pensar nisto. Com urgência.

Bento XVI renova apelos ao diálogo no Médio Oriente

“Encorajo as autoridades israelita e palestiniana no seu propósito de continuarem a construir, através de negociações, um futuro pacífico e justo para os seus povos e a todos peço, em nome de Deus, que abandonem o caminho tortuoso do ódio e da vingança, percorrendo responsavelmente o caminho do diálogo.”
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Como o Papa, tantos e tantos outros líderes têm apelado à paz e concórdia no Médio Oriente. Há imenso tempo que as discórdias entre isrfaelitas e palestinianos deixam marcas profundas naquela zona do mundo. E não há maneira de se entenderem... Será que estes ódios irão perdurar pelos séculos sem fim? Não haverá forma de se resolverem de vez os conflitos? A paz entre aqueles povos é mesmo impossível? Os ódios estarão, realmente, como se diz, no sangue e na alma daquelas gentes que calcorreiam os caminhos de Cristo?

domingo, 9 de março de 2008

Na Linha Da Utopia


A Faixa de Gaza

1. Há pedaços de terra que estão cheios de sangue. Não só da história passada, mas das histórias que se continuam a escrever no presente. E Deus não tem nada a ver com isso. Os homens é que O “usam” como argumento para atingir os seus fins de domínio sobre “o outro”. Os últimos quatro mil anos da história das terras chamadas israelo-árabes espelham, de forma emblemática, esse desconcerto e desentendimento humano, em que a cada século que passa vão-se juntando mais páginas de conflitos, ao que parece, intermináveis. Claro que, de relance, somos pequenos para compreender tanta informação, tantos dados em jogo, tantos cruzamentos de raças, religiões, espaços, locais, sinagogas, mesquitas, igrejas, sentimentos, emoções, razões, cegueiras, justiças, injustiças, verdades, fanatismos… em que cada palmo de terra condensa a luta de uma vida e de muitas vidas. Repetimos, Deus (que é Amor) não tem nada a ver com isto. Ele até tantas vezes sublinhou e reafirma que o único “lugar físico” que “quer” é o “coração” humano, a consciência-ser, «em espírito e verdade».
2. Não compreendendo isso, poderemos nesta geração correr o perigo ignorante de atribuir às religiões e a Deus aquilo que é pura e unicamente obra interesseira e dominadora dos homens, o que resulta que se chame “terra santa” a uma terra nada santa nas incompatibilidades de tanta história em que só mesmo pelo “perdão da memória”, como tanto falava João Paulo II, é que lá iremos ao caminho da paz. A triste história continua e hoje as ONG’s que estão no terreno vêm dizer que se vive na Faixa de Gaza o pior período de crise humanitária desde a guerra de 1967. As culpas da desgraça, “taco a taco” tal como a guerra, vão-se atribuindo reciprocamente entre Israel e o Hamas… No passado recente as razões são que, após os disparos de rockets pelo Hamas em Janeiro, Israel impôs o actual bloqueio a Gaza na data de 17 de Janeiro e raids aéreos frequentes têm feito dezenas de mortos na famosa Faixa de Gaza. Do “bloqueio” de quase-tudo o essencial à vida diária vem um relatório das ONG’s de cenário dramático intitulado «Faixa de Gaza: uma implosão humanitária».
3. Os Estados Unidos, na fronteira da cena internacional e das imagens perturbadoras que vão chegando, pedem um “alívio” do bloqueio para garantir as condições de humanidade. O quarteto de negociadores (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Nações Unidas) vai avançando na gestão da mediação do cenário político. As ONG’s no terreno vêem-se e desdenham-se para socorrer não havendo condições de luz eléctrica para fazer intervenções clínicas, água potável para matar a sede, esgotos a irem para o mar, corte de comunicações, tratando-se de uma população bloqueada em que mais de 1,1 milhões dependem da ajuda alimentar. Alguns analistas vão falando de “genocídio”. Os céus de Gaza respiram a pólvora, ar poluído que, independentemente das políticas ou dos grupos atiçados de fanatismo político e/ou religioso, vai mostrando a limitada incapacidade humana. Se a história de séculos o confirma, a história presente continua esse caminho. Nada de novo, porque tudo velho. Nenhuma das razões justifica o injustificável desumano que persiste. Ao menos não sofram as populações. Precisamos de aprofundar o diálogo de civilizações para compreender a história e propor uma nova memória de paz. Ou seguir-se-á indefinidamente a contra-ofensiva?

Alexandre Cruz

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