terça-feira, 14 de março de 2017

Saudades destes ambientes

Praia da Barra com data incerta

Peço desculpa por vir para aqui com as minhas saudades. Não sou muito exigente. Gosto de coisas simples, normalíssimas, muito terra a terra, Gosto sobretudo do sossego, da serenidade envolvida por horizontes largos e arejados. Sou assim.
Tenho andado por aqui com azáfamas que me envolvem o tempo quase todo. De modo que, se precisar de espairecer, não tenho, como nunca tive, dificuldades em me imaginar longe dos bulícios, sem sair de casa. Abro as janelas da imaginação e parto à aventura. Como hoje fiz.

domingo, 12 de março de 2017

Um conselho oportuno de Mandela



“Eu aprendi que a coragem não é a ausência de medo, 
mas o triunfo sobre ele. 
O homem corajoso não é aquele que não sente medo, 
mas aquele que conquista por cima do medo.”

Nelson Mandela

Li aqui 

Postal Ilustrado: Complexo Desportivo da Gafanha

Os mais pequenos em competição

Em boa hora batizaram uma rua da nossa terra com o nome de Complexo Desportivo da Gafanha. Esse gesto reflete a importância de uma estrutura desportiva que, presentemente, acolhe centenas de atletas de todas as idades, ligados ao Grupo Desportivo da Gafanha (GDG). Mas ainda reflete o esforço que diversas pessoas e entidades empreenderam para que o Complexo Desportivo fosse uma realidade.
Em 20 de Março de 1976 o Secretário de Estado da Estruturação Agrária assina e autentica o Alvará de Cedência Gratuita à Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, para usufruto do Grupo Desportivo da Gafanha, de uma parcela agrícola com 8,5 hectares.
As datas de 6 de Agosto de 1982, Outubro de 1983, 1988, finais de 1989 e Abril de 1991 foram importantes para um trabalho insano, entre os responsáveis do GDG, CMI e Junta de Freguesia, tendo em vista a concretização do velho sonho de substituir o campo de futebol do Forte da Barra.
No dia 11 de Fevereiro de 1986, após longo e significativo trabalho, foi possível inaugurar as torres de iluminação, o que constituiu uma meta extremamente importante para a atividade desportiva que se vinha a implementar. E de 1987 a 1989 decorreram as obras de construção da tão desejada bancada poente e sua cobertura.
O relvado do campo de futebol foi inaugurado precisamente em Fevereiro de 1999 e no dia 15 de Fevereiro de 2009 surge um outro marco histórico na vida do GDG, da Junta de Freguesia e do Município de Ílhavo, com a ampliação e remodelação do Complexo Desportivo, que integra dois campos de futebol, um pelado e outro com relvado sintético.  

A cada ano a sua Quaresma

Crónica de Frei Bento Domingues 





1. A Quaresma deste ano está marcada por dois movimentos opostos: o da intensificação da Reforma da Igreja, anunciada no programa do Papa Francisco e o da contra-reforma, organizada e com sinais visíveis que mostrem quem está com uma e quem está com outra. Sabíamos que o hábito não faz o monge, agora querem convencer-nos que o cabeção e a batina fazem o padre. Quem se apresentar sem estes sinais não sabemos se está com o caminho aberto por Bergoglio ou não. Terá de o mostrar pelas suas opções pastorais e de vida pessoal. Quem exige que os fiéis se ajoelhem na missa durante a consagração e para receber a comunhão parece que não gosta muito do Vaticano II nem das ousadias do Papa Francisco. Dizem-me que certos párocos tentam resgatar a memória de lugares marcados na igreja, anteriores ao Concílio, mediante genuflexórios forrados para joelhos delicados. Parece que ainda não está previsto dividir o espaço das celebrações colocando as mulheres atrás e os cavalheiros à frente.
Quando se participa em missas solenes, com bispo ou cardeal, uma das distracções possíveis é a contagem das vezes que lhes põem e tiram o solidéu, a mitra e o báculo.
As novas tecnologias, como por exemplo iPads, tablets e e-readers – coisas que me ultrapassam -, estão a substituir missais e breviários, livros antigos muito veneráveis e pouco portáteis, com muitas vantagens económicas, com recursos imagísticos e musicais e prontos a servir, sem ter de incomodar grupos ad hoc para baptizados, casamentos e funerais e, ainda, um reportório de homilias previamente adaptadas aos públicos e pregadores mais diversos. Haverá quem diga, como a nordestina brasileira, quando na missa substituíram o latim pelo português: tiraram-lhe a decência.
É muito possível que isto possa suscitar um novo debate sobre simbologia e ritualidade litúrgica e seus dignos e indignos suportes.

Oito razões a favor do Papa


Crónica de Bárbara Reis 


Francisco fala dos problemas de hoje 
com a linguagem de hoje e, para isso, 
nem precisa de ver televisão.

Uns dias depois do atentado contra o Charlie Hebdo, o Papa Francisco disse que “não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode ridicularizar a religião dos outros”. Na altura, escrevi aqui as oito razões que me levavam a discordar do Papa. Hoje, chegou o momento de fazer a crónica-espelho prometida ao Hugo Torres, então nosso editor de comunidades, que teve de gerir os leitores indignados. Crentes ou ateus, temos oito grandes razões para aplaudir este Papa.

1. Francisco é um reformista e enfrenta os católicos retrógrados. Com elegância e sem medo. Três exemplos. a) Abriu a possibilidade de os católicos divorciados e recasados poderem receber a comunhão, uma forma de reconhecer as novas família e não alienar (ainda mais) católicos. Para um ateu, os sacramentos são uma abstracção, mas esta abertura foi o que mais enfureceu os conservadores. b) Demitiu o grão-mestre da Ordem de Malta, o príncipe britânico Matthew Festing, que afastara um cavaleiro alemão que fechara os olhos ao uso de preservativos num projecto de saúde. c) E há anos faz frente ao cardeal americano Raymond Burke, um sonso e intriguista que trava um combate feroz contra os católicos progressistas. Burke é amigo de Steve Bannon (o amigo de Donald Trump), apoia a ideia de um muro a separar os EUA do México, e diz que o "feminismo radical" criou vários problemas à igreja, entre os quais os abusos sexuais de menores. É a ala radical de Burke que acusa Francisco de ter criado uma “confusão sem precedentes na Igreja Católica”. É caso para dizer: viva a confusão.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Costa Nova e Gafanhas no dia 10 de março


Ponte e  Barra

Ponte e Forte da Barra

Igreja da Gafanha da Encarnação

Gafanha da Encarnação e Estufa

Estive hoje algum tempo na Costa Nova, de seu nome completo Costa Nova do Prado. Eu sei que os nomes das povoações vêm do povo, que as batizaram  para se fazerem entender. Com o tempo, porém, a lei da simplificação dita as suas ordens. E hoje toda a gente diz Costa Nova. 
Fui lá com a Lita para encher este dia 10 de março em sua homenagem. Celebrar aniversários é norma cá de casa e de muitas outras casas. Apesar de se encontrar em convalescença, lá fomos em jeito de passeio com almoço de permeio. Porém, os incómodos da deslocação, tanto mais que a Lita se desloca com auxílio de “canadianas”, aconselharam-nos a regressar. 
Da Costa Nova vislumbrei as Gafanhas do outro lado do canal de Mira, que exibia, neste dia claro, a sua função de espelho do céu . Um céu luminoso que fez gala em nos segredar que a primavera vem a caminho com as suas cores, tonalidades, odores, alegrias e sabores. E então, para mais tarde recordar os minutos que olhámos a laguna e as Gafanhas vistas no dia 10 de março, registei umas fotos. A Lita, desta vez, ficou de fora. É que eu não quis que as “canadianas” merecessem a honra de ficar para a posteridade. Um dia destes serão atiradas para um canto. Para longe vá o agoiro. 

Fernando Martins

Região de Aveiro na Bolsa de Turismo de Lisboa



A BTL2017 - Bolsa de Turismo de Lisboa, que se realiza nas instalações da FIL, vai ter lugar de 15 a 19 de março. Como vem sendo hábito, a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), com campanha promocional “Ria de Aveiro”, participa naquele certame, englobando os 11 Municípios e integrando um espaço personalizado dentro do stand do Turismo Centro de Portugal.
Na sexta-feira, dia 17, das 11h às 13h, terá lugar o período dedicado em exclusivo ao programa de animação “Ria de Aveiro”, onde será lançada a Agenda da Primavera, projetando os principais eventos municipais e intermunicipais até ao verão.
O prato e o copo forte deste período serão as degustações das mais variadas iguarias regionais e espumantes da Bairrada, que serão devidamente acompanhadas pela presença de confrarias gastronómicas. Também não faltarão culturais e de demonstração, em que se destaca a presença de dois grupos musicais da nossa região e uma demonstração de pintura em azulejo. 
Durante o fim de semana, a Região de Aveiro estará igualmente em destaque com a presença da Escola de Samba ‘Vai Quem Quer’, vencedora do Carnaval de Estarreja deste ano, no sábado pelas 18h, e uma prova de Pão-de-Ló de Ovar, no domingo pelas 17h.

Fonte: CIRA

Hino para a Escola Secundária da Gafanha da Nazaré

Poesia para este tempo


Francisco: um quase-testamento (2)

Crónica de Anselmo Borges 


1 - Para o Papa Francisco, a definição de Deus é misericórdia, mas sem uma concepção delicodoce, pois a misericórdia é exigente. Avisa que é preciso ser coerente; não se pode ter uma vida dupla: "Sou muito católico, vou sempre à missa, mas não pago o justo aos meus funcionários, exploro as pessoas, faço jogo sujo nos negócios... É daí que vem ouvirmos tantas vezes: "ser católico como aquele?, é melhor ser ateu"."
Na frente do seu combate está a idolatria do dinheiro, como aconteceu com Jesus: o dinheiro transformado em ídolo absoluto é incompatível com a fé no Deus da Vida: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." Por isso, diz "não" a uma economia da exclusão e da iniquidade. "Essa economia mata"; vivemos "na ditadura de uma economia sem rosto e sem objectivos verdadeiramente humanos"; "a cultura do bem-estar anestesia--nos"; acusado de comunista, responde: "esta mensagem não é marxismo, mas Evangelho puro."

Escutar Jesus, o Filho amado de Deus Pai

Reflexão de Georgino Rocha

Escutar Jesus

Há momentos na vida, que põem à prova decisões tomadas de modo definitivo. Certamente por motivos sérios. Talvez porque circunstâncias diferentes tentem impor-se ou os próprios amigos o aconselhem com insistência… E vozes interiores crescem de intensidade, instalam a dúvida e a pessoa sente-se abalada.
Jesus, segundo o relato de Mateus que narra o episódio da Transfiguração no Monte Tabor, faz preceder a descrição com o diálogo de Cesareia de Filipe, em que após a resposta acertada de Pedro à pergunta “E vós, quem dizeis que eu sou”, Jesus anuncia que tem que sofrer muito, ser rejeitado e crucificado, e, só depois, é que ressuscitará. O coração de Pedro sobrepõe-se à razão da inteligência e “dispara”: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!”. A resposta de Jesus é contundente e radical: “ Afasta-te de mim, Satanás. És uma pedra de tropeço para Mim, porque não pensas as coisas de Deus, mas as coisas dos homens”. Estão em contraste dois modos de realizar a missão: servir até à cruz por amor ou impor-se com gestos espectaculares, os das tentações diabólicas.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Dia Nacional do Bacalhau — 5 de junho?

Proposta da Associação 
dos Industriais de Bacalhau 


Porto de Aveiro: Lugres e Seca do Bacalhau

A notícia veio a lume de diversas fontes. A Associação dos Industriais de Bacalhau (AIB) formalizou na Assembleia da República a proposta de instituição do Dia Nacional do Bacalhau a 5 de junho. Pretende-se, com esta iniciativa, homenagear «a epopeia lusa da pesca do bacalhau», com a autoridade que vem do facto do “Fiel Amigo” representar, desde há séculos, uma mais-valia na dimensão «socioeconómica e gastronómica» do nosso país. 
A iniciativa nasceu de visão da empresa Riberalves, a qual recebeu, à partida, o apoio incondicional do Museu Marítimo de Ílhavo, ou não fosse o município ilhavense a capital do bacalhau.
E porquê o 5 de junho? Simplesmente, mas com todo o sentido, por ter acontecido nesse dia, do ano 1942, a tragédia do afundamento do lugre Maria da Glória, torpedeado por um submarino alemão durante a II Guerra Mundial, apesar da posição neutral de Portugal no conflito, neutralidade assinalada pela cor branca da frota portuguesa. É, por esse motivo, uma homenagem justa às 36 vítimas mortais e seus familiares, alguns deles do nosso concelho. 
Acresce o facto de Portugal ser o país do mundo que mais bacalhau consome per capita, tendo-se especializado na cura tradicional e nas artes de pesca, para além do volumoso negócio que proporciona.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia Internacional da Mulher — Flores para todas as mulheres



Para todas as que riem e para todas as que choram...
Para todas as que trabalham e para as desempregadas…
Para todas as que foram mães e para as que o não puderam ser…
Para todas as que sofrem injustiças e para todas as justas…
Para todas as perseguidas e ofendidas…
Para todas as que amam e para as não amadas...
Para todas as artistas que fazem o mundo mais belo…
Para todas as que rezam pelos que não rezam...
Para todas as que sofrem com o sofrimento dos outros…
Para todas as que partilham alegrias com os tristes...
Para todas as que lutam por um mundo melhor…
Para todas as MULHERES…

 As mulheres ainda precisam do seu dia?

A mulher ainda precisa do seu dia especial com data marcada no calendário!
O homem não precisa desse dia especial para si próprio,
porque se considera o rei da criação.
O homem tem todos os dias por sua conta.
É ele que manda em quase tudo.
A mulher ainda luta por estar em pé de igualdade com o homem em muitas áreas.
Em muitas tarefas profissionais ganha menos quando faz o mesmo que o homem.
Na liderança, em vários setores, é preterida em favor do homem.
O homem é o sexo forte, mesmo sendo frágil;
a mulher é o sexo fraco mesmo sendo forte.
Na política barram-lhe a subida apesar do mérito, da sensibilidade, da persistência e da intuição.
Mas quando tem campo aberto lidera.
Nas universidades e no ensino é maioritária;
na investigação dá cartas;
nos cuidados médicos e nas artes bate-se em pé de igualdade;
no desporto agiganta-se;
e na família cuida, amamenta, espalha ternura, acarinha, estimula, abre horizontes, ama incondicionalmente.
E apesar da aparente fragilidade ainda consegue acumular duas profissões:
Uma remunerada, a do emprego; 
e outra não remunerada, a de casa,  por amor.

Fernando Martins

segunda-feira, 6 de março de 2017

Humberto Rocha continua na liderança da ADIG

Eleições na ADIG


No passado 3 de março, sexta-feira, a ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) elegeu, para o próximo biénio, a lista liderada por Humberto Rocha, constituída, na prática, pelos membros que foram responsáveis pela intervenção daquela associação, no biénio antecessor. Isto significa que vai prosseguir a linha de intervenção pelo bem-estar das populações da região, em especial da Gafanha da Nazaré.
Humberto Rocha, bem conhecido entre nós pelo seu dinamismo e entusiasmo na defesa do que considera ser útil e necessário para o bem do nosso povo, garante que a ADIG «não vai esmorecer» nos seus «esforços», porque «não há cansaço que nos vença». Refere ainda que «a Gafanha da Nazaré e as suas gentes tudo merecem!»
Felicitamos os vencedores pela confiança que neles depositaram os sócios da ADIG, enquanto esperamos determinação, certos de que muito trabalho os espera. «Cada passo em frente é uma vitória e uma grande alegria», sublinha-se no comunicado que me remeteram.

Fernando Martins

“Ílhavo, Terra Milenar” - Arqueologia no Município de Ílhavo

Casa da Cultura de Ílhavo
8 de março
18 horas



Vai ter lugar na próxima quarta-feira, 8 de março, pelas 18 horas, a segunda sessão da palestra “Património Religioso e Urbanístico de Ílhavo”, no âmbito do ciclo de conferências sobre o projeto "Ílhavo, Terra Milenar", promovido pela Câmara Municipal de Ílhavo, através do Centro de Documentação. 
A iniciativa decorrerá na Casa da Cultura de Ílhavo, no auditório adjacente à Exposição "Ílhavo, Terra Milenar", que constitui a base e o motivo da realização de todos os encontros efetuados neste contexto.
Esta sessão terá como oradores Monsenhor João Gaspar e Doutor Saul Gomes, que abordarão o Património Religioso, e o Arquiteto Paulo Anes, que falará sobre a evolução urbana de Ílhavo.
Esta atividade tem entrada gratuita e destina-se ao público em geral, em particular aos amantes do Município de Ílhavo. 

domingo, 5 de março de 2017

Quinta do Rebocho abandonada

Não teria futuro 
na área do turismo?


A Quinta do Rebocho vista da Gafanha da Nazaré... É notório o estado de abandono. Não seria possível recuperá-la para o Turismo?
Antigamente, chegou a ser agricultada e, tanto quanto me lembro, teria caseiro, feitor ou empregado. A família saberá. Depois, sem ninguém por ali, havia quem fosse até lá em jeito de visita. Até houve quem por ali acampasse. Desde há anos que se encontra como mostra a foto.

Fátima dá para tudo (3)

 Crónica de Frei Bento Domingues 



1. Fátima pode dar para tudo, mas não dá para todos! Mesmo a preços loucos, já é impossível arranjar onde dormir de 12 para 13, do próximo mês de Maio. Um antigo colega da Escola Apostólica telefonou-me indignado com esse tipo de observações: um verdadeiro peregrino não vai a Fátima para dormir. Vai para se sacrificar e rezar. Penitência e oração é o programa que os pastorinhos transmitiram, como pedidos de Nossa Senhora. Lembrou-me ainda como também ele e eu, pelos finais dos anos 40 do século passado, aguentamos várias vezes, ao relento, com um cobertor, a noite fria de 12 para 13. Quem é capaz de fazer centenas de quilómetros a pé também pode substituir alguns por uma noite ao relento. Agora, comercializada e aburguesada, tem de seguir a prática da lei da oferta e da procura. O turismo religioso é um negócio muito antigo no qual o substantivo e o adjectivo se ajudam numa tensão fecunda. É sabido que Jesus Cristo não gostava nada desse comércio. Os quatro evangelistas narram, por esse motivo, a sua indignação no átrio do Templo de Jerusalém: “Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas nos seus postos. Então, fazendo um chicote de cordas, expulsou-os a todos do templo com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas pelo chão e derrubou-lhes as mesas; aos que vendiam pombas, disse-lhes: Tirai isso daqui. Não façais da Casa de meu Pai uma feira [1].

sexta-feira, 3 de março de 2017

Frederico Lourenço: O Lugar Supraceleste

Ludwig van Beethoven cantou esse lugar




Comecei a pensar em ler algo do multifacetado Frederico Lourenço quando iniciei a leitura do Novo Testamento da Bíblia, uma tradução do grego, com apresentação e notas de sua autoria. Pouco ou nada tinha lido, não por qualquer razão especial, mas apenas porque não tenho capacidade para comprar e ler muito do que é editado. Certo dessa minha lacuna e do desejo de o ler, um filho meu teve a gentileza de me oferecer O Lugar Supraceleste, uma obra constituída por crónicas em que o autor nos oferece muito da sua grande cultura, enriquecidas por vivências a vários níveis, passando pela música, pela filosofia, pelas artes, etc. E devorei uma a uma acolhendo delas o que me soube melhor.
O título era, à partida, estranho, e só no fim, na última crónica, vem a razão da sua opção que deu título ao livro: O Lugar Supraceleste, que não posso nem deve transcrever muito do que disse por motivos que se prendem com direitos de autor. 
No entanto, ninguém me levará a mal, penso eu, se disser que Frederico Lourenço pega em Platão, um filósofo quase sempre presente no seu pensamento e escrita, para o citar quando diz que ele teve «o desplante de chamar à filosofia a mais alta forma de música», juntando depois «injúria aos insultos já lançados contra os poetas ao queixar-se de que nenhum poeta alguma vez conseguiu cantar o lugar supraceleste que está para lá da abóbada do céu». Depois, ao lembrar que Platão viveu em Atenas no século IV antes de Cristo, diz que ele «não pôde estar presente em Nova Iorque no ano 2000, no dia em que Mikhail Pletnev interpretou a última sonata para piano de Beethoven no Carnegie Hall». Frederico Lourenço conclui assim: «Se Platão lá tivesse estado, teria percebido que a filosofia NÃO é a mais alta forma de música: a música é que é a mais alta forma de filosofia. E, ao ouvir a Arietta desta sonata tocada por Pletnev, o inimigo dos poetas teria sido obrigado a reconhecer que um poeta, pelo menos, cantou esse lugar supraceleste: Ludwig van Beethoven.»

Fernando Martins

Francisco: um quase-testamento 1

Crónica de Anselmo Borges 
no DN



«É o dinheiro que governa o mundo. 
Mesmo em muitas igrejas!» 

1 - Professor em Harvard, Harvey Cox, pastor baptista, é um dos mais conceituados especialistas na análise do fenómeno religioso no mundo moderno e contemporâneo. Concedeu recentemente uma entrevista a José Manuel Vidal.
Qual é o futuro da fé? A fé tem futuro? Resposta: "Sim, porque julgo que os seres humanos são criaturas que por natureza procuram a fé, o significado, os valores. Isso é o que procuramos - encontramo-lo de diferentes modos, com expressões diversas -, mas a busca da fé não desaparecerá enquanto continuarmos a ser seres humanos. Haverá diferentes expressões da fé. Por isso, como cristãos, temos de preparar-nos para esta diversificação de diferentes caminhos. No entanto, a fé, essa, sem dúvida, continuará. Creio que estamos perante um período de crescimento do cristianismo, não tanto no Ocidente - Europa, Estados Unidos -, mas no Sul global. Aí é onde está o futuro da minha fé, o cristianismo. Julgo que aí é onde o seu futuro será mais forte".
A entrevista girou sobretudo à volta do Papa Francisco, sobre quem Harvey Cox falou de modo entusiasta e elogioso. "Sim, sou um grande admirador de Francisco. Penso que até agora fez coisas maravilhosas. Impressionou-me muito da vez em que estive com ele. É um dom para a Igreja Católica, para todas as igrejas..., um dom para todo o mundo. É uma pessoa extraordinária, e rezo por ele. Sei que tem oposição - uma oposição forte e séria - e julgo que precisa que o apoiemos."
Onde estão os inimigos dele: dentro ou fora da Igreja? "Nos dois lados. Mas os mais perigosos estão dentro, porque ocupam postos de poder. Alguns são bispos, até cardeais, e outros, teólogos... Podem fazer-lhe a vida muito difícil e impossibilitar que faça o que julga que Deus quer. Mas é muito bom no trato com as pessoas: primeiro, de modo suave, e também com mão dura, quando é preciso. Espero que tenha êxito."

Jesus recusa dar provas de ser filho de Deus

Reflexão de Georgino Rocha

Jesus no deserto
«A quaresma está em curso. 
A alegria da Páscoa já se pode saborear»

Recém-baptizado, Jesus encaminha-se para o deserto, lugar tradicional de grandes desafios, de êxitos e fracassos. Já o povo de Deus no regresso do Egipto o havia experimentado: percursos cansativos e longos, sede e fome, sensação de abandono, perigos de morte e tantas outras ameaças à vida e à confiança em Moisés, seu guia providencial. As provações da travessia proporcionam um tempo de paciente espera, de atenção solícita e de sentido dos pequenos passos na longa caminhada. Assumindo este “fio” histórico, Jesus vive no deserto uma experiência original: a de provar que é verdade o que declarou a Voz vinda do Céu, aquando do seu baptismo: “Tu és meu Filho amado, em Ti pus as minhas complacências”. (Mt 3, 17).

O tentador insiste por três vezes neste ponto crucial. Não o intima a deixar de ser Filho, mas a dar resposta a três provas vitais que dizem respeito aos meios a usar para fazer aquela demonstração. Seria tão fácil saciar a fome, transformando pedras em pão; credenciar-se na sua filiação, fazendo uma acção espectacular na esplanada do Templo; poder exercer o seu senhorio sobre o mundo, realizando um simples gesto de adoração. Tudo tão fácil e sedutor. Tudo apoiado na força da palavra da escritura. Tudo ao serviço da sua reconhecida missão. E a voz a segredar aos ouvidos da liberdade: “se és filho de Deus, se és”.

quinta-feira, 2 de março de 2017

"A Senhora de Maio - Perguntas sobre Fátima"

Um livro de António Marujo e Rui Paulo da Cruz


«Uma «publicação mansa», mas não «um livro pacífico»: é nestes termos que a escritora Lídia Jorge qualifica o novo livro "A Senhora de Maio - Todas as perguntas sobre Fátima", dos jornalistas António Marujo e Rui Paulo da Cruz.
«Um livro como este cumpre o que há muito tem vindo a faltar: a tentativa de serenar ânimos tão diversos que vão desde o negacionismo escarninho de uns até ao fanatismo arcaico de outros, passando pelo vasto número daqueles que, do ponto de vista espiritual e teológico, gostariam de ver reaberta a questão», refere no prefácio do volume editado em fevereiro pela Temas e Debates.
Lídia Jorge defende que os autores «não pretendem infringir os limiares das convicções religiosas de quem quer que seja ao colocarem todas as perguntas sobre Fátima, antes através delas parecem sugerir que se deve abrir um dossiê fechado» até hoje.»

Ler mais aqui

GDG — Sede do Futsal

Sede do Futsal
Esta é a sede do Futsal, um departamento do Grupo Desportivo da Gafanha (GDG). Tem sinais de estar na fase de acabamentos da construção e cheira a novo. Fica ao lado da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré. Congratulo-me com a dinâmica do nosso clube, um dos mais representativos da região. E também gosto de saber que as secções do GDG sentem necessidade de possuir espaços próprios, onde seja possível guardar os seus arquivos e demais pertences, mas ainda onde dirigentes, associados, atletas e treinadores possam estudar estratégias e conviver. Os meus parabéns.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Uma Colher de Conversa com… Teresa Reigota


Teresa Reigota
no Espaço da Maior Idade,
Gafanha da Nazaré,
sexta-feira, 3 de março,
14h30


A Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) vai dar início na próxima sexta-feira, 3 de março, no Espaço da Maior Idade, Gafanha da Nazaré, pelas 14h30,  a uma nova rubrica intitulada “Uma Colher de Café com...”, especialmente dirigida aos seniores inscritos nos Espaços Maior Idade, mas aberta à comunidade sénior em geral. A CMI anuncia, assim,  uma nova rubrica, na esperança de que o nosso povo, livre de tarefas profissionais ou mesmo do que ainda trabalha, possa participar. 
Porque recordar é viver, estas iniciativas proporcionam, garantidamente, não só uma boa maneira de evocar o passado, mas também se alinha um ponto de partida para novas envolvências na área da pesquisa do que os nossos avoengos fizeram e nos legaram. 
A convidada, Teresa Reigota, é a pessoa ideal para esta sessão e outras, já que muito tem estudado e divulgado sobre o viver dos nossos antepassados.

Sobre o seu primeiro livro escrevi  aqui

Hoje acordei com o tempo assim



Hoje acordei com o tempo assim. Chuviscos, nuvens ameaçadoras, sol perdido, frio cortante (pelo menos para mim!) e natureza triste, talvez ansiosa pela primavera que ainda tarda. Apesar de tudo, aceitei o ciclo natural da vida. Outros dias virão. Melhores, espero eu.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Longevidade e envelhecimento

Um trabalho de Manuel Villaverde Cabral



«A bênção do aumento da esperança de vida exige políticas públicas de apoio a um envelhecimento activo e saudável, o que implica uma reestruturação radical do processo de educação-trabalho-reforma.»

Nota: Esta é mais uma reflexão que deve interessar a toda a gente, jovem e menos jovem. Se é verdade que a esperança de vida, em franco crescimento, reflete o avanço de diversas ciências e um mais elevado nível de vida, também não podemos esquecer os problemas que advêm dessa situação. Mas o melhor é ler o artigo de Manuel Villaverde Cabral

Férias Divertidas para crianças e jovens

Uma iniciativa da CMI



«As Férias Divertidas vão regressar na Páscoa entre os dias 5 e 7 de abril (1.º período) e 10 e 13 de abril (2.º período), destinando-se a crianças e jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos.
A ocupação dos tempos livres através da realização de atividades de caráter pedagógico, desportivo e lúdico constitui uma mais-valia para os mesmos, transmitindo-lhes valores importantes enquanto cidadãos. A generalização da prática desportiva junto da população jovem é um fator essencial na melhoria da qualidade de vida e fundamental na formação pessoal, social e desportiva.
Atenta a esta realidade, a Câmara Municipal de Ílhavo continua a promover a realização de programas de ocupação dos tempos livres em períodos de férias escolares, por forma a disponibilizar soluções adequadas e educativas para a ocupação dos jovens munícipes.»

Ler mais aqui 

Nota: Gosto de divulgar estas iniciativas por razões que se prendem com a formação integral das crianças e jovens. Deixá-las na rua, com pais nos seus empregos, pode ser muito perigoso para os futuros homens e mulheres que nos hão de continuar neste mundo por vezes tão agressivo. 

Para afugentar o stresse


Neste dia de Carnaval, com alegria a rodos para imensas pessoas, haverá outras tantas que não vão nessas folias. Uma forma de afugentar o stresse pode levar muita gente a buscar no mar refúgio para desopilar. Sentados ou de pé, olhando o infinito, com a praia quase deserta a seus pés, é opção reconfortante. 
No fim da caminhada, o mar é, garantidamente, um desafio e uma preciosa ajuda para quem aprecia a natureza. Alguma agitação das águas, em pleno Inverno, oferece ao passante um espetáculo raro de espumas que tentam saltar das águas salinas. Tudo para ver. Tudo para meditar.

Visita à base Aérea de S. Jacinto

Crónica de Maria Donzília Almeida

Capela

Entrada - Prof. Carlos

Avião

Mancebos

Paraquedistas 

Os aviões sempre me fascinaram, desde os meus tempos de menina, em que os ouvia atroando os ares, nas nossas Gafanhas, em acrobacias aéreas, vindos da Base de S. Jacinto. Era para a minha tenra idade, um mistério como aquela grande máquina se segurava no ar, qual gaivota de asas abertas sulcando o céu.
Tal como Ícaro que quis voar com asas de cera, também eu tinha voos altos e os aviões seriam um meio de os concretizar. Lembro, até, uma fuga clandestina à capital, para quebrar a monotonia da vida académica de Coimbra. A irreverência da juventude que protagoniza destas proezas! No programa desse fim de semana, para além do convívio com amigos conterrâneos e duns passeios por Lisboa, também houve uma visita ao aeroporto, simplesmente para mirar os aviões…e os pilotos.
Neste dia, integrei um grupo de seniores da US, para uma visita guiada ao Regimento de Infantaria N.º10.
A viagem foi feita numa lancha que ia à pinha, num dia soalheiro, quase primaveril. À nossa espera, num restaurante local, havia uma soberba caldeirada de peixe, que só os nossos conterrâneos sabem fazer. Estava um pitéu!

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Fátima dá para tudo (2)

Crónica de Frei Bento Domingues 




O que atrai os peregrinos é o testemunho 
de algo fantástico reconhecido como sagrado

1. Em conversa com um amigo, a propósito da recente avalanche de escritos sobre Fátima, ele defendia que o mais sólido e resistente capital simbólico português do século XX-XXI nasceu de dois fenómenos quase simultâneos e completamente diferentes: o dos heterónimos de Fernando Pessoa e o dos pastorinhos da Cova da Iria. Um é poético e o outro é religioso. A figura mais emblemática e enigmática da Poesia, que goza de um crescente reconhecimento internacional, é Fernando Pessoa. A Religião que atrai milhões, com pretensões a “altar do mundo”, é Fátima. 
Essa observação talvez não seja apenas megalomania e nostalgia de um império perdido, mas é uma abordagem que excede os propósitos desta crónica. É verdade que tanto o referido fenómeno poético como o religioso surgiram na mesma época, mas o Desassossego de Fernando Pessoa - reconhecendo que “a vida é uma metafísica às escuras com um rumor de deuses e o desconhecimento da rota como a única via” - nunca tomou o caminho de Fátima e a religião de Fátima nunca se encontrou com a grande Poesia nem com o questionamento metafísico [1]. 
Seria, no entanto, muito precipitado concluir que o fundo da experiência religiosa seja incompatível com a ciência, a filosofia e a arte. Sobre essa problemática, Einstein pronunciou-se de um modo que merece atenção: 

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Bom Carnaval para todos



Amanhã e na terça-feira haverá Carnaval para muitíssima gente. Antecede a Quaresma, período em que os cristãos vivem mais concentrados na essência da fé que os anima. No final desse período de oração, reflexão, renúncia ao supérfluo e partilha com os mais pobres dos pobres teremos os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa dar-nos-á alento para uma vida alicerçada na Boa Nova.
Então, o Carnaval servirá para muitos como libertação de pressões e preocupações, ao jeito de nos vermos livres para a caminhada quaresmal de 40 dias. E nesse sentido, acho bem que o povo se divirta, brinque, goze o prazer da alegria, cante e dance e critique sem azedume mas com piada quem se esquece dele ou só dele se lembra para pagar impostos e nas vésperas de eleições. 
Bom Carnaval para todos.

Para ler ao domingo: Um pouquinho de história

Casamentos da Família Real Portuguesa:
negócios, rituais, raptos e (talvez) amor.


Ana Leal de Faria, Ana Maria S. A. Rodrigues e Manuela Santos Silva @Henrique Casinhas/Observador

Três professoras de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa analisaram os casamentos da monarquia portuguesa. Há negócios, política, rituais, guerras, raptos. Amor? Ninguém sabe.
Uma entrevista conduzida por Rita Porto no Observador 

Nota: Digo em título que é uma leitura para um domingo porque estamos normalmente um pouco mais livres. Digo também que é um pouquinho de história, mas acrescento que não faz mal a ninguém, sobretudo quando somos bombardeados por tanta coisa que nos incomoda. Garanto que este bocadinho da nossa história até talvez nos deixe um pouco mais descontraídos. Bom domingo para todos.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

"Malhapão Rico — Confidências à Sombra do Sobreiro"

Um livro de Aida Viegas



PARTILHA 

Precisava de alguém p’ra partilhar
A alegria que trago no meu peito
Precisava de alguém a quem contar
Que tudo agora corre do meu jeito.
Precisava de abrir meu coração
Ver brilhar outros olhos de alegria
Ver sorrir outro rosto de emoção
Ter mil amigos a fazer-me companhia.
Mas... estou quase só. Todos estão ocupados.
Ocupados por virtude ou por defeito.
Bebo sozinha, estou quase embriagada
Tanta emoção já não cabe no meu peito,
Tanta ventura já transborda em minha taça.
Assim não vale. Assim não sabe a nada.
Beber sozinha a alegria, não tem graça.

                        Aida Viegas
                        14/9/9

Ataques a Francisco e a sua fé e coragem

Crónica de Anselmo Borges 
no DN



Poderia Trump reunir-se com Francisco, 
aquando da cimeira do G7 na Sicília 
nos dias 26 e 27 de Maio?

1- Causa admiração o à-vontade com que Francisco está e fala. Ainda há dias foi a uma paróquia de Roma e deixou que crianças fizessem selfies com ele e lhe colocassem perguntas, do género: "Paga-se para ser Papa?" Resposta: "Os cardeais juntam-se, falam uns com os outros, pensam... falam entre si sobre as necessidades da Igreja... Todos votam e o que tiver dois terços dos votos é eleito Papa", acrescentando que "é um processo com muita oração" e que os "candidatos" ao lugar "não têm de pagar, não há amigos que empurram, não, não...". "No meu caso, quem pensais que era o mais inteligente do Conclave?", perguntou, divertido. "Você", responderam os miúdos. E ele: "Nem sempre os cardeais elegem o mais inteligente. Talvez o eleito não seja o mais inteligente nem o mais astuto ou o mais disposto a fazer o que é preciso. Mas é o que Deus quer para este momento da Igreja." Depois, "o Papa vai morrer como todos os outros ou retirar-se, como o grande papa Bento, e outro virá, que será diferente, talvez mais inteligente, ou menos, não se sabe".
E fez algumas confidências. "Passei por alguns momentos difíceis. Quando tinha 20 anos, estive à beira da morte com uma infecção, e tiveram de me tirar uma parte de um pulmão. Todos temos momentos difíceis na nossa vida. A vida é um dom de Deus, mas também tem momentos maus, que é preciso superar e seguir em frente", lembrou. "Na vida, há dificuldades, sempre. Mas não vos deixeis intimidar, porque as dificuldades superam-se com a fé, com a força e com a coragem."

Dinheiro ao serviço de quem Deus ama

Reflexão de Georgino Rocha



“Que o Senhor nos dê a graça da ‘santa vergonha’ 
diante da tentação da ambição que envolve todos, 
inclusive os bispos e as paróquias”

Papa Francisco 

Jesus quer que os discípulos tenham critérios firmes no desempenho da missão que lhes vai confiar. E ao longo da sua vida pública pronuncia sentenças de sabedoria, faz ensinamentos de ética relacional, abre horizontes à novidade do Reino de Deus já presente nas realidades humanas, embora ainda não em plenitude. Dá-lhes indicações sobre o comportamento de uns com os outros, a vida no seio da comunidade e a presença activa na sociedade/mundo. E deixa-os sempre com a liberdade de escolha, advertindo para as consequências da sua opção.

Mateus, o evangelista do Sermão da Montanha, acentua a dimensão de serviço que é inerente a toda a pessoa e está presente nas decisões e no agir. Querendo visualizar a mensagem recorre à imagem de “dois senhores”, extraída da experiência humana e acessível aos ouvintes/leitores. Nela representa Deus e o dinheiro. E como ninguém consegue servir a ambos ao mesmo tempo e com a mesma dedicação, também quem quiser segui-lo tem de fazer escolhas, dar o valor adequado a cada um deles, ter prioridades, centrar o coração, ser coerente.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Bar do Jardim 31 de Agosto a concurso



A CMI  deliberou proceder à abertura de concurso para a “Cessão do Direito de Exploração do Bar do Jardim 31 de Agosto e estrutura de apoio constituída por armazém e sanitários”, tendo como renda anual base de 3.600,00 euros e por um período de 5 anos.
Os interessados deverão enviar as propostas por correio para a Câmara Municipal de Ílhavo, Avenida 25 de Abril, 3830-044 Ílhavo, ou proceder à entrega das mesmas no Gabinete de Atendimento Geral da CMI até às 16h00 do 10.º dia a contar da publicação do anúncio em Diário da República.

Fonte: CMI

NOTA: Embora não seja grande frequentador de bares e cafés, reconheço que um jardim ou largo precisa de um espaço onde possa tomar-se um café, beber uma cerveja ou saborear um sumo. Faz parte dos hábitos de muitos, sobretudo quando o sol brilha, a criançada se diverte ou os mais idosos conversam  descontraidamente. 
Faz-me pena ver o bar fechado quando passo por ele em horas da caminhada possível, sem vivalma em amena cavaqueira, desfrutando de uma paisagem onde reina a diversão dos mais novos no parque infantil ou nos campos de ténis, mas também o silêncio dos mais velhos sentados nos bancos, decerto evocando tempos que não voltam.
Venha daí o bar quanto antes, por favor. 

Os donos do regime e os que os comentam

A propósito do "Prós e Contras" 
de segunda-feira



«Como é sabido, as boas notícias não são notícia e, como ficou patente naquele debate, já há boas notícias, embora não suficientes, no que respeita à tentativa de ultrapassagem das questões da periferização dentro do país. Percebo que não seja muito "sexy" ver os mais populares programas televisivos "raptados" de Lisboa, da agenda da capital, desse mundo que vive entre os jornais e os deputados, entre os donos do regime e os que os comentam.
As televisões, como se queixava com razão uma participante, mostram ainda o interior como um espaço de tipicismo rural, decadente, feito de clichés de aldeia, de cabelos brancos e de uma simplicidade amável parada no tempo, para a qual alguns olham com paternalismo complacente.»

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NOTA: O autor deste texto, Francisco Seixas da Costa, tem carradas de razão. Partilho inteiramente as suas considerações. Há muito que defendo que as boas notícias devem ter prioridade na comunicação social, mas raramente ocupam os espaços nobres de alguns dos nossos jornais, televisões e rádios. Alguém me dizia, há dias, que uma ação cultural não era notícia. Seria notícia, digo eu, a chegada de um craque (?) do futebol, ou de um pândego sem habilidade ao menos para nos fazer rir. E assim vai um jornalismo que vive do crime, do futebol, do acidente na estrada e dos donos do regime e dos seus comentadores.

O SILÊNCIO DE DEUS

Uma reflexão
por Walter Osswald

«A questão primeira é esta: é moralmente superior manter a adesão à fé e à religião, sejam quais forem as consequências para si próprio e, por arrasto, para outros, ou, pelo contrário, sacrificar-se e condenar-se, a fim de salvar outros?»

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O asseio é sempre bonito

Praceta de Ribeira Grande, Açores

O asseio é sempre bonito e eu gostava de o ver por cada canto da nossa terra. Apreciem, por favor, a praceta limpa com flores em taças que respiram o cuidado que se tem com elas. Não vi por ali pontas  de cigarros pelo chão, papéis ao sabor do vento, ramos apodrecidos nas esquinas. Nem uma pétala topei no empedrado  que denunciasse descuido. Tudo como se a terra fosse uma sala de visitas em dia de festa.  E o casario até parece que foi pintado minutos antes da nossa passagem... Por que razão não sabemos lutar por uma Gafanha da Nazaré asseada? 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

AÇORES — Para não esquecer


Navio-Museu Santo André vai amanhã para a NAVALRIA

Depois das obras de manutenção e de beneficiação, 
reabrirá ao público em abril



O Navio-Museu Santo André vai ser rebocado amanhã à tarde para os estaleiros da NAVALRIA, S.A. onde, até ao final de março, será objeto de trabalhos de manutenção regular e de beneficiação, num investimento de 87.366,00 euros + IVA.
Após esta intervenção, o Navio-Museu Santo André reabrirá ao público em abril, apto a valorizar a celebração dos 80 anos de vida do Museu Marítimo de Ílhavo. Assim reza uma nota da CMI. A mesma nota lembra, ainda, que o Arrastão Santo André tem sido, nos últimos 15 anos, um elemento precioso para perpetuar a memória da Pesca do Bacalhau, tendo já sido visitado por cerca de 380 mil pessoas.

Fonte: CMI

ÍLHAVO — Conversas sobre Património I


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