sábado, 29 de agosto de 2009

Faleceu Claudete Albino

Chegou-me hoje a informação do falecimento de Claudete Albino, esposa do meu bom amigo Gaspar Albino. A morte nunca é esperada e longe estava eu de receber esta triste notícia. A dor, seja para quem for, não pode ser ignorada, sobretudo pelos amigos. O seu funeral será na próxima segunda-feira, pelas 11 horas, na capela funerária da Misericórdia de Aveiro.
Muitos gafanhões devem recordar a professora Claudete que leccionou, no início da sua vida profissional, na Escola da Cambeia. Depois, mais tarde, licenciou-se em Direito. Porém, a sua grande paixão, tanto quanto fui percebendo, foi a cultura artística. Pintava com grande sensibilidade, mas também fotografava com arte.
Recordo que a artista Claudete organizou, com o marido, também artista multifacetado, a primeira exposição de artes plásticas, promovida pela Comissão Diocesana da Cultura, tendo notado, nessa altura, a sua capacidade de diálogo e a sua visão para levar por diante um trabalho com muita qualidade.
Acompanho na dor os seus familiares, em especial o meu amigo Gaspar Albino, na certeza de que ele sabe que voltará a estar com a sua Claudete, um dia, no seio da paz de Deus.

Fernando Martins

A tentação do cristianismo

Na França, talvez o país europeu mais laico, não há receio de debater, ao mais alto nível e publicamente, com a participação de alguns dos filósofos hoje mais influentes, a questão da religião e, concretamente, do cristianismo. Assim, realizou-se na Sorbonne, em 2008, um debate sobre o tema em epígrafe, de que resultou um livro, acabado de editar, com o mesmo título: La tentation du christianisme. É que - lê-se na introdução - não se pode esquecer que "a religião foi durante muito tempo a nossa cultura e continua a sê-lo, mesmo sem darmos por isso. Sem uma reapropriação lúcida e esclarecida dessa herança, é grande o risco de ver ressurgir os demónios do passado": os fundamentalismos e "um materialismo hiperbólico". A filosofia leva consigo três perguntas fundamentais, como disse Kant: Que posso saber?, que devo fazer?, que me é permitido esperar? No fundo, o que as atravessa é a questão do Homem e do sentido da existência. Há uma teoria, que responde à pergunta pela realidade global enquanto lugar onde se joga a existência humana. Há uma ética, que pergunta pelas regras do jogo. A terceira pergunta tem a ver com a finalidade do jogo e a salvação: o quê ou quem nos salva da finitude e do temor da morte? Segundo Luc Ferry, antigo ministro da Educação da França, para perceber como é que o cristianismo se tornou chave da cultura ocidental, não há como compará-lo com a filosofia grega e, nomeadamente, o estoicismo, no quadro das três interrogações apontadas. De facto, o cristianismo operou uma revolução nos três aspectos: teórico, ético e soteriológico. Em primeiro lugar, uma revolução no plano da teoria. Na perspectiva grega, o cosmos é theion, isto é, divino, e também Lógos, "lógico", racional, derivando daí a ética: o bem, para os estóicos, era a justeza, isto é, estar ajustado à ordem do cosmos. Na perspectiva cristã, o Lógos divino encarna numa figura humana, Jesus, como diz o Evangelho segundo São João: "No princípio era o Lógos, o Lógos era Deus e o Lógos fez-se carne (Homem)". Deparamo-nos então com uma dupla revolução, ontológica e epistemológica: "O ser supremo, o divino, deixa de ser uma estrutura anónima e cega para tornar-se uma pessoa; o modo de apreensão ou de conhecimento do divino já não é essencialmente a razão, mas a fé." É fundamentalmente com a fé-confiança que se vai ao encontro das pessoas. Daqui, deriva uma revolução ética. A cosmologia grega implicava um mundo hierarquizado e aristocrático, confundindo-se a dignidade moral com os talentos naturais. O cristianismo apresenta o escândalo de um Deus encarnado numa figura humana frágil e, agora, o valor moral já não provém dos dons naturais, mas da liberdade: pense-se na famosa parábola dos talentos - afinal, o decisivo não são os talentos recebidos, mas o que deles se faz. Assim, a infinita dignidade da pessoa humana e a igualdade radical de todos vieram ao mundo pelo cristianismo e "todas as morais democráticas, sem excepção, são directamente suas herdeiras". Finalmente, uma revolução soteriológica. Se o divino já se não confunde com a estrutura cega e anónima do mundo, mas encarnou, identificando-se com uma pessoa concreta, a salvação muda de sentido, tornando-se uma promessa e um compromisso de Cristo, de uma pessoa com outras pessoas, portanto, "um assunto de intersubjectividade, não de mundanidade". Deus em Cristo "ocupa-se de cada um em pessoa e pessoalmente" e dá-lhe a vida eterna, na ressurreição: "Poder reviver e reencontrar depois da morte os que amamos - vamos reencontrar a pessoa amada com o rosto do amor. A promessa é, evidentemente, grandiosa. É aqui que se encontra o coração do coração da tentação cristã, da sedução que o cristianismo exercerá sobre os homens." Luc Ferrry não crê, porque "é demasiado belo para ser verdade". Outros, porém, acreditaram e acreditam, precisamente porque o cristianismo mostra a sua verdade na sua correspondência com o dinamismo mais fundo do ser humano. Cabe a cada um decidir. Anselmo Borges

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

D. Hélder Câmara morreu há dez anos

Completaram-se ontem dez anos sobre a morte de D. Hélder Câmara, o Bispo que mostrou ao mundo um outro modo de olhar o homem sofredor. Tive o grato prazer de o ouvir, há anos, na Sé de Aveiro, cheia como um ovo, em cerimónia simples presidida por D. Manuel de Almeida Trindade. D. Hélder dirigiu a quem estava uma mensagem simples e fraterna, habitual na sua pessoa. Ficou no meu espírito a ideia de um homem de fé, que acreditava numa justiça social assente na Boa Nova de Jesus Cristo.
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Crónica de Férias: Reencontro

Carla Bruni com Sarkozi
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E não disse alguém que
o melhor do mundo são as "adoráveis criancinhas"?
Foi num dos seus habituais passeios de bicicleta, nesta planície, ensolarada e abraçada pela ria, que se encontraram. Uma lojinha do comércio local, onde as pessoas ainda contam como tal e estabelecem relações de boa convivência, foi o cenário deste insólito episódio. Deparou com aquela cliente a procurar as peças de joalharia que mais lhe convinham, como souvenirs da sua estadia na terra natal. Os seus entes queridos que haviam ficado em terras de Sarkozy/Carla Bruni, o casal mediático que anda nas bocas do mundo, decerto aguardavam com expectativa, as surpresas que iriam de avião, para chegarem mais depressa ao seu destino. Sem qualquer assunto específico ou importante, entabularam conversa e sem mais nem p’ra quê, o tema versava a preservação do ambiente. Ouvia-a deliciada, defender com unhas e dentes, o ambiente e as formas como colaborava e se empenhava para fazer valer os seus princípios. Pasmava como aquela criatura preconizava a utilização mínima dos sacos plásticos, que, na sua opinião, deveriam ser pagos nos supermercados. Era uma posição vanguardista e, também, algo polémica, mas arrebatava o anuimento desta veraneante. Era tal a convicção com que debatia e defendia as suas posições que até, numa sugestão ali dada, para reduzir o consumo dos famigerados sacos plásticos, declarava que usava uma bacia para trazer o peixe, quando o comprava à beira de sua casa. Dentro da carteira, havia sempre um saquinho desdobrável para o que desse e viesse e num ímpeto de demonstração da sua eficácia, pega nele e oferece-o àquela ilustre desconhecida! Admirável, como encontrava uma pessoa que partilhava, tão cabalmente, os seus princípios ecológicos. Palavra puxa palavra, até que se identifica como professora e mais... como tendo sido aluna da sua interlocutora. Um abraço bem apertado selou e fez reviver a amizade de outros tempos, numa época em que eram ambas muito jovens, com apenas 3 anos de diferença na idade. Depois de uma troca efusiva de palavras, num revivalismo de épocas passadas, nos bons velhos tempos em que caminhavam na construção e realização dos seus sonhos, dá-se um flash de memória. Aquela cliente, residente em França, faz a retrospectiva da sua vida passada, relatando os passos mais marcantes do seu percurso docente. Encontra-se em França, a leccionar Português aos filhos dos emigrantes, numa licença concedida para o efeito. Aqueles Portugueses, apesar do enorme esforço de aculturação, ainda conseguem ter disponibilidade mental para transmitir aos filhos a língua pátria que os viu nascer. Mérito, muito mérito nesta atitude de transmissão da sua língua-mãe, que, apesar de já não ser a dos seus filhos, ainda tem peso de bilinguismo. E... não está provado que quantas mais ferramentas um jovem possuir para enfrentar a vida, mais probabilidades tem de sucesso? O acervo de línguas também entra nesse cômputo. E... poliglota é a ambição de muitos e foi, durante algum tempo, um sonho acalentado pela autora destas linhas. Que bom é podermos compreender os nossos irmãos de paragens exóticas, no seu linguajar, sem precisarmos de intérpretes ou de qualquer ajuda exterior. Revelam, apenas, um sinal de inteligência, estes emigrantes, que se demarcam daqueles, que noutras épocas vinham passar as vacanças a Portugal e construir a maison dos seus sonhos numa evidência de novo-riquismo balofo. Falavam Francês, em público, com os seus rebentos, como forma exibicionista de demonstrarem que já tinham andado por outras paragens e, quiçá, fazerem crer do sucesso alcançado na vida. Revelou à sua antiga teacher, no tom brejeiro e decidido, marca da sua personalidade, que em breve iria para a retraite. Comungava da opinião de muitos docentes que estão desencatados com as políticas educativas, praticadas neste país e que nos últimos tempos têm feito correr rios de tinta. Que não, que ainda não sentira vontade... de lhe seguir os passos para a retraite..., apesar da onda de descontentamento que varre a classe. Ainda se sente com genica e vai desfrutando do lado pitoresco da profissão, no contacto com uma faixa etária irreverente, sim, mas também muito espontânea e que lhe alimenta o seu espírito jovem. E... não disse alguém que o melhor do mundo, são as “adoráveis criancinhas”?
Mª Donzília Almeida 27.08.09

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Os dez nomes mais originais das listas às autárquicas

Se gostar de saber quais são os nomes mais originais das listas às autárquicas, veja aqui. Mas não se ria, porque o seu também pode ser original, sem saber.

Nem tudo se resolve a pensar


Laurinda Alves, na sua crónica de hoje, no i, diz, citando ETTY HILLESUM, a judia holandesa que esteve em campos de concentração, que "A pensar nunca resolvo o assunto. Não é a pensar que uma pessoa consegue sair de estados de alma difíceis. Nesse caso outra coisa tem de acontecer. Então, deve-se ser passivo e escutar. Estabelecer outra vez contacto com um bocadinho de eternidade."

Fim de Agosto: angústia para muitos professores

Fim de Agosto. Com ele vem sempre a angústia para milhares de professores do nosso país. Nunca sabem se serão colocados e onde. Se ficam na mesma escola ou se são atirados para longe. Se o que ganham dá para as despesas e se vale a pena abandonar a família, simplesmente para subirem uns pontos na lista, na esperança de um dia se aproximarem da sua residência habitual, junto dos seus. Nunca senti na pele e no espírito situações dessas, nem sequer imagino o sofrimento que isso provoca. Nunca soube o que foi viver na dúvida profissional e na incerteza de ter ordenado. Nunca experimentei abandonar a família para garantir o sustento. Portanto, tenho algumas dificuldades em me pôr no lugar dos professores deste tempo. Também não sei, com rigor, como é nos outros países da UE, os que estão connosco no mesmo barco. Só sei que não é humanamente aceitável, numa democracia que prega a justiça social, viver uma realidade, ano a ano repetida, de angústia sufocante. No final do mês de Agosto. Fernando Martins

Barquinho solitário

O barquinho solitário que vi um dia destes levou-me a pensar que às vezes mais vale estar só que mal acompanhado. Por estar só é que eu apreciei o barquinho. Se houvesse outros, quiçá maiores, nem daria por ele. E ali estava a viver solidão? Descanso? Abandono? Espera? Ou esquecido?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Passeios poéticos na Ria de Aveiro

Para os que ainda não tiveram o prazer de participar nos passeios poéticos na ria de Aveiro (Canal Central) e para aqueles que queiram repetir a experiência, propomos uma nova viagem no próximo dia 12 de Setembro, pelas 21h30m. Ponto de encontro: cais de embarque dos barcos moliceiros, em frente ao posto de Turismo da Rota da Luz. Tema: José Afonso. Todos poderão participar activamente lendo poemas de José Afonso ou muito simplesmente ouvindo e desfrutar do ambiente poético. Esta será a última viagem poética de 2009, organizada pela Livraria Buchholz, com a colaboração do Grupo Poético de Aveiro. Tem a particularidade de ser feita à noite e fazer parte das iniciativas de homenagem a José Afonso na cidade que o viu nascer. É grátis, mas sujeita a inscrições que serão feitas na Livraria Buchholz a partir de hoje. Se preferirem, poderei fazer as inscrições dos interessados. Inscrições limitadas a 30 lugares.

O teu rosto na varanda das memórias é feito de sol

NA VARANDA DAS MEMÓRIAS O teu rosto na varanda das memórias é feito de sol.
Sento-me no banco velho do jardim, e há palavras novas que se vêm sentar no meu regaço. Um pássaro cansado de céu pousa no muro do outono, e os meus olhos voam até ao sul, agitados e brilhantes, no sol do teu sorriso. Era o tempo das cerejas, e a idade dos rios correndo na euforia das tardes, até ao mar das palavras quentes. Elas diziam tanto… nada dizendo, afinal. Mas isso que era nada e era tudo bastava para o pôr-do-sol ser o horizonte dos teus olhos nos meus. E as cerejas eram sempre rubras, tão doces, tão maduras na idade. A cerejeira já não existe, mas eu permaneço na varanda. Sentada no sossego das lembranças, afago o sol no meu regaço, o sorriso do teu rosto.
Turíbia

Arrastão "Maria Teixeira Vilarinho"

A propósito do post sobre o arrastão "Maria Teixeira Vilarinho", recebi um esclarecimento do Ângelo Ribau, que publiquei no Galafanha. Pode ser lido para se ficar a saber a sequência das firmas ligadas a duas famílias.

Uma Ideia para Portugal

Barra de Aveiro
"O mar tornou-nos grandes no mundo. Temos a responsabilidade de olhar o mar na sua dimensão actual, de cuidar dele de forma coordenada e sustentada, aproveitando oportunidades económicas, potencial turístico e fontes energéticas. De o olhar como network marítimo, logístico e social. De o defender nas suas componentes naval e marítima."
Fernando Braz de Oliveira,
Comandante da Marinha Portuguesa
Fonte: Jornal i

Ainda as Uniões de Facto: para meditar...

Quinto e último: a enorme virtude do Estado consiste na capacidade de proteger os outros das nossas decisões individuais. Um pai canadiano não vê problemas em permitir que a sua filha de 13 anos dê a volta ao mundo em solitário num barco à vela. É uma família com dinheiro, unida. A protecção de menores, porém, decide até ao final deste mês se lhe retira a tutela da criança. Quem tem razão? Da mesma forma, a lei protege melhor os filhos de um casal do que a ausência dela. A questão não é a liberdade de quem quer viver junto - é a forma como isso afecta os filhos. Esta é a eterna luta na sociedade, e nada tem a ver com conservadorismo ou libertarismo - tem a ver com o facto de, para sermos verdadeiramente livres, alguém ter de medir se as nossas decisões livres afectam a liberdade dos outros.
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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Universidade de Aveiro promove férias de Verão

Ria da Aveiro (foto do meu arquivo)
A Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro programou uma semana repleta de actividades com ciência, destinadas a crianças dos seis aos 12 anos. Conhecer a biodiversidade da Ria de Aveiro a bordo de um moliceiro; cozinhar com fornos solares; provar biscoitos geométricos; participar em espectáculos de Química e Física, são apenas algumas das actividades propostas para a semana de 31 de Agosto a 4 de Setembro. As inscrições estão abertas.
Ler mais aqui

José Manuel dos Santos escreveu no EXPRESSO sobre Veneza

Veneza
A lista dos que aliaram o seu nome ao de Veneza é uma espécie de Almanaque Gotha do Espírito. Citar São Marcos, Marco Polo, Bellini, Palladio, Carpaccio, Ticiano, Tintoretto, Veronese, Montaigne, Shakespeare, Galileu, Monteverdi, Vivaldi, Tiepolo, Canaletto, Longhi, Goldoni, Guardi, Rousseau, Casanova, Sade, Da Ponte, Goethe, Mozart, Chateaubriand, Turner, Stendhal, Byron, Sand, Ruskin, Wagner, Nietzsche, Manet, Monet, Proust, Diaghilev, Mann, Stravinsky, Chanel, Morand, Pound, Heidegger, P. Guggenheim, Hemingway, Braudel, Sartre, Visconti, Losey, Highsmith, Solers, Agamben, Cacciari, Pamuk é ter a certeza de uma incompletude definitiva.
Ler toda a crónica aqui

Aveiro: Escola Diocesana de Música renova plano de estudos

A Escola de Música da Diocese de Aveiro está a renovar o plano de estudos para o ano lectivo que se avizinha. Boa oportunidade para quem gosta de música, em especial de música sacra, até porque as lições terão conteúdos e níveis equivalentos aos do Conservatório.

Caminhos...

Que caminho seguir? Dilema de todos os dias. Talvez de todas as horas. No momento da decisão, há que ter em conta o objectivo que se pretende atingir. De preferência, o caminho que nos conduz ao bem. No caso da imagem, a meta pode alcançar-se por ambos os caminhos.

O PS, Belém, e as uniões de facto

O Presidente da República, Cavaco Silva, vetou a lei do PS que pretende equiparar as Uniões de Facto aos Casamentos. O jornal i aborda hoje a questão no seu Editorial. Vale a pena reflectir sobre este tema e sobre outros, que são fraturantes na nossa sociedade de matriz cristã. A indiferença, neste como noutros casos, é sempre imprópria numa democracia que se pretende participativa e inclusiva.

Gafanha da Nazaré, velha senhora rejuvenescida

Ponte da Cambeia
Recordei aqui um texto, excerto de um outro que escrevi em 1985, sobre as Bodas de Diamante da Gafanha da Nazaré.

Mar Agosto 2009 - Festas do Município de Ílhavo

Costa Nova
A edição 2009 do Mar Agosto continua a fazer parte da vida do Município, com momentos diversificados de festa, música, cultura, tradição, desporto, entre outras, numa acção que é também de homenagem ao Sol, à Ria e ao Mar, à nossa História e, em especial, à Vida. PROGRAMA: 25 AGOSTO, Terça-feira 22 horas: Espectáculo com a Filarmónica Gafanhense, Largo do Farol, Praia da Barra 28 AGOSTO, Sexta-feira 22 horas: Grande Concerto de Verão, com LUÍS REPRESAS, Relvado da Costa Nova

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ruas da Gafanha da Nazaré: Rua Dr. Josué Ribau

Hoje falamos aqui de uma rua da Gafanha da Nazaré, que evoca um jovem, o Dr. Josué Ribau, que ainda está na memória de muita gente. E lembro que na nossa terra há muitos que, de alguma forma, "da lei da morte se foram libertando", como diz Camões.

domingo, 23 de agosto de 2009

Piqueniques: bons momentos vividos em família

Boa recordação que não quero perder
Os anos passaram e os interesses multiplicaram-se. A vida trouxe novos hábitos e a idade sugeriu comodidades, até aí sem peso para se imporem. As formigas e os mosquitos provocaram alergias, as mantas não eram acolchoadas e o chão nada tinha de mesa que se visse, para além dos tachos, pratos e talheres. Os piqueniques tiveram o seu fim quase por completo. Mas a saudade desses tempos, cheia de alegria, ainda me assalta, como boa recordação que não quero perder.

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sábado, 22 de agosto de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 146

BACALHAU EM DATAS - 35

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A BÊNÇÃO DOS BACALHOEIROS
Caríssimo/a:

1936 - «A primeira bênção [dos navios bacalhoeiros] foi protagonizada pelo Padre Cruz, passando depois a ser presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa e posteriormente – de 1941 em diante – pelo arcebispo D. Manuel Trindade Salgueiro.» Creoula, 16
«A bênção dos navios e tripulações da frota bacalhoeira, em Lisboa, é instituída pelo Estado Novo.» Oc45, 91

«No ano de 1936, a firma Brites e Vaz recebeu uma das “melhores construções portuguesas”, de então, saída das mãos de Manuel Maria Bolais Mónica, o lugre-motor, em madeira, de quatro mastros, BRITES. Este navio moderno, com 50 m de comprimento, deslocando 422 t, equipado com motor Deustcher de 300 CV, TSF, luz eléctrica, custou 600.000$00. Nele foram utilizadas as melhores madeiras brasileiras, riga, carvalho e pinho manso. O BRITES deslizou para a água acompanhado pelo hino nacional e sob as tradicionais palavras do Ministro da Marinha, comandante Ortins Bettencourt: “Em nome de Deus, da Pátria e do Estado Novo”. Por esta ocasião mestre Manuel Mónica viu reconhecido o seu trabalho na construção de muitos lugres para a frota mercante portuguesa, pois foi agraciado pelo Ministro do Comércio com a medalha de Mérito Industrial.» Oc45, 117

Abr19 - Manuel Maria Bolais Mónica recebeu a condecoração da medalha de Mérito Industrial e Agrícola.

«Entre 1936 e 1964, os navios velhos foram substituídos e construídos 83 navios novos. Destes, 67 foram construídos em estaleiros nacionais, entre os quais o CREOULA e o seu gêmeo SANTA MARIA MANUELA.» Creoula, 11

«Em 50 navios da pesca do bacalhau à linha no ano de 1936; lugres de madeira – só 1 de construção em aço-, 42 capitães de Ílhavo, 419 tripulantes (moços, cozinheiros e ajudantes), 1709 pescadores.» HDGTM,

FAROL – iluminação eléctrica (até esta data, a petróleo).

Manuel

Mais imagens de sonho dos mares gelados

Troll Fjord Spitzbergen
Seven Sisters
Aqui ficam, para contemplação, mais três fotos, gentilmente enviadas por José Vilarinho, dos seus cruzeiros nos mares do norte.

Crónica de Férias: Bacalhau

BOM APETITE SE DESEJA!
Nesta época estival, já alta, a um terço do fim, a meteorologia tem vindo a contentar, satisfatoriamente, os banhistas, que a esta zona balnear acorrem à procura de retempero para as suas fadigas. Vem mesmo a calhar este tempo ameno, que, no dizer do presidente do município, se deve, em parte, ao conluio/intercessão do pároco da freguesia. Este, num sorriso de bonomia, admite a sua quota parte de “culpa”, nesta tão agradável condição climática. Com efeito, foi agradecido a ambos, S. Pedro e prelado, a concessão de favoráveis condições meteorológicas, para a abertura/inauguração do festival do bacalhau. Tanto se tem trabalhado em prol deste fiel amigo, que por toda a parte se vêem sinais e motivos decorativos, alusivos ao pescado. Foi ele o mote para a realização dum convívio alargado a todo o município, nas famigeradas tasquinhas do bacalhau. Aí se degustam várias receitas do referido alimento, fazendo jus à tradição gastronómica portuguesa que sintetiza a sua riqueza e diversidade na parangona -100 maneiras de cozinhar bacalhau. À volta dele, se confraterniza em são e alegre convívio, onde, à mistura também aparecem salpicos de discórdia e inimizade. Aparece de tudo como na farmácia e apenas se comprova como as relações humanas são algo complexas. Neste contexto do bacalhau, que ocorre num tempo de descontracção e revigoramento da memória, em férias, vem à tona uma cena relacionada com o fiel amigo. Conta-se em círculos docentes, nomeadamente entre professores de Português, um episódio hilariante, que passo a narrar. Numa aula de Português, em que a professora abordava, pela rama, o texto poético, introduzindo noções muito elementares de métrica, rima, etc., deu como trabalho de casa a procura de uma frase poética. No dia seguinte, o Manelinho apresenta a frase: “O sol é grande, caem co’a calma as aves!” Muito bem! disse a professora. - Escolheste o poeta Sá de Miranda, do Cancioneiro Geral! E tu, Joãozinho, que dizes? "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”! Muito bem, menino Joãozinho, a tua frase vem a talho de foice, pois é altamente poética! - Ora muito bem, vamos agora ouvir o menino Zequinha. Com a fama que já vem de longe, retorquiu o aluno: "O canguru tem pelos no cu!" A professora, contrariamente, aos comentários feitos aos colegas, apenas disse: - Queres, sempre, ser diferente e disseste uma frase da tua lavra! Quiseste mostrar originalidade, mas não passaste de um engraçadinho! Não aceito a tua frase que viola as regras do decoro e boa educação! O menino Zequinha, cabisbaixo, ouve o raspanete e lá obedece à professora. No dia seguinte, toda a turma aguardava impaciente a grande revelação! A frase poética do menino Zequinha. Quando a professora o interpela, responde prazenteiro, na ponta da língua.
O canguru
tem pelos na beiça; Só não tem pelos no cu, porque a professora não deixa!
Dispensa-se qualquer comentário à resposta brejeira do puto. Numa situação semelhante, em que a autora se encontrava a dar o texto poético, numa turma desta idade irreverente, segue as pisadas da sua colega e também solicita o mesmo trabalho, como aplicação dos conteúdos leccionados. O aluno x, no seu fervor poético e querendo dar provas de que apreendera bem a lição, saiu-se com esta:
É Natal. É alegria. Vamos comer bacalhau Anda daí, ó Maria Se não, levas com o pau!
Para sua tranquilidade, não tinha ainda abordado, na aula, a polissemia da palavra... e ao puto, na casa dos 10 anos, nem sequer lhe perpassara pela cabeça... aquilo que certamente aconteceu com o leitor, de idade madura, brejeira e que numa de linguagem coloquial, sem carácter ofensivo, se designa de “mente poluída! Mas... nos Jardins Oudinot... há uma atmosfera limpa, com cheiro a maresia e... a bacalhau fantasiado de várias roupagens. Bom apetite se deseja!
M.ª Donzília Almeida 21 de Agosto de 2009

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