sábado, 21 de janeiro de 2023

CASA GAFANHOA MERECE UMA VISITA


A Casa Gafanhoa merece ser visitada por todos os gafanhões, mas não só. Sei que algumas escolas aproveitam as visitas para os alunos ficarem com uma ideia da vida de outros tempos, mas há muita gente que passa indiferente pela casa que foi de um gerente e sócio de uma empresa ligada ao bacalhau, Virgílio Ribau, cuja esposa, Maria Merendeiro, era agricultora.
As visitas podem ser feitas às quartas-feiras, da parte da tarde, ou a pedido.

Na imagem, pode apreciar-se o poço de rega, a sala do Senhor e a cozinha.

Contactos: 234 040 938 ou 911 599 733

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

EÇA DE QUEIRÓS PROFETA?


«Portugal tem atravessado crises igualmente más — mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não […] e os homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela política.»

Eça de Queirós, Correspondência (1891)

Publicado na revista LER há anos

JESUS ANUNCIA O DEUS DA MISERICÓRDIA

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana

Um mundo em que haja paz

Os nazarenos ouviram notícias acerca de Jesus e sentiam-se orgulhosos. Finalmente um “filho” da terra tinha nome e fama. De Cafarnaum, sobretudo, provinham comentários muito abonatórios e religiosos. E Jesus lembra-os no comentário tenso ocorrido na sinagoga após a proclamação do «manifesto do Reino» feita a partir do texto de Isaías. “Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. Finalmente, alguém podia “resgatar” a memória das vítimas trucidadas pela repressão romana e fazer ressurgir a consciência e a dignidade da autonomia “nacional”.
Orgulhosos acolhiam Jesus nas visitas que fazia à terra natal, depois do início da missão em público. A fama credenciava a recordação agradável da vida em família, da convivência com a vizinhança, do cumprimento dos preceitos religiosos, na simplicidade na arte de ganhar ao pão e de fazer algo socialmente útil. Acolhiam e gostavam de o ouvir falar, pois dizia “palavras cheias de graça” de que suscitavam pergunt7as existenciais.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

EUGÉNIO DE ANDRADE NASCEU NESTE DIA

Homenagem a um grande poeta



POEMA DE INVERNO

Veio de longe, e mal chegou
partiu para mais longe ainda:
só o tempo justo para fazer
das águas dormentes do meu trôpego
coração
um rumor de sílabas matinais.

Como toda a gente que partilha
com luz a sua vida
era muito inocente, trazia do local
onde nascera
o ardor das coisas do mar.

Não sei de alegria tão pura
como a que morava nas molhadas
pedras dos seus olhos,
e baila ainda nas chamas
em qualquer lugar da casa.
Ao fim da tarde, o canto
do pequeno pássaro e o vento diziam
a mesma coisa: não deixes  o incêndio
do deserto invadir-te o coração.
Sem que tu o suspeites, sequer.

Eugénio de Andrade
(1923-2005)

In "POESIA "

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

GAIVOTA COM SORTE

 

A gaivota que me permitiu fazer este registo esteve ali bastante tempo, fixada decerto num panorama fascinante. De outra forma, teria levantado voo e procurado outro ponto ainda mais alto para se deslumbrar. Deixei-a tranquila e fui à minha vida, com pena de não poder imitá-la, de um momento para outro.

PODER E TIRANIA



"Quando o poder dirige a sua mira para o bem pessoal de quem o exerce, já degenerou em tirania."


Jaime Balmes,
filósofo e teólogo
(1810-1848)

In Escrito na Pedra 
do PÚBLICO de hoje

O MEU SILÊNCIO


Há dias, alguém me questionou sobre o meu silêncio face às notícias relacionadas com a política nacional, concretamente sobre os eventuais crimes atribuídos aos autarcas, mas não só. Respondi que o facto de serem acusados não os tornam culpados. Têm de ser julgados e só depois disso podemos pronunciar-nos. O problema está na Justiça portuguesa, muito lenta, provavelmente por falta de meios, que não posso confirmar. Haverá  outras razões?
Realmente, para quem não conhece os meandros do poder judicial, é estranho verificar as demoras do resultado das decisões dos julgamentos. Até parece que, quem tem dinheiro, consegue sempre uma forma de escapar à Justiça, servindo-se das leis que ela própria estabelece. 

NOTA: Há anos, quando andava pelos diversos concelhos do distrito de Aveiro, em tarefas profissionais, encontrei, na hora do café, um juiz meu amigo. Estranhei a sua presença por ali, porque o imaginava noutra localidade. Respondeu-me que teve o azar de ser colocado no tribunal daquela cidade, com trabalho acumulado de vários anos.
— Como assim? Há por aqui tantos crimes?
— Há imenso trabalho porque o colega que aqui esteve antes de mim gostava pouco de trabalhar. Preferia andar à caça de coelhos nas matas da periferia.
Hoje, julgo eu, não será assim. Mas como explicar as demoras dos julgamentos e das penas aplicadas?

Dia Internacional do Riso


Celebra-se hoje, 18 de Janeiro, o Dia Internacional do Riso, razão suficiente para nos lembrarmos da importância de promovermos o sorriso, como resultado ou fonte da nossa alegria de viver. Diz-se, com verdade, que o riso faz bem a quem cultiva a boa disposição e o otimismo, contagiando quem nos cerca.
Sabemos, por experiência própria, que nem sempre estamos bem dispostos, porque a vida, direta ou indiretamente, nos traz problemas e dificuldades, mas nem por isso ficamos dispensados de promover o sorriso.
O sorriso reduz o stresse, melhora a qualidade do sono, afugenta o pessimismo, atrai amizades, estimula a criatividade e promove a criação de laços otimistas com a família e amigos.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

MIGUEL TORGA FALECEU NESTE DIA




MIGUEL TORGA faleceu em 17 de Janeiro de 1995, em Coimbra, com 87 anos. Adolfo Correia da Rocha era o seu nome de batismo.
Foi um dos mais importante escritores do século XX. Diarista, contista e inspirado poeta desafia-me a releituras com frequência.
Aqui deixo um poema em sua memória.

O que é bonito neste mundo e anima,
é ver que na vindima
de cada sonho
fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura que se não prova
se transfigura
numa doçura
muito mais pura
e muito mais nova

Miguel Torga

AS VARAS DO PODER



"As varas do poder, quando são muitas, elas mesmo se comem, como famintas sempre de maiores postos"

Padre António Vieira

 
In Escrito na Pedra" do PÚBLICO

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