Um princípio conciliar muito claro e exigente, expresso na Constituição da Liturgia, refere-se à consciência necessária da Igreja e dos cristãos, em geral, de que é “através da liturgia que se atua e opera a nossa redenção”. Assim se pode dizer que os crentes só podem fazer a experiência completa do mistério pascal de Cristo mediante a sua participação na liturgia da Igreja. Há uma unidade indissolúvel entre o dom de Deus que vem até nós e nos santifica e a ação cultual da Igreja, que significa ir ao encontro desse dom para acolher, louvar e agradecer. Esta unidade traduz-se na centralidade do mistério pascal e na presença de Cristo na Igreja. “Cristo está presente na sua Igreja, muito especialmente nas acções litúrgicas”, assim diz o Concílio.
A natureza da liturgia e dos seus efeitos tornou-se mais expressiva na fórmula, já antes citada e, hoje, muitas vezes repetida: “A liturgia é o ponto mais alto para o qual tende a vida e ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde dimana toda a sua força”.
Para a melhor compreensão desta realidade, o Concílio logo sentiu a necessidade de indicar dois caminhos complementares para orientar toda a renovação: a formação litúrgica dos cristãos e a sua participação ativa nas celebrações. Um e outro iriam depender da hierarquia, dado que ela é um serviço permanente ao Povo de Deus.