NADA DE NOVO, TUDO DE NOVO
Foi o sobressalto. Não o devia ser. Ainda com muita gente na missa tudo estava a andar bem. De repente, consultam-se os livros paroquiais e verifica-se que batismos e casamentos diminuíram a pique. Quando a preocupação se esgota nos que ainda vão e procuram, a tentação é de conservar. Quando se pensa só em aguentar e conservar, logo se entra em perda. O mundo anda, e quem não anda fica para trás, queira ou não. A vocação da Igreja é ser companheira de jornada, não dama de varandim.
Quantos planos de pastoral se preocupam com os que deixaram de vir e se programa ação para ir ao seu encontro? Há consciência do novo modo de procurar e de agir, do número de cristãos que abandonam e da razão porque o fazem, da modorra de muitos que ficam, da nova situação das famílias, da razão porque ainda se casa no templo? As rápidas sessões de preparação para o casamento deixam o padre e os colaboradores, conscientes e tranquilos frente ao que se passa antes e depois? A Igreja de Cristo é uma comunidade viva, mas pode transformar-se em peça de museu, velha e carcomida, nada apetecível, nem significativa. Por vezes, dou por mim a pensar se, apesar do bem que se faz, existe e é muito, não estamos a voltar ao tempo das rotinas pastorais, das exclusões, das proibições? O que resta terá alguma coisa a ver com o “pequeno rebanho” do povo bíblico, crente e fiel, detentor de uma esperança nova?
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