domingo, 15 de outubro de 2006

Um minuto em pé, até às 11 horas de amanhã

Portugal adere à acção
"Levanta-te contra a Pobreza"
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Universidades, organizações juvenis e câmaras municipais portuguesas vão aderir a uma iniciativa mundial para assinalar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza que consiste em conseguir com que milhares de pessoas se levantem contra este mal. Um quinto da população mundial sobrevive em condições de extrema pobreza, dispondo de menos de 0,85 euros por dia. Em Portugal um quinto dos cidadãos vive no limiar da pobreza. A iniciativa Levanta-te contra a Pobreza da campanha Pobreza Zero, visa levantar milhares de pessoas no mundo inteiro, durante um minuto, entre as 11h00 de hoje e as 11h00 de segunda-feira.Mais de 900 organizações internacionais em coordenação com organizações e movimentos sociais de base em mais de 100 países querem assim "promover a maior mobilização de sempre na história da luta contra a pobreza no mundo".
O número de participantes a nível mundial deverá ser contabilizado para divulgação terça-feira, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza" e a grande inovação desta acção é o desafio proposto às pessoas para criarem o seu próprio evento "levanta-te", fazendo-o espontaneamente.
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Leia mais no "PÚBLICO"

"EXPRESSO" MOSTRA MUSEU DE AVEIRO

O "EXPRESSO" dedicou duas páginas do seu suplemento "ACTUAL", desta semana, ao Museu de Aveiro, com um trabalho de João Miguel Fernandes Jorge. Trata-se de mais um desafio, a juntar a muitos outros, que se dirige aos aveirenses, no sentido de os levar a visitar este museu, que é uma mais-valia do turismo da região. Aqui transcrevo apenas dois parágrafos desse escrito, por me parecer o suficiente, como elemento motivador para descartarmos a nossa comodidade e para passarmos pelo museu que se desenvolve em torno da Padroeira da Cidade e Diocese de Aveiro.
F.M.
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MUSEU DE AVEIRO:
Um desafio constante
a todos os aveirenses
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"O Museu de Aveiro cabe por inteiro entre os séculos XV e XVI11. Tem o espaço e o tempo exactos do dominicano Convento de Jesus. A sua validade, em termos de história e em termos de arte, declina-se através de um nome, o da Princesa Santa Joana (1452-1490). Princesa e não infanta, por­que até ao nascimento de seu irmão (D. João II, 1455-1495) foi considerada herdeira do trono. Beata e não santa, pois a sua canonização, que teve proces­so aprovado em 1756, nunca se concretizou. Di­zem-na, em termos de culto, “equipolentemente beatificada (o adjectivo equipolente quer dizer que tem igual valor, que é equivalente), e, por isso, Portugal, a Ordem Dominicana e, sobretudo, a cidade de Aveiro, que cresceu ao redor do seu nome, a conside­ram santa um pouco à semelhança de um sentido antigo e ortodoxo que elegia os seus próprios santos, dentro de um espírito comunitário que partilhou o testemunho de uma vida exemplar. O museu coinci­de, primeiro, com o tempo de vida da princesa, que é um pouco o seu tempo interno e subjectivo, para de seguida prosseguir a história da sua colecção dentro do tempo objectivo e futuro que o desenrolar de uma lenda e de uma memória souberam criar: extensa obra que nos aparece sob a produção de arquitectura, pintura, escultura, talha e azulejaria. Mas o que é o tempo deste e neste museu? Que representa? Inicia-se com os anos centrais da conquista portuguesa das praças marítimas do norte de África – ainda de um tardio e gótico poder senhorial – que corresponde ao reinado de Afonso V, o pai de Santa Joana. Sedimenta-se no reinado seguinte de João II. Apesar de a visão expansionista ter tomado a perspectiva de um mundo a descobrir sob o domínio de uma cientificidade nascente, esses anos que vão de 1452 a 1495 reclamam na arquitectura e nos objectivos do museu uma validade que vai muito além e que perdura, evocando e reflectindo a vida da princesa."

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Crise de Deus
e mística do quotidiano
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Não há dúvida de que hoje, concretamente na Europa, há uma crise da religião, que é sobretudo uma crise de Deus. Basta perguntar, de modo simples: para quantos é que Deus ainda conta realmente nas suas decisões vitais, tanto no domínio pessoal como colectivo?
As estatísticas mostram uma queda acentuada e constante da chamada prática religiosa, no sentido da frequência da missa ou dos serviços religiosos. Mas, como sublinha o teólogo Juan Martín Velasco, o centro da actual situação religiosa na Europa é a "crise de Deus": há cada vez mais áreas da vida pessoal e social a afastar-se da influência da religião, de tal modo que não falta quem se pergunte se não vivemos já num "exílio" cultural de Deus, que se tornou um estranho no nosso mundo.
Apesar dos novos movimentos religiosos nas suas variadíssimas manifestações, tudo parece passar-se como se Deus não existisse. As próprias Igrejas e os crentes foram contaminados pela dúvida e pela descrença, sobretudo na forma da indiferença.
Vive-se numa situação de "cultura da ausência de Deus" (J. Moingt), tendo o filósofo B. Welte podido escrever: "A experiência predominante neste contexto religioso é a experiência de não ter feito nenhuma experiência religiosa, isto é, não ter sido afectados, nem, muito menos, transformados por algo que possa ser denominado Deus."
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Leia todo o artigo em Diário de Notícias

GAFANHA DA NAZARÉ ANTIGA

NEVOEIRO NO FORTE DA BARRA
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O nevoeiro foi coisa de sempre nas Gafanhas. Mas também se sabe que "manhã de nevoeiro tarde de soalheiro". E assim nos fomos dando bem com o ditado, que é, por norma, sabedoria do povo tornada ciência certa. De tal modo, que o Ângelo Ribau não resistiu à ideia de registar, com a sua máquina, o nevoeiro no Forte da Barra, onde se pode ver o oásis que o Forte foi em tempos que já lá vão. Agora, com o Porto Comercial a dominá-lo, como fruto de um certo progresso, só podemos guardar estas imagens que a memória de muitos gafanhões não perdeu.

F.M.

Um poema de Eugénio de Andrade

NÃO SABEMOS Não sabemos nada, e o que temos é pouco: um nome, um nome em prosa correntia; tão pequeno que nem sequer alcança o ramo em flor de tília; menos ainda a estrela do pastor; um nome comum, Joaquim António João, bom para dizer quando o frio é mais duro; nome que bebe o orvalho nos olhos dos amigos mortos tão cedo; ou perdidos.

In “O Sal da Língua”

Gotas do Arco-Íris – 35

AI A COR, A COR!...


Caríssimo/a: Brincar, jogar, viver a vida e aproveitar tudo o que de bom a Natureza nos oferecia para crescer. Assim era quando a correr nos atirávamo à água com o nosso “barco”. Tudo nos servia para as nossas corridas e regatas: bacias, alguidares, gamelas, pneus de camionetas, grandes troncos. E como nós nos esticávamos da ponte da Cambeia à entrada do Esteiro Grande, se éramos dos grandes; porque os mais pequenotes contentavam-se com as águas mais calmas do Esteiro Pequeno. Com remos ou com as mãos, lá havia um que chegava à meta e muitos riam e folgavam com a água que os 'afundou'.
Quando apareceu uma 'jangada', a festa foi de arromba – agora, além dos mergulhos, ouviam-se os berros do “arrais-construtor” que via a sua obra desmantelar-se e também só lhe restava mergulhar e deixar-se ir com a corrente... Grande animação, muita sementeira de amizade e de saudade. Nesses tempos, outros barcos os homens governavam e dispunham ao longo da Ria, junto das secas. 
Paisagem de postal vivo e com pujança. Mudaram-se as correntes. Que é dos barcos? E dos homens que os governavam? Outros barcos vão surgindo; outros lemes traçam rotas alternativas; os sonhos vão e vêm... Porém, e foi destes que parti, outros há que levantam o ferro, recolhem as amarras, fazem-se aos ventos e às marés mas nunca encontram o farol; seja, talvez alguns dos barcos cheguem mas deixando, espalhados pelo sal das ondas do mar, os sonhos que os olhos povoavam na hora da despedida. E quantos acompanharam os restos dos barcos? E dos que conseguiram a bóia quantos saltaram para bom bordo? E o que dói, mas dói a valer, é vermos que a cor marca a diferença, tal como há quinhentos anos; ou há sessenta em que a raça traçava a fronteira da vida... 
Quase apetece perguntar ainda e uma outra vez: E tu Senhor a dormir e a permitir tal horror!? Não, não respondas, custa-nos voltar a ouvir: Tu, sim tu, que fizeste ao teu irmão? Onde está o Abel? 

Manuel

sábado, 14 de outubro de 2006

AS MINHAS REPORTAGENS

CENTRO PINTO DE CARVALHO, EM OLIVEIRA DE AZEMÉIS
'Quando a gente não diz
o que faz, os outros dizem
o que não fazemos'
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Quem chega ao Centro de Apoio Familiar Pinto de Carvalho (CAFPC) não pode deixar de ficar surpreendido pelo dinamismo que ali se vive e pelo ar moderno que se respira. Mais ainda: o respeito pelos fundadores e pelos beneméritos que ao longo de 150 anos deram corpo e apoiaram esta obra é marca bem visível em quantos a dirigem e nela trabalham, mas também, decerto, em muitíssimos que por ela passaram, e continuam a passar, durante século e meio.
Porque celebrar vida tão longa não acontece com frequência, ao nível das instituições sociais, o CAFPC recebeu a visita do Presidente da República, Cavaco Silva, durante a presidência aberta dedicada à inclusão. O facto está assinalado em lápida bem visível e a instituição, pela voz do professor António Magalhães, sentiu-se honrada com esse gesto do mais alto magistrado da Nação, até porque a comunicação social divulgou a acção social do Centro Pinto de Carvalho na área da família, abrangendo várias frentes, qual delas a mais importante.
“Nós não andamos pela praça pública a dizer o que fazemos, mas a visita do Presidente da República serviu para se falar de nós e do nosso trabalho”, afiança o primeiro responsável da instituição. E acrescentou: “Quando a gente não diz o que faz, os outros dizem o que não fazemos.”
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Foto: Professor António Magalhães
:: Pode ler a reportagem em SOLIDARIEDADE

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

GAFANHA DA NAZARÉ ANTIGA

GAFANHA DE HÁ DÉCADAS
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Mesmo a preto e branco, dá para perceber que a Gafanha da Nazaré tem sofrido, nas últimas décadas, grandes transformações. Quem conhece a zona central da actual cidade, não pode deixar de reconhecer que a evolução urbana tem dado saltos significativos. Para os mais saudosistas, aqui fica uma foto antiga, cedida por Marcos Cirino e digitalizada por Ângelo Ribau, dois gafanhões muito interessados, desde sempre, pelas coisas da Gafanha da Nazaré.
A igreja matriz e o cemitério, rodeados de terra de cultivo, casario disperso, ruas sem trânsito visível e as sombras que povoam a memória dos mais velhos aí estão para recordar.
Aqui fica mais um desafio a quantos me lêem, para que me enviem fotos que nos digam como foi ou é esta terra que nos viu nascer. Já tenho algumas em arquivo que mostrarei regularmente.

EUTANÁSIA

O AMOR PODE AJUDAR
OS DOENTES TERMINAIS
A SENTIREM
UMA CERTA FELICIDADE
Há dias passou na SIC uma reportagem dramática. Uma doente terminal, mas aparen-temente lúcida, reclamava o direito de morrer. Melhor dizendo: o direito de provocar, voluntária e conscientemente, a morte; o direito de alguém lhe aplicar uma injecção letal. Alguns entrevistados alinharam pela mesma opinião, admitindo os direitos de morrer e de viver. Calculo que uma pessoa numa fase dessas terá muita dificuldade em lidar com o sofrimento e que deseje a morte. Mas também sei que, enquanto há vida, tem de haver esperança. E ainda sei que a medicina, hoje, tem recursos que não tinha há anos. Importa, a meu ver, que os serviços de saúde saibam apostar em ajudar os desanimados e os desesperados, aplicando-lhes os cuidados paliativos, de que tanto já se fala. Contudo, não devem ser só os serviços médicos a olhar com olhos mais atentos para quem tanto sofre, numa busca constante de lhes proporcionar o bem-estar possível, uma qualidade de vida digna, mesmo nos momentos mais dolorosos. Porque eu penso que a vida, por muito agreste que ela seja, por muito sofrimento que ela provoque, tem de ser vivida na esperança de que amanhã tudo pode melhorar. Aqui cabe, penso eu, um papel fundamental à família, próxima ou afastada, na perspectiva de ajudar os seus doentes em fase dolorosa, em especial na descoberta de um sentido para a vida, curta ou mais longa. Sendo certo que os crentes terão outras razões para enfrentar o sofrimento, enquanto caminho de purificação interior e de abertura à redenção oferecida por Cristo, não posso deixar de acreditar que os não crentes também na dor saberão encontrar razões para dignificar a vida até ao fim. Dignificar, neste caso, significa saber estar com a realidade, testemunhando com coragem o valor da vida, mesmo durante sofrimento atroz. Há sempre momentos de amor, de ternura, que podem ajudar doentes terminais a sentirem uma certa felicidade. Fernando Martins

Um artigo de Alexandre Cruz

Afirmações Nucleares
1. Parece que andamos para trás, que a história se repete ou que o panorama das afirmações dos países agora tem um nome, “afirmações nucleares”. Por outro lado parece que está a ficar na moda a afirmação das nações começar pelo incumprimento dos acordos da comunidade internacional, por “pisar o risco” da irreverência de distinção militar para fazer parar o mundo obrigando a reunir à mesa aflita das Nações Unidas os representantes dos povos. O ensaio nuclear realizado há dias atrás pela Coreia do Norte, as suas sublinhadas condenações e as incertas consequências de todo este processo delicado (mais um!), provam que a instabilidade é a regra e que vivemos num “barril de pólvora”. Como o mundo é global, então os significados e repercussões de mais esta afronta acabará por atingir a todos... Pelo andar da carruagem, neste despique nuclear de potências que (pela negativa) querem aparecer no mapa da importância estratégica, até onde irão os testes nucleares?!... 2. Vivemos tempos que aliam a distracção e o medo; a vida que corre todos os dias está aí, tantas vezes na sua pressa, não dando oportunidade para conhecer e compreender tudo o que acontece à nossa volta… Sabemos, sim, que o regime comunista da Coreia do Norte, com um milhão de militares escravos a “marchar” dentro de um sistema fechado… está a atemorizar a comunidade internacional. Todos condenaram o que parecia impensável de um dia para o outro; todos, as grandes potências também no mapa da gestão da sua importância, querem condenar pois caso não consigam fazer parar os testes nucleares pelos acordos da “não-proliferação nuclear” então acabam por ganhar argumento para também fazer os seus… Pyongyang (regime da Coreia do Norte) é agora a “palavra-chave nuclear”; motivo de orgulho nacional para um povo escravo que precisa de símbolos, Pyonyang é também razão de profunda inquietação para países vizinhos e Nações Unidas na gestão de mais esta situação. Todos, comunidade internacional, exigem resposta das Nações Unidas; mas às vezes parece que com um esquecimento de que, afinal, boa parte das potências nucleares pertence ao conselho de segurança da ONU. O poder das armas e as paradas de arsenais militares continuam, infelizmente, a ser o melhor BI de tantas nações e da gestão da sua importância; tudo tão diferente, e parece que cada vez mais longe, do ideal proclamado a meados do Século XX, no espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 3. Agora as energias, em vez de serem aplicadas para terminar com a fome e a sede no mundo, movem-se para a gestão estratégica das reacções ao histórico ensaio nuclear. Tão longe que andamos!... Se a Coreia do Norte proclamou a ridícula heroicidade do sucesso do ensaio nuclear subterrâneo, considerando “um grande salto em frente na edificação de uma nação poderosa e próspera”, já a Coreia do Sul no seu Instituto de Geo-Ciência detectou um tremor de terra com uma magnitude de 3,5 graus na escala de Richter. Diante de todas as reacções (“uma provocação”, EUA; “é imperdoável”, Japão), destaque-se a inquietação do director geral da Agência Internacional de Energia Atómica ao sublinhar que “este ensaio ameaça o regime de não-proliferação nuclear e representa um défice de segurança grave, não apenas para o Extremo Oriente, mas também para a comunidade internacional” (Mohamed El Baradei). Dos apelos à resposta em conformidade (a visão da generalidade chinesa), até à condenação mas no tomar consciência de que “devemos reunir-nos e analisar mais informação sobre o assunto com a cabeça fria” (Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão), todos os apelos e todas as esperanças estão voltadas para a ONU. 4. Como poderá responder uma entidade que representa os povos ora em incumprimento, ora a apontar o “dedo” ao incumpridor? Que capacidade, sem uma reestruturação efectiva e dinâmica que tarda, tem a ONU para estes novos “atentados” que precisamente usam as Nações Unidas para afirmações nacionalistas? Da parte da Coreia do Norte os dados parece que estão lançados; para além de tudo, quando da Coreia do Norte se diz que qualquer pressão americana será interpretada como “declaração de guerra”…está tudo dito! Da Coreia do Norte é a estratégia da “fuga para a frente” (num país débil em si mesmo) e a afirmação da ameaça de realizar um novo teste nuclear face às pressões… 5. Quem diria que este início de Século XXI, na era pós-11 de Setembro, iria ter já tantos filmes e jogos de guerra! Chegará o mundo ao Século seguinte? Talvez valha a pena ver o documentário ecológico “Uma verdade inconveniente” de Al Gore; se calhar umas chuvas seriam bem vindas para refrescar as ideias e apagar o fogo da intolerância que reina em muitas mentes sem senso! É que temos mesmo de aprender a “viver juntos”; caso assim não seja, então não haverá mesmo que viva! Nem as plantas do nosso jardim… Que bom seria que as nações se afirmassem pelas razões positivas!... Talvez as neuro-ciências aplicadas nos ajudem a entender os “porquês” destas “menoridades”… para assim conseguirmos construir pontes em vez de levantar mais muros!

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Um artigo de Manuel Oliveira de Sousa

Ponta de Lança
Corrupção?!
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E todos os portugueses começam a desconfiar que é muito provável ser verdade; corre-se sério risco de ver arruinada parte da nossa cultura, da arte (de desenrascar) nacional. Querem ver que é mesmo verdade, há corrupção em Portugal?! Não, não é possível! … Num país de costumes tão sérios!... Isto é algo de insofismável!?... Será o fim do império!?... Será que é mesmo verdade? Haverá corrupção em Portugal?
A sequência de acontecimentos é perturbadora.
Do Discurso do Presidente da República, no dia 5 de Outubro:
“São por isso de saudar todas as iniciativas que, de uma forma séria, contribuam para debelar o fenómeno da corrupção. (…) Existem sinais que nos obrigam a reflectir seriamente sobre se o combate a esse fenómeno tem sido travado de forma eficaz e satisfatória, seja no plano preventivo da instauração de uma cultura de dever e responsabilidade, seja no plano repressivo da perseguição criminal».
Do discurso de tomada de posse do novo Procurador-Geral da República (PGR), 9 de Outubro. De acordo com o substituto de Souto Moura, a corrupção é, «pela sua especial gravidade» e «enorme repercussão», um crime que necessita «de uma maior colaboração entre os vários órgãos do Estado».
Do discurso de tomada de posse de Hermínio Loureiro como Presidente da Liga de Clubes:
“No respeito institucional que a Procuradoria-Geral da República merece, aguardarei apenas alguns dias para que o novo Procurador tome também posse do cargo (para o qual desde já lhe desejo as maiores felicidades – o seu sucesso será, com toda a certeza, o sucesso do País) e nesse mesmo dia solicitarei, em nome da Liga, uma audiência. A Liga não vai eximir-se de nenhum dos seus direitos e deveres legais. Tem de ser um agente activo e, sobretudo, não pode permitir que constantemente se atire lama para uma ventoinha que a todos inunda de suspeição.”
Querem ver que há corruptos em Portugal?!
Não pode ser!
Desculpe, caro leitor, hoje ficamos por aqui; é necessário ir acudir a um pedido que nos fizeram para acelerar uma resposta… um pedido de um amigo, sabe… se não formos uns para os outros… nada se resolve! Mas…estamos todos perplexos!?
Corrupção! É lá possível!
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Nota: A burocracia, a inoperância e a desresponsabilização – nada se resolve sem o favor de pessoa amiga – são as principais causas dos favorezinhos, provavelmente fomentadores de corrupção passiva, que conduzem à corrupção activa e colossal!
Desportivamente… pelo desporto!
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Fonte: Correio do Vouga

JACINTA NO AVEIRENSE

UMA VOZ LUSITANA

QUE SE PROJECTA

PARA LARGOS VOOS

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A cantora de Jazz Jacinta, uma gafanhoa na senda da fama, actuou ontem no Aveirense, com casa cheia. Familiares, amigos e admiradores aplaudiram a artista de voz rara, uma voz lusitana que se projecta para largos voos.

Jacinta encheu o palco com a sua alegria, com a sua arte e com uma segurança enorme. Começou serenamente, como que para aquecer a voz, de timbre único e expressivo, e logo começou a crescer e a merecer os aplausos calorosos do público, sempre bem acompanhada pelos músicos que a completam nesta digressão pelo País. Músicos que estabelecem com a cantora um diálogo intenso, em desafios estimulantes que emprestaram ao concerto momentos únicos.

Foi um espectáculo para quem gosta de música, da boa música que nos enche a alma e nos conduz aos limites da beleza. A sua voz, perfeito instrumento musical, mostrou-se na sua plenitude e é um convite permanente para a termos connosco, nas nossas casas, em momentos de intimidade.

Hoje, voltarei a ouvi-la, graças à tecnologia que nos dá, no dia-a-dia, horas inesquecíveis de música, outrora apenas experimentadas nas salas dos concertos.

Jacinta é para se ouvir com frequência, numa busca constante da arte que a anima, na procura metódica das suas qualidades vocais, na apreciação da sensiblidade com que mostra famosos intérpretes, na leitura melódica do que canta.

F.M.

Um artigo de D. António Marcelino

O APAGAR DA MEMÓRIA


A memória, porque nela se guarda o repositório da história vivida, com êxitos e fracassos, fidelidade e desvios, é uma faculdade indispensável e do maior interesse em relação ao presente e futuro das pessoas e da sociedade. Os que, a pretexto de serem doutos e actuais, a baniram ou dispensaram no processo educativo ou mesmo no seu dia a dia, poderão ver o malogro em que caíram. 
A revolução de Abril, para além do que trouxe de bem, escreveu, também, pela acção imediata e impensada de alguns dos seus mentores e executores, uma página triste e lamentável, ao apagar a memória de séculos de história. Numa euforia emocional queimaram-se livros e documentos, apagaram-se sinais, implementaram-se projectos, exorcizaram-se factos. Assim se empobreceram os mais novos na sua formação e aos mais velhos se retiraram importantes referências. 
Recordo, como nos fins de 1975, numa escola primária que pude visitar na zona de Alcobaça, ao falar às crianças, por qualquer razão de momento, da importância da história, a professora interrompeu-me, com a autoridade de mestra sabedora, para dizer que isso de estudar história era uma perda de tempo. Agora só se falava, dizia ela, de coisas passadas há mais tempo se houvesse na região algum monumento famoso que o justificasse. Se não houvesse, não fazia falta e era perder tempo. Tal qual assim. Menos mal que alunos presentes viviam na zona de um grande monumento. Pena ser um mosteiro frades, mas era o que havia… 
Vejo agora, com interesse, que nasceu uma associação com nomes sonantes, empenhada em que não se apague a memória. Mas qual? A do fascismo salazarista, com todos os horrores das prisões, perseguições, pides, tarrafais e caxias… É preciso que as gerações jovens, de hoje e de amanhã, saibam o que durante quarenta anos de travas se passou em Portugal, para se prevenirem de desvios futuros. Tudo bem. Mas Portugal não começou como nação, nem como país, na década de trinta do século XX, nem em Abril de 1974. Parece, porém, não haver igual solicitude para defender a memória de uma história nacional, longa de séculos, com grandes portugueses como protagonistas e em que aconteceram muitas coisas boas e outras menos boas, que é preciso não esquecer. 
A história não é mestra da vida só quando nos traz factos do nosso agrado ou colados a uma ideologia que nos é querida e simpática. História é história e há que saber lê-la sem preconceitos, para que nos possa ensinar transmitir não apenas cultura, mas também valores e sentido para a vida. Ora vê-se um apagamento programado de valores e uma ignorância crassa de pessoas e de acontecimentos que nos empobrecem cada vez mais.. 
Assiste-se à destruição de instituições, como a família, que constituíram e constituem a fibra resistente do tecido social e humano. Assistimos ao esvaziamento humano e relacional da escola, espaço e tempo indispensáveis como alfobre das gerações que deram alma ao país. Ridiculariza-se o conceito de Pátria, destruindo laços de esperança e de compromisso social. Faz-se contraponto desafinado à acção secular da Igreja, que ainda ninguém igualou na sua diária e decisiva missão humanizadora e espiritual. 
Salvo melhor e mais justificada opinião, tudo isto comporta uma memória que não se pode apagar e é preciso avivar, para que a comunidade tenha alma e alargue os horizontes do saber e do viver. O apagamento da memória, tal como a memória curta, empobrece sempre. Normalmente andam atrelados a interesses que denunciam mais teimosia que sabedoria, e só persistem mais tempo se o vento da história sopra a favor. Mas, até o vento muda…

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

UM POEMA DE ORLANDO FIGUEIREDO

SE MORRER Se morrer num dia de chuva cantai a chuva Se morrer num dia de sol cantai o sol cantai as nuvens as estrelas cantai cantai Se morrer e houver luar fazei do mundo uma planície verdejante com estrelas penduradas nas árvores todas as manhãs

PONTE DA GAFANHA

QUEM SE LEMBRA
DA ANTIGA PONTE?
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Quem se lembra da antiga ponte da Gafanha, que nos ligava a Aveiro? E do que a circundava? Quem se lembra de caminhar por ela, sentindo-a tremer toda com a passagem de um ou outro carro mais pesado? Quem se lembra de ter de sair do autocarro, passar a pé, para depois voltar a entrar no mesmo ou noutro autocarro, porque o peso de tudo era muito?
Quem se lembra do seu envelhecimento e do receio que havia com medo de ela cair? Quem se lembra da sua substituição por uma de pedra e cimento, e da alegria que isso trouxe ao povo? E quem se lembra de essa mesma, a de pedra e cimento, ter caído com o peso de um camião?
Coisas para recordar. Porque recordar é viver.
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Fernando Martins
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Foto cedida por Ângelo Ribau

ROTEIRO PARA A INCLUSÃO

Cavaco Silva
enaltece trabalho voluntário
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O Presidente da República, Cavaco Silva, iniciou o seu terceiro Roteiro para a Inclusão, percorrendo a cidade de Lisboa para realçar a im-portância do voluntariado e mostrar casos de exclusão entre idosos, prostitutas e sem-abrigo. O Roteiro, dedicado ao "Volun-tariado e Exclusão Social em Meio Urbano" e que se prolonga por três dias, arrancou com a visita a uma instituição sedeada em Alcântara - a Entreajuda - que apoia outras instituições ao nível da organização e gestão, com o objectivo de melhorar o seu desempenho e eficiência. Da "modernização" do voluntariado, o périplo prosseguiu com a exclusão social extrema quando o Chefe de Estado visitou o Centro de Apoio Social de São Bento, uma instituição da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que se dedica à reinserção de sem-abrigo. Na Serafina, onde almoçou, o Chefe de Estado foi conhecer a actividade do Centro Social Paroquial de S. Vicente de Paulo, cujo presidente é o cónego Francisco Crespo, ex-líder da CNIS, e mostrar boas soluções práticas para melhorar a qualidade de vida em bairros sociais antigos que se foram degradando. À tarde, o Chefe de Estado visitou uma idosa com dificuldades de locomoção, que vive no último andar de um prédio degradado de Lisboa sem elevador. Na visita, com que pretende chamar a atenção para os casos de idosos isolados nas grandes cidades, Cavaco Silva é acompanhado por voluntários de uma associação, a Coração Amarelo. Ao terminar o primeiro dia do Roteiro presidencial, o Chefe de Estado desloca-se ao Intendente e Alto de São João para visitar instituições que prestam apoio a prostitutas - Lar da Associação O Ninho e Obra Social das Irmãs Oblatas. O Roteiro para a Inclusão teve início em Maio, no Algarve e Alentejo, e foi dedicado às "Regiões Periféricas, Envelhecimento e Exclusão". Em Julho, o roteiro percorreu os distritos de Porto e Aveiro, sob o tema "Crianças em Risco e Violência Doméstica". ::

Fonte: SOLIDARIEDADE

Um artigo de António Rego

Questão de vida ou de morte
O que mais enfureceu os ocidentais na reacção do mundo muçulmano à publicação das caricaturas de Maomé foi a ameaça de cercear a liberdade dos artistas e pensadores. Ou, melhor ainda, o risco que corre quem escreve o que pensa sobre qualquer matéria. A liberdade de expressão sentiu-se ofendida por aqueles que se ofenderam com a expressão da liberdade. Estamos num aparente jogo de palavras. Mais que isso, de interesses, que se refugiam nas palavras para imporem os seus pontos de vista. Assim a ética vai ganhando colorações circunstanciais como o bailarino vai rodando e ritmando o corpo consoante a música o exige.
O debate sobre o referendo ao aborto, em Portugal, está a tomar alguns contornos bizarros. Existem áreas sociais e políticas que não têm o mais pequeno rebuço em propagandear o seu ponto de vista e o seu terreno claro de luta, com um inequívoco sim ao aborto. Dessas tribunas emerge a sugestão de que a Igreja mudou de opinião e não faz qualquer campanha contra o aborto. E intercala nessa oratória o pressuposto de que a Igreja se não deve pronunciar sobre a matéria, por não ser religiosa. O político na tribuna partidária, parlamentar ou ministerial, pode confessar-se publicamente sobre o tema - com isso fazendo opinião - quando a sua posição é sim. Na Igreja, o presidente duma celebração está "proibido" de dizer o que pensa e o que pensa a Igreja porque isso é fazer campanha. (Há já escritos com essa teoria).
Tanto dum lado como do outro há regras de decência e linguagem que devem pautar os discursos, na apresentação honesta de argumentos e razões pró ou contra. Mas não se pode pedir aos que dizem não ao aborto uma linguagem doce e dúbia para não ferir a opinião dos que vigorosamente o defendem até ao absurdo. A vida concede direitos e argumentos inquebrantáveis. E ninguém que apoie o aborto até às nove semanas e. seis(?) dias, pense que está a apoiar a vida. Chame-se o que se chamar estamos perante uma questão de vida ou morte. Nunca a Igreja em dois mil anos hesitou sobre esta matéria. Reconhecendo, embora, que a questão não é religiosa mas humana. Tal como a pobreza, a violência, a guerra, o racismo não são questões religiosas. Mas têm a ver com o Decálogo.
A liberdade não pode ser coarctada em nome duma imaginária mudança de óptica da Igreja em matéria tão vital.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

PHAROL DA BARRA

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PHAROL DA BARRA AÍ ESTÁ

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PHAROL DA BARRA, assim mesmo, com ph com valor de f. Esta é mais uma foto de um postal que circulou pelo País e quiçá pelo estrangeiro, em nome das nossas belezas. Estou convencido de que há pelo concelho de Ílhavo, e não só, outras fotos sugestivas que vale a pena partilhar. Esta que hoje vos mostro veio do Ângelo Ribau, um amigo que noutros tempos se dedicava à fotografia com paixão, fazendo gala de utilizar, para ver como era, as primitivas técnicas fotográficas. Mas ainda hoje mantém o mesmo gosto, nem que seja nas muitas fotos que guarda com carinho.

POBREZA

MANUELA SILVA, PRESIDENTE DA COMISSÃO NACIONAL DE JUSTIÇA E PAZ:
"ERRADICAR A POBREZA
É UMA TAREFA OBRIGATÓRIA"

Comissão Nacional de Justiça e Paz (CNJP) é um órgão laical da Conferência Episcopal Portuguesa. As comissões de justiça e paz nasceram na sequência de um apelo feito pelo Papa Paulo VI, em 1967, na sequência do Concílio Vaticano II, com o objectivo de contribuírem para a difusão e aprofundamento da doutrina social da Igreja e para constituírem uma ponte visível entre a Igreja e a sociedade civil. Em Portugal, a primeira comissão nacional só aparece em 1982, em Lisboa, quase 20 anos depois do Concílio. Um atraso que, provavelmente, ficou a dever-se ao período difícil que se vivia no país, com a Guerra Colonial e o salazarismo. Existem vários grupos de trabalho permanentes na CNJP, dois deles com grande representação. O Grupo de Reflexão sobre Economia e Sociedade tem-se debruçado, fundamentalmente, sobre a questão do emprego/desemprego, da globalização e dos seus efeitos, da sociedade civil, da necessidade de uma cidadania responsável e participativa para fazer face aos grandes desafios que se colocam nas sociedades contemporâneas e na área da responsabilidade social das empresas e da ética empresarial. O Observatório sobre a Produção, Comércio e Proliferação das Armas é um grupo mais recente, com cerca de dois anos. Tem um estatuto próprio, trabalha sob a sua inteira responsabilidade, embora em estreita colaboração com a comissão. Foi nessas condições que organizou desde Novembro de 2005 até Maio de 2006 uma audição pública que teve por tema “Por uma sociedade segura e livre de armas”. Foi aprovada uma lei [Lei nº 5/ 2006, de 23 de Fevereiro] sobre o uso e porte de armas que responde às necessidades de segurança que a CNJP defende e que prevê a recolha facultativa. Essa lei dá possibilidade às pessoas que têm em seu poder armas ilegais de legalizarem essa posse ou de se desfazerem delas, entregando-as voluntariamente. “A comissão está interessada em contribuir para difundir essa informação e motivar as pessoas para que cumpram a lei e aproveitem a amnistia que a mesma prevê.” :
Leia a entrevista no SOLIDARIEDADE

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

JUSTIÇA EM PORTUGAL

A LEI É IGUAL PARA TODOS?
Na tomada de posse do novo Procurador-Geral da República, Fernando Monteiro, o Presidente da República lembrou que, “sendo a lei igual para todos, a todos deve igualmente ser aplicada”. Isto já toda a gente sabe. Como toda a gente também sabe que uma coisa é o que se diz no papel e outra o que acontece na prática. Veja-se o famoso processo da Casa Pia. Em circunstâncias normais, com gente normal, isto é, com gente de pouco dinheiro, o caso há muito estaria resolvido. Como aconteceu, aliás, nos Açores, em que uns pedófilos foram condenados, em pouco tempo, enquanto outros acusados foram absolvidos. No fundo o que é que eu quero dizer? Quero dizer que, apesar de a lei ser igual para todos, é mais igual para uns do que para outros. Quem tem dinheiro move montanhas à sombra de lei, legitimamente, diga-se de passagem, porque nos códigos há sempre pontas por onde se lhes pegue, e quem não tem dinheiro tudo vê resolvido sem rodeios, sem requerimentos, sem grandes advogados que ganham bem. Resta saber se uns e outros são tratados com a mesma justiça.
Será que em Portugal a lei é mesmo igual para todos? F.M.

Um poema de António Pina

A Canção dos Adultos Parece que crescemos mas não. Somos sempre do mesmo tamanho. As coisas que à volta estão É que mudam de tamanho. Parece que crescemos mas não crescemos. São as coisas grandes que há, O amor que há, a alegria que há, Que estão a ficar mais pequenos. Ficam de nós tão distantes Que às vezes já mal as vemos. Por isso parece que crescemos E que somos maiores que dantes. Mas somos sempre como dantes. Talvez até mais pequenos Quando o amor e o resto estão tão distantes Que nem vemos como estão distantes. Então julgamos que somos grandes. E já nem isso compreendemos.
Manuel António Pina,
a fechar a colectânea poética
"O Pássaro da Cabeça"
(1985; 2ª ed. – 2005).

Apresentação de livro na Biblioteca de Aveiro

Em 18 de Outubro, às 21.30 horas
"Lavrar o Mar",
de Daniel Sampaio
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Doze anos depois da publicação do seu conhecido livro "Inventem-se Novos Pais", Daniel Sampaio actualiza as questões de relacionamento entre pais e filhos adolescentes. "Lavrar o Mar" propõe um novo olhar sobre o quotidiano das famílias: é tempo de responsabilizar os jovens pelos seus comportamentos, é o momento para deixarmos de os considerar seres imaturos a quem não podemos pedir contas.
Nesta obra, salienta-se a decisiva importância de uma infância organizada à volta do amor e da disciplina, como garante de uma adolescência saudável; estimulam-se novas formas de diálogo entre pais e filhos, sem esquecer que a decisiva palavra tem de caber aos mais velhos; e são dados numerosos exemplos de possíveis conflitos quotidianos como os horários, os dinheiros, os prémios e os castigos, a Internet, o sexo, o álcool e as drogas. Em correspondência com Eulália Barros, o tema da escola é revisitado e são apontadas novas linhas de reflexão sobre o ensino e a aprendizagem. Escrito de forma clara e acessível, mas sedimentado numa vasta experiência do autor no trabalho com adolescentes, "Lavrar o Mar" é uma obra indispensável a pais e educadores e um oportuno momento de reflexão para os mais jovens.
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Fonte: Biblioteca Municipal de Aveiro

OBSERVATÓRIO SOCIAL

A Cáritas quer conhecer
a situação da pobreza
em Portugal
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A Cáritas Portuguesa está a preparar o lançamento de um Observatório Social, organismo que terá como objectivo fazer o ponto de situação da pobreza em Portugal, anunciou, em Fátima, o presidente naci-onal da Cáritas. Segundo Eugénio Fonseca, que falava aos jornalistas à margem da reunião da Comissão Permanente da Cáritas Portuguesa, este Observatório visa obter dados, por amostragem, sobre a pobreza no nosso país. Numa fase inicial, que deve estar em funcionamento no primeiro trimestre de 2007, vão fornecer dados para o Observatório cinco paróquias de cada uma das 20 Dioceses, esperando a Cáritas ter dados actualizados, no período de uma década, de 25 por cento das paróquias nacionais. De acordo com o presidente nacional da Cáritas, o Observatório permitirá obter dados sobre «as causas dos problemas sociais que afectam os portugueses, quantos portugueses são pobres, que idades são mais atingidas pelo fenómeno da pobreza e que tipo de pobreza existe». «No fundo, vai permitir ter recursos de leitura social », disse Eugénio Fonseca, admitindo que «hoje não se sabe, por exemplo, quantas pessoas é que a Igreja apoia em Portugal». O Observatório deverá ter dados actualizados semes-tralmente. Entretanto, da reunião da Comissão Permanente da Cáritas Portuguesa, que decorreu ontem em Fátima, saíram algumas propostas para linhas de acção da Cáritas para os próximos anos, das quais se destaca a necessidade de existir, em cada paróquia, um grupo de acção social organizado, a par da tomada de consciência de que os cristãos devem ser chamados a partilhar o que têm. A definição do lema “Igualdade de oportunidades para todos” para o Dia Nacional da Cáritas, em 11 de Março do próximo ano, foi outra das propostas saídas do encontro. Estas orientações deverão ser confirmadas na próxima reunião do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, a realizar em Novembro nos Açores.
: Fonte: Diário do Minho, citado pela Ecclesia

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NOTA: Penso que esta proposta da Cáritas Portuguesa é de grande interesse social. Por ela, vamos ficar a saber que tipo de pobreza existe no nosso País, meio caminho andado para se actuar com consistência e oportunidade. Fala-se muito dos muitos pobres que temos, um pouco por todo o lado, e também se diz que há bastantes pobres envergonhados. Mas a verdade é que não se conhece qualquer estudo, actualizado, que nos diga onde estão eles, com realismo. Ora este projecto, que promete uma actualização semestral, vai servir, disso estou certo, para respostas atempadas, no sentido de se evitar a miséria e o desespero. Oxalá a Cáritas possa contar com a contribuição de todos, Estado, instituições, autarquias, Igrejas e pessoas, para se ficar a saber onde estão os pobres, quem são e do que necessitam.

F.M.

GAFANHA DA NAZARÉ ANTIGA

QUEM A VIU E QUEM A VÊ
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Esta, por estranho que pareça, é a Avenida José Estêvão, a principal avenida da Gafanha da Nazaré. Tal qual. Mas isto foi há muitos anos, era eu menino e jovem. A foto, tirada, possivelmente, de cima da igreja matriz, mostra-nos uma avenida sem trânsito e com pouquíssimas casas de habitação. O que sobressaía era a terra de cultivo que, naquele tempo, era o ganha-pão da maioria dos gafanhões.
Contudo, a foto já mostra alguns edifícios de primeiro andar, símbolo de algum desenvolvimento deconómico. Há os Correios e casas que ainda existem. Ao fundo, à esquerda, há até um prédio que acolhe vários inquilinos e que ainda pode ser visto. Era conhecido, ao que julgo, pelo nome da sua proprietária, a D. Ermelinda, se não estou em erro. O marido era marítimo e, talvez por isso, ficou a esposa a dar o nome ao prédio de rendimento.
Quem souber mais, que diga...
Fernando Martins

: Nota: Foto gentilmente cedida por Ângelo Ribau

domingo, 8 de outubro de 2006

FESTA DE MÚSICA

ESPECTÁCULO MUSICAL NO SEMINÁRIO DE AVEIRO
O Seminário de Santa Joana Princesa, em Aveiro, vai oferecer um espectáculo musical a todos os amigos, no próximo dia 14, sábado, no seu anfiteatro, pelas 21.30 horas. Três coros infantis (Um de Victória – Espanha, um de Portalegre e outro de Espinhel) vão decerto mostrar como se pode ajudar o Seminário, que tem andado em obras de restauro e de manutenção. Esta festa da música está integrada num festival promovido pelo Coral de Espinhel, de que faz parte um antigo aluno desta casa de formação. As entradas são livres, embora se espere que cada um dê o seu contributo, espontaneamente, para as despesas das obras do Seminário de Santa Joana Princesa.

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