Crise de Deus
e mística do quotidiano
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Não há dúvida de que hoje, concretamente na Europa, há uma crise da religião, que é sobretudo uma crise de Deus. Basta perguntar, de modo simples: para quantos é que Deus ainda conta realmente nas suas decisões vitais, tanto no domínio pessoal como colectivo?
As estatísticas mostram uma queda acentuada e constante da chamada prática religiosa, no sentido da frequência da missa ou dos serviços religiosos. Mas, como sublinha o teólogo Juan Martín Velasco, o centro da actual situação religiosa na Europa é a "crise de Deus": há cada vez mais áreas da vida pessoal e social a afastar-se da influência da religião, de tal modo que não falta quem se pergunte se não vivemos já num "exílio" cultural de Deus, que se tornou um estranho no nosso mundo.
Apesar dos novos movimentos religiosos nas suas variadíssimas manifestações, tudo parece passar-se como se Deus não existisse. As próprias Igrejas e os crentes foram contaminados pela dúvida e pela descrença, sobretudo na forma da indiferença.
Vive-se numa situação de "cultura da ausência de Deus" (J. Moingt), tendo o filósofo B. Welte podido escrever: "A experiência predominante neste contexto religioso é a experiência de não ter feito nenhuma experiência religiosa, isto é, não ter sido afectados, nem, muito menos, transformados por algo que possa ser denominado Deus."
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