NÃO SABEMOS
Não sabemos nada, e o que temos
é pouco: um nome,
um nome em prosa correntia;
tão pequeno que nem sequer
alcança o ramo
em flor de tília; menos ainda
a estrela do pastor;
um nome comum, Joaquim
António João,
bom para dizer quando o frio
é mais duro;
nome que bebe o orvalho
nos olhos dos amigos mortos
tão cedo; ou perdidos.
In “O Sal da Língua”