Já não suporto com facilidade os comentadores de alguma da nossa comunicação social. Fazem-me nervos pela forma como pretendem mostrar que sabem tudo e mais alguma coisa. Falam de política, de partidos políticos, de programas de governo de Portugal, da Grécia e do mundo conhecido e desconhecido, de temas importantes e de banalidades, opinando com ares de sabedoria. E se têm opções políticas, desancam sem dó nem piedade nos adversários como se de inimigos a abater se tratasse. E até de futebol, claro. Nesta área, ainda nos fazem rir porque, normalmente, só veem numa direção. Um dia ouvi um fanático nestas coisas, que até é moderado na política, que nunca viu razão em qualquer grande penalidade contra o seu Benfica.
Cortei com os comentadores profissionais quando comecei a perceber que a maioria não era independente. Tudo quanto lhes dizia respeito, por interesses pessoais, partidários e familiares, não merecia qualquer comentário, fugindo deliberadamente à questão. E o mais curiosos é que se desdizem com frequência, arranjando sempre maneira de se justificarem.
Eu não sei se ganham muito ou pouco, mas acho que a comunicação social devia convidar técnicos que soubessem dos temas em notícia, procurando evitar os crónicos, cujas opiniões já são conhecidas mesmo antes de se pronunciarem.
Estarei a exagerar? Penso que não.