Não sei se alguma vez, na nossa demo-cracia, os professores protestaram tanto como estão a fazê-lo agora. Que me recorde, não. De qualquer modo, esta classe profissional que está na base da formação das presentes e futuras gera-ções, dependendo dela os que hão-de continuar Portugal, não merecia que a obrigassem a andar nas ruas a protestar. Que o protesto público, quando justo, é tão digno como o que decorre dentro dos espaços de trabalho, diga-se, contudo, desde já. Porém, os professores, das mais variadas idades e graus de ensino, deviam poder contar com os nossos governantes para um diálogo face a face, donde pudesse sair uma reforma justa.
Ninguém contesta o direito de o Governo, democraticamente eleito, proceder às reformas há tanto esperadas e que constam das suas promessas eleitorais. Mas também é verdade que qualquer reforma pressupõe um trabalho conjunto entre quem governa e quem é parte interessada e fundamental para dar seguimento ao que vier a ser decidido.
Custa-me imenso ver o desalento dos professores, certamente por se sentirem marginalizados na discussão dos problemas que lhes dizem respeito. Quem nasceu para ensinar e para educar, jamais compreenderá quem insiste em lhe impor reformas sem diálogo, sem explicações plausíveis e muitas vezes sem lógica.
É sabido que o ministro da Saúde saiu do Governo por falta de capacidade para explicar as suas reformas no sector. Penso que a ministra da Educação está a seguir o mesmo caminho.
O melhor, a meu ver, será o primeiro-ministro decretar uma pausa para pensar. Depois, calmamente, que todos se sentem à mesa para conversar. Sem radicalismos. De uma parte e de outra. As nossas crianças e jovens, mais as suas famílias, exigem-no.
FM
Ninguém contesta o direito de o Governo, democraticamente eleito, proceder às reformas há tanto esperadas e que constam das suas promessas eleitorais. Mas também é verdade que qualquer reforma pressupõe um trabalho conjunto entre quem governa e quem é parte interessada e fundamental para dar seguimento ao que vier a ser decidido.
Custa-me imenso ver o desalento dos professores, certamente por se sentirem marginalizados na discussão dos problemas que lhes dizem respeito. Quem nasceu para ensinar e para educar, jamais compreenderá quem insiste em lhe impor reformas sem diálogo, sem explicações plausíveis e muitas vezes sem lógica.
É sabido que o ministro da Saúde saiu do Governo por falta de capacidade para explicar as suas reformas no sector. Penso que a ministra da Educação está a seguir o mesmo caminho.
O melhor, a meu ver, será o primeiro-ministro decretar uma pausa para pensar. Depois, calmamente, que todos se sentem à mesa para conversar. Sem radicalismos. De uma parte e de outra. As nossas crianças e jovens, mais as suas famílias, exigem-no.
FM