quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Fidel Castro não será absolvido pela História




Quando Fidel Castro tomou o poder em Cuba, em 1959, o Presidente americano era o general Dwight Eisenhower. Essa coincidência com um personagem que a memória comum remete para tempos tão antigos - anteriores até a John Kennedy... - basta para mostrar, só por ela, quanto Fidel demorou no poder mais do que devia.
Há um mês, enfraquecido pela doença, o líder cubano resignava-se a não poder participar muito na vida política: "Faço o que posso: escrevo." Fazia o que não permitiu durante décadas a muitos dos seus concidadãos. Só num julgamento em 4 de Abril de 2003, foram condenados 34 escritores, jornalistas e livreiros a vários anos de prisão.
O balanço factual do meio século da sua liderança - do descalabro da economia denunciado pelos adversários aos sucessos na saúde e educação propagados pelo regime - far-se-á quando os dados forem fidedignos e não só forjados pelo Governo cubano.
Mas sobre uma realidade já se pode dar a sentença: a História não absolverá Fidel, o liberticida. Os cubanos não podem falar nem escrever o que pensam e não podem partir para onde querem - isto é, podem tentar, mas com risco da sua liberdade. Em 1953, quando o rebelde Fidel foi julgado por atacar o quartel Moncada, o tribunal do ditador Fulgêncio Batista permitiu-lhe o célebre discurso La História me Absolverá - teve tempo de dizer um texto de 150 mil caracteres, o equivalente a um livro médio. No julgamento dos escritores que acima se refere, num tribunal de Fidel, não houve discursos. E foi à porta fechada.
NOTA: Qualquer ditadura, tanto de esquerda como de direita, será sempre de condenar. A de Fidel também. Não está em causa a legitimidade revolucionária de pôr fim a uma ditadura de direita, a de Fulgêncio Baptista, tanto mais que ela era subjugada pelo capitalismo americano, com prejuízo para o povo cubano. Mas se isso é legítimo, à luz da justiça social e do respeito pelos direitos dos oprimidos, já não será correcto manter um regime que se tornou opressor, como tem sido o regime de Fidel. Ali, na ilha que muitos consideram um paraíso na terra, onde todos são tratados, supostamente, como iguais, não há liberdades elementares, ao jeito do que estamos habituados. Povo sem liberdade de expressão e de acção não pode ser um povo feliz. A não ser que desconheça o que é a vida fora da sua ilha.
Sei que nas sociedades ocidentais, onde há liberdades, nem sempre, também, vivemos felizes. Há uns que tudo dominam e tudo têm, quantas vezes à custa da exploração do povo trabalhador. De qualquer forma, aqui podemos protestar e lutar, pelas vias democráticas, reivindicando o que é de direito. Mas em Cuba, quem ousar protestar, já sabe o que o espera. As cadeias têm estado cheias de presos políticos. Pode ser que a situação mude agora. Haja esperança!
FM

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"Porto de Aveiro – Entre a Terra e o Mar"

Inês Amorim

Farol da Barra de Aveiro


«A história do Porto de Aveiro é, do meu ponto de vista, a história da manutenção da barra – que é um processo difícil de se fazer. Desde 1808, a barra manteve-se no local em que se encontra actualmente, mas a partir das obras de abertura, desenvolveu-se um outro processo para tentar manter esta barra e corrigir alguns aspectos que não foram conseguidos, porque o processo de assoreamento continuou a existir», argumenta a investigadora. «É um processo muito rico, do ponto de vista das relações entre os poderes locais, a população local e os interesses nacionais. Por isso, a história da barra é uma história muito dinâmica», defende Inês Amorim.
Após as investigações realizadas, Inês Amorim garante que a abertura da barra teve «um impacte felicíssimo. Os seis anos, de 1802 a 1808, foram tempos duríssimos e, ao mesmo tempo, períodos de paixões, em que as pessoas ora adoravam o engenheiro responsável pela obra, ora o ameaçavam, porque não se podia fazer sal, nem produzir pão, nem navegar. Não se podia fazer praticamente nada». A autora do livro classifica aquela época como «terrível», cheia de dificuldades, mas ao mesmo tempo extremamente rica. Em plenas invasões francesas, em 1808, o Porto de Aveiro tornou-se num ponto estratégico, passando, por isso, a existir apoio por parte do poder central no sentido de prosseguir com a obra. Tal como conta a historiadora, Luís Gomes de Carvalho, engenheiro, chegava a referir-se à abertura da barra como a um segundo dia da «criação».

Inês Amorim,
autora do livro «Porto de Aveiro – Entre a Terra e o Mar», a ser lançado nas comemorações do 3 de Abril de 2008, bicentenário da abertura da Barra de Aveiro.
:
Fonte: Texto e fotos do portal Porto de Aveiro

Semana Cáritas 2008 - até 24 de Fevereiro


ACOLHER A DIVERSIDADE EXIGE A EDUCAÇÃO DO OLHAR

"Os empobrecidos pelo nosso moderno 'estilo de vida nacional' - sempre menos sóbrio, poupado e simples - pululam a olhos vistos nas nossas cidades e vilas. Esses nossos irmãos e irmãs, em situação de vulnerabilidade, são denúncia pública de um sistema económico, laboral e político que, por mais europeu e rico que se queira proclamar ao mundo, se apresenta sempre mais exclusivista, selectivo, competitivo e desigual."
:
NOTA: Antes de ler a Mensagem de Eugénio José da Cruz Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa, para a Semana Cáritas, que está em curso até 24 de Fevereiro, permita-me uma sugestão: Se puder ajude alguém que esteja a passar momentos difíceis, individualmente ou através da Cáritas da sua área de residência. A Cáritas é uma organização da Igreja Católica, vocacionada para apoiar quem mais precisa. Onde houver fome e carências de outra ordem, onde houver catástrofes naturais e perseguições, onde houver deslocados e refugiados, onde houver pessoas a necessitarem de promoção social aí está a Cáritas Internacional. Mas a Cáritas Dioceana e a Cáritas Paroquial também estão, em espírito de proximidade, junto de quem sofre, porventura à nossa porta, sem propaganda e sem alardes.

Na Linha Da Utopia

Maus-tratos, animais!

1. Ainda bem que os novos poderes da comunicação têm a força de acordar para determinados problemas. Desta forma, quantos alertas, ora com excesso ou com defeito, já foram passando à consciência colectiva na defesa dos oceanos, dos rios, das florestas e da Vida. O que sai na televisão ou anda na internet, (nem sempre sendo verdade) em determinadas causas, ganha uma força libertadora com impactos determinantes, mesmo em casos de justiça que envolvem pessoas e cidadãos, na procura despertadora de uma maior consciência respeitadora. É pena, mas é verdade: tantas vezes só desta forma e pelas comunicações sociais alguns problemas obtêm a luz ao fundo do túnel. Quem a este respeito não se lembra de Fernando Pessa (já lá vão uns anos), que na sua “peregrinação” por Lisboa detectava os problemas de tal forma da praça pública que os mesmos obtinham solução imediata. Também hoje assim continua.
2. O caso destes dias que destacamos refere-se aos maus-tratos dados por humanos a animais. A espécie (humana) considerada superior tem os comportamentos mais inferiores... Infelizmente, nada de novo; mas desta vez com impactos novos. Nos Estados Unidos, um vídeo filmado por uma organização dos direitos dos animais denuncia a barbaridade para com animais bovinos em matadouro (que dizer quando se espeta a empilhadora brutamente contra animais vivos?! E muito mais…). As imagens percorrem o mundo. A brutalidade desses humanos é escandalosa. Graças à visibilidade, os efeitos estão aí: a maior retirada de carne de vaca de sempre dos EUA (total de 65 mil toneladas) desta empresa que servia muita escolas e instituições sociais.
3. Além das consequências para a saúde pública, este facto relança o alerta sobre os maus-tratos para com todos os seres vivos, e especialmente os animais. Crueldade exercida com seres indefesos (seja a própria floresta, os mares, os animais…) manifesta bem alto como continuamos de humanidade, pois as acções sempre foram e são o espelho do ser. Uma renovada ordem da racionalidade transversal afirma-se hoje como imperativo ético, na relação do ser humano com todas as realidades existentes. As perspectivas do desenvolvimento sustentável e da biodiversidade também obrigam ao progresso de todos os conhecimentos que promovam as dignidades situadas de cada ser vivo. Neste quadro, o lugar especial dos humanos só pode ser actuar em conformidade com a “razão” que, porque conhece, respeita condignamente. Afinal, não será isto que ainda caracteriza o Homem?!

Alexandre Cruz

Por que razão acreditam as pessoas em Deus?

Um grupo de cientistas da Universidade de Oxford, Reino Unido, vai gastar dois milhões e meio de euros para descobrir por que é que as pessoas acreditam em Deus. Esta é uma interessante notícia publicada no SOL on-line. Já agora, vou (vamos) ficar com curiosidade de saber a que conclusões chegam eles, depois de tanto dinheiro gasto. Cá para mim, vamos ficar a saber o mesmo: sem fé, mesmo que embrionária, não haverá Deus para ninguém.

OS FILHOTES DO KOSOVO QUE VÊM AÍ

Pandora era sedutora, seduziu Epitemeu, e era curiosa, abriu a caixa que o amante tinha escondida. Maldição, estavam lá todos os males. Isso foi no tempo dos gregos. Agora, países da União Europeia reconheceram a Caixa de Pandora. Destapado o Kosovo, porque não Miranda do Douro? Respondo: porque aquele senhor de boina que escreve quinzenalmente no Público em mirandês é um homem atilado, e não exige a independência do Menino Jesus da Cartolinha. Senão... Infelizmente, os albano-kosovares, quando usam boina, não usam nada debaixo e lá temos o Kosovo independente. Já agora, porque não o Gora/Dragashi? Estão a ver o mapa do Kosovo? É aquela pontinha à esquerda, a mais a sul. Vivem lá os gora, muçulmanos como os albano-kosovares, mas sérvios de etnia. O suficiente para os independentistas de hoje os expulsarem dos empregos e das escolas. Os gora fugiram para a montanha. Eu visitei-os. Na montanha eles são maioritários. Não há um país que os reconheça? Ferreira Fernandes, in Diário de Notícias
:
NOTA: A independência do Kosovo, território com uma área de pouco mais de dez mil quilómetros quadrados, traz-me à ideia a hipótese de os nossos arquipélagos da Madeira e dos Açores também reclamarem a sua independência. Como aconteceu com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Alberto João Jardim já avisou, mais ou menos claramente, que isso pode vir a ser discutido. Os meus amigos já imaginaram o que aconteceria se isso fosse por diante? Depois, não poderia acontecer o mesmo com o Algarve, com uns milhares de ingleses, que por ali se fixassem, a lutarem pela criação de um pequeno país, qual paraíso turístico, cheio de estrangeiros reformados? Deus nos livre disso. Seria o fim. Lá ia Portugal à vela. Estou a brincar, mas já começo a acreditar em tudo...
FM

Aveiro: cidade vista de outros ângulos






Mais algumas imagens dos canais da Ria de Aveiro. Chamo a atenção dos meus amigos para a foto tirada dentro do olho da cidade. As fotos têm, naturalmente, um objectivo: mostrar que há sempre algo a ver em Aveiro, por mais que calcorreemos as suas ruas e ruelas...

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue