Quando Fidel Castro tomou o poder em Cuba, em 1959, o Presidente americano era o general Dwight Eisenhower. Essa coincidência com um personagem que a memória comum remete para tempos tão antigos - anteriores até a John Kennedy... - basta para mostrar, só por ela, quanto Fidel demorou no poder mais do que devia.
Há um mês, enfraquecido pela doença, o líder cubano resignava-se a não poder participar muito na vida política: "Faço o que posso: escrevo." Fazia o que não permitiu durante décadas a muitos dos seus concidadãos. Só num julgamento em 4 de Abril de 2003, foram condenados 34 escritores, jornalistas e livreiros a vários anos de prisão.
O balanço factual do meio século da sua liderança - do descalabro da economia denunciado pelos adversários aos sucessos na saúde e educação propagados pelo regime - far-se-á quando os dados forem fidedignos e não só forjados pelo Governo cubano.
Mas sobre uma realidade já se pode dar a sentença: a História não absolverá Fidel, o liberticida. Os cubanos não podem falar nem escrever o que pensam e não podem partir para onde querem - isto é, podem tentar, mas com risco da sua liberdade. Em 1953, quando o rebelde Fidel foi julgado por atacar o quartel Moncada, o tribunal do ditador Fulgêncio Batista permitiu-lhe o célebre discurso La História me Absolverá - teve tempo de dizer um texto de 150 mil caracteres, o equivalente a um livro médio. No julgamento dos escritores que acima se refere, num tribunal de Fidel, não houve discursos. E foi à porta fechada.
Há um mês, enfraquecido pela doença, o líder cubano resignava-se a não poder participar muito na vida política: "Faço o que posso: escrevo." Fazia o que não permitiu durante décadas a muitos dos seus concidadãos. Só num julgamento em 4 de Abril de 2003, foram condenados 34 escritores, jornalistas e livreiros a vários anos de prisão.
O balanço factual do meio século da sua liderança - do descalabro da economia denunciado pelos adversários aos sucessos na saúde e educação propagados pelo regime - far-se-á quando os dados forem fidedignos e não só forjados pelo Governo cubano.
Mas sobre uma realidade já se pode dar a sentença: a História não absolverá Fidel, o liberticida. Os cubanos não podem falar nem escrever o que pensam e não podem partir para onde querem - isto é, podem tentar, mas com risco da sua liberdade. Em 1953, quando o rebelde Fidel foi julgado por atacar o quartel Moncada, o tribunal do ditador Fulgêncio Batista permitiu-lhe o célebre discurso La História me Absolverá - teve tempo de dizer um texto de 150 mil caracteres, o equivalente a um livro médio. No julgamento dos escritores que acima se refere, num tribunal de Fidel, não houve discursos. E foi à porta fechada.
NOTA: Qualquer ditadura, tanto de esquerda como de direita, será sempre de condenar. A de Fidel também. Não está em causa a legitimidade revolucionária de pôr fim a uma ditadura de direita, a de Fulgêncio Baptista, tanto mais que ela era subjugada pelo capitalismo americano, com prejuízo para o povo cubano. Mas se isso é legítimo, à luz da justiça social e do respeito pelos direitos dos oprimidos, já não será correcto manter um regime que se tornou opressor, como tem sido o regime de Fidel. Ali, na ilha que muitos consideram um paraíso na terra, onde todos são tratados, supostamente, como iguais, não há liberdades elementares, ao jeito do que estamos habituados. Povo sem liberdade de expressão e de acção não pode ser um povo feliz. A não ser que desconheça o que é a vida fora da sua ilha.
Sei que nas sociedades ocidentais, onde há liberdades, nem sempre, também, vivemos felizes. Há uns que tudo dominam e tudo têm, quantas vezes à custa da exploração do povo trabalhador. De qualquer forma, aqui podemos protestar e lutar, pelas vias democráticas, reivindicando o que é de direito. Mas em Cuba, quem ousar protestar, já sabe o que o espera. As cadeias têm estado cheias de presos políticos. Pode ser que a situação mude agora. Haja esperança!
FM