Despesa versus Investimento
1. Estas duas palavras, despesa e investimento, conjugam muita da tensão entre duas concepções distintas, em que o meio será a virtude. Considerar como “despesa” áreas fundamentais da sociedade que poderão ser alavancas do futuro é fica-se pelo meio do caminho. Normalmente, as (continuadas) épocas do aperto económico são muito mais amigas da palavra “despesa”, dessa forma fechando as portas daquilo que pode ser raiz de novas soluções. Em conformidade, pouca margem é dada a uma concepção de “investimento”, considerando-se, precipitadamente, o “rigor” inimigo das apostas essenciais no futuro.
2. Não é fácil, a não ser na teoria, a conjugação funcional destes factores eixo do desenvolvimento dos povos. Exigirá o saber-se caminhar numa fronteira de difícil discernimento, mas em que a envolvência participativa de todos os agentes dessa determinada área muito poderão colaborar no encontrar das melhores soluções no terreno. Não é nada de novo o dizer-se que todas as despesas nas áreas fulcrais da saúde, educação, acção social e justiça devem ser mudadas de nome, sendo designadas como investimentos para uma sociedade mais humana e justa para todos. Umas a montante outras a jusante.
3. Não há comunidade social que se segure muito tempo centrada só no por as contas em dia, sem olhar a meios para atingir esses fins. Esta óptica numérica sempre cegou lendo tudo como despesa e desumanizando as pessoas e as relações, deitando a perder as motivações em valores e ideais comuns, algo que caracteriza os humanos nas sociedades livres democráticas. E se os grandes investimentos são projectados em grandes obras ou acontecimentos continuam-se a adiar, para além da “cosmética”, os grandes investimentos no maior tesouro das sociedades, as pessoas. Vão sendo muitas as afirmações de um mau estar social, de uma multidão de juventude sem “lugar”, a par de continuadas denúncias de corrupções numa justiça que tem o seu ritmo…
4. O terreno está difícil. Frutifica o que se deveria apagar e não floresce o que seria imperioso reinar. Como não dá frutos numéricos imediatos, (nada de novo) continua a não haver lugar de explícito insubstituível (transversal e específico) para uma formação humana sensibilizadora para os valores fundamentais da comunidade (nacional, europeia e global). Queremos colher os frutos sem termos o generoso cuidado de investir na sementeira. Eis um dos dramas das sociedades que crescem nas “coisas” mas vão ficando pobres de horizontes de ser-sentir-pensar-esperar. Felizmente, parece que em termos de educação artística e formação musical algo estará em processo de realização. Assim seja, de forma envolvente com todos, aberta, transversal…(?). Aprender música é saber matemática!
Alexandre Cruz
1. Estas duas palavras, despesa e investimento, conjugam muita da tensão entre duas concepções distintas, em que o meio será a virtude. Considerar como “despesa” áreas fundamentais da sociedade que poderão ser alavancas do futuro é fica-se pelo meio do caminho. Normalmente, as (continuadas) épocas do aperto económico são muito mais amigas da palavra “despesa”, dessa forma fechando as portas daquilo que pode ser raiz de novas soluções. Em conformidade, pouca margem é dada a uma concepção de “investimento”, considerando-se, precipitadamente, o “rigor” inimigo das apostas essenciais no futuro.
2. Não é fácil, a não ser na teoria, a conjugação funcional destes factores eixo do desenvolvimento dos povos. Exigirá o saber-se caminhar numa fronteira de difícil discernimento, mas em que a envolvência participativa de todos os agentes dessa determinada área muito poderão colaborar no encontrar das melhores soluções no terreno. Não é nada de novo o dizer-se que todas as despesas nas áreas fulcrais da saúde, educação, acção social e justiça devem ser mudadas de nome, sendo designadas como investimentos para uma sociedade mais humana e justa para todos. Umas a montante outras a jusante.
3. Não há comunidade social que se segure muito tempo centrada só no por as contas em dia, sem olhar a meios para atingir esses fins. Esta óptica numérica sempre cegou lendo tudo como despesa e desumanizando as pessoas e as relações, deitando a perder as motivações em valores e ideais comuns, algo que caracteriza os humanos nas sociedades livres democráticas. E se os grandes investimentos são projectados em grandes obras ou acontecimentos continuam-se a adiar, para além da “cosmética”, os grandes investimentos no maior tesouro das sociedades, as pessoas. Vão sendo muitas as afirmações de um mau estar social, de uma multidão de juventude sem “lugar”, a par de continuadas denúncias de corrupções numa justiça que tem o seu ritmo…
4. O terreno está difícil. Frutifica o que se deveria apagar e não floresce o que seria imperioso reinar. Como não dá frutos numéricos imediatos, (nada de novo) continua a não haver lugar de explícito insubstituível (transversal e específico) para uma formação humana sensibilizadora para os valores fundamentais da comunidade (nacional, europeia e global). Queremos colher os frutos sem termos o generoso cuidado de investir na sementeira. Eis um dos dramas das sociedades que crescem nas “coisas” mas vão ficando pobres de horizontes de ser-sentir-pensar-esperar. Felizmente, parece que em termos de educação artística e formação musical algo estará em processo de realização. Assim seja, de forma envolvente com todos, aberta, transversal…(?). Aprender música é saber matemática!
Alexandre Cruz