quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Na Linha Da Utopia



O recuo da liberdade

1. Claro está que a liberdade não recua por si pois é sempre sinal de “relação”, e não se dizer esta afirmação sem a sua devida comprovação. A tese é demonstrada por factos concretos no relatório anual da Freedom House, sobre a situação da liberdade e democracia no mundo. Esta entidade foi fundada há 60 anos por Eleanor Roosevelt, a par de outros membros, no aprofundamento dos inúmeros tratados de paz e da democracia. Este relatório começa com a ideia de que «o ano de 2007 foi marcado por um recuo assinalável da liberdade global» (Público, 23 Janeiro). Nomeando países e situações concretas, dando especial destaque à Rússia e à China, o relatório chega à conclusão de que é a primeira vez que nos últimos 15 anos se verifica o segundo ano consecutivo de perca nos índices da liberdade global.
2. Desde a liberdade de imprensa às novas tecnologias da comunicação, das situações mais variadas na sociedade civil às corrupções de estados, o estudo elaborado mostra-nos as tendências do futuro da liberdade. Como sabemos, após a queda do muro de Berlim (1989) pensava-se que, corrigidas as fronteiras do liberalismo económico, entraríamos finalmente numa era global de desenvolvimento justo e pacífico em que a liberdade e a democracia, propostos como valores ocidentais, teriam a sua abertura exponencial a todo o planeta. Tal facto não se concretizou, havendo hoje claramente retrocessos que questionam os modelos futuros, provindo uma fatia desta perca de credibilidade democrática dos simbólicos unilateralismos da última (quase) década norte americana.
3. A conclusão, parece, vai-se tornando clara. Com o emergir em força fulgurante dos impérios orientais da China (com Japão e Índia), os designados valores do Ocidente que se pensava virem a ser hegemónicos, vão perdendo a força capaz de modelar a globalização em curso. Vai sendo um facto de “perda” que também se pode observar no emergir de novas autoridades (e mesmo autoritarismos) diante da indiferença democrática em libertinagem… Que força de impressão sócio-política virão a ter no mundo os paradigmas orientais (na sua visão do trabalho, da sociedade, da pessoa e dignidade humana)? Eis a questão do futuro! Nesse novo cenário é…por um lado, uma riqueza pois temos sempre tanto a aprender dos outros; por outro lado, a (dúvida) certeza que começa mesmo a revestir-se de significado essencial o sabermos que “identidade” de valores assumimos como referenciais comuns. As obras sobre as raízes do ocidente continuam a proliferar; na encruzilhada, saberemos melhor para onde vamos!

Alexandre Cruz

Memória de Maria de Lourdes Pintasilgo na Internet



Maria de Lourdes Pintasilgo, primeira mulher a ser primeira-ministra em Portugal, foi recordada por Frei Bento Domingues como uma pioneira e uma "figura do catolicismo" português, na apresentação dos seus arquivos, que a partir de ontem estão acessíveis na Internet.
O projecto, "Memória na Internet de Maria de Lourdes Pintasilgo", foi lançado pela "Fundação Cuidar o Futuro", criada pela ex-primeira-ministra, em 2001, numa cerimónia na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
Bento Domingues desafiou os historiadores a fazerem um estudo sobre os católicos que tiveram um papel político durante as últimas décadas, desde o Estado Novo até à democracia.
A partir de agora, mais de dez mil documentos (parte do espólio de Lourdes Pintasilgo já tratado pelo centro de documentação da fundação) estarão acessíveis no "site" www.arquivopintasilgo.pt, desde a prova da terceira classe da futura engenheira até ao discurso de apresentação da candidatura presidencial de 1986.
Maria de Lourdes Ruivo da Silva Pintasilgo nasceu em Abrantes, a 18 de Janeiro de 1930, e morreu a 10 de Julho de 2004, em Lisboa.
Fonte: Ecclesia

Aceda já a Maria de Lourdes Pintasilgo

Erro político gravíssimo



"Não podem fechar-se serviços públicos por atacado sem explicar e, sobretudo, sem criar alternativas. É um erro político gravíssimo".


Manuel Alegre,
"Visão", 24-01-2008


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NOTA: A afirmação acima, da Manuel Alegre, não é de um político da oposição. Manuel Alegre é membro fundador do PS. É um socialista histórico. E é um político que pensa pela sua própria cabeça. Concorde-se ou não com as suas ideias, temos de convir que tem, hoje, o estatuto de um homem corajoso.

Em minha opinião, Manuel Alegre tem razão. Todos sabemos que as reformas que o Governo está a implementar são inadiáveis, mas tem de haver bom senso. Por aquilo que tenho visto, os nossos políticos, uma vez na cadeira do poder, não gostam muito de explicar ao povo o que tem de ser feito e o modo como vai ser feito. Alguns governantes, olhando do alto do seu palanque, olham cá para baixo como se as pessoas ainda estivessem na fase da menoridade. Explicar, explicar, explicar é fundamental. E depois agir, mesmo sabendo-se que às vezes é preciso parar para reflectir, só ou acompanhado. Veja-se o que aconteceu com o aeroporto. Se não fosse alguém a dizer, serenamente, que era necessário pensar muito bem porque o empreendimento era muito complexo, talvez o Governo embarcasse num erro colossal.


FM

Perspectivas de um novo ano em Igreja



"A Igreja não é varandim cómodo para olhar e julgar os que andam na rua. Ela própria tem de andar na rua, não de cruz alçada ou em cortejo de honras, mas para sentir, como próprias, as alegrias e as dores de todos, as injustiças, como desafios, a mentira, como acicate, os problemas que impedem as pessoas de viver com dignidade, como seus problemas, o compromisso dos que aí lutam, como a sua frente de luta permanente."

Leia todo o texto em Correio do Vouga

Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro



“Histórias do Mar e da Ria”


A 3 de Abril de 1808 foi reaberto o canal de ligação entre a Ria de Aveiro e o Mar. Com esta acção, abriram-se novas perspectivas de desenvolvimento e criação de riqueza para toda a região de Aveiro.
Pela importância do evento e pelo seu impacto no desenvolvimento sócio-económico da região da Ria de Aveiro, a Rádio Terra Nova, em cooperação estreita com a Comissão das Comemorações do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro, lançou um pequeno desafio a toda a comunidade escolar da região da Ria, através de um concurso literário que visa não só chamar a atenção para o evento, como também criar uma oportunidade para recordar e reflectir sobre o passado para melhor preparar o nosso futuro.
“Histórias do Mar e da Ria” cria a oportunidade para reflectir sobre a nossa própria identidade, valorizando o passado sempre com os olhos postos no futuro. Este concurso não tem propriamente prémios para os autores mas sim para os estabelecimentos de ensino e turmas a que os autores pertencem.
Os professores e responsáveis escolares que, porventura, ainda não conheçam as condições de participação no concurso, podem consultar o Regulamento
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NB: Clicar na imagem para ver melhor
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Fonte: Porto de Aveiro

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Na Linha Da Utopia



E os petiscos regionais?

1. Naturalmente que nada está em causa numa intervenção que procura melhorar as condições de higiene e de qualidade alimentar. Essa garantia de protecção da saúde é sempre bem-vinda, no esforço da melhoria de um serviço para o bem de todos, evitando os maus hábitos do típico improviso português, também à mesa. Mas que essa intervenção oriente para uma uniformidade de procedimentos à mesa é algo que deita a perder séculos de riquezas regionais tão enaltecedoras da nossa história e tradição. Haverá uma fronteira, sempre a discernir, entre uma qualidade necessária a garantir em termos de higiene e o apreço pelas nossas origens e riquezas tradicionais, estas que são a fonte de apreço em sectores como o turismo e a gastronomia.
2. Sendo certo que quando não há condições mínimas não haverá outra solução, todavia, são manifestamente insuficientes as leis (feitas por quem conhece as “raízes” do país?) que num instante mandam fechar, como se não existissem pessoas e outros valores envolvidos. Mesmo para além da certificação de produtos regionais, sempre conducentes a uma industrialização da qualidade relativa, vemos muita gente a pedir um equilíbrio de procedimentos que consiga preservar no bom senso aquilo que são, que somos, mesmo como “petiscos regionais”. Se assim não for, uma uniformização à mesa conduzirá, a médio prazo, ao “plastificado” dos mesmos produtos em série, tudo igual, de norte a sul. Se Portugal não tivesse uma gastronomia riquíssima em zonas regionais que espelham a ancestralidade típica e se não tivéssemos no turismo uma tábua de salvação, talvez se pudesse compreender a opção.
3. Neste momento a “batata quente” (talvez não seja batata doce!) anda entre a autoridade competente e os legisladores. Nestes processos talvez tudo tenha sido falado, menos a urgente e essencial preservação daquilo que patrimonialmente à mesa nos caracteriza (?). Muito acima das questões de higiene e segurança alimentar (valores fundamentais sempre a preservar como “qualidade”), o que acontece é reflexo das tendências uniformizadoras dos tempos da globalização que vivemos. Como garantir a qualidade necessária diante da premente preservação da nossa identidade cultural, daquilo que nos caracteriza à mesa? Eis a questão fundamental (não apressada) para não vermos um país futuro de norte a sul com a mesma mesa, onde tenham desaparecido aqueles “petiscos regionais” que nos falam da nossa história e do paladar da nossa cultura.

Alexandre Cruz

Mundo mais alegre




"... se pudermos dar alegria aos outros, já será muito bom!"


Enquanto trabalhava, ouvi esta frase, mais palavra menos palavra, a uma jovem que estava a ser entrevistada num programa televisivo. Nem sei o nome da jovem, mas soou-me bem o que ouvi. Aqui está, de forma tão simples, um bom conselho para toda a gente. O mundo, com sorrrisos, com gargalhadas e com alegria, ficará mais suportável e todos seremos mais felizes. Com rostos carrancudos ou tristes todos ficaremos mais pobres...
Foto de um "site" brasileiro

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