terça-feira, 27 de junho de 2006

Um artigo de António Rego

Timor – o tempo
e a alma
Depois do 25 de Abril, de todas as antigas colónias portuguesas, Timor foi certa-mente a mais amada. Não por ser a maior, nem a mais rica ou poderosa. Nem por ser a mais politicamente rentável. Foi a que, não obstante a distância, acabou por ser seguida de mais perto, pela cruel ocupação de que foi vítima, pela interdição de se ensinar a língua portuguesa e, sobretudo, a que em 1999, desencadeou nos portugueses uma maior onda de vibração e ternura muito para além da solidariedade convencional. Todos, sobretudo aqueles que visitaram Timor, se aperceberam que a independência aconteceu quase por milagre, contra toda a lógica da força e das vulgares contas políticas, apenas pela determinação heróica dum povo, consciente da sua dimensão e dos seus limites. E, todavia, assumindo a independência como afirmação da sua história, cultura - e fé - que não tolerava aglutinações fáceis de invasores da última hora. Sabe-se de quanta dor e morte foi atravessado este trajecto, conquistado mais com a alma do povo do que com a força das armas. Parece até que a arquitectura política do Estado de Timor tinha mais força simbólica do que real e que o tempo e a alma – repita-se – ofereceriam a consolidação dum projecto de identidade e independência sem reservas. Mas ninguém, minimamente avisado, ignorou as fragilidades e ameaças, internas e externas. O que agora aconteceu disso é a prova. O que se não adivinhava era que dos próprios protagonistas pudessem sair golpes rudes numa independência recente dum pequeno país que ainda amadurece as novas formas de viver. A primeira tentação é a de desencanto pela causa em que tantos nos empenhámos e que ora padece de convulsões e desequilíbrios. Mas a segunda tentação pode ser pior: deixar o povo à mercê dos políticos que colocam as quezílias pessoais à frente da sobrevivência da sua Pátria. Como em outros momentos, não podemos abandonar Timor. Sobretudo o Povo que, mais uma vez, experimentou o arrepio do medo e a ameaça recôndita de ser entregue a qualquer ditador.

É possível aprender a ser pai ou mãe

"Pais
- uma experiência" Jogaram à macaca, à cordinha e à cabra cega. Brincaram com marionetas. Imaginaram-se velhinhos numa fingida viagem ao futuro. Encarnaram actores e actrizes. Pode parecer estranho, mas os participantes destas actividades já ultrapassaram todos os trinta anos. São pais. E os exemplos enumerados foram experiências que destacaram. Viveram-nas no âmbito do Pais XXI, um dos poucos projectos de educação parental do país. O trabalho ganhou agora a forma de livro e é hoje lançado às 21h30, na Esplanada Orfeu, em Santa Maria da Feira. Hugo Cruz e Inês Pinho, os psicólogos responsáveis pelo projecto, escreveram Pais - uma experiência. Os prefácios são de Daniel Sampaio, fundador da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, e de Maria Emília Costa, professora catedrática da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Daniel Sampaio não hesita em recomendar o livro "a todos os pais e a todos os técnicos que se dedicam à intervenção junto das famílias". Afinal, a educação parental é uma das maiores reivindicações das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, um instrumento das medidas de protecção que tarda em chegar.
"Ao fomentar a criança que há em nós estamos, pois, a promover a espontaneidade, a liberdade, a informalidade, o humor, tudo ingredientes fundamentais na educação dos filhos", explicam os autores do livro. O objectivo do projecto, que começou em Junho de 2003 e ainda funciona, é promover o diálogo, a reflexão e a partilha de experiências que reforcem e estimulem o papel dos pais. "Não era sua finalidade dotar os pais de qualquer curso habilitador e profissionalizante. A paternidade e a maternidade não se ensinam, aprendem-se", defendem Hugo Cruz e Inês Pinho.
Procuraram, por isso, valorizar os saberes dos pais e promover jogos, actividades de exploração sensorial e corporal e dramatizações. "O caminho que percorremos é motor e motivo de análise, discussão, partilha e fonte significativa de aprendizagem e valorização", acreditam os autores.
Mariana Oliveira
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Citação

“O futebol substitui no imaginário contem-porâneo o tema da guerra, e as guerras que hoje persistem são as dos desafios de futebol”
Eduardo Prado Coelho,
PÚBLICO de hoje

Um poema de Ruy Cinatti

ACTO DE FÉ Se não acreditasse nos homens não acreditaria em ti, Senhor, Eis um ponto de fé – o segundo mandamento. Não posso acreditar em mim se não acreditar em Deus… o resto vem por acréscimo e eu morro de Contentamento!

Museu do Vaticano celebra 500 anos

O espólio dos Museus do Vaticano
é um dos mais
interessantes
e ricos do mundo
O espólio dos museus do Vaticano é um dos mais interessantes e ricos do mundo, abrangendo obras de arte que representam não só a arte grega e romana do período clássico, como a das sociedades primitivas, e contam toda a história da cultura europeia até à actualidade. Estas obras de arte foram acumuladas através de ofertas e aquisições dos Papas que sempre foram grandes patronos de arte. No tempo do Papa Júlio II (1503-1513), o pontífice mecenas que encomendou a pintura do tecto da capela sistina ao escultor, pintor e arquitecto Miguel Ângelo, foi descoberta no local denominado Colle Oppio em Roma a conhecida escultura Laocoonte, peça do período helenístico (período de transição entre a Grécia Clássica e o inicio do Império Romano). A aquisição deste conjunto escultórico, colocado no pátio de Belvedere no Vaticano em 1506, assinala o início da colecção de antiguidades clássicas dos Papas e a fundação os museus do Vaticano, que este ano celebram os seus 500 anos. O espólio dos museus do Vaticano é um dos mais interessantes e ricos do mundo, abrangendo obras de arte que representam não só a arte grega e romana do período clássico, como a das sociedades primitivas, e contam toda a história da cultura europeia até à actualidade. Estas obras de arte foram acumuladas através de ofertas e aquisições dos Papas que sempre foram grandes patronos de arte. Em 1983, foram criadas as associações de patronos das artes dos Museus do Vaticano, inicialmente com capítulos na América e no Canadá e mais recentemente em Inglaterra, na Irlanda e na Escócia. Foi igualmente criado um capítulo para os países de língua portuguesa, que engloba Portugal Continental, Madeira, Açores, Brasil e restantes países de língua oficial portuguesa, que estiveram sob a influência cultural de Portugal e faziam parte do seu império ultramarino.
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Papa deixa conselhos para as férias

Bento XVI aponta uma série de conselhos a todos os que se preparam para gozar um período de férias
“Desejo renovar o apelo ao sentido de responsabilidade para a circulação nas estradas, recordando que conduzir de modo correcto é uma maneira concreta de respeitar a própria vida e a vida dos outros", apelou. O Papa lembrou todos os que estão a estudar para exames e os que “no início do Verão partem em viagem para um período de férias". Para Bento XVI, este período de descanso é um momento privilegiado para se aproximar de Deus e descobrir a beleza do mundo. Falando em polaco, o Papa desejou, ao despedir-se dos fiéis, que “este tempo vos aproxime de Deus e dos homens e vos permita conhecer a beleza do mundo”. Após a sua viagem a Valência, para participar no Encontro Mundial das Famílias, Bento XVI viajará a 11 de Julho até à localidade de Les Combes de Introd, no Vale de Aosta (Alpes Italianos) para passar uns dias de descanso, que deverão durar até 28 de Julho.

domingo, 25 de junho de 2006

Citação

"A História foi escrita por homens e, por isso, em certa medida, só é meio verdadeira. Metade da humanidade - as mulheres - não participaram na sua redacção. Quando elas tiverem uma palavra a dizer sobre o destino das religiões, estas serão mais pluralistas, mais verdadeiras e, é de esperar, mais pacíficas"
Frei Bento Domingues,
no PÚBLICO de hoje

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