Portugal atrasa-se no con-junto das economias euro-peias porque a produtividade portuguesa é inferior à da maioria dos nossos parceiros e não tem melhorado.
Dantes, desvalorizava-se o escudo para manter competitivas as exportações e o turismo. Desvalorizar significava ser preciso exportar mais para importar o mesmo. Era uma forma de empobrecimento nacional, mas dava jeito aos empresários, que assim não precisavam de se esforçar muito em melhorias de produtividade. Mas o euro acabou com a bengala da desvalorização da moeda.
Tudo isto é sabido, falta é aumentar a nossa produtividade. Aqui jogam inúmeras variáveis, desde a utilização de novas tecnologias aos factores culturais (como os nossos maus hábitos em matéria de pontualidade, aversão ao risco e sentido de organização, ou o baixo nível de formação dos gestores e dos trabalhadores). É difícil atacar todos esses factores e alguns deles, os culturais, demoram gerações a mudar. Ora há uma área onde poderemos obter substanciais subidas directas e indirectas de produtividade em tempo relativamente curto: o Estado, que gasta quase metade do PIB português.
É certo que cerca de um terço da despesa pública são meras transferências (pensões, subsídios de desemprego, etc.).
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