terça-feira, 6 de setembro de 2016

S. Petersburgo – Palácios e Catedrais

Crónica de viagens de Maria Donzília Almeida 

Hermitage - Colunas
Peterhof - Grande Cascata 
Graças

Catedral Sangue Derramado
Peterhof 
Peterhof - Salão Verde
Petrodvorets
O ponto alto da nossa viagem foi, sem dúvida, a visita ao Hermitage, uma das grandes atrações de São Petersburgo, considerado um dos melhores museus do mundo. Para além do gosto pela arte, com um acervo de 3 milhões de peças, como polo de atração, o Hermitage retrata alguns dos mais lindos ambientes palacianos por esse vasto mundo. É composto por cinco edifícios, entre eles o sumptuoso Palácio de Inverno, construído na então capital da Rússia, S. Petersburgo, em 1754 e residência oficial dos czares por 150 anos, incluindo Catarina a Grande e a família Romanov.
São obras de arte como pinturas e esculturas, objetos decorativos e joias, distribuídos por 1.057 salas e 17 escadarias. Disse a guia que, se uma pessoa gastasse um minuto a contemplar cada peça, levaria “apenas” 11 anos para ver tudo.
As origens do Museu Hermitage remontam a 1754, quando a imperatriz Elizabeth Petrovna iniciou a construção de uma residência em estilo barroco que deveria ofuscar todos os palácios da Europa. Cabe lembrar que a cidade de São Petersburgo havia sido fundada em 1703 por Pedro o Grande, com o objetivo de assegurar presença no Mar Báltico, mas também como uma janela da Rússia para a Europa ocidental. Daí o seu estilo opulento, para demonstrar a riqueza do país, o seu poderio e superioridade.

Efeméride: Capela da Senhora dos Navegantes

1863 - 6 de setembro


«Foi benzida, no sítio chamado Forte da Barra de Aveiro, a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, cuja construção terminara em fins de Maio (Campeão das Provincias, 12-9-1901; Litoral, 19-10-1979) – J.»

"Calendário Histórico de Aveiro" 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Associações: Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré

Uma das primeiras exibições
Com o cenário da Casa Gafanhoa
Um dos casais fundadores (Isabel e Acácio)
Pronto para entrar no desfile
O cantar das almas
O fundador
Neste mês de setembro, em que se realiza mais uma Festa em Honra da Nossa Senhora dos Navegantes, que se realiza nos dias 17 e 18 (sábado e domingo), no Forte da Barra/Gafanha da Nazaré, dedicamos a rubrica “Associações” ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. 
O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré foi fundado no dia 1 de setembro de 1983 com o propósito de defender os usos e costumes dos que habitavam as Gafanhas desde o séc. XVII, conforme rezam algumas crónicas de escritores e estudiosos que à região dedicaram e continuam a dedicar algumas páginas de reconhecido interesse. A escritura pública dos estatutos aconteceu em 11 de julho de 1986, no Cartório Notarial de Ílhavo. É sócio efetivo da Federação do Folclore Português e inscrito no INATEL. 
O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré iniciou as suas atuações em 1985, tendo realizado nesse mesmo ano o seu primeiro Festival de Folclore. Para além da participação em festivais quer no país, quer no estrangeiro, o Grupo tem realizado diversas Exposições e Colóquios subordinados aos diversos temas etnofolclóricos. 
É, desde fevereiro de 1995, Associação de Utilidade Publica, tendo-lhe sido atribuída pela Câmara Municipal de Ílhavo a Medalha do Concelho em Vermeil”, no âmbito das Comemorações do Feriado Municipal 2008. 

Principais Atividades 

» Festivais de Folclore da Gafanha da Nazaré e da Praia da Barra e procissão na Ria em Honra da Nossa Senhora dos Navegantes; 
» Atuações pelo Pais e estrangeiro; 
» Recolha de trajes, danças, letras sem autores; 
» Exposição do espólio recolhido na Casa Gafanhoa-Museu Municipal.

Apartado 96
3834-908 Gafanha da Nazaré

Presidente da Direção

Alfredo Ferreira da Silva


 Fonte: Agenda "Viver em..." da CMI

Fotos do meu arquivo

Madre Teresa de Calcutá é proclamada santa

Papa proclama santa Madre Teresa de Calcutá 
e sublinha que Igreja deve estar onde há «uma mão estendida»


Santa Madre Teresa de Calcutá: é assim que os católicos passam a partir de agora a chamar e a pedir a intercessão à fundadora das Missionárias da Caridade, figura cuja vida e ação se estenderam muito para além das fronteiras físicas e espirituais do catolicismo.
Na missa em que canonizou a mais recente santa da Igreja, celebrada esta manhã [4 de setembro] na Praça de S. Pedro, no Vaticano, o papa frisou que para os cristãos «não existe alternativa à caridade»: «Estamos chamados a pôr em prática o que pedimos na oração e professamos na fé».

A misericórdia foi para Madre Teresa «o “sal”, 
que dava sabor a todas as suas obras, 
e a luz que iluminava a escuridão 
de todos aqueles que nem sequer tinham 
mais lágrimas para chorar
pela sua pobreza e sofrimento», 
apontou o papa, 
destacando que «a sua missão nas periferias das cidades 
e nas periferias existenciais» 
continua a ser hoje «um testemunho eloquente 
da proximidade de Deus 
junto dos mais pobres entre os pobres»

Ler mais aqui

sábado, 3 de setembro de 2016

"Os barcos da Ria de Aveiro"

Um livro de António Marques da Silva 


«No dia que marcou o início da segunda edição do “Ílhavo Sea Festival”, com a visita ao Porto de Aveiro de diversos veleiros nacionais e estrangeiros, e que se estendeu durante todo o fim-de-semana, serviu igualmente para propiciar o dia escolhido pelo Sr. António Marques da Silva, Capitão da Marinha Mercante, para, perante uma assistência interessada, fazer a apresentação do seu mais recente livro, uma obra visando a construção de diversas embarcações típicas, utilizadas em larga escala na ria de Aveiro, tais como o “moliceiro do norte”, o “barco mercantel”, o “matola” (também identificado por “moliceiro do sul”), a “barca da junta” e o “barco de mar”.
O livro agora apresentado vem complementar, com inexcedíveis detalhe e rigor, um livro publicado anteriormente pelo mesmo autor, visando a mesma temática.»

Ler mais aqui

Nota: Lamento não ter tido conhecimento do lançamento do livro do amigo António Marques da Silva, capitão da Marinha Mercante e um estudioso de tudo quanto diz respeito ao mar e à nossa ria. É óbvio que na primeira oportunidade terei muito gosto em ler a obra agora editada, tanto mais que, no texto a que tive acesso [Comunidade Portuária] se diz que se trata de um trabalho elaborado com «inexcedíveis detalhe e rigor». 
Os meus parabéns ao autor e amigo.

FM 

Teresa de Calcutá: Livre para seguir Jesus

Reflexão de Georgino Rocha


As multidões porfiam em acompanhar Jesus. Certamente por diversas razões: ver o que fazia, curiosidade, pedir algum favor, pressentir que era chegada a hora de Deus libertar o seu povo, querer ouvir os seus ensinamentos, satisfazer os anseios do coração, seguir os seus passos. Uma diversidade que precisava de ser clarificada. Nem tudo serve para sintonizar com o projecto, a mensagem de salvação. E Jesus propõe-se fazê-lo. Não quer ninguém iludido, nem alimentar falsas esperanças. Define regras, estabelece critérios e condições. E respeitador da liberdade humana, como mais ninguém, adianta: “Quem quiser ser meu discípulo…”. Que maravilha: ser discípulo em liberdade. Que clareza de opção: priorizar o amor e, a partir dele, dar o justo valor a outros bens indispensáveis à vida. Que beleza de horizonte a abrir sentido às “coisas” de cada dia: deixar-se atrair pelo verdadeiro bem que brilha na doação incondicional de Jesus, na sua morte e ressurreição em Jerusalém. Na sua cruz florida!
Lucas, o evangelista narrador, indica três critérios de discernimento ou exigências básicas para seguir Jesus, para ser discípulo-cristão: os afectos do coração, o amor à vida, o apreço pelos bens materiais. E todos ao serviço do projecto de salvação que Jesus realiza em benefício da humanidade inteira. Não se pode ser cristão “a meias”. Há que optar, o que exige preferência por um bem e renúncia a outros. E Jesus é o Bem Maior.

Um Papa sem férias e com oposição

Crónica de Anselmo Borges no DN

Desde que foi eleito, Francisco não fez férias. Não será por isso que o conhecido colunista do The New York Times David Brooks escreveu que "provavelmente precisamos de alguém do estilo do Papa Francisco na política". O que se passa é que Francisco sabe que tem uma missão urgente para a Igreja e para o mundo e realiza-a com convicção, humildade e inteligência, tendo-se tornado, de facto, um líder moral planetário.
No tempo que poderia ser de férias, esteve na Polónia, para a celebração da Jornada Mundial da Juventude, com a presença de quase dois milhões de jovens, a quem deixou uma mensagem de despedida, pedindo-lhes "memória, coragem e semear para o futuro". E aquela sua peregrinação solitária e silenciosa em Auschwitz foi um grito para toda a humanidade: "Ali, compreendi mais do que nunca o valor da memória, como advertência e responsabilidade para hoje e amanhã, para que a semente do ódio não cresça na história."

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Relvado sintético do NEGE será inaugurado amanhã

 
 
A Câmara Municipal de Ílhavo vai inaugurar o relvado sintético do Parque Desportivo do NEGE (Novo Estrela da Gafanha da Encarnação) no próximo dia 3 de setembro [amanhã], sábado.
Este será o terceiro relvado sintético inaugurado pela CMI no Município, constituindo mais uma aposta no desporto e na ocupação dos tempos livres, de forma saudável e equilibrada.
Além disso, esta obra visa apoiar o trabalho e dedicação das associações, em prol da formação de todos, especialmente dos mais jovens.
A aplicação do relvado sintético, obra adjudicada à empresa Canas – Engenharia e Construções, SA, teve um custo total de 214.000 € + IVA.

Programa de inauguração:

16h00: jogo entre antigos jogadores do NEGE
17h00: jogo das camadas jovens da equipa de futebol da Gafanha da Encarnação
18h30: Cerimónia de inauguração, com a participação da Banda Filarmónica Gafanhense
 
Fonte: Texto e  foto da CMI

Efeméride: Garraiada Sensacional

1917 – 2 de setembro

Praça de touros em Aveiro

«No tauródromo do Rossio, construído em Abril de 1916, realizou-se uma garraiada sensacional (Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro, 1950, pg. 148) – J.»

Anotações:

«Uma fotografia antiga mostra uma praça de touros, de pedra e cal construída no Rossio, com a data registada de 1874. Em notícia inserida mais adiante, refere-se que uma praça de touros, mandada construir por Domingos João dos Reis e inaugurada em 21 de Julho de 1907, foi desmontada em 8 de Setembro de 1908 e vendida em hasta pública. Daqui se conclui que, ou há alguma imprecisão nos elementos registados ou, então, terão existido três praças de touros distintas no Largo do Rossio. Mas estas não são as únicas referidas no Calendário Histórico de Aveiro. Existem várias referências tauromáquicas. Por exemplo, consultando-se os registos referentes ao dia 11 de Setembro de 1910, encontra-se uma notícia relativa a «uma garraiada promovida pela Companhia de Salvação Pública Guilherme Gomes Fernandes» por ocasião da inauguração de uma nova praça de touros, «erguida no Chão da Palmeira, em Santo António, que teve duração efémera». Daqui parece poder inferir-se que houve uma certa tradição tauromáquica na cidade de Aveiro.
Relativamente ao rigor da data registada na fotografia da praça de touros, não há a menor dúvida, tanto mais que em 16 de Setembro de 1875 há uma notícia da realização da «primeira das duas corridas de touros levadas a efeito, por curiosos, em benefício do Asilo de José Estêvão», na praça de touros do Rossio, sendo a outra no dia seguinte. – HJCO.»

"Calendário Histórico de Aveiro” 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Nota pessoal: Registe-se a curiosidade do gosto pela tauromaquia em Aveiro, terra que nada tem a ver com gado bravo. Na memória da minha meninice ou juventude está o movimento bastante significativo de pessoal que se deslocou para a Praia da Barra, de carro e bicicleta, mas também a pé, por mor de uma tourada que lá se realizou em arena montada para o efeito. Quem há por aí com a história dessa tourada ou garraiada? Contudo, há registo de uma garraiada, na Barra, em 1921. FM

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Festa de Nossa Senhora da Nazaré

Estátua do Prior Sardo 
No último fim de semana, a nossa paróquia, com a preciosa ajuda de uma comissão organizada para o efeito, levou a cabo a festa em honra da Nossa Padroeira. Tanto quanto sei, tudo decorreu dentro da normalidade, com foguetes, música, procissão e Eucaristia solene. 
Não faltaram os doces típicos, as quinquilharias, os comes e bebes e a presença indispensável da alegria. As festas são para isso mesmo, ou não precisasse o povo de quem o anime de vez em quando para poder espairecer e esquecer vidas penosas, carregadas de sacrifícios e de tristezas. 
Quem, porém, não tenha por hábito passar pelo Jardim 31 de Agosto, data comemorativa da criação da paróquia, em 1910, por decreto do Bispo de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina, atendendo ao pedido de uma comissão de gafanhões, presidida pelo Padre João Ferreira Sardo, que veio a ser o primeiro pároco da Gafanha da Nazaré, talvez não identificasse a estátua do sacerdote que se torna figura central do Jardim 31 de Agosto. É que, por maldade de algum ou alguns vândalos, as legendas foram roubadas e tardam a ser repostas. E o nosso primeiro prior, se calhar, até estará um pouco triste. 

Conselheiro Bernardino Machado em Aveiro

1893 - 1 de setembro
Bernardino Machado 
«O Conselheiro Dr. Bernardino Machado visitou o Colégio de Santa Joana Princesa, os edifícios da Câmara Municipal e do Quartel de Cavalaria, a piscina-modelo que o ilustre aveirense Dr. Edmundo de Magalhães Machado possuía em Santiago e a Fábrica da Fonte Nova, onde o industrial Carlos da Silva Melo Guimarães lhe lembrou a necessidade da criação de uma Escola Industrial em Aveiro (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro, pgs. 246-248) – A.»

"Calendário Histórico de Aveiro"
de António Christo e João Gonçalves Gaspar


Nota: No dia anterior, 31 de agosto,  o Ministro das Obras Públicas, Bernardino Machado, inaugurou o Farol.O aparelho iluminante foi ligado e posto a funcionar em 15 de outubro do mesmo ano.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Viajando pela Rússia

Crónica de viagens de Maria Donzília Almeida

Escadaria do Palácio de Yusopov
Forte de S. Pedro e de S. Paulo
Palácio de Yusopov
Palácio de Yusopov - Salão
Teatro de Yusopov  Palácio se S. Peterburg.
A Rússia, um país que suscita as mais controversas emoções, foi o destino do grupo de viajantes da Vera Cruz, neste ano da Graça de 2016.
Visitar a Rússia é mergulhar nas páginas da sua história, que se abrem perante nós em cada pedra que pisamos, cada palácio que visitamos, cada catedral que admiramos.
É tão vasta a sua história, quanto a dimensão do país, que duplica a área do Brasil. Na sua imensa superfície, uma parte europeia, outra asiática, confina com países como a Coreia do Norte, a China, a Mongólia, o Cazaquistão, o Azerbaijão, a Geórgia, a Ucrânia, a Bielorrússia, a Letónia, a Finlândia e Noruega e ainda o Alasca.
Para compreender a Rússia de hoje, convém conhecer um pouco da sua história que se inicia com os eslavos do leste, um grupo étnico reconhecido na Europa entre os séculos III e VIII. Fundado e dirigido por uma classe nobre de guerreiros vikings e pelos seus descendentes, o Principado de Kiev, o primeiro estado eslavo, surgiu no século IX. Adotou o cristianismo ortodoxo do Império Bizantino em 988, dando início à síntese das culturas bizantina e eslava, acabando por definir a cultura russa.

domingo, 28 de agosto de 2016

Saborear enguias na terra do bacalhau — Li no FUGAS

Texto José Augusto Moreira
com fotos de Hugo Santos

Sala principal do restaurante A Cave, na Gafanha da Encarnação

Há que passar por Ílhavo para se entender a saga heróica da pesca do “fiel amigo” e para o saborear nas suas receitas mais tradicionais. Foi n’ A Cave, na Gafanha da Encarnação, que nos repimpámos com um abafado de bacalhau e umas enguias de caldeirada. Duas tachadas de truz!
Sendo o bacalhau uma paixão nacional, bem se pode dizer que Ílhavo há-de ter um cantinho especial no coração dos portugueses. Mas sobretudo no palato, já que foi a partir daí que se formou o grosso da frota bacalhoeira e continua a ser com base no seu porto bacalhoeiro que o país se alimenta do “fiel amigo”. Do verdadeiro, o gadus morhua. Aquele que vem das águas frias do Atlântico Norte, que amarelece com a cura, que lasca quando chega ao prato e é apaixonadamente apreciado.
Há que passar por Ílhavo para se entender a saga heróica da pesca à linha do bacalhau. Tem o Museu Marítimo, moderno e exemplar, onde a toda a história está muito bem documentada e exposta, e que inclui até, desde há três anos, um aquário de bacalhaus; Tem também, atracado no porto, o arrastão Santo André, para mostrar como era dura a vida daqueles que fizeram a história da “faina maior”; e tem até um festival dedicado ao bacalhau onde este é saboreado nas múltiplas tasquinhas segundo as receitas mais típicas e tradicionais, e que todos os anos atrai centenas de milhar de visitantes, tal como mais uma vez aconteceu no final da semana passada.
Ler tudo aqui
NOTA: Fico sempre satisfeito quando leio na comunicação social referências à nossa terra. E se essas referências são de aplauso, mais satisfeito fico. Quando posso, partilho o que vou sabendo.

Efeméride: Imagem do Senhor dos Passos

1896 — 28 de agosto
 
Imagem do Senhor dos Passos - Paróquia da Glória
 
«Pelas duas horas da madrugada, os mordomos da respectiva Irmandade do ramo da Vera-Cruz levaram violentamente para a igreja do Carmo a veneranda imagem do Senhor dos Passos que, tendo sido da matriz de S. Miguel, fora transferida em 1835 para a paroquial de Nossa Senhora da Gória (Litoral, 5-3-1955 e 19-3-1955) – J.»
 
 

sábado, 27 de agosto de 2016

32.º Festival de Folclore "Cidade de Ílhavo"



Vai realizar-se, no próximo dia 3 de setembro, no Jardim de Ílhavo, o 32.º Festival de Folclore "Cidade de Ílhavo", com realização do Rancho Regional da Casa do Povo daquela cidade. 
Participam, para além do rancho anfitrião, os Ranchos Folclórico e Etnográfico de Reguengo da Parada - Caldas da Rainha, Folclórico da Ribeira de Santarém - Santarém, Folclórico de São Félix da Marinha - Vila Nova de Gaia, Folclórico dos Moleanos - Alcobaça e Folclórico de Paranhos - Porto.
Esta é mais uma expressiva demonstração da etnografia, em especial, e do folclore, em particular, do nosso país, digna de ser apreciada pelos amantes das ancestrais artes e saberes do nosso povo.

Para o Padre José Lourenço

Uma reflexão de Pedro José Lopes Correia

os cuidados que precisamos sempre:
para o Pe José Lourenço (93 anos de vida e 69 de padre)

Padres Pedro José e José Lourenço
“Não acredito que cada um tenha o seu lugar. 
Acredito que cada um é um lugar para os outros”, 

Daniel Faria in O Livro de Joaquim.

O estar deitado numa cama e não poder mover-se por si próprio. As forças no fim. As dores omnipresentes no rosto. A Ternura da mão acolhida na segurança do afecto, da relação e da história alargada. Não sabemos a hora do fim. Queremos acreditar no Amor-que-se-faz-presença-até-ao-Fim. A competência extrema e eficiente de quem cuida e humaniza o «nosso» fim. A nossa história de Amor nesta terra é feita de um Nó infinito de relações amadas e partilhadas. Nada será perdido.

Não ser capaz de estar Indiferente a todo o sofrimento que cai sobre nós: sismo, doença grave, desemprego, relações atraiçoadas… A lista não tem fim. Fim tem a vida limitada e fechada no Egoísmo. Vida contínua é a que comunga da presença de Deus e das pessoas sem preconceitos. A Alegria do serviço doado: seja a limpar o chão molhado; a gerir a aplicação criteriosa dos medicamentos descobertos pela Ciência; a trazer a luz do bem recebido e feito.

(...)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

AMIGO, VEM MAIS PARA CIMA

Reflexão de Georgino Rocha
 
 
Este apelo convite surge na parábola do banquete narrada por Jesus na conversa à mesa com um fariseu que o havia convidado a tomar uma refeição em sua casa. Constitui uma espécie de resposta às atitudes dos comensais que buscam os primeiros lugares, sinal ritual da importância social e religiosa de cada um. Serve de contraponto e realça valores fundamentais a quem pretende ser discípulo e fazer parte da comunidade dos que o seguem. Define claramente as pautas da “corrida do cristão” na sociedade actual, da escala de valores a promover e das atitudes a vivenciar.
Estar à mesa e comer juntos tem um grande significado familiar, social e religioso: encontro amigo e fraterno, conversa e partilha de notícias e saberes, reforço de laços de proximidade, afirmação de estima mútua e de próxima ou igual categoria. Assim o entendiam todos os participantes. Por isso se observam mutuamente.  Certamente com segundas intenções. Jesus não foge à regra, como o demonstram as parábolas, hoje, narradas.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Um poema de Orlando Figueiredo: MAR

Publicado 
em 25 de agosto de 2006 
no meu blogue




MAR 

Aqui está o mar
inteiro e firme
olhos abertos e azuis
voz rouca e veemente

Cresce em mim como espuma
o desejo de amar o mar


In “Guardador de Sonhos”

NOTA: Os anos passam a uma velocidade estonteante, ficando para trás, cansados da caminhada, vivências,  experiências, encontros e desencontros, leituras e escritos. Fui ver o que escrevi no dia 25 de agosto de há 10 anos e encontrei este poema do meu familiar, amigo e poeta Orlando Figueiredo. Aqui fica ele em jeito de homenagem e na esperança de voltar à leitura da sua poesia. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Porto de Pesca Costeira: A vontade de comer

Porto de Pesca Costeira
Ao longe vi apenas o Porto de Pesca Costeira com tempo enevoado. Sombra de barcos de pesca e ponte ao longe emolduravam o quadro. E disparei sem mais para registar a minha passagem por aquelas bandas. Porém, no computador tudo se mostrou diferente, mais nítido e mais desafiante. Sinais de vontade de saborear algum peixito caído de qualquer barco geraram esta moldura de gaivotas atentas às manobras de quem por ali trabalhava. E será, garantidamente, coisa habitual.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Andanças pela Figueira da Foz em agosto

Bairro no meio do arvoredo
Vela em terra à espera de barco

Perdeu o Norte ou está a descansar?
Câmara Municipal da Figueira da Foz construída em 1897

A Lita numa das suas praias preferidas (Buarcos)
Sempre a perscrutar outros horizontes
Para viver com mar à vista
Pedras que dão sempre jeito
Navegar muito ao largo para não perturbar quem está a banhos

Todas as posições são válidas para ficar no retrato
Mais uma vez a tentar ver nem sei o quê

Decisões da República

1911 - 23 de agosto

Convento das Carmelitas renovado
«Um decreto assinado pelos ministros Afonso Costa e José Relvas determinou o seguinte:
1.º – São cedidos à Câmara Municipal do Concelho de Aveiro os edifícios e suas dependências dos extintos conventos de Jesus e das Carmelitas nessa cidade, a fim de neles instalar repartições públicas, escolas, tribunais e quartéis de polícia;
2.ºA parte do convento de Jesus, contígua ao claustro e à igreja, a qual já foi declarada monumento nacional, será destinada à instalação de um museu regional de arte antiga e moderna, na medida do que for sendo necessário e sob a administração da Câmara Municipal».
A Edilidade viu-se incapaz de levar por diante a iniciativa do museu, pelo que, em 7 de Junho de 1912, o Estado chamou a si a sua instalação e conservação (Diário do Governo, n.º 198, 25-8-1911, pg. 3608. Em Arquivo, XLI, pgs. 241 e ss., há diversas inexactidões em datas; também há inexactidões em Museu de Aveiro – Roteiro, pg. 4, da autoria de António Manuel Gonçalves) – J.»
"Calendário Histórico de Aveiro"
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ainda os Açores — Leituras (1)

“Mulher de Porto Pim — Uma ode aos Açores” 
de Antonio Tabucchi



Quando fui aos Açores, mais concretamente à ilha de S. Miguel, levei no saco da bagagem um livro de Raul Brandão — “As Ilhas Desconhecias” —, escrito em 1926 (há precisamente 90 anos), a partir de uma viagem que o escritor e jornalista havia feito em 1924. Levei também outra literatura avulsa de caráter propagandístico, mas interessante.
Hoje, porém, inicio referências a outros livros que tanto podem ser lidos antes da partida para os Açores como no regresso. Começo com “Mulher de Porto Pim — Uma ode aos Açores” de Antonio Tabucchi, professor e escritor italiano que se radicou em Portugal por tanto gostar do nosso país. Morreu em 25 de março de 2012.
A edição que tenho em mãos e que já li tem a chancela da editora Dom Quixote e foi publicada este ano. Apresenta o Prólogo com data de 23 de setembro de 1982. São apenas 126 páginas, capa dura, tradução de Maria Emília Marques Mano, pois o original foi escrito em italiano, em Vecchiano. 
Curiosamente, depois de ler o livro, de formato pequeno, li no Expresso uma referência crítica de Pedro Mexia, que lhe deu a classificação de quatro estrelas, num máximo de cinco. Tanto basta para aquilatarmos da qualidade e do interesse desta obra de Antonio Tabucchi.
No trabalho deste autor há naufrágios, destroços, passagens e lonjuras, mas há baleias e baleeiros, onde cabe a história da Mulher de Porto Pim. Permitam-me que destaque uma biografia, algo ficcionada, de Antero de Quental, a qual nos mostra António Feliciano de Castilho, a quem o pai do poeta açoriano confiou a instrução de seu filho. Mestre de Antero, na infância, e mais tarde adversários e polemistas na chamada Questão Coimbrã. 

Um retalho 

«Quando o menino chegou à idade de aprender, o pai chamou para sua casa o poeta António Feliciano de Castilho [Residiu algum tempo em S. Miguel] e confiou-lhe a sua instrução. Castilho era considerado então grande poeta, talvez por causa das suas traduções de Ovídeo e de Goethe, e talvez também pela sua infeliz cegueira que, por vezes, dava aos seus versos um tom pomposo muito apreciado pelos românticos. Na realidade era um erudito irascível e austero que privilegiava a retórica e a gramática. Com ele o pequeno Antero aprendeu latim, alemão e métrica. E com estes estudos chegou à adolescência.»

E no Post Scriptum — Uma baleia vê os homens

«Não gostam da água e têm medo dela, e não se percebe por que razão a frequentam. Também se deslocam em bandos, mas não levam fêmeas e adivinha-se que elas se encontram algures, mas sempre invisíveis. Às vezes cantam, mas só para si, e esse canto não é um chamamento, mas uma forma de lamento pungente. Cansam-se depressa, e quando a noite cai estendem-se sobre as pequenas ilhas que os transportam e talvez adormeçam ou olhem para a lua. Passam deslizando em silêncio e percebe-se que são tristes.»


Fernando Martins

Alexandre O'Neill morreu há 30 anos

  
“A poesia é a vida? Pois claro!
Conforme a vida que se tem o verso vem
— e se a vida é vidinha, já não há poesia
que resista. O mais é literatura,
libertinura, pegas no paleio;
o mais é isto: o tolo dum poeta
a beber dia a dia a bica preta,
convencido de si, do seu recheio…
A poesia é a vida? Pois claro!
Embora custe caro, muito caro
e a morte se meta de permeio.”
 
(Alexandre O’Neill, in Feira Cabisbaixa, 1965)
 
Nota: Foto e texto do Observador

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