Afinal ainda há pessoas altruístas
Por Maria Donzília Almeida
Por Maria Donzília Almeida
Foi numa daquelas tardes ensolaradas de domingo. A chuva e o vento em aliança cúmplice e de uma fidelidade mútua, a toda a prova, haviam dado umas curtas tréguas aos habitantes desta zona costeira.
Nem sequer podemos praguejar contra o mau tempo, pois ele está no seu tempo e no espaço que lhe compete. Seria mais preocupante se estivesse um calor de rachar, em pelo Janeiro. Tudo se quer no seu tempo, como ... pelo Advento, como lá diz o povo.
Este ar de graça do astro-rei originou um êxodo da cidade de Aveiro que veio desaguar a estas praias onde o farol ainda tem honras de atracção turística e é olhado com alguma pequenez!
Com esta enxurrada de gente à procura do seu raio de sol, era ver as esplanadas dos cafés a abarrotar de gente, a saborear uma bebida ou simplesmente a desfrutar do afago dos raios solares. Outras pessoas calcorreavam os passeios pedonais, vulgo passadiços, fazendo aquele recomendado exercício físico com a família por perto. Num ou noutro local, a tomar a bebida ou a brincar com os rebentos, sobre a relva, era ver os casais novos a partilharem momentos de bem-estar.
Com o ambiente agradável que um dia de sol proporciona, sentia-se na atmosfera evolar-se o aroma adocicado e quente da bolacha americana e das tripas. Neste dia, senti um desejo enorme, já que há muito tempo não saboreava o petisco.