terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Quem semeia tempestades não tem direito a bonanças


A sorte também
se constrói


1. Poderão existir determinadas situações em que se pense que só os outros é que têm sorte e que o próprio não… Essa ideia das sortes ou dos azares parece-nos reflectir uma visão menos correcta daquilo que são as referências de compromisso que haverão de presidir os caminho diário. Diz um pensamento que «a sorte protege os audazes», e pode-se acrescentar que a sorte é amiga da atenção zelosa e persistente e inimiga do descuido e do desleixo. O ditado que diz que «quem semeia ventos colhe tempestades» também ajuda a compreender a necessidade de sempre e cada dia, nem que custe (será o que lustra!), viver e semear os grandes valores assentes na bondade, no estímulo à dignidade e ética, no apego constante à responsabilidade de ser e fazer em cada momento o melhor possível.

Alexandre Cruz




2. Como alguém disse, na hora da tragédia de nada vale “rezar” mundos e fundos na turbulenta viagem da estrada se não se descansou o mínimo suficiente para se ter lucidez ou se a pessoa está alcoolizada e incapaz de corresponder às solicitações de constantes e novas situações. Essa ideia de que o “mágico”, o “deus SOS”, o “bombeiro divino”, viria socorrer instantaneamente é uma das grandes falsidades que importa purificar. A desculpabilização do que deve ser a responsabilidade humana para o mágico que substituiria o zelo devido é sinal da imaturidade existencial; é a mesma coisa que passar a vida a semear tempestades e depois pensar-se que se tem direito às bonanças!

3. É por isso que nada fora de cada um de nós fará o que cada um terá de fazer; é por isso que na medida em que se procura viver a responsabilidade constante, esta como que abre as portas ao surpreendente positivo que amplia os índices de motivação… A vida é constante semente que se lança e, simultaneamente, constante colheita. A arte da coerência ética e da persistência serão dos valores estruturantes que, não a curto mas a médio e longo prazo, darão créditos positivos. A chamada “falta de sorte” como fatalismo, não é outra coisa senão a falta de se conhecer e reconhecer a si mesmo.

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