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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Conto de Natal — Nicholas

Conto de Maria Donzília Almeida




Do Santa Claus, herdara o nome e a destreza física. O primeiro deslizava pelas planícies geladas da Lapónia, num trenó puxado por renas amestradas, numa correria expresso, para entregar as prendas a tempo e horas. O segundo fazia piruetas e cavalos com a sua bicicleta, na rua onde morava, para expandir o excesso de energia que o dominava.
Era vê-lo correr, com o rabito levantado, do selim, ou exibir o seu talento de malabarista, levantando a roda da frente, tal qual garboso cavalo, arqueando as patas dianteiras.
Nicholas era um adolescente cheio de vivacidade, com os fartos cabelos louros, caindo-lhe em anéis sobre os ombros, ou presos atrás, em rabo-de-cavalo, com ar desafiador perante a vida e muita contestação reprimida.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Homenagem a Iyengar

Crónica de Maria Donzília Almeida 

 «O yoga também favorece 
a longevidade»


Como sou fã e praticante, decidi prestar homenagem a um dos gurus desta filosofia de vida.
Esta segunda-feira, 14 de dezembro, será um grande dia para os praticantes de yoga em todo esse vasto mundo. 
Hoje, o fundador do Iyengar yoga é celebrado pela Google, através de um doodle engraçado, onde uma animação de B. K. S. Iyengar aparece fazendo os exercícios característicos da sua disciplina. Os doodles são logótipos passageiros da Google, criados para celebrar aniversários de pessoas importantes ou eventos que marcaram a história da humanidade.
Bellur Krishnamachar Sundararaja Iyengar nasceu no dia 14 de dezembro de 1918, no pós-guerra e enfrentou uma infância muito difícil, padecendo de diversas doenças como tuberculose, malária e febre tifoide. Encontrou no yoga uma espécie de escudo protetor espiritual. O seu guru foi o memorável Sri T. Krishnamacharya. 

sábado, 12 de dezembro de 2015

Conto de Natal

Gisela



Gisela entrara melancólica. Na entrada geral, ao lado do jardim da Escola, um presépio em madeira, com figuras em tamanho natural, anunciava a quadra que se avizinhava. De longe vinham uns acordes suaves, confirmando o clima que se vivia - o Natal.
No átrio da Escola, a decoração era exuberante. Vitrais multicores e duma grande subtileza de formas, ornamentavam a portada principal. Do lado esquerdo, erguendo-se por entre fitinhas douradas e plissados coloridos, surgia o primeiro pinheirinho de Natal, que servia de cenário aos bonecos de neve, gigantes e apelativos. Tão fofos, tão grandes e simultaneamente tão acolhedores.
Gisela teve o seu primeiro choque. Tanta luz, tanta cor, tanto empenho humano, a contrastar com o cinzento-escuro de que se vestia a sua alma. E veio-lhe, à memória, a família que ficara em casa. O Simão ficara ainda na cama, donde iria sair com a dificuldade de todos os dias, para ter a sua própria festa de Natal. Iria ter? Chegaria a integrar-se em alguma actividade? Teria algum entusiasmo pelo seu dia de festa?

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Só é velho quem quiser!



Senior-idade

Não se sente só e triste
Quem da vida não desiste!
E após longa caminha
Arduamente trilhada
Há uma nova dimensão
Na vida de um cidadão:
A sua aposentação!
‘inda há sonhos e projetos
E tantas vezes os netos
Preenchem o novo espaço
Como um amistoso abraço.
E a nossa sociedade
Atenta à realidade
Criou esta Universidade!
Onde há tempo pr’ó lazer
E também p’ra conviver!
A cada um o que lhe aprouver
Seja homem ou mulher.
Só é velho quem quiser!

MaDonA
21.11.2015

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Festa da Universidade Sénior

Crónica de Maria Donzília Almeida

Grupo da Universidade Sénior
«Só se é velho, quando os sonhos 
dão lugar aos lamentos»

Teve lugar no sábado, dia 21 de novembro, a festa de arranque do ano letivo 2015/16 da Universidade Sénior do Centro Social Paroquial Nª Srª da Nazaré.
Apesar de o início das atividades ter sido em outubro, só agora, por questões logísticas, pôde levar-se a cabo o evento. Este constou de um vasto programa em que estiveram representadas as diversas atividades que integram aquela instituição: umas de cariz mais teórico como Comunicação/Marketing, História/Jornalismo, Nutrição/Saúde e Língua Inglesa; outas numa vertente mais prática como Iniciação/Formação Musical em bandolim, guitarra, cavaquinho, a Tuna, Teatro, Desenho com agulhas, TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), Costura, Artes/Decoração/Pintura e ainda a famigerada Quintinha da Remelha, vocacionada para a jardinagem e agricultura biológica.
Pela enumeração das áreas de formação existentes na US verificar-se-á uma panóplia de atividades ao dispor dos utentes/formandos que a frequentam. Para os mais diversos gostos e preferências, há sempre a possibilidade de alguém realizar o seu sonho, adiado pelas limitações/exigências da sua atividade profissional.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Thanksgiving — (Dia de Ação de Graças)

Crónica de Maria Donzília Almeida


«A gratidão é a virtude 
das almas nobres...»

Esopo

Não tem a ver com a nossa tradição, mas tem um significado muito particular para mim. Desde a minha juventude, em que me imiscuí na literatura norte-americana que preencheu parte da minha formação académica, que fiquei mais desperta para as manifestações deste mosaico de culturas, que é a sociedade americana.
Apesar de este povo despertar os mais controversos sentimentos, desde o ódio genuíno, à admiração pura, quanto a mim, devo reconhecer que nutro por ele uma velada simpatia. A este sentimento não é estranho o facto de o meu progenitor ter passado uma década da sua longa existência, em comunhão direta com este melting pot. No meu imaginário ficaram os relatos épicos de histórias vividas, na dura luta que travou para ganhar o sustento para a sua prole, nomeadamente a que ficou na sua terra natal.
Insere-se neste contexto de gratidão, o episódio que narrou, cheio de reconhecimento, a um colega de trabalho. Inexperiente no conhecimento das medidas de proteção quanto à segurança no trabalho, viu-se a braços com a execução de uma árdua tarefa. Teria de proteger as mãos com luvas no transporte de materiais abrasivos. Perante esta urgência, um colega de trabalho que era negro, imediatamente tira uma das suas luvas e cede-a ao Zé da Rosa. Com que sentido de gratidão e reconhecimento ele evocava este episódio! Eu...guardo-o religiosamente na minha memória.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Honey

Crónica de Maria Donzília Almeida




Yes, Honey! – Foi a resposta de uma native speaker (1) num contexto de vida social a uma interpelação que lhe fora feita, ali na USGN(2).
A palavra honey para além do significado concreto de mel das abelhas, tem uma conotação muito específica, no tratamento interpares, no que concerne ao relacionamento humano.
A fluidez do significante, predominantemente vocálico, em língua inglesa, soa algo doce aos ouvidos e… ao coração do interlocutor. Assim aconteceu e imediatamente fez abrir a arca da memória e recordar um episódio da minha prática letiva.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A visita

Crónica de Maria Donzília Almeida


“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, 
considera os seus caminhos e sê sábio” 

Salomão
                                                                                    
Mourejava eu como a formiga, quando fui surpreendida por aquela visita. Aprovisionando no verão para os rigores do inverno, as formigas são um bom exemplo de animais gregários.
Sempre me impressionou como estes seres minúsculos interagem e se organizam em colónias.
As formigas são pequenos insetos que podem ser encontrados em todas as partes do mundo, desde regiões ao nível do mar, desertos, até no alto de grandes montanhas.
O tamanho pode variar de alguns milímetros a alguns centímetros. Há um grande número de espécies, que pode atingir mais de 12.000. Elas pertencem à ordem dos himenópteros e variam muito, tanto em relação às suas formas, quanto aos seus costumes ou hábitos. 
São consideradas insetos sociais, porque vivem em colónias, altamente organizadas e eficientes. Formadas por milhares de formigas, divididas em classes, cada uma tem a sua função específica na organização dessas comunidades.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Marte…Sonho ou utopia?

Crónica de Maria Donzília Almeida



"A Raça humana 
terá que sair da Terra 
para sobreviver”

Stephen Hawking


No dia 28.set.2015 surgiu nos telejornais a notícia bombástica que deixou o mundo suspenso: “Marcas escuras e estreitas, de cerca de 100 m de comprimento por 5 m largura, foram registadas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) em Marte. Cientistas da NASA acreditam que os leitos provam que existe água líquida e corrente no planeta.”

A notícia despertou em mim um misto de curiosidade e perplexidade, já que aponta para uma nova perspetiva de vida – a esperança(!?) de sairmos deste planeta! E, se um dia fiz crer às criancinhas que iria mudar-me para a lua (santa e abençoada ingenuidade), com esta descoberta, o sonho de evasão para outro destino, torna-se mais exequível!
A relação de proximidade com os conterrâneos, nem sempre é uma relação de qualidade!
Marte, conhecido como o planeta vermelho, sempre despertou grande interesse nos terráqueos, em parte por ser um dos planetas mais próximos da Terra, com possibilidade mais ou menos remota, de um dia lá chegarmos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O jovem escritor — Afonso Reis Cabral

Crónica de Maria Donzília Almeida


O dia 11 de setembro, dia de má memória, é duplamente uma data triste que eu recordo. Para além do ato terrorista que derrubou as Twin Towers no World Trade Center em 2001, nos EUA, provocando comoção em todo o mundo, evoca também a partida da nossa mãe, no mesmo dia, em 2008. Éramos todos de idade madura quando isso aconteceu, mas a perda de um ente querido é sempre irreparável.
Não devemos ser prisioneiros do passado, como convém, nomeadamente aos políticos que deixam para trás os erros cometidos, mas devemos sim, seguir em frente, concentrando-nos no presente e nos novos desafios que a vida nos aponta.

Nesta perspetiva, procuro sempre ver o lado positivo das coisas e tive neste dia a concretização do mesmo. A Biblioteca Municipal de Ílhavo comemorou, neste dia 11 de setembro de 2015, o 10.º aniversário da sua existência, com a realização de um Jantar Literário, nas suas instalações.
A minha participação neste jantar, como provavelmente a dos outros participantes, foi, acima de tudo, motivada pela curiosidade e grande desejo de conhecer o escritor que viria abrilhantar o evento.
O jantar decorreu em franca camaradagem, havendo subjacente às conversas, a partilha do gosto pela literatura e pelos livros.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Quando a velhice chegar

Crónica de Maria Donzília Almeida

Falésia 
Passeio à Nazaré 
16 de setembro de 2015

«Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres» 

 Séneca

Sete saias
Já que envelhecer é uma inevitabilidade, só se sente velho, quem quer.
Esta evidência foi confirmada, no passeio à Nazaré, organizado pela autarquia de Ílhavo e que teve uma adesão massiva.
Hoje em dia, há um reconhecimento e valorização da idade madura e a sociedade começa a estar desperta para esta realidade.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Festa de Nossa Senhora da Encarnação

Crónica de Maria Donzília Almeida

Para o ano, há mais

Nossa Senhora da Encarnação
Nos dias 11, 12, 13 e 14, decorrem os grandiosos festejos em honra da padroeira desta simpática e luminosa vila da Gafanha da Encarnação.
Desde os meus verdes anos de menina e moça, que a expressão “A Nossa Festa” soava como algo de mágico aos meus ouvidos. Era o quebrar da rotina, uma pausa nas lides do campo e a antevisão de alguns momentos de agradável convívio e diversão.
A Festa tinha um significado alargado que transcendia a comemoração do dia da padroeira, era uma efeméride para a população desta localidade que até atraia forasteiros.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Maria

Crónica de Maria Donzília Almeida

Barra
Do alto do seu pedestal, 
sua majestade o Farol da Barra 
assistiu, abençoou e piscou o olho 
a mais esta cena da vida real


Tomar um banho nas águas bem frescas, do Oceano Atlântico, na orla que abraça a nossa praia da Barra, é um ato que só os corajosos empreendem.
Ouço, a cada passo, os banhistas queixarem-se que são águas geladas, que afugentam a maioria das pessoas. Menosprezam o efeito revigorante das suas temperaturas baixas em favor de águas mais temperadas e quase mornas, na costa vicentina do Algarve. Aqui, o mar parece ”caldo”, no dizer de alguns friorentos.
Apesar de apreciar muito o nosso Algarve por muitas e variadas razões, não subestimo as nossas praias de areia branca e macia, beijadas pelo ímpeto de altas ondas que arrojam ao areal as conchas e burgos que muitos colecionam.

sábado, 11 de julho de 2015

Buddha Éden

Crónica de Maria Donzília Almeida


«A paz vem de dentro de você mesmo. 
Não a procure à sua volta»

Buda



Se o trabalho dá saúde, o seu oposto, o lazer faz a sua manutenção. Assim, é preciso intercalar a atividade profissional com pausas, para que o desempenho seja profícuo. No final de um exaustivo ano letivo, sabe bem mudar de ares e respirar a mística de um ambiente oriental.
O jardim oriental Buddha Éden, integrado na Quinta dos Loridos, foi a meta curricular, almejada por um grupo de agentes educativos do AEGE.
Aí fica um bonito solar, situado na freguesia do Carvalhal, concelho do Bombarral. Outrora, estas terras foram pertença do Mosteiro de Alcobaça, que as doou a João Annes Lourido, em 1430. No século XVI a família Sanches de Baena reconstruiu este solar que é hoje um belo exemplo da nobre arquitetura rural do século XVIII, ostentando o brasão da família Sanches de Baena. Foi convertido numa unidade hoteleira de luxo e também numa afamada produtora de vinhos, nomeadamente de espumantes.

sábado, 27 de junho de 2015

TERAPIA DO ELOGIO

Crónica de Maria Donzília Almeida



A receção do postal foi o Leitmotiv para a dissertação sobre o tema. 
Trazia como mensagem escrita, um elogio rasgadíssimo ao meu rebento. 
O efeito foi tão intenso, quanto o inesperado da situação. 
Entregue em mão própria, teve a magia que só o elogio 
na sua verdadeira essência pode produzir. 


“Quem meus filhos beija, minha boca adoça!” Senti, na pele, a força do aforismo popular. Provinha de uma pessoa que eu mal conhecia, apenas de fortuitos encontros na vida social da nossa vila. Logo visualizei aquela senhora que, no meu imaginário, eu assemelhava a Christine Lagarde, pela elegância do porte e tom argênteo do seu cabelo. 
— Deve ter uma sensibilidade humana fora do comum! — pensei com os meus botões. Um simples gesto, postura ou apenas a espontaneidade do filho a terão induzido àquele discurso elogioso. 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Alegria de viver

Crónica de Maria Donzília Almeida



“La joi de vivre est un produit de beauté!”

(A alegria de viver é um produto de beleza!)

A frase saltou-me à vista, quando peguei no saco para depositar os produtos de cosmética que adquirira ali na Body Shop. Tirei-o da carteira pois prescindi da embalagem, vendida pela loja. Está ali sempre à mão, para uma potencial necessidade, a lembrar-me uma mensagem tão preciosa. 
E, já que a beleza é um tema tão caro à mulher moderna…e ao homem da atualidade, que se preza, resolvi discorrer sobre este particular produto de cosmética, ao alcance de todas as bolsas. 
Confrange-me o aspeto crispado de tantos rostos com me cruzo no meu labor diário, que mais parecem carregar a dívida conjunta de Portugal e da Grécia! Como não tenho pretensões de endireitar o mundo, partilho apenas a minha quota parte com dez milhões de portugueses.

sábado, 30 de maio de 2015

Visita à Lusa Atenas

Crónica de Maria Donzília Almeida


Serenatas romanescas
Trovas quase orações.
Destas coisas pitorescas
Restam só recordações!

Vagueava eu na plataforma que dá acesso à entrada para o comboio, a fazer horas, quando sou surpreendida por um olhar insistente, perscrutador, num zona resguardada de espera.
Continuei o meu percurso, naquela soalheira manhã de maio, em que me dirigia pela enésima vez à vetusta Lusa Atenas. Longe vão os tempos, na década de setenta do século passado, em que eram recorrentes estas viagens de e para a cidade universitária. O comboio, como meio de transporte mais acessível à bolsa de um estudante, cumpria esta tarefa de unir distâncias. Hoje, com o benefício adquirido pela idade, continua a merecer a minha preferência.
Na velha urbe, para além da formação para a vida e construção do futuro, fazem-se amizades, estreitam-se relações e criam-se laços com lugares e pessoas que povoam os nossos afetos.
Ia a pensar, precisamente na pessoa que iria visitar, nesse dia, quando deparei com aquele olhar meigo que me fitava com curiosidade e interrogação.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Reencontro

Crónica de Maria Donzília Almeida

ANGE

Foi ali, na marina da ANGE (Associação Náutica da Gafanha da Encarnação), que nos encontrámos. Estava eu a tomar um drink com uma amiga, numa pausa do trabalho.
Lugar acolhedor de encontros, desencontros e também de reencontros. Com a mansidão da ria a estender-se à nossa frente, de braço dado com a Mota, é o ex-libris da nossa pitoresca vila. A zona da Mota foi outrora ancoradouro de moliceiros, designados de “barcas” que movidas a energia eólica faziam o transporte destas gentes para a Costa Nova. A ponte da Barra no prolongamento da A25, aberta ao público em 1975, no fervor da revolução de abril, veio dar um novo incremento a esta zona ribeirinha.
No meu imaginário feminino, estamos na zona, por mim batizada de Marina/Mota!
Foi neste cenário de paz, emoldurado pela ria e pintado pelo colorido dos patinhos que se abeiraram de nós na procura do pãozinho para o bico, que fui surpreendida por aquela visita.
Foi introduzida por um barman que ali trabalha, nosso ex-aluno, que inquiriu se eu ainda reconhecia aquela elegante jovem. Aí, recuei no tempo e trouxe, à tona da memória, a figura cândida de uma antiga aluna. Era uma menina bonita, duma serenidade que deixava transparecer já, uma maturidade anacrónica.

sábado, 9 de maio de 2015

Divagando…

Crónica de Maria Donzília Almeida



— Gute Reise! (Boa viagem)

A frase saltou espontaneamente, na mesma língua em que a Frau Merkl intimida os seus parentes europeus.
Não foi em tom de intimidação que a expressão foi proferida, mas sim como aplauso àquele casal de ciclistas que passava na rua, em frente ao bosque. Chamou a minha atenção, quando me erguia um pouco para contemplar o céu azul, diáfano, nas minhas tarefas de jardinagem. Na verdade, despertou-me simpatia a visualização daqueles ciclistas, já de idade madura, artilhados a preceito, com capacete próprio e cujo aspeto fazia antever que eram estrangeiros. Não se fez esperar um Danke schön (obrigado), na mesma língua, pelo que supus ter acertado na nacionalidade dos turistas.
Uns metros à frente, pararam e dirigiram-se a mim com um mapa na mão, na procura de uma informação.
Apesar de hoje não ser difícil encontrar estrangeiros, nomeadamente do centro da Europa, por estas paragens, o espaço Shengen contribui como facilitador, é sempre agradável e reconfortante deparar-se com alguém que fale a nossa língua.

domingo, 3 de maio de 2015

Dia da Mãe


"À minha mãe e a todas que ousaram sê-lo, 
nos tempos difíceis que atravessamos."



Dia da Mãe

Falésia que resiste à tempestade
E sempre acolhedor porto de abrigo.
O náufrago almeja estar contigo
Em busca de paz e serenidade.

És um mar de ternura e de bondade
Que afasta os seus rebentos do perigo
E como cantou já, um poeta antigo
És “Mater Dolorosa” da Humanidade.

Em luta de inteira abnegação
O teu livro, na vida, se imprime
Numa epopeia de dedicação.

Não haverá filho que não te estime
Te guarde bem viva em seu coração
E te ponha num pedestal sublime!


Mª Donzília Almeida


13.02.2
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