“CASA DA LEITURA”
ABRE PORTAS AOS MAIS NOVOS
A Casa da Leitura é um projecto inovador de promoção da leitura destinado a um universo alargado de medi-adores (bibliotecários, professores, pais, jornalistas, etc.), bem como ao mais generalista dos públicos, que podem colocar, de modo criativo e através de um conjunto diversificado de recursos, os livros ao alcance da curiosidade de leitores da mais tenra idade até à adolescência.
Inteiramente apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, con-cebido por António Prole e dinamizado por uma equipa composta por especialistas em literatura infanto-juvenil, leitura e mediação leitora (Ana Margarida Ramos, António Prole, Fernanda Leopoldina Viana, João Paulo Cotrim, Rui Marques Veloso, Sara Reis da Silva, Cristina Taquelim e Susana Silvestre), este portal de promoção da leitura em meio familiar e escolar, é a primeira fase de um projecto mais amplo e em progressiva construção, que, dentro de um ano, dará origem a um outro site com objectivos semelhantes, desta feita especialmente dirigido ao público mais jovem.
Neste momento, a Casa da Leitura disponibiliza recensões de mais de 400 títulos, “uma colecção literária multifacetada e rica para estas idades”, garantiu uma das coordenadoras, Ana Margarida Ramos, na inauguração do portal, no dia 9 de Fevereiro. Nesta montra, encontram-se alguns clássicos ou obras de língua estrangeira, mas sobretudo títulos recentes, que serão actualizados sema-nalmente, “em alguns casos, com desenvolvimento e comentário e acompanhados da respectiva capa e de uma dupla página do miolo do livro, quando este é ilustrado”, explicou outro dos coordenadores, o jornalista João Paulo Cotrim, apresentando o site.
A escolha tem em consideração a qualidade estética e literária das obras, que surgem distribuídas segundo as competências de leitura das crianças: pré-leitores, leitores iniciais, leitores medianos e leitores autónomos. Em imagem iconográfica, o leque de opções vai “desde o pequeno mocho que ainda não saiu do ovo, até àquele que já sabe voar”, mostrou João Paulo Cotrim. Em cada uma destas categorias, pais, educadores ou curiosos encontram práticas criativas, capazes de captar a atenção da criança e de a motivar para leituras futuras, através de recursos diversificados.
Estas sugestões repartem-se pelas duas grandes divisões da Casa: SOL (Serviço de Orientação da Leitura) e ABZ da Leitura. Na primeira secção, é possível “passear” por “Livros da minha infância”, “Vidas e Obras”, “Temas” e “Livros de Outras Casas”. O compartimento ABZ da Leitura destina-se, em particular, a especialistas da área, divulgando bibliografia específica, orientações teóricas e informações sobre projectos ou sobre os laboratórios – com particular destaque para os dois dinamizados pela equipa da Casa nas Bibliotecas de Odivelas e de Beja –, que testam no terreno as práticas propostas. “Não temos um receituário”, sublinhou Ana Margarida Ramos. “Queremos dar testemunho do que está a ser feito e dos resultados obtidos em alguns casos, apontando caminhos. Só avaliando o que fazemos, podemos fazer melhor.”
Isabel Alçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, elogiou o projecto, defendendo que “todas as práticas que se desenvolvam em torno da leitura são úteis”. O importante, acrescentou, “é levar as crianças a ler”.
Aberto o portal, João Paulo Cotrim deixou o convite: “A casa está aberta. Façam favor de entrar.”