Torre de Belém
Os melhores e os piores
Os melhores e os piores
portugueses de sempre
Há programas televisivos curiosos. Curiosos, talvez por nascerem com boas intenções. Perdem, no entanto, a graça quando as boas intenções saem defraudadas por manigâncias em que há tanta gente especialista.
Os melhores e os piores portugueses de sempre aí estão para o provar, dando uma triste imagem da nossa incapacidade de olhar a história com inteligência, independência e honestidade. Por isso, há portugueses que estão nos dois grupos, por artes que ninguém conhece, de verdade.
Tenho visto alguns programas dessas séries televisivas e até ouvido alguns jornalistas e outras pessoas nas rádios e até lido nos jornais, e confesso que não perdi nada com isso, apesar de tudo, porque há sempre algo de bom e útil que se fixa na nossa memória. É o mérito dessas iniciativas. Mérito, porque nos revelam dados históricos que desconhecíamos ou estavam esquecidos. Mas também porque mostram aos mais novos facetas de homens e mulheres que foram de facto grandes, pelos serviços que esses portugueses prestaram ao País e até à humanidade. O demérito está em se falar de gente que nada fez digno de nota.
Claro que há muitos nomeados ou escolhidos que não merecem, na minha óptica, estar nos lugares em que se vai disputar o primeiro lugar. Mas isso só prova que houve gente que foi capaz de se agrupar para impor os seus ídolos, por mais ridículos que eles sejam, aos olhos da história.
E há tantos, heróis, artistas, santos, mártires, guerreiros, sábios, eu sei lá, de que ninguém se lembrou. Por isso, acho que, para além do avivar da nossa memória que o programa da RTP nos ofereceu, os resultados acabam por ser injustos e redutores.
Fernando Martins
Há programas televisivos curiosos. Curiosos, talvez por nascerem com boas intenções. Perdem, no entanto, a graça quando as boas intenções saem defraudadas por manigâncias em que há tanta gente especialista.
Os melhores e os piores portugueses de sempre aí estão para o provar, dando uma triste imagem da nossa incapacidade de olhar a história com inteligência, independência e honestidade. Por isso, há portugueses que estão nos dois grupos, por artes que ninguém conhece, de verdade.
Tenho visto alguns programas dessas séries televisivas e até ouvido alguns jornalistas e outras pessoas nas rádios e até lido nos jornais, e confesso que não perdi nada com isso, apesar de tudo, porque há sempre algo de bom e útil que se fixa na nossa memória. É o mérito dessas iniciativas. Mérito, porque nos revelam dados históricos que desconhecíamos ou estavam esquecidos. Mas também porque mostram aos mais novos facetas de homens e mulheres que foram de facto grandes, pelos serviços que esses portugueses prestaram ao País e até à humanidade. O demérito está em se falar de gente que nada fez digno de nota.
Claro que há muitos nomeados ou escolhidos que não merecem, na minha óptica, estar nos lugares em que se vai disputar o primeiro lugar. Mas isso só prova que houve gente que foi capaz de se agrupar para impor os seus ídolos, por mais ridículos que eles sejam, aos olhos da história.
E há tantos, heróis, artistas, santos, mártires, guerreiros, sábios, eu sei lá, de que ninguém se lembrou. Por isso, acho que, para além do avivar da nossa memória que o programa da RTP nos ofereceu, os resultados acabam por ser injustos e redutores.
Fernando Martins