sábado, 11 de fevereiro de 2006

XIV DIA MUNDIAL DO DOENTE

Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente
Queridos irmãos e irmãs,
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No dia 11 de Fevereiro de 2006, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes, vai realizar-se o XIV Dia Mundial do Doente. No ano passado, este Dia teve lugar no Santuário mariano de Mvolyé em Iaundé, e nessa ocasião os fiéis e os seus Pastores, em nome de todo o Continente africano, confirmaram o seu compromisso pastoral em prol dos enfermos. O próximo Dia realizar-se-á em Adelaide, na Austrália, e as manifestações culminarão com a Celebração eucarística na Catedral dedicada a São Francisco Xavier, incansável missionário das populações do Oriente.
Em tal circunstância, a Igreja deseja debruçar-se com particular solicitude sobre as pessoas que sofrem, chamando a atenção da opinião pública para os problemas ligados às doenças mentais, que já atingem um quinto da humanidade e constituem uma verdadeira e própria emergência sociomédica. Recordando a atenção que o meu venerado predecessor João Paulo II reservava a esta celebração anual, também eu caros irmãos e irmãs, gostaria de estar espiritualmente presente no Dia Mundial do Doente, para me deter e reflectir em sintonia com os participantes, sobre a situação dos doentes mentais no mundo e para solicitar o compromisso das Comunidades eclesiais, em vista de lhes manifestar o dócil testemunho da misericórdia do Senhor.
Em muitos países ainda não existe uma legislação a este propósito, enquanto noutros falta uma política definida para a saúde mental. Além disso, há que observar que o prolongamento dos conflitos armados em diversas regiões da terra, a sucessão das ingentes calamidades naturais e a difusão do terrorismo, além de causar um número impressionante de mortos, em não poucos sobreviventes têm gerado traumas psíquicos, por vezes dificilmente recuperáveis. Depois, nos países em que o desenvolvimento económico é elevado, na origem das novas formas de mal-estar mental os especialistas reconhecem também a influência negativa da crise dos valores morais. Isto aumenta o sentido de solidão, debilitando e até mesmo comprometendo as tradicionais formas de coesão social, a começar pela instituição da família, e marginalizando os enfermos, particularmente os doentes mentais, muitas vezes considerados como um peso para a família e para a comunidade.
Aqui, gostaria de prestar homenagem a quantos, de diversas maneira e a vários níveis, trabalham para que não venha a faltar o espírito de solidariedade, mas que se persevere no cuidado destes nossos irmãos e irmãs, buscando inspiração nos ideais e princípios humanos e evangélicos.
(Para ler toda a Mensagem, clique aqui)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

PRÉMIO WORLD PRESS PHOTO 2005

Finbarr O'Reilly foi distinguido
com o prémio World Press
Photo 2005 O fotógrafo da Agência Reuters, canadiano, é autor de uma imagem que ilustra a fome no Níger e que o júri considerou "ter tudo - beleza, horror e desespero". A fotografia do ano, seleccionada entre mais de 80 mil, retrata um bebé com a mão colocada sobre a boca da mãe e foi tirada num centro de emergência alimentar de Tahoua, no Noroeste do Níger, em Agosto de 2005. "Esta imagem deixou-me assombrado desde a primeira vez que a vi, há duas semanas", comentou James Colton, presidente do júri internacional de 12 membros. "Ficou-me na memória, mesmo depois de ter visto as milhares em competição. Esta imagem é simples, elegante e comovente", salientou. : Fonte: diversos órgãos de comunicação social

Estádio Municipal de Aveiro com novas perspectivas

Município estuda
grandes alterações
no novo estádio
Jorge Greno, presidente do Conselho de Administração da empresa municipal que gere o novo estádio municipal local (EMA), admitiu que «está tudo em aberto» quanto a alterações ao modelo de exploração do equipamento desportivo.
O administrador – também vereador da autarquia aveirense – salientou ser necessário «rentabilizar o espaço», já que os anteriores gestores não deixaram «absolutamente nada» preparado.
Várias hipóteses estão actualmente a ser estudadas, admitiu Jorge Greno, aludindo à concessão dos estabelecimentos de restauração (actualmente explorados pela própria empresa), cedência de parte das instalações a associações locais, arrendamento para a abertura de espaços comerciais ou realização de eventos.
Questionado sobre a possível abertura de grandes superfícies comerciais junto ao estádio, o administrador afirmou que «nada é impossível», visto que a EMA se encontra a «estudar todas as soluções» com o objectivo de «dar vida ao espaço».
O próprio futuro da EMA (a autarquia anunciou no início do mandato alterações ao figurino das empresas municipais) também está por decidir. «Está tudo em aberto, não é em três meses que se tomam decisões», ajuizou.
(Para ler mais, clique Diário de Aveiro)

Um artigo de D. António Marcelino

UM PAÍS CADA VEZ
MAIS ESTRANHO Portugal está a tornar-se um país estranho. Cada vez mais estranho. A sorte de todos nós é que há muita gente que não desiste e continua a lutar, de muitos modos, para salvar e construir o possível, contra ventos e marés.
À medida que se destrói ou se faz tábua rasa do bom senso, do passado que justifica a nossa capacidade de não resignação, do património nacional que ainda resta, à medida que só houver lugar ao sol para o “novo” e o “moderno”, diminui o discernimento lúcido de muitos, novos e menos novos, a possibilidade de raciocínio e a vontade de crescer e de actuar, como pessoas livres e em sociedade. É então, que passam a comandar o barco os oportunistas e os grupos de pressão. Como quem dirige não tem tempo para ver o que se passa e conhecer a realidade, às vezes nem capacidade para a reflectir e valorar, gera-se a mentalidade de que cada um é rei e senhor de si próprio e que a sociedade tem de se adaptar, nas normas e leis, aos seus interesses e às manias do mercado. Não se pode contrariar ninguém em matéria de desejos e costumes, mesmo que a maioria deixe de ser respeitada. Sobram pessoas e grupos como agentes da venda do que é fácil e agradável à plebe. A hora é de quem não admite outra coisa senão ser aceite, sem condições, no que quer e no que pensa. Dentro em pouco, só será crime punível a fuga aos impostos e as transgressões ao código da estrada…Uma nova invasão de bárbaros, uma selvajaria de punhos de renda com televisão disponível para todos os planos…Um fenómeno das cidades “cultas” a tentar impor-se ao país “retrógrado”… Como tudo isto é estranho!... Deputados a dar sentenças que nos arrepiam, sobre assuntos altamente complexos, dos quais muitas vezes ainda nem entenderam o sentido; senhores ministros a olhar o país de longe e a brincar com coisas sérias, a pretexto de ciência, de progresso tecnológico e de educação alargada; políticos a subir acima do chinelo para perorar, com presumida competência, sobre assuntos que os ultrapassam; profissionais da comunicação social a julgarem-se os maiores peritos sobre temas encomendados e que apenas vêem pela única janela que lhes apontaram ou abriram… O povo paga os rótulos que os inteligentes vão distribuindo: conservadores e progressistas, direita e esquerda, amigos e críticos. É preciso corrigir os códigos legais para satisfazer interesses e gostos pessoais. A Constituição respeita-se ou contestea-se, consoante o lado dos ventos. Tudo isto vai dando lugar à subversão do valor e dimensão dos problemas que afectam as pessoas. Quem está a “educar” os políticos e a governar os governantes? A célebre contestatária holandesa do barco da Figueira; os novos grupos de minorias, os que propõem “prazeres alternativos” ao consumo das drogas pesadas; a gente desinibida para explicar o sexo sem tabus nem vergonhas nas televisões e nos jornais; os que gritam à portas dos tribunais; a gente que pensa que o país será educado e culto quando às crianças das escolas se der tudo a partir de fora… A verdade é que há pessoas com fome, o desemprego cresce, idosos sem dinheiro para medicamentos caros, jovens desesperados sem verem o futuro aberto, crianças joguete de pais desavindos, famílias sem médico, casais a deixar morrer o primeiro amor, injustiças nas diversas relações sociais, imigrantes explorados, problemas abafados… Pessoa e sua dignidade, bem comum, responsabilidade social, defesa da família, cidadania alargada, problemas actuais graves, são temas ausentes da informação e da formação. Os governantes têm sempre razão, aos jornalistas nada de censura, o povo cala-se com jogos e bombons, muitos intelectuais viraram narcisistas… Esperamos que não desista quem luta e acredita na força da verdade. Ela vencerá. Não repetindo o que não se repete, mas construindo em bases consistentes. É urgente.

Um poema de Carlos Drummond de Andrade

OS OMBROS
SUPORTAM
O MUNDO
Os ombros suportam o mundo Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando bárbaro o espetáculo prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação.
: Nota: Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902, no Rio de Janeiro, e morreu em 1987. Depois de exercer várias profissões e cargos públicos, a partir de 1950 passou a viver exclusivamente da escrita. Escreveu poesia, contos, crónicas, literatura infantil, entre outros géneros, abordando, normalmente, temas tão importantes como a vida, a pessoa, a família, a terra natal, os amigos, o amor e as lutas sociais.

PADRE LINO MAIA NOVO PRESIDENTE DA CNIS

CNIS não será força de bloqueio nem
mandatária
do Governo Esta é a primeira grande entrevista com o presidente da CNIS eleito no II Congresso, realizado em 27 e 28 de Janeiro, em Fátima. O Padre Lino Maia tem 58 anos, integrava o Conselho Directivo Nacional, sendo presidente da UDIPSS-Porto desde a fundação, em Abril de 2002. É ainda Presidente do Secretariado Diocesano de Pastoral Social e Caritativa do Porto e Capelão do Hospital (psiquiátrico) Magalhães Lemos. É pároco de Aldoar, freguesia da cidade Invicta e antes esteve em S. Romão de Coronado, Covelas e no Seminário do Bom Pastor onde foi superior. No rescaldo do Congresso o padre Lino Maia traça ao Solidariedade as orientações estratégicas para três anos de mandato.
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SOLIDARIEDADE - Padre Lino Maia, acabou de vencer um Congresso da CNIS que, até há bem pouco tempo, nem sequer pensava disputar. Já tem a noção da missão difícil que vai protagonizar?
PADRE LINO MAIA - É difícil mas é um desafio muito interessante. Eu acredito vivamente na CNIS, sobretudo nos dirigentes das IPSS. Temos dirigentes com uma capacidade fabulosa, que acreditam, querem e sabem implementar respostas sociais. Por isso, estou confiante porque a equipa é muito boa, é gente que construiu a CNIS, são o seu suporte, são a sua memória. Acredito nesta equipa, acredito na CNIS, acredito que vamos conseguir fazer coisas muito interessantes.
(Para ler toda a entrevista, clique SOLIDARIEDADE)

CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES

Cardeal-Patriarca defende esforço conjunto contra choque de civilizações
D. José Policarpo considera que, face à onda de violência gerada após a publicação de caricaturas do profeta Maomé, “são precisas mais políticas acertadas lucidamente decididas, respeito mútuo e respeito pela identidade de cada povo”, disse hoje à ECCLESIA.
Segundo o Cardeal-Patriarca, estes acontecimentos “não se podem colocar no quadro do diálogo inter-religioso, e não há falta de diálogo inter-religioso, embora reconheça que “o diálogo inter-religioso não é fácil”.
D. José Policarpo frisou que “umas das características de cada religião é a convicção muito forte da sua doutrina e da sua perspectiva de vida”. Para os menos convictos, salienta D. José, o diálogo “é a cedência e o cair numa espécie de religião universal que todos pudessem aceitar”.
A solução para estes problemas, diz D. José Policarpo, encontra-se “num contexto sociopolítico, socioeconómico e, porventura, numa tensão entre dois grandes blocos da humanidade contemporânea”, sublinhou.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Imigrantes de Leste podem inscrever-se numa bolsa de emprego

300 mil imigrantes de Leste no centro e norte de Portugal
Os 300 mil imigrantes da Europa de leste que residem no centro e no norte de Portugal poderão, a partir de hoje, integrar uma bolsa de emprego para se candidatarem a um lugar nas empresas portuguesas dos sectores da electrónica, da construção civil, da metalurgia e têxtil. O projecto Programa FIC - Formar, Integrar, Competir, apresentado hoje no Porto será "uma mais-valia" para as empresas portuguesas e para a sua competitividade, na medida em que os imigrantes darão resposta ao défice do tecido empresarial ao nível de quadros técnicos e intermédios, de acordo com o responsável João Almeida Garrett.
"Estes homens e mulheres com qualificações de nível técnico e com hábitos de disciplina, pontualidade e cumprimento de prazos são uma mais valia para as empresas portuguesas", frisou João Almeida Garrett.
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ADOPÇÕES mais rápidas?

Governo cria Observatório para a Adopção
No ano passado foram adoptadas apenas 300 crianças em Portugal - um número que o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, considera ser demasiado baixo, tendo em conta que nas instituições permanecem 14 mil crianças à espera de um futuro melhor. É para agilizar estes processos que o Governo anunciou a criação de um Observatório para a Adopção.
Os números, de facto, são insatisfatórios: à espera de uma criança para adoptar estavam, no final de 2005, 1700 famílias, e o tempo de espera para a acolher rondava, em média, dois a três anos. "São valores que não nos permitem ainda contrariar o risco da tendência para a institucionalização excessiva", afirmou o ministro na Amadora.
Para auxiliar as crianças e jovens em risco, o Governo propõe-se agora criar mais 300 lugares nos centros de acolhimento temporário. Até 2009, serão estendidas para 2100 as vagas nestas casas onde se pretende que as crianças fiquem apenas o tempo necessário para ser traçado o seu projecto de vida. Em três anos, o objectivo é reduzir em 25% as crianças institucionalizadas.
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RIA DE AVEIRO E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Ria de Aveiro: Torreira
: Documento da Comissão Diocesana Justiça e Paz, a propósito do Dia Mundial das Zonas Húmidas
Com certeza que qualquer um de nós, ao observar e sentir a natureza, deu por si a entoar intimamente um salmo de louvor ao Senhor. É impossível a indiferença à beleza da nossa Ria de Aveiro, em particular naquelas horas do fim do dia, em que adquire uma luz e uma serenidade especiais. Um pequeno reflexo da Luz e da Calma do Senhor...
A Ria de Aveiro, como zona húmida* que, para além da sua beleza, é rica em peixes e aves aquáticas e possui grandes planos de água, locais de eleição para a prática de desportos náuticos. A produção de sal e os barcos moliceiros são também identificados com a tradição aveirense e estão intimamente ligados à Ria, um dos ex-libris da Diocese de Aveiro.
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Dia Mundial das Zonas Húmidas
No passado dia 2 de Fevereiro, comemorou-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas. Também na passada semana, voltou à comunicação social o tema das Alterações Climáticas. Será que existe alguma relação entre zonas húmidas, ou seja a nossa Ria de Aveiro, e alterações climáticas? Claro que sim! As alterações previstas do clima afectarão as zonas húmidas nacionais. Os estudos científicos para compreensão e previsão das alterações climáticas e dos seus potenciais efeitos apontam para um aumento da temperatura média global do Planeta entre 1,4 e 5,8ºC, no período 1990-2100, o que implicará impactos significativos diversos, que diferem de região para região e de estação do ano para estação do ano. Na Europa, o Sul é a sub-região mais vulnerável, prevendo-se que:
• haja uma diminuição do escoamento de Verão, da disponibilidade hídrica e da humidade do solo;
• nas áreas costeiras, o risco de cheias, erosão e perda de áreas húmidas aumente substancialmente, com implicações para as estruturas humanas, indústria, turismo, agricultura e habitats naturais das zonas costeiras;
• a produtividade agrícola decresça;
• a perda de habitats importantes (zonas húmidas, habitats isolados) seja uma ameaça para algumas espécies;
• temperaturas mais elevadas e ondas de calor possam alterar os destinos turísticos tradicionais. Estará o leitor, neste momento, num dilema: por um lado, identifica alguns dos impactos descritos como algo que já constatou no nossos país e que suspeita estar já a acontecer; por outro lado, pensa que não tem muito a ver com esta problemática e que 2100 está muito longe.
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Um artigo de António Rego

Humor e Humores «Para os nossos lados, o desrespeito pelo religioso ganhou, nalguns meios, uma arrogância displicente»
Não é pacífica a discussão: até onde vai a liberdade de expressão? Trata-se dum luxo de alguns privilegiados - os proprietários e profissionais dos media, entre outros, - ou é um bem, por si mesmo, gerador dum dinamismo social e cultural tão decisivo, que não admite qualquer reserva ou excepção?
A democracia é um acto de liberdade. Eleger Hitler, na Alemanha, ou colocar no poder partidos políticos de ideário e prática terrorista foi um acto de liberdade. Não haverá, como referência, nada acima?
Muitas vezes, mais que do silencioso laboratório do pensamento, as questões brotam de explosões emocionais e momentâneas na opinião pública, ou de algum acontecimento levado ao extremo por qualquer situação imprevista. Como agora aconteceu com as caricaturas de Maomé.
A caricatura - porventura uma das armas mais certeiras para ofender gravemente, atenuada apenas pela hipotética vaidade dos atingidos - emerge no momento da subida ao poder dum partido com ideais terroristas, em plena discussão sobre armamento nuclear no Irão, nalgumas lutas internas no universo muçulmano, no confronto entre o mundo árabe e a Europa, para não falar nas centenas de razões discretamente enceleiradas em jazigos de petróleo. Haverá, certamente, um conjunto de situações de carácter pontual que se escondem em muitos discursos, ameaças, violências, decisões e negócios e que ultrapassam quantas razões vêm ao de cima.
Preso a isto tudo, o fenómeno religioso. Os caricaturistas exigem liberdade ilimitada. Alguns religiosos, embora impetuosamente, propõem-lhes que, em vez de caricaturarem símbolos religiosos, exibam caricaturas de si próprios, ou dos seus pais, ou de qualquer ente que considerem “sagrado”. E chegamos ao núcleo do problema: o sagrado. Não terá ele direito ao respeito, inclusive dos cartoonistas, caricaturistas e humoristas? Reconhecemos que existe uma hiper-sensibilidade no universo muçulmano face ao “seu” sagrado. Mas para os nossos lados o desrespeito pelo religioso ganhou, nalguns meios, uma arrogância displicente.
Estamos num mundo global e aberto, onde a liberdade é maior e as feridas se tornam mais expostas. O seu preço, por isso, é mais elevado.É que há humor e humores.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

D. ANTÓNIO MARCELINO: 25 anos na Diocese de Aveiro

"A única forma de vencer o cansaço é a fidelidade a Deus"
“Deus constrói tanto com os nossos êxitos como com os nossos fracassos”, afirmou o Bispo de Aveiro, na celebração da acção de graças pelos seus 25 anos na diocese de Aveiro. D. António fez um balanço da sua missão, agradeceu a Deus e pediu “lucidez até ao fim”
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D. António Marcelino queria uma celebração modesta, ao completarem-se 25 anos da sua presença na diocese. “Pensava que ia passar despercebido”, disse, na Eucaristia do dia 1 de Fevereiro, no Seminário de Aveiro, lembrando que 2005 fora cheio de comemorações (75 anos de vida, 50 de ordenação...). Mas leigos, consagrados e padres (em parte vindos do retiro espiritual que estava a decorrer em Albergaria-a-Velha) quiseram estar com o seu bispo.
No início da celebração, Monsenhor João Gaspar assumiu o sentir da assembleia e sublinhou a “coragem e persistência intrépida” de D. António, a sua “caridade sem reticências”, o seu esforço “para o bem da Igreja e de todos nós”.
Na homilia, D. António, olhando para a sua vida e o seu ministério, sublinhou ideias sobre a identidade do ministério sacerdotal que têm sido recorrentes, por exemplo, nas ultimas ordenações. “A entrega e o esforço do padre não são um favor. São a lógica da nossa vida. O padre só se realiza quando olha para Deus. É importante que o povo perceba isto. A única forma de vencer o cansaço é a fidelidade de Deus. Ai do bispo ou do padre que perde tempo a olhar para si ou a pensar na realização humana. (...) Deus constrói tanto com os nossos êxitos como com os nossos fracassos. Deus não precisa dos nossos êxitos, mas da nossa verdade, da nossa entrega ao povo. O padre é um expropriado, alguém que Deus fez Seu e do povo que ama”, disse o Pastor da igreja aveirense.
(Para ler mais, clique aqui)

CUFC: Lição do Prof. Adriano Moreira

Cidadania com três faces: nacional, europeia e mundial
Adriano Moreira, professor de relações Internacionais, membro da Academia de Ciências de Lisboa, ministro do Ultramar em 1961-63, ex-líder do CDS e ex-vice-presidente da Assembleia da República e actual presidente do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, foi o convidado de Fevereiro do Fórum::Universal, no Centro Universitário Fé e Cultura. Em debate estiveram os temas “cidadania, política e construção social/global”.
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Três faces da cidadania
A cidadania é das questões mais actuais. Actualmente, tem três bases: a nacional, a europeia e a mundial. Temos de aprender a exercer essa cidadania de três faces.
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País multicontinental
O estatuto do país mudou aceleradamente. No espaço de uma geração, alterou completamente as suas fronteiras. Primeiro, foi país multi-continental, mas com fronteiras exclusivamente com soberanias ocidentais: a inglesa, a francesa, a belga, a holandesa. Nessa época, sabia quem eram os amigos e os inimigos. Depois, teve fronteiras com 10 ou 11 países que conquistaram a independência. Eram países portadores de reivindicações, contestatários do direito internacional e revisionistas. Finalmente, depois de 1974, passou a ter uma única fronteira com a Espanha.
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Os tempos das mudanças
As mudanças aconteceram mais rápido do que a capacidade de dar resposta. A mudança cultural dá-se num tempo acelerado. A mudança de entendimento dá-se num tempo demorado. Ao mesmo tempo, co-existiram em Portugal três gerações: uma presa ao antigo e avessa à mudança, outra que assume a mudança e outra para quem o futuro é urgente.
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(Para ler mais, clique Correio do Vouga)

A foto do dia

COSTA NOVA E A RIA SERENÍSSIMA
Em dias calmos, como o de hoje, é maravilhoso desfrutar da serenidade da Ria de Aveiro, em frente à Costa Nova, uma das salas de visita do concelho de Ílhavo. Tenho a certeza de que num barquinho à vela não há stresse que resista

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

OSCAR,
um Prémio Cobiçado Desde 1929 que anualmente a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, de Hollywood, atribui o seu Prémio anual às diversas vertentes da arte cinema-tográfica. Curiosamente designado por Oscar, por motivos acidentais, é um prémio regularmente criticado, mas que tem o prestígio que lhe faculta o processo de votação adoptado, envolvendo profissionais, e a regularidade exemplar, que nem a II Guerra Mundial interrompeu, com que é entregue há 78 anos. A atribuição dos Oscars desenrola-se em duas fases. Em Janeiro ou Fevereiro de cada ano, como aconteceu há dias, é revelada uma pré selecção, para no início de Março se entregarem as estatuetas numa sessão de gala. As nomeações, já de si importantes, recaem sobre cinco hipóteses para as categorias mais importantes e três para prémios menos relevantes ou de natureza puramente técnica. Todos os géneros são candidatos, havendo Oscars atribuídos a filmes de natureza mais ou menos cultural, como o há a obras puramente recreativas. Tudo depende da visão dos profissionais/sócios da Academia que encontram para um dado filme a qualidade global, ou, na maior parte dos casos, distinguem aspectos mais individuais: realizadores, actores, directores de fotografia, compositores musicais, etc., etc. É frequente as nomeações serem tão concentradas sobre uma só obra que esta fica, à partida, com uma forte probabilidade de arrecadar a parte de leão. Mas há anos, como este em que nos encontramos, em que a distribuição é mais equilibrada havendo a hipótese de uma ampla dispersão dos prémios. "O Segredo de Brokeback Mountain", de Ang Lee (8 nomeações); "Colisão", de Paul Haggis (6); "Munique", de Steven Spielberg (5); "Capote", de Bennett Miller (5); "Walk the Line", de James Mangold (5). Entre estes se irá decidir o grosso das atribuições... Mas só na madrugada de 6 de Março teremos a confirmação definitiva.

Fotos dentro d'água, alguns metros acima do nível do mar

De 10 A 18 DE FEVEREIRO,
NO CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE AVEIRO
CARUOSH
Esta sexta-feira, dia 10, é inaugurada no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro (antiga Fábrica Campos), a exposição de fotografias Caruosh. Iniciativa dos alunos de Fotojornalismo do ISCIA (Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração), conta com o apoio desta instituição de ensino e da Fundação para o Estudo e Desenvolvimento da Região de Aveiro (FEDRAVE). VEJA O CARTAZ DA EXPOSIÇÃO A exposição, patente até ao próximo dia 18 de Fevereiro, integra 200 fotografias da autoria de alunos de Fotojornalismo dos anos lectivos 2004/2005 e 2005/2006.

Um artigo de Alexandre Cruz

Cartoons,
a gota de água
islâmica
1. Tem sido precisa muita água para apagar as chamas ateadas pela fúria. Mas este fogo, infelizmente, já tem longos séculos de história, onde a intolerância e o fanatismo caminham a par de alguns esforços de conciliação e convivência. Estas últimas, atitudes positivas, hoje, num espírito de conhecimento e compreensão, são uma obrigação redobrada na era global, até porque, das duas uma: ou nos vamos conhecendo e entendendo, de parte a parte, ou então cava-se um fosso sem fim à vista. Sendo certo que daqui a um mês este pó já estará acalmado, fazendo correr muita tinta por este mundo fora, todavia, valerá a pena compreender mais, tirar as lições, arriscar conclusões que ofereçam luz sobre modos de agir, respeitar, começando pelo modo de pensar. Para algumas vozes trata-se claramente da continuação da ofensiva islâmica contra o ocidente, no procurar derrubar o razoável sucesso da vivência democrática, ofensiva (internacional despertada por insatisfação de Abu Laban, Imã de Copenhaga, Dinamarca) que tornou ineficiente o apelo pacífico dos próprios líderes religiosos islâmicos, sinal de que estamos bem longe de uma vivência fecunda de diálogo inter-cultural e religioso; outras ideias sublinham a grave não respeitabilidade, por incompreensão cultural nossa em relação aos valores de consciência do mundo árabe, na crítica à liberdade de imprensa sem limites que erradamente faz a sátira do sagrado, como quem brinca com o fogo. Tendo uma e outra postura claras razões lógicas pelos factos que se observam, todavia, sublinhe-se que a desproporcionalidade da reacção islâmica faz vir à luz do dia questões de fundo essenciais. 2. Do ocidente, um pouco desgarrados uns dos outros, e entretidos individualmente com as coisas que inventámos, custa-nos, com toda a razão, a compreender muitos factos vindos das arábias, realidades que ferem gravemente a dignidade da pessoa humana e os valores democráticos. Do mundo árabe, a partir dos líderes, num misto de estratégia ou também por verdade cultural, onde para despertar o valor do grupo bastará dizer uma palavra, custará a entender (em termos sociológicos) o nosso sentido de superioridade civilizacional hoje baseada na tecnologia e economia, o individualismo alienante do sentido de comunidade-cultura, a nossa liberdade (também de expressão) sem fronteiras, o cartoon que fazemos com os valores sagrados, e a própria solidão a que deixamos os nossos idosos (facto que nunca acontece no oriente). Como é claro, a nosso ver, nada justifica as embaixadas incendiadas, a manifestação pública enfurecida, o diabolizar das nações ocidentais, o queimar das bandeiras, já mesmo as vítimas deste facto. Como é certo, também, no ver de um islâmico razoável e de bom senso, o coração ficaria ferido com este brincar, satirizar e inflamar do sagrado, a que estamos habituados a chamar de “liberdade de expressão”. Que sentiríamos, por exemplo, se pegassem nos limites de uma instituição – todas os têm, e não há nenhuma civilização perfeita - ou na honrosa bandeira e com ela se fizesse o cartoon, a crítica mais baixa e depreciativa deste mundo… Que sentir? No nosso entender ocidental para isso existem os tribunais para julgar, e eles, de facto, mais coisa menos coisa, estão cheios de “liberdades” de expressão... Agora, no entender corporativo árabe, ainda que com todos os contextos e textos, quando a coisa salta para o colectivo, tudo avança, mesmo sem pensar… Talvez, no ocidente deveríamos ter percebido isto mesmo, este diferencial cultural: aquilo que para nós é brincar individualmente, para outros é coisa séria e sempre comunitária; e no que toca ao sagrado então tudo se multiplica indefinidamente, gerando reacção corporativa. 3. Neste caso, como atitude cultural, o mundo islâmico gravemente meteu água. E o facto de estarem muito pouco preocupados com isso, no consciente colectivo do povo árabe, é facto de que estamos diante do incontrolável. A comunidade islâmica é um mundo de visões do Islão, onde das visões saudáveis às moderadas é inexistente uma voz serena de conjunto. Este facto é muito preocupante. O mundo islâmico, e talvez esse seja o seu segredo no avançar pelo (indiferente e distraído nestas questões) ocidente, sabe e vai-se adaptando no silêncio de todos os dias…mas depois, no que toca ao essencial (Maomé) o espírito de existência e unidade salta acima do razoável. Nesta situação, também, a liberdade de expressão terá posto a “gota de água”. Hoje é um facto que, das fronteiras abertas, em França, por exemplo, o Islão é a segunda grande comunidade cultural e religiosa. Ou então, vamos à nossa memória e entendamos que os atentados de Londres foram realizados por jovens ingleses com ideias de fanatismo islâmico... Se quisermos mesmo ser críticos de nós próprios, então sejamos: neste caso concreto perdemos a “liberdade” porque a crítica e sátira terá sido desmedida, generalizadora, não responsável com o paradigma cultural de que fala. Sendo certo que a saudabilidade do cartoon é colocar a sua dose de pimenta…o certo é que a “expressão” terá de ter as suas fronteiras de sensibilidade para ser mesmo “livre”. Para nós, cartoonistas da nossa própria vida porque já aprendemos a lidar com os nossos próprios erros e estamos habituados com maturidade aos “nãos” de cada dia, temos de aprender mais a lidar com a diferença. Mas a diferença no que ela terá de saudável; já é absolutamente incompreensível a declaração fanática de Omar Bakri (aos microfones da BBC nestes dias): “No Islão, Deus diz, e o seu mensageiro Maomé diz, que quem quer que insulte o profeta deve ser punido e executado”. Preocupante e gravíssimo demais é, ainda, o silêncio, pois nenhuma voz oficial islâmica veio corrigir. Esta relativa indiferença (de todos os dias) dos líderes islâmicos de bom senso é muito grave. 4. Talvez a única via possível, e mesmo depois de apelos à serenidade da parte de alguns líderes, seja mesmo a unidade de voz do Islão equilibrado. Mas o que é este Islão de bom senso e qual a sua força efectiva diante das multidões? Sabemos?... Ou teremos iniciado neste caso ícone a era de poder árabe em que qualquer palavra ou imagem de consideração justamente menos positiva sobre excessos islâmicos serão gota de água para a rebelião anti-ocidente? De fora ninguém consegue obrigar ou impor, nem mesmo as comunidades islâmicas que estão espalhadas pelo mundo gozando o bem-estar ocidental (mas por vezes observadas de traidoras pelos seus…). O segredo, talvez, terá de passar por uma nova consciência de maturidades e equilíbrios na Liga Árabe (com a ajuda da ONU). Haja esperança com realismo!...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

SEMANA SOCIAL, EM BRAGA

Igreja lança pistas
para resolver problema
do desemprego
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Jacques Delors, António Gu-terres, Marcelo Rebelo de Sousa e Vítor Constâncio são quatro dos oradores da “Semana Social” que a Conferência Episcopal Portu-guesa realiza de 9 a 12 de Março sob o lema “Uma so-ciedade criadora de emprego”
: Quando falta sensivelmente um mês para a realização da Semana Social de 2006, a realizar em Braga, o presidente da comissão coordenadora nacional das Semanas Sociais, Manuel Porto, apela à participação “de pessoas que possam ser artífices da criação de empregos”. Até ao momento, já se inscreveram centenas de pessoas nesta iniciativa.
Manuel Porto relatou que esta afluência deve-se ao facto de “ser uma iniciativa da Igreja” porque “Ela tem o melhor testemunho que pode haver na solução dos problemas sociais”. E acrescenta: “a Igreja tinha razão quando não acreditou no liberalismo puro”.
Para além do tema -“Uma sociedade criadora de emprego” -, esta Semana Social tem “excelentes oradores”, segundo os seus organizadoras. Manuel Porto destaca a presença do Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, e de Jacques Delors, “ um grande homem da Europa na segunda metade do século XX”.
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Fonte: "Correio do Minho"

À conversa com... António Vitorino d'Almeida

A Igreja deve valorizar o seu património cultural
VP – Que grandes diferenças encontra entre a música austríaca e a nossa, para além da qualidade musical e do apoio governamental?
AVA – Respeitam-se os músicos. Existe na Universidade um curso para pessoas que gostam de música e que não têm jeito para a música, mas que têm o direito, perfeitamente lógico, de querem saber música e eventualmente a serem críticos de música e de jornal. Ora musicólogo já é diferente. Aliás, há muita gente que se chama musicólogo e sendo assim “eu vou ali e já venho”… Os cursos de Musicologia que aí se fazem e que dão esses doutoramentos são uma cadeira complementar de piano ou composição no estrangeiro. Cá se é preciso fazer-se alguma coisa a nível da música a gente do Governo é que manda na música em Portugal. Eles é que são consultados. Na Áustria não é assim. Quem é consultado é quem toca piano, é quem rege, é quem sabe de música. Na Áustria, como quem tem a palavra são músicos autênticos, a estrutura é outra.
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VP – Fora esta lição que nos dá, foi adido cultural da Embaixada, o que lhe valeu uma condecoração do Presidente da República Austríaco. Que significado concreto teve e tem esse momento para si?
AVA – É uma condecoração normal. Não é rara, mas é sempre significativo.
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VP – Mudando agora de área, em 1989 apresentou uma candidatura para o Parlamento Europeu. Que motivo o levou a experimentar, através dum partido de pequena dimensão? Esperava mesmo vencer?
AVA – A questão era a seguinte: em Estrasburgo não está ninguém, que eu saiba, eu não estava de certeza na altura, alguém que pudesse defender os interesses culturais portugueses. É óbvio que tinha esse objectivo. Só entrei na política por causa disso, com vista à cultura. O partido pelo qual optei tinha gente séria e só não ganhei por poucos votos.
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VP – E hoje voltaria a tomar a mesma opção, de perfilar nessa política?
AVA – Não sei se voltaria. Na altura fi-lo convictamente. Havia uma protecção à arte e ao espectáculo na comunidade europeia. Há volta e meia uns eventos, uns Festivais de Cultura, mas não fica nada e só se gasta dinheiro. Constroem-se novos espaços mas o público não aumenta significativamente. Seria muito mais importante uma estrutura fixa e normal. Todas as semanas.
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(Para ler mais, clique ESPECIAL, em Voz Portucalense)

Escolas do 1º Ciclo vão ter ensino artístrico

JÁ NO PRÓXIMO
ANO LECTIVO
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, anunciou a criação de ensino artístico nas escolas do 1º ciclo já no próximo ano lectivo, através do aproveitamento de recur-sos humanos de instituições profissionais locais. "O que estamos a preparar é consolidar o que está definido na reforma do ensino básico, generalizando no próximo ano o ensino artístico, à semelhança do que foi feito com o inglês", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues, na Casa da Música, Porto.
Segundo referiu, está já a ser preparado para apresentação um programa que visa preencher o alargamento do horário nas escolas do 1º ciclo do ensino básico. O ensino artístico será leccionado por profissionais de escolas locais de música, de teatro e dança, entre outras expressões artísticas. "Queremos dar oportunidade a que as escolas integrem o seu projecto artístico contando com aquilo que são recursos locais", frisou a ministra, acrescentando ser necessário "desafiar escolas profissionais das expressões a intervir ao nível do primeiro ciclo".
Na sua opinião, basicamente, as escolas poderão leccionar uma qualquer área artística que seja localmente forte, inclusive as marionetas. "Precisamos muito de melhorar as condições de concretização do ensino artístico da ligação da arte à educação", defendeu.
O Ministério da Educação pretende também arrancar com o ensino artístico nos 2º e 3º ciclos do ensino básico, mas a este nível ainda há obstáculos a ultrapassar. "O problema é a organização dos recursos, precisamos de remover muitos obstáculos [de natureza burocrática e administrativa] e melhorar muito as condições para que aconteça a arte na educação", disse.
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CARNAVAL DE AVEIRO

Carnaval de Aveiro está de volta
Depois de um ano de interregno, por falta de alguns apoios considerados indispensáveis, o Carnaval de Aveiro, organizado pela paróquia da Glória, volta este ano, graças à prometida ajuda da Câmara Municipal, que garante a entrega de 32 500 euros. Diversos grupos, organizados uns e espontâneos outros, 11 carros alegóricos, música alegre (nem podia ser outra!), confraternização saudável, encontro de pessoas que apostam em construir comunidade, de tudo um pouco oferece o Carnaval de Aveiro, que salta para as ruas nos dias 19, 26 e 28 de Fevereiro. Os reis e suas comitivas chegarão de moliceiro, como manda a tradição, e logo à chegada ditarão as suas irreverentes leis para o período carnavalesco, que toda a gente optimista não deixará de acatar e de seguir. Esta iniciativa, que já se enraizou nos hábitos dos aveirenses de há 20 anos a esta parte, pretende mostrar que, afinal, os cristãos também sabem rir e folgar, porque acreditam que um santo triste é um triste santo. Fernando Martins

Um poema de Fernando Pessoa

Mar Português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. in Mensagem

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

DICIONÁRIO HISTÓRICO ÚNICO NA EUROPA

Confronto de Ordens religiosas
e maçónicas em publicação inédita
Está na fase final de elaboração o «Dicionário Histórico das Ordens e Instituições Afins em Portugal» que congrega de uma forma interinstitucional todas as Ordens de diferentes matrizes ideológicas e religiosas, promovido pelo Instituto São Tomás de Aquino e pela Revista dos Jesuitas «Brotéria». Este, que é o primeiro Dicionário sobre as Ordens todas que se faz em Portugal e na Europa, com esta abrangência, tem apresentação antecipada na Revista Brotéria do mês de Janeiro/Fevereiro 2006.
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No editorial, o Pe. Hermínio Rico explica que “o projecto do Dicionário procura responder a uma lacuna informativa e de apoio à investigação: a oferta, reunida numa só obra, de forma sistematizada e completa, do conhecimento que existe disperso sobre todo um conjunto de instituições sociais que são reconhecidas sob a mesma designação de ordem ou revestem tipo análogo de organização e fins prosseguidos”. Esta obra, refere o director da Brotéria “tem o objectivo de providenciar um instrumento de fácil acesso onde se compilam as informações básicas e se apontam os saberes disponíveis sobre todas estas entidades”, sublinha.
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(Para ler mais, clique Ecclesia)

"L' OSSERVATORE ROMANO" COMPARA PEÇA TEATRAL EM MADRID A CARICATURAS DE MAOMÉ

Jornal denuncia manifestações
de intolerância
contra a religião em Espanha
O jornal oficial do Vaticano considera que alguns espectáculos, que considera ridicularizarem o Papa e a Igreja Católica, em Espanha, constituem manifestações de intolerância contra a religião, comparando-os às caricaturas de Maomé, publicadas por um jornal dinamarquês, que têm sido alvo de controvérsia. O texto do “L'Osservatore Romano” que irá sair na edição de amanhã, de acordo com a AFP, será um editorial com direito a primeira página, sob o título “Progresso da liberdade ou recuo da civilização”, dedicado ao tema das caricaturas do profeta Maomé, que têm gerado reacções violentas em alguns países islâmicos. “O caso dessas caricaturas não é, infelizmente, o único exemplo do género”, lê-se no texto, que denuncia a existência em Espanha de “manifestações ultrajantes de intolerância contra a religião e a Igreja Católica que causam espanto”.
O caso citado é uma peça teatral, em cena em Madrid, em que, de acordo com o jornal, “o Papa actual é caricaturado, o seu predecessor ridicularizado, onde são lançadas ameaças obscuras contra os católicos e onde é incitada a apostasia”. Outro exemplo dado pelo editorial é o de “um vídeo difundido pela televisão em que o crucifixo se transforma num ingrediente para uma repugnante receita culinária”.
De acordo com o jornal do Vaticano, “a crítica, a polémica argumentada, o desacordo expresso, ainda que de formas radicais”, ou mesmo a sátira que denuncia a “idolatria de poderes” são “legítimos”.Contudo, o editorial defende que a sátira “privada de toda a finalidade crítica ou educativa torna-se pura obstinação”.
Este artigo do “L’Osservatore Romano” foi escrito dois dias após um comunicado do Vaticano que sublinha que a liberdade de expressão não autoriza as ofensas às convicções religiosas, considerando porém os actos violentos "deploráveis".
Fonte: PÚBLICO on-line

A foto do dia

ÍLHAVO: Jardim do centro da cidade,
onde é sempre agradável estar,
sobretudo em dia de sol, como o de hoje

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