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Documento da Comissão Diocesana
Justiça e Paz, a propósito
do Dia Mundial das Zonas Húmidas
Com certeza que qualquer um de nós, ao observar e sentir a natureza, deu por si a entoar intimamente um salmo de louvor ao Senhor. É impossível a indiferença à beleza da nossa Ria de Aveiro, em particular naquelas horas do fim do dia, em que adquire uma luz e uma serenidade especiais. Um pequeno reflexo da Luz e da Calma do Senhor...
A Ria de Aveiro, como zona húmida* que, para além da sua beleza, é rica em peixes e aves aquáticas e possui grandes planos de água, locais de eleição para a prática de desportos náuticos. A produção de sal e os barcos moliceiros são também identificados com a tradição aveirense e estão intimamente ligados à Ria, um dos ex-libris da Diocese de Aveiro.
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Dia Mundial das Zonas Húmidas
No passado dia 2 de Fevereiro, comemorou-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas. Também na passada semana, voltou à comunicação social o tema das Alterações Climáticas. Será que existe alguma relação entre zonas húmidas, ou seja a nossa Ria de Aveiro, e alterações climáticas? Claro que sim! As alterações previstas do clima afectarão as zonas húmidas nacionais. Os estudos científicos para compreensão e previsão das alterações climáticas e dos seus potenciais efeitos apontam para um aumento da temperatura média global do Planeta entre 1,4 e 5,8ºC, no período 1990-2100, o que implicará impactos significativos diversos, que diferem de região para região e de estação do ano para estação do ano. Na Europa, o Sul é a sub-região mais vulnerável, prevendo-se que:
• haja uma diminuição do escoamento de Verão, da disponibilidade hídrica e da humidade do solo;
• nas áreas costeiras, o risco de cheias, erosão e perda de áreas húmidas aumente substancialmente, com implicações para as estruturas humanas, indústria, turismo, agricultura e habitats naturais das zonas costeiras;
• a produtividade agrícola decresça;
• a perda de habitats importantes (zonas húmidas, habitats isolados) seja uma ameaça para algumas espécies;
• temperaturas mais elevadas e ondas de calor possam alterar os destinos turísticos tradicionais. Estará o leitor, neste momento, num dilema: por um lado, identifica alguns dos impactos descritos como algo que já constatou no nossos país e que suspeita estar já a acontecer; por outro lado, pensa que não tem muito a ver com esta problemática e que 2100 está muito longe.
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