Jornal denuncia manifestações
de intolerância
contra a religião em Espanha
O jornal oficial do Vaticano considera que alguns espectáculos, que considera ridicularizarem o Papa e a Igreja Católica, em Espanha, constituem manifestações de intolerância contra a religião, comparando-os às caricaturas de Maomé, publicadas por um jornal dinamarquês, que têm sido alvo de controvérsia.
O texto do “L'Osservatore Romano” que irá sair na edição de amanhã, de acordo com a AFP, será um editorial com direito a primeira página, sob o título “Progresso da liberdade ou recuo da civilização”, dedicado ao tema das caricaturas do profeta Maomé, que têm gerado reacções violentas em alguns países islâmicos. “O caso dessas caricaturas não é, infelizmente, o único exemplo do género”, lê-se no texto, que denuncia a existência em Espanha de “manifestações ultrajantes de intolerância contra a religião e a Igreja Católica que causam espanto”.
O caso citado é uma peça teatral, em cena em Madrid, em que, de acordo com o jornal, “o Papa actual é caricaturado, o seu predecessor ridicularizado, onde são lançadas ameaças obscuras contra os católicos e onde é incitada a apostasia”. Outro exemplo dado pelo editorial é o de “um vídeo difundido pela televisão em que o crucifixo se transforma num ingrediente para uma repugnante receita culinária”.
De acordo com o jornal do Vaticano, “a crítica, a polémica argumentada, o desacordo expresso, ainda que de formas radicais”, ou mesmo a sátira que denuncia a “idolatria de poderes” são “legítimos”.Contudo, o editorial defende que a sátira “privada de toda a finalidade crítica ou educativa torna-se pura obstinação”.
Este artigo do “L’Osservatore Romano” foi escrito dois dias após um comunicado do Vaticano que sublinha que a liberdade de expressão não autoriza as ofensas às convicções religiosas, considerando porém os actos violentos "deploráveis".
Fonte: PÚBLICO on-line