domingo, 27 de novembro de 2005

ARTE DE JOÃO CUTILEIRO NA UA

Posted by Picasa Recanto da Universidade de Aveiro Até Janeiro de 2006 - Reitoria e Secção Autónoma de Engenharia Civil «Pedras na Praça: Arte Pública de João Cutileiro»
A Universidade de Aveiro, em colaboração com o Museu Municipal de Arqueologia de Sines e com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro, apresenta a Exposição «Pedras na Praça: Arte Pública» de João Cutileiro. Esta mostra de trabalhos, apresentada em Silves em Maio passado, integra um conjunto de fotos em grandes dimensões e maquetas de 15 obras de João Cutileiro, que mostram o seu percurso de criatividade e de produção da obra de arte, isto é, da ideia à maqueta e da obra ao local.
(Para saber mais, clique UA)

Uma reflexão do padre João Gonçalves, da Glória

Tempo de acordar
As corridas do tempo parecem querer anestesiar as nossas vidas; é tudo tão bom e tudo tão rápido, que pode até acontecer que andemos por caminhos errados, que conduzem a uma vida sem sentido e, fatalmente, ao nada.
Estaremos a dormir, ou andamos noutro patamar da existência, uns tantos palmos acima da realidade? Sonhamos? Mas quem apenas sonha, é porque ainda não acordou!
Está aí outro Natal; o nosso, o dos cristãos, o que recorda e celebra o nascimento de um Homem muito especial.
Ele quer acordar-nos para o amor, a dedicação, a atenção aos outros, à heroicidade na entrega; e deu-nos capacidades e talentos para isso.
Dormir em cima dos talentos, deixar-se anestesiar por eles, é o grande perigo.
Então aí está o grito do Advento: “Acordai! Vigiai!”Com os olhos e os Critérios no nosso Redentor vê-se melhor; vê-se mais longe.
É urgente acordar!
In "Diálogo", 1050 - PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO-B

sábado, 26 de novembro de 2005

CRUCIFIXOS VÃO SER RETIRADOS DAS ESCOLAS

D. Jorge Ortiga indignado com decisão do governo O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, está indignado com a decisão do Governo de retirar os crucifixos das escolas portuguesas. O anúncio desta decisão do Ministério da Educação, que foi hoje tornada pública pelo jornal Diário de Notícias, deixou o presidente da CEP chocado e, em declarações à Agência ECCLESIA, afirmou que “esta é uma questão que tem de ser mais repensada e merece uma reflexão conjunta para se poder chegar a uma decisão”.
O mesmo artigo publicado por aquele jornal diário levanta a questão de muitos professores serem catequistas, situação que, segundo o Presidente da CEP, “é importante que sejamos capazes de reflectir e simultaneamente levar os portugueses a reflectir e a pensar”, afirmou.
O Conselho Permanente da CEP vai ter a sua reunião mensal no próximo mês de Dezembro e, apesar da agenda desta reunião ainda não estar elaborada, D. Jorge Ortiga disse que este tema “poderá vir a ser analisado” nesse encontro.
A Agência ECCLESIA soube ainda junto da Comissão de Liberdade Religiosa que esta não foi contactada nem consultada para a tomada desta decisão.
Fonte: ECCLESIA

DIA SEM COMPRAS É ASSINALADO HOJE

A distribuição de panfletos sobre o consumo responsável em alguns centros comerciais da Grande Lisboa é uma das iniciativas organizadas pelo Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA) para assinalar hoje o Dia Sem Compras (Buy Nothing Day)
No Porto, o GAIA apela a uma concentração na Rua de Santa Catarina, a mais comercial da cidade, a partir das 16h00, para uma acção de sensibilização sobre o consumo. A campanha deste ano decorre sob o lema Compre Menos, Viva Mais.
O Dia Sem Compras, que é assinalado hoje na Europa (no último fim-de-semana de Novembro), desafia a os cidadãos a não adquirirem nenhum bem ou serviço durante 24 horas. A iniciativa pretende ser uma reflexão sobre as consequências ambientais, sociais e éticas do consumo. Segundo o GAIA, os países desenvolvidos - que constituem cerca de 20 por cento da população mundial - consomem 80 por cento dos recursos naturais do planeta, causando um nível desproporcionado de danos ambientais e uma injusta distribuição da riqueza.
O Dia Sem Compras pretende também servir de exemplo para uma mudança de consciência e até de estilo de vida, para um consumo mais responsável e racional.
Fonte: PÚBLICO

MIA COUTO: Citações - 2

"O jet-set, como todos sabem, é algo que ninguém sabe o que é. Mas reúne a gente de luxo, a gente vazia que enche de vazio as colunas sociais."
In "PENSATEMPOS"

Um poema de António Gedeão

Dez réis de esperança Se não fosse esta certeza que nem sei de onde me vem, não comia, nem bebia, nem falava com ninguém. Acocorava-me a um canto, no mais escuro que houvesse, punha os joelhos à boca e viesse o que viesse. Não fossem os olhos grandes do ingénuo adolescente, a chuva das penas brancas a cair impertinente, aquele incógnito rosto, pintado em tons de aguarela, que sonha no frio encosto da vidraça da janela, não fosse a imensa piedade dos homens que não cresceram, que ouviram, viram, ouviram, viram, e não perceberam, essas máscaras selectas, antologia do espanto, flores sem caule, flutuando no pranto do desencanto, se não fosse a fome e a sede dessa humanidade exangue, roía as unhas e os dedos até os fazer em sangue.

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Banco Alimentar faz recolha este fim-de-semana

HÁ MILHARES DE BOCAS À ESPERA DE PÃO
Os Bancos Alimentares Contra a Fome voltam este fim-de-semana (26 e 27 de Novembro) a recolher alimentos em 561 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas de Aveiro, Abrantes, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Porto, Setúbal e S. Miguel.
Esta campanha antecede a época natalícia e tem por isso um significado especial, constitui uma nova oportunidade de expressão da solidariedade generosa com que os portugueses acolhem desde há 13 anos estas operações de recolha de alimentos.Cerca de 11 mil voluntários, vão recolher as contribuições efectuadas nos estabelecimentos comerciais que serão posteriormente encaminhados para os armazéns dos dez Bancos Alimentares Contra a Fome, onde se processará o respectivo armazenamento.
O produto da campanha, ainda com recurso ao voluntariado, será distribuído localmente a partir da próxima semana a pessoas com carências alimentares comprovadas através de Instituições de Solidariedade Social previamente seleccionadas.Para aderir a esta campanha basta aceitar um saco de plástico entregue pelos voluntários dos Bancos Alimentares Contra a Fome devidamente identificados (localizados à entrada de cada um dos estabelecimentos comerciais) e colocar no seu interior bens alimentares de preferência não perecíveis, tais como leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, etc.
De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, ao longo de 2004 foram ajudadas 1 148 instituições, que concederam apoio alimentar a mais de 203 mil pessoas comprovadamente carenciadas. No ano passado, os dez Bancos Alimentares Contra a Fome distribuíram um total de 13.789 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado de 20 milhões de euros), ou seja, um movimento diário médio de 55,2 toneladas.
Fonte: ECCLESIA

AVEIRO: CAMPANHA DE NATAL «DAR POR UM SORRISO»

Posted by Picasa NA CASA MUNICIPAL DA JUVENTUDE
A Câmara Municipal de Aveiro, através da Divisão de Juventude e Divisão de Acção Social e em parceria com as Instituições do Concelho, promove a Campanha “Dar por um Sorriso” que tem por objectivo ajudar as crianças mais carenciadas do Concelho de Aveiro.
Esta Campanha teve início em 23 de Novembro e prolonga-se até ao dia 15 de Dezembro de 2005, período em que se pretende angariar roupas e brinquedos para serem posteriormente distribuídos pelas crianças e famílias mais carenciadas.
A autarquia pretende, assim, tornar o Natal destas crianças mais feliz, oferecendo os brinquedos e roupas recolhidos durante esta Campanha. Os interessados em colaborar nesta iniciativa podem entregar as ofertas na Casa Municipal da Juventude, de Segunda-a Sexta-feira das 09.30 às 18.00 horas.

XIX ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA SAÚDE

Posted by Picasa A saúde integral da pessoa como desafio do espiritual Terminou esta manhã, dia 25 de Novembro, em Fátima, a 19.ª edição do Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, uma iniciativa organizada pela Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, realizada no Centro Pastoral Paulo VI, no Santuário, e que congregou 900 profissionais que, durante quatro dias, debateram vários temas relacionados com a temática geral “A saúde integral da pessoa – o desafio do espiritual”. Durante o encontro deste ano, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde anunciou o lançamento do Prémio Padre Vítor Feytor Pinto, para distinguir trabalhos de investigação científica "nas áreas da espiritualidade e pastoral em relação com a saúde e a terapia". Este prémio, instituído junto do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, será atribuído de dois em dois anos "a pessoas ou instituições em actividade que apresentem trabalhos científicos inéditos de investigação ou referentes a projectos relevantes na área da espiritualidade em relação com a saúde e a terapia". Com esta iniciativa, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde pretende homenagear o Padre Vítor Feytor Pinto, distinguido durante este mesmo encontro em Fátima com o título de Monsenhor, atribuído pelo Papa Bento XVI. No final do Encontro, foi anunciado o segundo Congresso Nacional da Pastoral da Saúde, a realizar em Novembro de 2006. Fonte: Santuário de Fátima

XIX ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA SAÚDE

Santuário de Fátima


CONCLUSÕES


Considerando: 

1. Que, numa sã antropologia, não é possível conceber a pessoa humana sem considerar a sua dimensão espiritual; 
2. Que, na Saúde, a espiritualidade tem uma importância primordial porque é uma das dimensões mais ricas da vida humana integral (complexo bio-psico-social­cultural e espiritual), elemento base na recuperação terapêutica da pessoa doente; é uma referência essencial à transcendência, para muitos à vida religiosa, que pede respeito incondicional pela diversidade de opções e convicções, especialmente no tempo difícil da enfermidade; 
3. Que a Igreja tem responsabilidades acrescidas na saúde espiritual da pessoa humana, sobretudo quando, porque doente, necessita de especiais cuidados, para o seu equilíbrio interior, indispensável para a saúde global; 
4. Que todos os profissionais de saúde e agentes pastorais devem ter em atenção a espiritualidade de cada um, reconhecendo a condição fundamental para que todos alcancem um bem-estar maior, e uma qualidade de vida onde ressaltam novas relações interpessoais, alicerçadas na justiça e no amor; 
5. Que é a espiritualidade que abre a porta a uma relação humanizada e é elemento determinante para a saúde enquanto harmonia integral da pessoa, capaz de felicidade em todas as situações da vida; 
6. Que a Pastoral da Saúde tem por vocação oferecer apoio espiritual a todos os doentes e seus familiares, profissionais e voluntários, independentemente das suas opções religiosas, ideológicas ou políticas, em ordem à salvação de cada um, no tempo e para além dele; Os 900 participantes no XIX Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, ao terminarem os trabalhos de quatro dias de estudo e partilha de experiências, propõem-se: 

1. Constituir a saúde integral como o objectivo de todas as suas iniciativas pastorais, procurando, a todos os que acompanham, proporcionar a necessária harmonia global, ajudando cada um a ultrapassar os limites únicos e psicológicos e oferecendo os valores espirituais e sobrenaturais; é este o objectivo primeiro da Pastoral da Saúde. 
2. Criar programas de formação para todos os agentes pastorais, sejam capelães hospitalares, profissionais de saúde, voluntários hospitalares ou paroquiais: tentar­-se-á, para cada grupo, propor oportunidades de formação específica no campo da espiritualidade abrangente e da prática religiosa comprometida. 
3. Estabelecer, com as estruturas do Estado e da Sociedade Civil, o diálogo necessário, para que as normas jurídicas que regulam a Assistência Espiritual e Religiosa consagrada no Plano Nacional de Saúde, sejam renovadas e levadas à prática, com o maior rigor e o máximo compromisso dos agentes pastorais. 
4. Mobilizar todas as Dioceses do país na preparação do segundo Congresso Nacional da Pastoral da Saúde, a realizar em Novembro do ano de 2006; para viver este estado de Congresso, são particularmente convocadas as direcções diocesanas da Pastoral da Saúde, as Associações Católicas de Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos, as Escolas católicas de Ciências da Saúde, os núcleos paroquiais da Pastoral da Saúde, as Congregações Religiosas que vivem o seu carisma no mundo da saúde e da doença e os Movimentos e Associações de Doentes; 
5. Recriar as estruturas da Pastoral da Saúde, para serem mais eficazes, numa acção verdadeiramente renovadora, a nível local, diocesano e nacional. 

Todos os participantes no Encontro, afirmando a plena comunhão com o Santo Padre Bento XVI, congratulam-se com a presença e participação do Senhor Cardeal Lozano Barragán, Presidente do Conselho Pontifício da Pastoral da Saúde, do Senhor Ministro da Saúde de Portugal, Prof. Doutor António Correia de Campos, do Senhor Núncio Apostólico, D. Alfio Rapisarda e dos Bispos ligados à Comissão Episcopal da Pastoral Social, particularmente o seu Presidente, D. José Sanches Alves. 

Fátima, 25 de Novembro de 2005

Fonte: Santuário de Fátima

SEGUNDO A FAO, CONTINUAM A MORRER CRIANÇAS À FOME

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Seis milhões de crianças
morrem de fome todos os anos
Segundo refere a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), todos os anos morrem quase seis milhões de crianças em todo o mundo devido à fome e à subnutrição. Em comunicado, a FAO diz que «a grande maioria destas crianças morrem devido a algumas doenças infecciosas de tratamento fácil como a diarreia, a pneumonia, a malária e o sarampo. Teriam sobrevivido se os seus organismos e os seus sistemas imunitários não estivessem debilitados pela fome e a subnutrição».
O director da FAO, Jacques Diouf, adianta que o objectivo fixado pela ONU até 2005 de reduzir para metade o número de pessoas subnutridas «foi muito lento» e «a comunidade internacional está longe de o alcançar». Citada pelo Diário Digital, a FAO estima que, entre 2000 e 2002, 852 milhões de pessoas estavam subnutridas em todo o mundo, das quais 814,6 milhões nos países em desenvolvimento.
A FAO insiste em dois caminhos na luta contra a fome: «aumentar a produtividade e os rendimentos das pessoas pobres e que sofrem de fome em sectores como a irrigação em pequena escala, infra-estruturas, a pesca e a silvicultura» e, por outro lado, deve-se «proporcionar acesso directo aos alimentos e criar redes de protecção social para os pobres, com ajuda alimentar para mães e filhos pequenos, refeitórios escolares e hortas escolares (…)».

Um artigo de Pedro Lomba, no DN

O fim da tutela
Há 30 anos, a 25 de Novembro, os protagonistas sérios do regime, com o general Eanes à frente, puseram-se de acordo sobre aquilo que não queriam não queriam o Prec, militares com cabeleiras, governos do PCP, o dr. Cunhal, cercos à Assembleia Constituinte (que retardassem a aprovação da nova Constituição), políticos com ideias extremas ou ideologias que impedissem a adesão de Portugal à Europa, vista pelos políticos sensatos, depois da descolonização, como a nossa única saída. Em suma, queriam um país normal, uma democracia normal, homens comuns, ideias comuns. Chesterton dizia que a democracia é a forma de governo das pessoas comuns, das pessoas que escrevem as suas próprias cartas, que têm as suas motivações comezinhas, que querem que as deixem em sossego. Acabada a Revolução, ficámos então com um regime compromissório, sem perigo de guerra civil, Forças Armadas fora das ruas (embora ainda dentro da política), um militar como Presidente da República, um acordo implícito de repartição do poder entre o PS e o PSD, um Estado à disposição dos partidos e que os partidos têm aplicadamente usado, uma Constituição desequilibrada e só modificável ao fim de alguns anos. Se tirarmos os militares, que só saíram definitivamente em 1982, é ainda o que somos hoje. Havia, no entanto, que defender e tutelar este compromisso, um poder que em grande medida ficou a cargo do Presidente da República. Os portugueses elegeram Eanes, em 1976, para tutelar os militares, e escolheram Soares, em 1986, para tutelar a consolidação da democracia. Esse período terminou. E hoje, precisamente, já ninguém sente o peso e a necessidade de um tutor especial que nos trate a todos como crianças. Sampaio foi o Presidente de transição. Nas próximas eleições presidenciais teremos finalmente o fim da tutela.

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

Violência doméstica matou 33 mulheres desde o início do ano
Um artigo de Ana Cristina Pereira, no PÚBLICO Foram alvejadas a pistola ou caçadeira, golpeadas com faca ou machado, mortas à vassourada, à paulada, ao murro ou pontapé. Desde o início do ano, 29 mulheres foram assassinadas por maridos, namorados ou ex-companheiros, mais quatro por familiares. Hoje é Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. O ano, na imprensa nacional, abriu com o drama de Vânia Silva. Ao princípio da noite de 3 de Janeiro, o ex-companheiro dirigiu-se ao seu local de trabalho, regou a jovem, de 18 anos, com combustível e ateou-lhe fogo. A rapariga, hospitalizada com queimaduras de segundo e terceiro grau, sobreviveu. Desde o início de 2005, pelo menos 29 mulheres foram notícia nos jornais por terem sido assassinadas por um homem com quem mantinham ou tinham mantido uma relação íntima e outras 41 por terem sido alvo de tentativa de homicídio. Há uma que morreu ao defender a irmã e ainda mais três mortas por familiares (tio, irmão, filho). O sistema legal tipifica o homicídio em função da gravidade e do dolo (simples, qualificado, privilegiado, negligente e tentado). As estatísticas oficiais não atendem às relações existentes entre a vítima e o agressor. "É preciso que a estatística faça este caminho", considera Elza Pais, presidente da Comissão Nacional para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres (CIDM).
Os levantamentos feitos a partir da imprensa - como o que a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) divulgou ontem e que o PÚBLICO cruzou com a sua própria lista - acusam "fragilidades". Não só porque nem todos os casos chegam à imprensa nacional, mas também porque alguns homicídios noticiados como tentados podem acabar por se tornar consumados.
O ano passado, a UMAR coligiu 47 casos. Já este ano, acrescentou-lhe dois que tinham ocorrido nos Açores e outros dois que passaram de tentados a consumados, explica a dirigente Maria José Magalhães. Falta cruzar informações com a polícia.
"O país ainda não tem um observatório da violência, que é o que a Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica está a tentar criar", lamenta Elza Pais, lembrando que tomou posse há quatro meses. O organismo deverá nascer "em 2006".
Para já, há apenas um inventário que pode pecar por defeito. E que mostra que, em Portugal, o problema assume maiores proporções do que em Espanha, país que se mobilizou contra o "terrorismo doméstico", frisa Maria José Magalhães. Em Espanha, desde o início do ano, contabilizaram-se 56 vítimas de "violência machista".
As contas são fáceis de fazer: Portugal tem 10 milhões de habitantes e o país vizinho mais de 40 milhões. Elza Pais reporta-se aos números do ano passado (Espanha somou 72) para frisar que "quatro vezes 50 não é 70 nem 80". E o número nacional torna-se mais "terrífico" olhando às tentativas noticiadas, que este ano foram "bem mais do que o ano passado", torna Maria José Magalhães.
"Fiz um estudo sobre homicídio conjugal em Portugal [tendo por amostra os detidos nas cadeias portuguesas em 1994] e deparei-me com um universo muito significativo: 15 por cento dos homicídios eram conjugais", recorda a presidente da CIDM. E muitos crimes desta natureza não chegam às cadeias - são homicídios-suicídios.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

MIA COUTO: Citações - 1

"A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele."
In "PENSATEMPOS"

Renascença procura novos ouvintes

RR TEM NOVA PROGRAÇÃO A Rádio Renascença (RR) quer conquistar novos públicos e por isso tem no ar, desde o início do mês de Novembro, uma nova programação. O perfil da emissora católica portuguesa tem vindo a envelhecer nos últimos anos e por isso, referiu à Agência ECCLESIA o director de programação Nelson Ribeiro, “estava na altura de continuar um caminho que já tinha sido traçado anteriormente no sentido de rejuvenescer o canal ou seja ir buscar ouvintes mais novos acima dos 35 anos”.
O perfil do ouvinte da RR “tem vindo a envelhecer nos últimos anos”, afirmou o director de programação, e por isso a aposta da rádio vai no sentido de oferecer a música que é do gosto do perfil do ouvinte traçado por esta estação, e também a produção de uma informação com qualidade. “A nossa informação é cada vez mais credível”, salientou Nelson Ribeiro. “Não é uma aposta em termos de quantidade mas sim de qualidade”, reforçou.
Assim, segundo Nelson Ribeiro que assumiu recentemente a direcção de programação da RR, as novidades na programação estão “na introdução de um espaço de humor nas manhãs - «Memória de elefante» - produzido exteriormente a partir das efemérides do dia, e à noite, da meia noite às duas, num programa interactivo com os ouvintes, num regime mais intimista. É um tipo de programa que nenhuma outra rádio no mercado oferece neste momento”, acrescentou.
A Rádio Renascença como emissora católica tem um elemento diferenciador que a distingue das outras rádios no mercado, manter o espírito cristão e católico é “um desafio crucial - considerou Nelson Ribeiro - porque temos de saber tratar os temas numa perspectiva cada vez mais actual sem divergir no essencial da mensagem do evangelho. Tem de haver - acrescenta - alguma criatividade na forma como se apresentam os temas mas sem nunca nos desligarmos daquilo que é a mensagem cristã”.
Fonte: Ecclesia

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

UM LIVRO DE MIA COUTO

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“PENSATEMPOS” “PENSATEMPOS” é mais um livro de Mia Couto, o escritor moçambicano que é um exímio criador de palavras. É um livro com textos de opinião que mais não são do que um desafio ao debate e à reflexão sobre o mundo de que fazemos parte, com a obrigação moral e cívica de nos tornarmos partícipes em tudo o que possa contribuir para a fraternidade universal, despida de preconceitos redutores. Mia Couto brinda-nos com textos que são pedaços de prosa poética que nos acicatam a alma e nos propõem um olhar atento aos comportamentos e pensares das pessoas comuns, mas também dos agentes de mudança, políticos e outros, que procuram moldar os nossos tempos, nem sempre de forma positiva. Em cada frase ou parágrafo há ideias, propostas e desafios, ao jeito de pensamentos, mas ainda marcas históricas que vale a pena recordar com a leitura que Mia Couto fez e faz de acontecimentos que viveu intensamente e que se reflectiram no nosso quotidiano. A riqueza dos textos obriga-me a transcrever, neste meu espaço, de quando em vez, alguns pensamentos deste “PENSATEMPOS”. Fernando Martins

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino
CAMINHOS NOVOS
PARA ÓDIOS VELHOS Quem tem olhos que veja, quem tem ouvidos que ouça, quem tem coração que aprenda e ame: palavras de sabor bíblico que podem servir de caminho para reflectir serenamente e para novas atitudes, tal é a eloquência dos factos que elas iluminam. O DN de 12 de Novembro titulava a notícia assim: “ Menina israelita recebe coração palestiniano”. E, com realce, a tradução da notícia é esta: “Khatib foi morto por tropas de Israel. O coração do menino palestiniano bate agora no peito de uma rapariga israelita.” Traz-se ainda à memória que, há quatro anos, um farmacêutico palestiniano, assassinado por um israelita, tem o seu coração a ajudar a viver um judeu. Igal Cohen, o beneficiado pelo transplante, disse esperar que este viesse a trazer a paz entre as duas nações em guerra e amassadas em ódios. Li, comovi-me, recortei a notícia para poder fazer acerca dela um eco e um ponto de reflexão que possa chegar a quem a não leu ou depressa a esqueceu. Bem tortas as linhas por onde Deus escreve direito, e bem difícil ser lida esta escrita eloquente, quando o coração se fecha à luz esplendorosa e única de um amor sem fronteiras. A verdade é que todos precisamos de todos. A guerra e a luta fratricida, o orgulho e a indiferença ostensiva, o ódio e o preconceito que cega, são sempre uma loucura humana, porque agravam a memória das ofensas mútuas e fazem perder o bom senso que se dobra perante factos de vida. Não se vê caminho mais eloquente para o final de uma guerra com anos a mais, que estes factos que Providência vai suscitando e para os quais não há fronteiras que resistam, a não ser as da frieza pessoal ou nacional que se nega a aceitar que o perdão é a riqueza que mais e melhor traduz a grandeza interior e dá nobreza de alma às pessoas e aos povos. A paz tem sempre um preço que ninguém paga por inteiro se se recusar a passar pelo caminho da humildade, a única atitude de alma capaz de reconhecer culpas e méritos, próprios e alheios. Que pobreza esta que leva à morte irmãos, por palmos de terra, e não é capaz de perceber a riqueza do gestos que dão vida!... Todos somos devedores de amor uns aos outros e há sempre o momento em que a dívida vem ao de cima, tendo a emoldurar, como fundo, a fragilidade de quem precisa e a generosidade de quem faz bem sem olhar a quem. A verdadeira paz não é, nunca nem apenas, fruto dos arranjos diplomáticos ou da intervenção de amigos preocupados. A mediação ajuda a aplanar caminhos de paz, mas só um coração humilde é capaz de a construir com esperança de solidez, porque só ele é capaz de amar.

Um texto de Octávio Carmo, na Ecclesia

Sem espanto
A publicação “pirata” de um documento de um Dicastério da Santa Sé (e não do Papa) gerou hoje uma onda de reacções um pouco por todo o mundo. O texto apresentado pela agência italiana Adista revela uma “Instrução” da Congregação para a Educação Católica (para os Seminários e as Instituições de Estudos) sobre a não admissão ao sacerdócio de candidatos com tendências homossexuais.
Apesar de ser um documento relativamente curto, esta versão agora apresentada (pedida por João Paulo II em 1994) tem quase tanto espaço de texto como de notas, relativas a uma série de citações de documentos papais, conciliares e da Santa Sé sobre esta matéria. Essa é a chave da questão: qualquer que venha a ser a posição definitiva da famosa Instrução, ela mais não faz do que reforçar a tradicional posição de prudência nesta matéria, expressa várias vezes pela hierarquia da Igreja.
Mais: o texto que agora passeia pela Internet e pelas redacções dos Media de todo o mundo permanece da responsabilidade e sob a autoridade da Congregação para a Educação Católica.
Parece pouco provável que alguém tivesse dúvidas, antes de ler este documento, sobre o que a Igreja pensa em relação aos actos homossexuais. Não sendo as suas posições secretas ou desconhecidas, falta perceber onde é que está o espanto...

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

NOVA IPSS EM ESTARREJA

Fundação Cónego Filipe de Figueiredo
Aproxima-se a passos largos o dia 28 de Novembro, em que se celebrará o 2º aniversário da partida do Sr. Cónego Filipe.É publico que o Sr. Cónego Filipe partiu de forma brusca sem avisar ninguém. Acreditamos que ele próprio que estava sempre ao serviço do próximo e sempre vigilante terá sido surpreendido pela sua brusca chamada, pois deixou os sonhos de um lado, os meios para os concretizar do outro e a amizade toda espalhada. Os Órgãos Sociais da Fundação Cónego Filipe de Figueiredo estão a envidar todos os esforços para dar corpo ao sonho do Sr.Cónego Filipe para Estarreja. Estão também a preparar o Programa de celebração do 2º Aniversário da sua partida, onde se inclui a vontade de trazer para Estarreja o espólio da vida, pensamento e obra do Sr. Cónego Filipe que está também ele espalhado por várias Instituições de Évora, de Lisboa, na casa de muitos amigos espalhados pelo país e até pelo mundo, e família. É propósito dos Órgãos Sociais da Fundação Cónego Filipe de Figueiredo que este espólio, composto por instrumentos e vestes religiosos, escritos, livros, etc. esteja centralizado num espaço único, onde a família, os seus muitos amigos e o público em geral tenham acesso, e onde cada um se possa sentir em comunhão com este homem bom, no seu pensamento e na sua obra de solidariedade e amor ao próximo. Para tanto, procura a Fundação, um espaço, público ou privado, tendo para já uma primeira oferta de um belíssimo espaço privado, duma pessoa benemérita e amiga pessoal do Sr. Cónego Filipe mas que carece de obras de adaptação.
Fundação Cónego Filipe de Figueiredo Bombeiros velhos,
Piso 1 R. Dr. Manuel Andrade nº 4 3860- 372 ESTARREJA
(Para saber quem foi o Cónego Filipe de Figueiredo, clique aqui)

Encontro Nacional de Capelães e Assistentes Espirituais Hospitalares

CONCLUSÕES DO ENCONTRO NACIONAL
Mais de meia centena de Capelães e Assistentes Espirituais Hospitalares de todo o país reuniram-se em Fátima, em 21 de Novembro, para reflectir sobre o seu estatuto e a sua missão no contexto do Serviço Nacional de Saúde. O Solidariedade Online divulga o detalhado balanço deste encontro. Presidiu ao Encontro o Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social da Conferência Episcopal Portuguesa. A parte final dos trabalhos e a Sessão de Encerramento do Encontro decorreram sob a presidência do Cardeal Javier Lozano Barragán, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, que se deslocou de Roma, para estar presente neste e no Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que reúne perto de um milhar de participantes no Centro Paulo VI, entre 22 e 25 de Novembro. Foi importante a reflexão orientada pelo Dr. Alexandre Diniz, responsável pela Direcção de Serviço da Prestação de Cuidados de Saúde da Direcção-Geral de Saúde, sobre o tema: “A abordagem da espiritualidade como valor de cuidado de saúde”.
(Para saber mais, clique SOLIDARIEDADE)

JACINTA apresenta novo disco na Aula Magna, em Lisboa

Posted by Picasa Jacinta
“Daydream” estará à venda em Janeiro A cantora de jazz Jacinta vai apresentar o seu segundo álbum, “Daydream”, na próxima sexta-feira, 25 de Novembro, em Lisboa, na Aula Magna, num concerto integrado no Festival de Música da Cidade. O novo disco desta artista gafanhoa estará à venda em Janeiro, tendo as gravações decorrido em Nova Iorque, sob a supervisão do saxofonista Greg Osby, segundo informou o caderno “Actual” do semanário “Expresso”. Conforme sublinhou Jacinta, o piano utilizado nas gravações era propriedade do Carnegie Hall e nele tocaram Thelonious Monk, Duke Ellington e Count Basie. A cantora de jazz Jacinta, a primeira artista portuguesa a gravar na conceituada editora Blue Note, espera que o seu novo disco “abra portas na Europa, porque é um disco de jazz puro e duro, ao contrário do anterior”, referiu ao “Actual”. F.M.

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

RACIONAL
O debate sobre os grandes projectos começa, finalmente, a entrar num plano racional. Quanto ao TGV, o Governo atrasa o projecto e reduz as cinco linhas previstas pelo Executivo de Durão Barroso a apenas duas. Assim diminui os riscos de se criar mais um enorme sorvedouro de dinheiros públicos. E o colóquio sobre a Ota ontem realizado na Gare Marítima de Alcântara trouxe elementos úteis. Do ponto de vista do erário público, este projecto não assusta, visto ser atractivo para operadores privados. Mas será que as suas vantagens para o País superam os inconvenientes?
A argumentação do Governo é agora clara. A Portela não tem uma capacidade inesgotável, mesmo com novos investimentos. Em períodos de intenso tráfego, o aeroporto já tem sido forçado a recusar voos - o que não favorece o turismo. Um segundo aeroporto, complementar, implicaria uma anti-económica duplicação de infra-estruturas. Logo, é preciso um novo e grande aeroporto, para funcionar não antes de 1917. Ontem foram apresentados argumentos razoáveis em favor da localização na Ota. Aliás, boa parte dos estudos sobre a construção na Ota de um aeroporto vem de trás. Os governos anteriores conheciam muitos deles.
Acabaram as dúvidas? Não, decerto (por exemplo não será demasiado curta a prevista vida útil daquele aeroporto?). Mas lançaram-se as bases para uma discussão séria. O que não se percebe é o Governo ter deixado passar tantos meses sem vir esclarecer a opinião pública. Assim permitiu posições absurdas, como as dos que atacaram o projecto tendo-o aceite antes, quando estavam no Governo. E fomentou um clima de secretismo, levando a supor que se decidia primeiro e estudava depois. Ora, fazer política também é convencer a opinião pública das razões de tomar uma decisão. Mas mais vale tarde do que nunca.

FÁTIMA: PASTORAL DA SAÚDE EM ENCONTRO NACIONAL

Está a decorrer em Fátima, no Centro Paulo VI, até 25 de Novembro, o XIX Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, com o tema "A saúde integral da pessoa: o desafio espiritual". Numa mensagem para este Encontro, o Bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. José Sanches Alves, Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social, salienta que “só a dimensão espiritual [do ser humano] o diferencia e o coloca acima dos outros seres da criação", podendo abri-lo ao Transcendente, sendo, por isso, considerada "uma dimensão essencial para o compreender e para explicar a sua saúde”. Acrescentou que “cada ser humano é uno, único e indiviso enquanto pessoa e, portanto, goza de saúde plena quando nele a harmonia é plena”, apresentando uma “visão positiva o holística da saúde”.
É nesse sentido também que o P. Vítor Feitor Pinto, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde, propõe como objectivo deste Encontro “olhar a saúde numa perspectiva antropológica, como saúde integral, o que reclama a atenção aos valores da espiritualidade”. Assumindo a responsabilidade do apoio espiritual e religioso, “a Igreja Católica tem uma resposta para os desafios da espiritualidade a que o homem doente tem direito”.
O Encontro destina-se a profissionais da saúde, agentes de pastoral de saúde e pastoral social, pessoas que se dedicam ao voluntariado e estudantes.
Fonte: Voz Portucalense

Uma reflexão do padre João Gonçalves, da Glória

Assembleia definitiva
O Senhor é pastor, isto é, vive, trabalha e cuida; conduz as suas ovelhas aos melhores prados, para que nada lhes falte, sejam robustas e fortes.
As ovelhas somos nós; e quer-nos felizes, com certezas e futuro de tranquilidade.
O Pastor bom não descuida, nem por um momento, cada um de nós, e tem atenções particulares pelos mais débeis e marcados pelo sofrimento ou por alguma limitação.
E o Pastor Jesus Cristo quer passar por pobre, doente, preso, sem abrigo, peregrino, despido e último da sociedade organizada hierarquicamente; não Se importa de ser desconsiderado, porque não sonha tronos de glória e honras; só quer servir; o prémio apenas o espera do Pai, o único justo.
Não é fácil pormos os olhos de ver; e, por causa disso, temos dificuldade em O encontrar nas ruas e avenidas das nossas cidades ou aldeias; não O identificamos quando nos bate à porta ou cambaleia nos passeios das cidades; não percebemos que ele está no hospital ou detido numa casa de reclusão; nem damos conta que é Ele que está desempregado, que saiu agora da cadeia ou que fez caminhos para largar - ou não - as drogas que O vão destruindo. E, na assembleia final, Ele vai perguntar se O identificámos.
Que bom se dissermos que sim!
In "Diálogo", 1049

Um artigo de António Rego

A crise do Pai Natal O mercado vive duma espécie de engodo. Comprar e vender é um acto livre que tem cálculos, contas, necessidades, desejos, ilusões, jogos, riscos, lucros, posse, rejeição. Isso pode acontecer num mercadinho de bairro ou no grande bairro do mundo onde as coisas se compram e vendem porventura com vista larga. Os governos já entenderam que nesta matéria não podem ser demasiado pródigos tanto em estímulos como em repressões ao que se chama consumo. Convidar a poupanças próximas do exíguo, paralisa uma comunidade que vive das suas trocas e circulações que suscitam trabalho e criatividade. Alimentar o vício do supérfluo pode conduzir a uma círculo fechado e estrangulador para uma economia que se julga em movimento. Como um mecanismo de água estagnada que ilusoriamente circula dentro do mesmo poço sem se renovar e enriquecer. Claro que tudo isto vem a propósito do Natal. Dizemos vezes sem conta que a celebração do nascimento de Jesus nem de perto nem de longe se restringe a uma dobadoira de luzes artificiais que nada iluminam. Apenas divertem o olhar. Mas o facto é que alguma economia se reanima nesta quadra, e empresas há que não “sobrevivem” sem o Natal. Por isso, em tempo de escassez, assistimos a algumas iniciativas tíbias, sem saber se navegam no mar tradicional da ilusão ou são um real contributo para a saída da crise que já nos cansa e que queremos exorcizar. É essencial não perder os gestos de solidariedade, festa e partilha de afectos através de símbolos. Talvez se possa reconverter a indústria da qualidade: investir mais no significado e menos no objecto que se compra – por prazer, necessidade, partilha, amizade, ou mesmo - e esse é o ponto mais digno - o que melhor celebra o Nascimento de Jesus. Se, com a crise, desaparecer o Pai Natal e toda a sequela de mitos que arrasta, não se perde grande coisa. Não é grave se ele for para o desemprego desde que se salve o sinal íntimo que pretende traduzir.

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