quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Um texto de Octávio Carmo, na Ecclesia

Sem espanto
A publicação “pirata” de um documento de um Dicastério da Santa Sé (e não do Papa) gerou hoje uma onda de reacções um pouco por todo o mundo. O texto apresentado pela agência italiana Adista revela uma “Instrução” da Congregação para a Educação Católica (para os Seminários e as Instituições de Estudos) sobre a não admissão ao sacerdócio de candidatos com tendências homossexuais.
Apesar de ser um documento relativamente curto, esta versão agora apresentada (pedida por João Paulo II em 1994) tem quase tanto espaço de texto como de notas, relativas a uma série de citações de documentos papais, conciliares e da Santa Sé sobre esta matéria. Essa é a chave da questão: qualquer que venha a ser a posição definitiva da famosa Instrução, ela mais não faz do que reforçar a tradicional posição de prudência nesta matéria, expressa várias vezes pela hierarquia da Igreja.
Mais: o texto que agora passeia pela Internet e pelas redacções dos Media de todo o mundo permanece da responsabilidade e sob a autoridade da Congregação para a Educação Católica.
Parece pouco provável que alguém tivesse dúvidas, antes de ler este documento, sobre o que a Igreja pensa em relação aos actos homossexuais. Não sendo as suas posições secretas ou desconhecidas, falta perceber onde é que está o espanto...

4 comentários:

  1. Contra factos não há argumentos, mas o problema é quando os factos não são factos, como parece ser este o caso. No entanto penso que nem tudo o que não é de espantar é dogma. Há questões que devem ser debatidas livremente(com a participação dos leigos) mesmo quando são fruto da pressão dos media.

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  2. Meu caro OPENSADOR

    Estou de acordo com o meu amigo, quando sublinha que as questões eclesiais devem ser debatidas livremente com a participação dos leigos.
    Importa, no entanto, a meu ver, continuar a apostar na formação dos leigos, no sentido de os levar a assumir os seus direitos e obrigações dentro da Igreja. Quantas vezes não são eles chamados a opinar, sem que se veja a sua intervenção, por exemplo, nos média. Ficam-se, na maior parte das situações, por protestos e não pela participação objectiva dentro das estruturas da Igreja.
    Contudo, há que continuar a acreditar que o caminho se faz caminhando com metas à vista.
    Um abraço

    Fernando Martins

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  3. Meu caro Fernando Martins:
    O se blog é o exemplo concrecto do que escreveu. Nestes comentários temos o diálogo livre, e nos seus posts um meio importante de formação que difundo para amigos e não só. Por exº a informação sobre a Past. da Saúde coloquei em http://pastubi.blogspot.com/.
    Penso também que o semanário ecclesia devia ser gratuito (em papel) e devia ter alguns artigos de leigos esclarecidos. Esta ideia bem sei que pode ser um pouco cara e ingénua (a minha opinião pouco vale)mas penso que o boletim informativo da ecclesia merece mais e melhor difusão.

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  4. Já enviei e-mail a quem de direito para tentar divulgar a ideia da ecclesia (ou um resumo do boletim com papel mais humilde) grátis para todos. Bem sei que este talvez não seja o local para isto, mas foi só uma ideia. Obrigado pela paciência para com este estudante univ. sp um pc impulsivo na vontade de melhorar a Igreja Cat.

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