segunda-feira, 2 de maio de 2005

Um artigo de João César das Neves no DN

O Orçamento e a dispensa do indispensável
Toda a gente sabe que uma das medidas mais indispensáveis hoje em Portugal é a solução do desequilíbrio nas contas públicas, que cria endividamento, sobrecarrega a economia, atrasa o progresso. Mas muitos cometem, em seguida, um erro simples mas fatal procuram os malfeitores que geraram tal situação. Esquecem assim o princípio da velha sabedoria que diz que um mal deste tamanho não pode ser causado apenas pela maldade de alguns, mas nasce da conivência de todos. Roubos ou assassínios são cometidos por bandidos, mas uma guerra só existe com a participação das boas pessoas. Também o descalabro financeiro português é tão grande que só pode ser feito por toda a gente. É precisamente por causa disto que o problema é tão difícil de resolver. Se fossem criminosos os culpados, há muito que o défice estava controlado.
É difícil compreender que o nosso pior drama possa ser causado por cidadãos sensatos e empenhados, que apenas pretendem o bem do País. No entanto, todos conhecemos este mecanismo. Quando, por exemplo, convidamos amigos para uma festa ou planeamos um fim-de-semana livre, se não tomarmos cuidado, em breve a dimensão do indispensável ultrapassa em muito os lugares ou o tempo disponíveis. É precisamente o mesmo que se dá no Orçamento de Estado. O País está cheio de justas reinvindicações, gastos imprescindíveis, despesas incompressíveis. Todas estas exigência são boas, mas a sua soma é muito superior às receitas.
A lista é infindável. Na Saúde, por exemplo, que dizer do direito inalienável de todos os portugueses a cuidados dignos e acessíveis? E na Educação, como esquecer este instrumento vital do desenvolvimento e formação da personalidade das nossas crianças e jovens? A Polícia precisa imediatamente de mais meios, porque está em causa a segurança de pessoas e bens. Da Defesa, nem se fala, pois é a própria dignidade nacional que se joga nos recursos para as nossas forças armadas. O mesmo se diga, aliás, dos diplomatas, representantes nacionais no mundo, da Cultura e Património, fundamentos da alma lusa, do Ambiente, suporte da sobrevivência populacional. E ainda não falámos de Justiça, sectores produtivos, etc, etc. Mas todas estas coisas empalidecem perante o gravíssimo problema dos pobres, idosos, marginalizados, das injustiças sociais. A lista é mesmo infindável.
Qualquer estimativa, mesmo comedida, destas despesas exigiria um produto nacional várias vezes superior ao que existe. Mas onde cortar? Cada uma delas é, sem dúvida, vital, basilar, insubstituível. Como é possível não acudir a cada uma destas urgências e a mais miríades de outras de igual gravidade? No entanto, ainda há poucos anos nós gastávamos muito menos e, dispensando esses "indispensáveis", conseguíamos sobreviver. O total da despesa pública portuguesa mais que duplicou em termos reais nos últimos 20 anos. Mas isso, em vez de resolver os problemas, aumentou ainda mais as necessidades. Quanto mais temos, mais queremos. Portugal entrou neste círculo vicioso, onde as despesas geram mais necessidades "indispensáveis", que crescem mais depressa que os recursos disponíveis.
É curioso que os debates comuns nunca falem deste elemento. A eterna discussão é à volta da evasão fiscal, da corrupção de funcionários, da azelhice dos ministros. Estes abusos são reais e influentes, mas mesmo que fossem milagrosamente resolvidos esta noite, o défice permaneceria descontrolado. As críticas mais violentas e as políticas mais vigorosas foram sucessivamente anunciadas contra esses facínoras, acompanhadas por sucessivos agravamentos do défice. Porquê? Porque a questão é outra. Temos critérios europeus e recursos portugueses. Assim, por mais ricos que sejamos, haverá sempre desequilíbrio orçamental.
É preciso mudar radicalmente o debate sobre o nosso défice. Os portugueses têm de modelar as suas exigências ao seu nível de vida. O senhor ministro das Finanças tem de dispensar o indispensável para atingir o equilíbrio que, esse sim, é mesmo indispensável.

Preços dos medicamentos

Quando há dias comprei numa farmácia os medicamentos que um médico me prescreveu, fiquei impressionado com a conta, depois das deduções feitas e que são por conta do Estado. Não tanto por mim, que ainda vou podendo pagar, mas pelos que não têm capacidade para suportar as despesas com a sua saúde. Numa semana, médico especialista e medicamentos levaram-me o correspondente a uma pensão de reforma de muitos portugueses. Já me tinham dito que alguns idosos, dos tais que têm para sobreviver uma pensão ridícula, não vão aviar a receita à farmácia, porque, se o fizerem, ficam sem dinheiro para comer, não lautas refeições, mas coisas muito simples, como pão, leite e a tradicional sopinha. Depois de uma vida de trabalho e de sacrifícios, muitos reformados são obrigados a vegetar, quantas vezes à custa de familiares e de amigos e até de instituições de solidariedade social, a maioria delas ligadas à Igreja Católica. Num país, como o nosso, em que a Constituição garante o direito à Saúde, penso que o Governo tem de repensar a situação dos mais desfavorecidos e dos que têm de viver com pensões baixíssimas. Há despesas de farmácia que muita gente não consegue suportar e a Saúde não se cuida apenas nos hospitais. Por outro lado, penso que os genéricos têm de ser implementados, mas também os médicos têm a obrigação, a meu ver, de receitar, dentro da gama de medicamentos que há no mercado, os mais baratos, para os mesmos resultados. Não podem prescrever medicamentos de olhos fechados e alheios às posses de cada um. Fernando Martins

Movimentos da Igreja Católica - 1

FOCOLARES
Foi no tempo de ódio e de violência do segundo conflito mundial que teve início este movimento de unidade e de fraternidade universal. Em 1943, Chiara Lubich com as suas primeiras companheiras, em Trento, redescobriu o Evangelho. Juntas, puseram-no em prática no dia-a-dia, começando pelos bairros mais pobres da cidade. A vida delas, pessoal e colectiva, deu um salto de qualidade. Aquele primeiro grupo tornou-se logo um Movimento, que se espalhou inicialmente pela Europa e, depois, pelo mundo. O Movimento dos Focolares gera um estilo de vida que, inspirando-se no Evangelho, responde ao tão difundido questionamento sobre o sentido da vida e sua autenticidade, e contribui para a realização da paz e da unidade no mundo. Caem preconceitos e as sementes de verdade e de amor inerentes às diversas culturas tornam-se riqueza recíproca. Abrem-se novos horizontes nos diversos âmbitos da sociedade, nomeadamente da cultura, política, economia e arte. Através desta espiritualidade, vivida nos mais diversos ambientes e culturas, abriram-se diálogos fecundos no mundo católico, e não só, com indivíduos e grupos, Movimentos e associações, para cooperar na consolidação da unidade; com cristãos de diversas Igrejas, para contribuir para a plena comunhão; com fiéis de várias religiões e convicções, para caminhar rumo àquela fraternidade universal, pela qual todos aspiramos. O Movimento, pela diversidade das pessoas que o compõem (jovens e adultos, crianças e adolescentes, famílias e sacerdotes, religiosos e religiosas de várias congregações e até bispos), embora sendo um só, articula-se em 18 ramificações. Aos poucos, foram-se desenvolvendo várias concretizações entre as quais, no campo da cultura, a escola Abba, para a elaboração de uma cultura renovada; no da economia, o projecto por uma Economia de Comunhão, ao qual estão vinculadas mais de 700 empresas, pequenas cidades de testemunho, obras sociais, editoras e revistas. O Movimento dos Focolares, que foi aprovado pela Santa Sé em 1962, faz parte daquele fenómeno de florescimento dos Movimentos eclesiais que o Papa definiu como uma "resposta suscitada pelo Espírito Santo a este dramático desafio de final de milénio". Para saber mais sobre o Movimento dos Focolares, pode consultar http://www.focolares.org/

Há sempre portas que se abrem

Há sempre portas que se abrem para entrar na blogosfera. Como vai ser o caso, durante uns dias, enquanto estou longe do meu habitual local de trabalho. Motivos também não faltarão. Só os recursos técnicos é que escasseiam, nomeadamente a nível de fotografia. Depois apresentarei alguns Postais Ilustrados do que vi. F.M.

domingo, 1 de maio de 2005

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Foto de Crixtina, pseudónimo de Dora Bio

Um artigo de Alice Vieira, escritora, no Jornal de Notícias

Pó e fé
Tinha chegado cedo demais ao encontro, a minha obsessão da pontualidade dá sempre nisto e, de repente, aquela igreja da Baixa, onde eu já não entrava há tanto tempo, pareceu-me o lugar ideal para esperar pelas dez horas. Estava uma manhã nublada, não tinha sido uma semana fácil, e apetecia-me uns momentos de serenidade e recolhimento, pensar na vida, essas coisas. Lá dentro não estariam mais do que três pessoas e sento-me pelo meio. De repente, vindo sabe-se lá donde, um ronco entra pelos meus ouvidos dentro e é então que descubro junto ao altar, uma jovem loira desembaraçadíssima, de bata azul e mangas arregaçadas, na saudável missão de limpar a igreja com um potente aspirador aos pés. De certeza que não houve recanto nem santo que lhe escapasse, e o aspirador lá era atirado nave acima nave abaixo, numa barulheira ensurdecedora, mais um empurrão e lá vai ele contra os lugares da nave central, e mais outro empurrão e lá vai ele contra os das naves laterais, e tudo aquilo na maior barulheira, e eu quero abstrair-me, pensar na vida, essas coisas, mas é impossível, e mudo então de lugar, sento-me a um canto, e penso mesmo muito, muito na vida, e fecho os olhos, pode ser que assim. Mas nem assim. O barulho do aspirador não termina mais, entra pelos nossos ouvidos, abafa o pensamento - e de repente alguém me bate no ombro. É a rapariga loira, no seu afã de não deixar nem um grão de poeira, "olhe, faz favor passe para outro lado que eu preciso de ligar o aspirador à ficha que está aí nesse canto".
Nada a fazer. Acabo por sair, juntamente com uma velhota que abana a cabeça furiosamente e se perde pelas ruas a falar sozinha. Eu sei que a rapariga estava a fazer o seu serviço, e que as igrejas têm, evidentemente, de ser limpas. Mas não poderiam sê-lo durante as horas em que têm as portas fechadas? É que não há fé, por mais forte, que resista ao ronco de um aspirador.

Para um Envelhecimento Activo

As Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres organizam, no próximo dia 3 de Junho, a I Jornada sob a epígrafe "Para um Envelhecimento Activo - Descobrir Novos Caminhos". O encontro vai ter lugar no Lar Santa Beatriz, Auditório S. José, em Fátima. Programa e ficha de inscrição podem ser consultados e descarregados clicando aqui
Fonte: Solidariedade, mensário da CNIS

Dia do Trabalhador - 1 de Maio

Celebra-se hoje, por todo o mundo livre, o Dia do Trabalhador. Há festas por aqui e por ali, mesmo entre nós, porque os trabalhadores precisam de ser optimistas e de acreditar sempre num futuro melhor. Eu sei, todos sabemos, no entanto, que há bons e maus trabalhadores, como há bons e maus empresários. Porém, acredito que, apesar de tudo, são mais os bons que os maus, em ambos os sectores. Daí o progresso e um certo bem-estar que no fundo a maioria pode usufruir. Contudo, se olharmos para o País e mesmo até somente à nossa volta, não podemos ficar indiferentes aos muitos desempregados e a outros tantos que vivem com o credo na boca, tão periclitantes são os seus empregos. Portugal tem qualquer coisa como perto de 500 mil desempregados, que não podem deixar de sentir pouca alegria para festas. E também é verdade que raro é o dia em que não aparecem nos órgãos de comunicação social manifestações de trabalhadores a reclamarem, simplesmente, o direito ao trabalho, perante a ameaça ou a certeza do encerramento das suas fábricas. Claro que estes trabalhadores, com os encargos inerentes às suas vidas familiares, com rendas ou prestações de casas para pagar, com filhos a estudar e para sustentar, não podem pensar em festas, por mais que se pregue que tristezas não pagam dívidas. Ora eu penso que o Dia do Trabalhador devia servir a todos, empregadores e empregados, para estudarem a melhor forma de garantir trabalho a toda a gente. Isto, porque não é com subsídios estatais que se garante o futuro de quem quer que seja. Os subsídios são sempre uma ajuda. E só isso. Fernando Martins

Um livro de E. P. Sanders

"A verdadeira história de Jesus" "A verdadeira história de Jesus" é mais um livro do teólogo E. P. Sanders, que foi professor de Exegese na Universidade de Oxford a partir de 1984. Mais tarde leccionou na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, no Trinity College, de Dublin, e na Universidade de Cambridge. Com este currículo, não é nenhum curioso. Este seu livro foi editado em Portugal pela Editorial Notícias, sendo a tradução de Teresa Martinho Toldy e Marian Toldy. Faz parte da colecção Biografias, que já editou "João Paulo II - A vida de karol Wojtyla", "Yitzhak Rabin - Missão inacabada", "Por Timor - Biografia de D. Ximenes Belo" e "Lula - Do agreste ao Planalto", entre outras obras. Deste livro de E. P. Sanders, que se lê com gosto e crescente interesse, o autor consegue situar-nos no tempo, através de uma linguagem acessível e com recurso a fontes históricas coetâneas. Por comparação com outras descrições históricas da mesma época, o autor oferece-nos muitas imagens que nos conduzem, certamente, à vida real de Jesus, sobretudo ao período menos conhecido. A propósito desta obra, D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, realça que, "Com minúcia de intérprete e transparência de Mestre, o Prof. E. P. Sanders tenta reconstituir a fisionomia histórica de Jesus através da fidelidade às fontes, à releitura das comunidades nascentes e aos contextos de uma Pessoa. É uma delícia cultural a travessia de muitas das suas páginas!". Também o Padre Carreira das Neves, conhecido biblista, frisa que "A chave hermenêutica do Prof. E. P. Sanders reside no tema da 'restauração escatológica'. Como ninguém, Sanders conhece profundamente a cultura tecnológico-literária judaica da escatologia e conclui que o Deus da Aliança com o seu povo de Israel consuma em Jesus essa mesma aliança de restauração escatológica2. As inúmeras referências e citações de historiadores contemporâneos de Jesus Cristo, para além da análise dos textos bíblicos e as notas de rodapé com bastantes pormenores, ajudam a compreender melhor o rigor posto neste livro pelo seu autor. É, portanto, uma obra para ler, depois de tantas outras que ultimamente trouxeram confusão a muitos crentes. Fernando Martins Posted by Hello

sábado, 30 de abril de 2005

DIA DA MÃE - 1 de Maio

Emilio Velilla, Primeiros Passos
SER MÃE
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração! Ser mãe é ter no alheio lábio que suga o pedestal do seio, onde a vida, onde o amor, cantando, vibra. Ser mãe é ser um anjo que se libra sobre um berço dormindo! É ser anseio, é ser temeridade, é ser receio, é ser força que os males equilibra! Todo o bem que a mãe goza é bem do filho, espelho em que se mira afortunada, luz que lhe põe nos olhos novo brilho!!! Ser mãe é andar chorando num sorriso! Ser mãe é padecer num paraíso! Ser mãe é ter um mundo e não ter nada! Coelho Neto

NB: A Foto e o Poema foram seleccionados pelo Prof. Dinis Alves e fazem parte de um belíssimo trabalho que pode ser apreciado na Net, clicando aqui.

Colaboração dos leitores

Juventude de Schoenstatt nas Jornadas Mundiais da Juventude Cardeal Ratzinger, agora Papa Bento XVI,
num Santuário de Schoenstatt
A Juventude Feminina e Masculina de Schoenstatt de Aveiro vai participar (em conjunto com as juventudes schoenstattianas do todo o país) nas próximas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) em Colónia, Alemanha, em Agosto 2005. Estas Jornadas contam com a presença do Papa Bento XVI, que estará, por assim dizer, na sua terra. Desta vez, esta "viagem à Alemanha" prolongar-se-á mais do que o habitual nas JMJ, porque em Schoenstatt, cidade de origem do Movimento Apostólico de Schoenstatt, realizar-se-á o Festival Internacional da Juventude Schoenstattiana, uma semana antes das JMJ. Pela preparação que tem sido feita e pela informação que nos chega, os dias em Schoenstatt serão enriquecidos pelas diversas culturas dos vários continentes, porque todos estarão em sintonia na fé e na alegria, que não deixarão de proporcionar momentos inesquecíveis de comunhão. As JMJ serão então o culminar de toda esta caminhada. Há cerca de um ano, desde Junho 2003, que as juventudes (Feminina e Masculina) de Aveiro têm vindo a organizar várias actividades, com vista a custear esta viagem. A próxima actividade agendada é há hoje, 30 de Abril. Trata-se de um jantar no Stella Maris, sob a temática das JMJ e do Festival Internacional em Schoenstatt, com animação (música ao vivo, datashow, dança, por ex.) e decoração preparada pelos próprios jovens, o que garante, desde já, um grande sucesso, pois estão esgotados os cerca de 240 bilhetes. A actividade que se segue, de cariz mais cultural, é um espectáculo de teatro a acontecer a 21 de Maio, sábado, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, com uma sessão à tarde e outra à noite. Para Junho/Julho (ainda a marcar), também se organiza um espectáculo de música no mesmo local. Paralelamente a todas estas actividades, os jovens schoenstattianos de Aveiro marcam ainda presença nas quatro peregrinações ao Santuário Matris Ecclesiae, na Gafanha da Nazaré, nos dias 1 de Maio, 19 de Julho, 10 e 17 de Julho. Além de "comes e bebes", como queques e café, ainda se vendem T-shirts do Jubileu de Prata deste mesmo Santuário, a um preço bastante modesto. Estendemos, desta forma, o convite a todas as pessoas e peregrinos que queiram ajudar. Afinal é sempre positivo vermos os jovens a apostarem bem. Ao mesmo tempo, gostaríamos de apelar a todas as pessoas, principalmente aos emigrantes residentes na Alemanha, para que se inscrevam nas respectivas paróquias e para participarem nesta grande e mundial Festa de Fé. Quem sabe se não será um momento de descoberta pessoal e divina?
"Participem e juntem-se a nós!"
NB: Caso estejas interessado em ir (embora já seja um pouco tarde), entra em contacto connosco:
Responsáveis de Aveiro pelas JMJ: Maria Inês Lourenço - 964962259 Pedro Almeida - 914259372 Irmã Cristina - 234326020 Pe. José Melo - 967264208

1º de Maio - Mensagem dos Trabalhadores Cristãos

Festa dos trabalhadores e das trabalhadoras, com ou sem emprego Não à exploração e à competição, sim à solidariedade!
Mais de mil milhões de seres humanos vivem com menos de um dólar americano por dia, 2.700 milhões de pessoas lutam pela sobrevivência com menos de dois dólares por dia e 880 milhões de pessoas, entre as quais se encontram 300 milhões de crianças, vão todos os dias para a cama com o estômago vazio. Todos os anos, mais de seis milhões de crianças morrem de doenças que se poderiam curar ou evitar como o paludismo, a diarreia e a pneumonia. Em várias regiões de África, Ásia e América Latina, a pobreza e as carências que esta produz (falta de água, desflorestação, desemprego e falta de assistência médica adequada) põe em perigo a vida de muitas pessoas. Os membros do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) estão convencidos de que a solidariedade, e não o mercado livre, poderá ajudar os países pobres a vencer estas pragas. Não obstante, as grandes potências económicas procuram impor o mercado livre ao resto do mundo porque resulta em seu próprio benefício e permite-lhes manter uma posição privilegiada no sector da economia, da investigação, do comércio e do desenvolvimento. Os estados industrializados do G8 põem muitas dificuldades aos países do Terceiro Mundo desejosos de vender os seus produtos nos mercados internos dos países ricos, os quais utilizam a sua influência junto do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da Organização Internacional do Comércio para exigir que os países pobres abram as suas fronteiras aos produtos dos países industrializados. Além disso, o sistema económico actual tende a pôr os trabalhadores em competição, impondo reduções salariais e condições laborais cada vez piores. (Para ler na íntegra, clique Mensagem)

Conselho da Europa diz não à eutanásia

A assembleia parlamentar do Conselho da Europa recusou na quarta-feira um projecto de resolução sobre o "fim da vida" apresentado pelo parlamentar suíço Dick Marty, o qual solicitava que se estudassem as experiências de eutanásia legal da Bélgica e Holanda, para, segundo a resolução, evitar que as práticas clandestinas se difundam pela Europa. O texto preconizava igualmente que se evite o "encarniçamento terapêutico" com os doentes terminais. O projecto foi recusado por 126 votos contra e apenas 58 a favor, no final de um debate confuso, durante o qual foram apresentadas mais de 70 emendas. A rejeições do projecto de resolução foi uma surpresa, embora a elaboração do texto e do relatório que o acompanhava estivesse mergulhada em polémica desde o primeiro momento, dadas as diferentes posições defendidas pelos cinco grupos parlamentares. A eutanásia é crime em todos os países membros do Conselho da Europa, excepto na Bélgica e Holanda. O projecto foi apresentado juntamente com um relatório da Comissão de Assuntos Legais e Direitos humanos, assinado pelo britânico Kevin McNamara, o qual assinalou que "liberalizar a eutanásia seria um primeiro passo para o reconhecimento do direito a matar". O Bispo Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, já manifestou a sua satisfação perante a decisão do Conselho da Europa.

Fonte: Ecclesia

sexta-feira, 29 de abril de 2005

DIA DA MÃE - Homenagem da Comissão Episcopal da Família

... Por tudo quanto és! Como não agradecer-te, mãe se é tanto o que és o que ofereces e o que semeias no meu ser? Mas como agradecer-te, mãe, se é tão pouco o que tenho para dizer, para te bendizer? O que o coração sente os lábios não são capazes de balbuciar. Trémulos, hesitam e gaguejam, impotentes para soltar uma palavra ou articular qualquer som. Mas será que existe alguma palavra que consiga dizer o que o coração sente? Dizer "obrigado" é pouco, mas dizer-te "obrigado" é tudo o que resta quando tudo já tiver sido dito. Obrigado, mãe, pela vida que nunca recusaste dar-me. Obrigado pelo amor que nunca hesitaste oferecer-me. Obrigado pelos sacrifícios a que nunca te furtaste. Obrigado pela fé com que sempre me inundaste. Obrigado por seres sempre berço a que volto e fonte a que regresso Obrigado pelo testemunho e pela fidelidade. Obrigado por me teres dado a vida e por seres vida em mim. Obrigado por não me eliminares quando habitei teu ventre. Obrigado por me amares desde o primeiro instante. Obrigado por nunca seres túmulo e por sempre seres regaço. Obrigado por nunca pensares em ti e por sempre pensares em mim. Eu não mereço. Eu não te mereço. Mas agradeço. Porque sei que amar assim, como tu amas, é algo que só está ao alcance de ti, mãe! Na pobreza dos gestos, e na fragilidade das palavras, nada mais me ocorre que este "obrigado". É pequeno, mas é profundo, caloroso e sincero. Entrego-o no colo de Maria, a Mãe de Jesus, a Mãe das mães. Que ela te abençoe e proteja Que ela te conforte e compense por tudo quanto fazes, e por tudo quanto és, mãe! Comissão Episcopal da Família

Uma reflexão de José Tolentino Mendonça

Ruy Belo Em redor de um livro:
A solidão dos filhos de Deus Importa tomar Ruy Belo como um dos escritores espirituais do séc.XX português. E sem pretender contornar as veementes e sucessivas afirmações do poeta, que nos orientariam num sentido diferente. Por exemplo, em 1970, no prefácio a Homem de Palavra(s): «O clima do livro já não é o da fé, aliás perdida» ou, em 1972, na reedição de Aquele Grande Rio Eufrates: «todo este livro foi escrito num clima a que não só já não tenho acesso hoje em dia como espero não o voltar a ter». Só que o novo 'clima' em que o poeta se move, no começo da década de setenta, é de resistência àquilo que o catolicismo, na sua opinião, simbolizava enquanto servidor do ordenamento político e cultural vigente. Talvez fosse agora tempo de começar a olhar esta poética naquilo que ela também é: aventura espiritual intensa como poucas, colóquio interior, despojado mesmo quando a voz tinha a energia sagrada das falas ininterruptas, ponte estendida no território de chamas que é essa quase circularidade entre presença e silêncio, entre dúvida e crença, dialéctica que aproxima a aridez trágica da passagem do tempo desse «no sé qué», de que João da Cruz falava e que nos romances de Bernanos e Graham Green, que Ruy Belo leu, recebia o nome de Graça. (Para ler o texto na íntegra, clique aqui, e procure Expressões)

QUADRAS de António Aleixo

António Aleixo
 

  QUADRAS

Sou humilde, sou modesto; 
Mas, entre gente ilustrada, 
Talvez me digam que eu presto, 
Porque não presto p'ra nada.
 
Eu não tenho vistas largas, 
Nem grande sabedoria, 
Mas dão-me as horas amargas 
Lições de filosofia.
 
Tu não tens valor nenhum, 
Andas debaixo dos pés, 
Até que apareça algum 
Doutor que diga quem és.
 
À guerra não ligues meia, 
Porque alguns grandes da terra, 
Vendo a guerra em terra alheia,
 Não querem que acabe a guerra.

Depois de tanta desordem, 
Depois de tam dura prova, 
Deve vir a nova ordem, 
Se vier a ordem nova.

Eu não sei porque razão, 
Certos homens, a meu ver, 
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.

Vemos gente bem vestida, 
No aspecto desassombrada; 
São tudo ilusões da vida, 
Tudo é miséria dourada.

Os novos que se envaidecem 
P'lo muito que querem ser 
São frutos bons que apodrecem 
Mal começam a nascer.

 
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António Aleixo, poeta popular

António Aleixo nasceu em 18 de Fevereiro de 1899 em Vila Real de Santo António e faleceu em 16 de Novembro de 1949 em Loulé. Foi pastor, cantor popular de feira em feira, soldado, polícia, tecelão, servente de pedreiro em França e “poeta cauteleiro”. Deixou-nos «Este livro que vos deixo», «O Auto do Curandeiro», «O Auto da Vida e da Morte», o incompleto «O Auto do Ti Jaquim» e «Inéditos».

Um artigo de António Rego, na Ecclesia

:: A Fé em tempo real
Os factos atropelaram-se em amálgama, como mole de gente sobressaltada num espaço estreito. Parece que tudo se tornou massa informe e movediça na direcção das portas de emergência ou das angustiantes saídas duma explosão. Os acontecimentos prolongados dos últimos tempos deram-nos bem a ideia de alguma convulsão de episódios que, passados nos media, envolveram todo o planeta no celebrativo, no entusiástico, na dor, na perplexidade, na controvérsia, na festa.Claro que nos referimos a uma ocorrência em dois actos: a partida e a chegada do sucessor de Pedro. E a serena continuidade da Igreja, a afirmação incontestada de um projecto lançado por Jesus e mantido incólume nos sobressaltos da história e da fragilidade humana. Tudo isso viveu a Igreja sem excessivas teorizações. Apenas como acto da sua história milenar, rasgando fronteiras de continentes e países pelo directo e continuado da morte e do ressurgimento do Papa como pai espiritual da cristandade, bispo de Roma, referência essencial da Fé no mundo de hoje. A Fé em tempo real.
Não se tratou – como pretenderam alguns - de uma encenação monumental do Vaticano na celebração da partida e da chegada do sucessor de Pedro. Nem se pode dizer que a Igreja manipulou os acontecimentos, as notícias, a “liturgia mediática” que se desencadeou de forma empolgante na sua versão panegírica ou crítica. Os media tomaram conta de tudo e tornaram impossível o silêncio ou o controlo apologético de acontecimentos tão significativos como a morte de um Papa de grande exposição mediática e a eleição de outro que, além de antítese do mediatismo, como que trazia uma asa ferida por preconceitos e lugares comuns dos menos informados. Não lhe foi concedido o “estado de graça” que sempre se oferece aos governantes, ainda que obviamente medíocres. Mas o pouco tempo de presença de Bento XVI como homem inteligente, firme, humilde e disponível para o diálogo, começa a revelar que muitos dos críticos que dele falavam, não sabiam, na verdade, o que diziam. Muitas observações e análises não passaram de um estrondoso acto de ignorância disparado do alto púlpito dos media falados ou escritos. Mas não faltaram vozes de lucidez e discernimento que, sem juízos primários, expuseram com isenção, a percentagem justa do divino e do humano que envolve este acontecimento. Talvez, mais que tudo, falou a imagem, sem comentários, do recôndito mistério da fé que perpassa uma liturgia solene e sóbria. Com a simplicidade silenciosa com que Deus atravessa a história.

"A Voz do Silêncio"

Posted by Hello
"A Voz do Silêncio", uma exposição do Projecto BlogAveiro, está patente ao público entre 22 de Abril a 5 de Maio na Sala de Exposições Inês de Castro, no Instituto Português da Juventude de Coimbra. A exposição, da autoria de Isabel Henriques, apresenta fotos em torno de um livro, uma praia e as chamas que devoram estórias contadas, muitas outras por contar:"Vidas são estórias,Estórias são livros,Livros são páginas cheias de vidas.O fim do livro é a morte.Nesse dia,Queimam-se as páginas de um livro cheio,Porque a estória acabou...", refere a autora na apresentação do seu trabalho.
"A Voz do Silêncio" pode ser visitada, aos dias úteis, das 09h às 18h, e aos sábados, das 10h às 19h. O IPJ de Coimbra situa-se na Rua Pedro Monteiro, n.º 73.
A exposição conta com o apoio do ISCIA - Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração, da FEDRAVE - Fundação para o Estudo e Desenvolvimento da Região de Aveiro, da Delegação de Coimbra do Instituto Português da Juventude, e dos Parceiros Jornal da Bairrada, On Line News, Notícias de Aveiro, Rádio Terra Nova e Solidariedade Online.
(Para saber mais sobre outras exposições, clique BlogAveiro)

DIA DA MÃE: 1 de Maio

Todas as crianças devem ser desejadas
Celebra-se no próximo domingo, 1 de Maio, o DIA DA MÃE, razão suficiente para que todos manifestemos às mães, vivas ou que já nos deixaram, a nossa gratidão pelo dom da vida. E se alguma vez não fomos tão correctos para com elas, como seria nossa obrigação, nunca será tarde para lhe mostrarmos o nosso amor. A APFN (Associação Portuguesa das Famílias Numerosas) está sempre atenta a tudo quanto diz respeito às famílias e no comunicado que me enviou sublinha, com pertinência, que ser mãe é, antes de mais, um acto de coragem, num país que: "Tarda em compreender a importância da parentalidade, alheio a tantos avisos sérios tanto a nível interno como a nível externo; Apregoa a igualdade, mas distingue entre "filhos desejados" e "filhos não desejados", quando, na presente situação demográfica, todas as crianças devem ser profundamente ansiadas, conforme a Comissão Europeia recentemente alertou ao classificar as crianças e jovens como "recurso escasso"; Apregoa a tolerância, mas recusa reconhecer o elementar direito a nascer aos "filhos não desejados"; Apregoa o Estado social, mas propõe negar o direito à vida dos nasciturnos por "razões económicas e sociais" da sua família; Apregoa a necessidade de um choque tecnológico para o relançamento económico, mas nega a evidência da natureza da vida intra-uterina mostrada em simples ecografias; Muitos afirmam que o aborto é um problema de consciência, mas aprova uma lei de liberalização do aborto obrigando dezenas de deputados a votarem contra a sua própria consciência." E mais adiante, lembra que, "Porque ninguém é Mãe sem haver um Pai, a APFN apela a todos os Pais para serem testemunhos permanentes do amor de onde nasceram os seus filhos, indispensável ao seu são desenvolvimento, e a que todas as crianças têm direito, conforme Declaração Universal dos Direitos da Criança, subscrita por quase todos os países do mundo, entre os quais Portugal". No Dia da Mãe, "a APFN renova o seu compromisso, a todas as famílias com filhos, e em particular às Mães, peças centrais da família, que continuará a bater-se por terem direito à protecção que lhes é devida pelo Estado, conforme art. 67 da Constituição e recomendação da Comissão Europeia, recebendo o mesmo apoio e atenção que são dados na esmagadora maioria dos países europeus".

quinta-feira, 28 de abril de 2005

Um artigo de D. António Marcelino

Papa Bento XVI Alegria serena, sem dúvidas nem perplexidades
Foi este o meu sentir quando ouvi o nome do novo Papa. Já tenho idade para não me deixar impressionar pelas muitas e desvairadas apreciações, vindas de todos os quadrantes da opinião pública, livre ou comandada. Quando vemos pessoas, que se dizem agnósticas, a opinar sobre quem e como devia ser o Papa e a mostrarem-se desiludidas com a eleição, estamos perante um contra-senso, que se respeita, mas não se entende. Nostalgia, apreço pela acção da Igreja, vocação teológica frustrada, recalcamentos? Tudo é possível. Se são pessoas da Igreja, presas a ideias feitas, a sentirem-se decepcionadas ou frustradas porque o seu candidato era outro, pergunto-me sobre que critérios assentava a sua profecia e assenta agora a razão da sua dor e frustração. Não se vê por aí muito de evangélico e de eclesial. A Igreja não começou ontem. A sua história, mesmo com erros pelo caminho, comporta sempre, nos êxitos e nos fracassos, grandes lições para os seus membros e até para a humanidade. A história recente, para quem não recorda dela senão o que, no momento, foi apoio à frustração e à tristeza, diz bem claro como são falíveis os juízos precipitados dos que querem que tudo esteja do seu lado. Mas qual lado? Estão aí João XXIII a mostrar que, quando se vêem apenas as aparências, se corre sempre o risco de estar fora da lógica de Deus, que conhece os corações e lê no seu mais profundo. Critérios de sabor meramente humano não servem para apreciar situações que vão além do tempo e de nós próprios, ainda que tingidas de zelo apostólico. É de supor que os eleitores, mais de cem, pessoas adultas e sérias, comprometidas, a tempo inteiro, com a Igreja e a sua missão, tinham mais elementos em mãos para apreciar, julgar e votar, do que os que estavam fora, cheios de opiniões e desejos. Ninguém, no caso da eleição do Papa, se quiser sintonizar com um projecto que não controla, estará dispensado de aferir o seu parecer na tentativa de perscrutar os planos de Deus em cada circunstância e em cada tempo. Estou certo que vamos ter muitas surpresas. Tenho para mim que Bento XVI foi o homem certo para este momento da vida da Igreja. Pela sua reconhecida entrega ao essencial, testemunho de simplicidade, poder de escuta e capacidade de acolhimento, cultura teológica e histórica que ultrapassa o comum, abertura realista à sociedade, sensibilidade, e mais do que isso, em relação aos movimentos do tempo que corre, conhecimento profundo da Igreja universal e da realidade romana, serenidade impressionante e ponderada, fé inquebrantável, vivenciada e lúcida para dizer como Paulo "eu sei em Quem acredito". A campanha anti-Ratzinguer encarregou-se de lhe enxovalhar o rosto e nome. E continuam a fazer-se profecias catastróficas. Ele sabe isso. Admiro-lhe a coragem, que se explica pela força da sua fé e entrega ao projecto de Deus. Mil razões humanas podiam justificar a não aceitação, dado que esta é livremente expressa. Alguns ficariam contentes. Não faltaram conselheiros a dizer a João Paulo II no fim de vida, que abandonasse a cruz. Mas, onde entra Deus, só fé tem sentido. Uns ainda o não compreenderam, outros serão incapazes de o compreender.

Marinha da Troncalhada

Marinha da Troncalhada em dia de visitas A tradição do sal não pode morrer
A Marinha da Troncalhada, um Ecomuseu que aposta em preservar o fabrico do sal, está sempre à espera de quem goste de saber como se processava uma faina ancestral, entre nós, com primeira referência na longa data de 959, quando a condessa Mumadona registou, num testamento, as suas marinhas de sal que possuía nesta região. Desde essa altura, pelo menos, sempre os povos destas terras fabricaram sal, com a água salgada que entrava por terra dentro e com o sol do Verão e o vento que nunca deixou de prestar uma boa ajuda. Infelizmente, muitas das boas tradições artesanais vão morrendo, por força da industrialização que vai dominando todos os sectores da vida. Mas a Marinha da Troncalhada, graças ao município de Aveiro, teima em resistir para mostrar, às gentes mais novas e a quantos nos visitam, como é que marnotos e moços, num labor custoso sob sol ardente, extraíam das águas da Ria, do mesmo sabor das águas do mar, porque dele vêm, o precioso sal que uma tradicional cozinha não dispensa. A Marinha da Troncalhada fica mesmo à porta da cidade, quem sai para as praias. Na rotunda, vira-se à direita, segue-se pela estrada marginal ao canal, em direcção à zona das antigas pirâmides, e logo se vê. É a primeira marinha à esquerda. Se gosta de recordar o que se vai perdendo ou se quer mostrar aos netos uma tradição que sempre marcou as nossas terras ribeirinhas, não deixe de passar pela Marinha da Troncalhada. Ela gosta que a visitem. Fernando Martins

Quem é que me explica?

-- Condenados por pedofilia nos Açores A comunicação social noticiou hoje que nos Açores houve 14 condenações por pedofilia. Sete dos 18 arguidos foram punidos com pena de prisão, seis com pena suspensa e um com multa. Os casos foram descobertos, investigados e o tribunal julgou e aplicou as respectivas penas. Tudo se processou com alguma rapidez e sem grandes alaridos. Ora acontece que o caso de pedofilia da Casa Pia começou antes, as investigações decorreram dentro da normalidade e quando se esperava que o assunto fosse resolvido de imediato, aí está com um atraso injustificável para o comum do cidadão. O mais natural é pensar-se que o problema não se resolve, porque temos, infelizmente, uma justiça que não é igual para todos. Quando os arguidos são pessoas de alto nível social, com capacidade para contratarem bons e caros advogados, tudo anda e desanda, com requerimentos e mais requerimentos, mais isto e mais aquilo, e nada se decide, apesar de tudo estar dentro da legalidade processual, como se vem sublinhando. Que fique claro que não estou a pugnar pela prisão de inocentes e que até gostaria que estes eventuais crimes não passassem de um sonho. Mas o que acho é que já era tempo de se resolver o assunto. E o mais curioso é que não temos neste país quem ponha cobro a este estado de coisas, o que me leva a dizer que, em Portugal, há uma justiça para poderosos e outra para gente sem poderes e sem dinheiro. Estarei enganado? Quem é que me explica o porquê de tudo isto? Fernando Martins

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

-- Tropelias
As empresas devem à Segurança Social 3,2 mil milhões de euros. A maioria delas não paga impostos porque não declara lucros, mas - milagre! - continua a funcionar ano após ano. Como escreve António Perez Metelo no DN de terça-feira, muitas dessas empresas "só sobrevivem mediante toda a espécie de tropelias fiscais e de abusos nas contribuições retidas aos seus trabalhadores". E algumas ainda têm a lata de reclamar contra o alegado dumping social dos asiáticos, nota o António por outras palavras.
Esperemos que o Governo concretize o anunciado reforço da vigilância das autoridades sobre os faltosos fiscais e parafiscais (na luta contra a fuga aos impostos notam- -se alguns avanços encorajadores). É um imperativo jurídico e moral, mas também económico com empresas dessas o País não progride. Mas o Estado tem um ponto fraco: também ele recorre a tropelias. Paga tarde e a más horas, o que não incentiva propriamente ao cumprimento das regras pelos privados. Há câmaras que chegam a pagar a 30 meses ou mais, disse ao DN do dia 18 Rui Viana (Presidente da AICCOPN, uma associação de empreiteiros), acrescentando que muitos municípios "fizeram obras a mais e não têm como as pagar". Há eleições em Outubro... O Estado central não é mais virtuoso. Cerca de mil licenciados, no desemprego, esperam desde Outubro que o Estado lhes pague as prometidas bolsas para custear cursos de reconversão profissional que estão a frequentar. A dívida dos hospitais públicos aos laboratórios bateu novo recorde em 2004. Etc, etc.
A prioridade das prioridades na tão falada reforma do Estado deveria ser apresentar-se este de cara lavada, como pessoa de bem. É condição indispensável para o Estado poder exigir que pessoas e empresas se deixem de tropelias à custa do contribuinte cumpridor.

Património Cultural da Igreja

Santuário: foto de Luís de Oliveira Encontro Nacional em Fátima
Os responsáveis dos Serviços Diocesanos do Património Cultural vão reunir-se em Fátima no próximo dia 6 de Maio de 2005 para o Encontro Nacional "A Missão Evangelizadora do Património Cultural". O encontro será organizado em função duma intervenção geral de D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa e Presidente da nova Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
A exposição será seguida da apresentação de três "casos de estudo", correspondentes a outras tantas áreas de acção e de interesse na valorização do património cultural da Igreja, numa perspectiva pastoral e para os quais são convidados os oradores seguintes, pela experiência comprovada nas áreas referidas: "Exposições de arte sacra" (D. Carlos Moreira Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa); "Utilização apropriada do património" (Pe. Mário Rui Pedras) e "Itinerários e Roteiros" (Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja).
Fonte: Ecclesia

Bênção dos Finalistas na Universidade de Aveiro


A grande festa é já no dia 8 de Maio 

  No próximo dia 8 de Maio, domingo, vai realizar-se a grande festa da Bênção dos Finalistas, na Alameda da Universidade de Aveiro, presidindo à cerimónia D. António Marcelino. Os preparativos estão em marcha, no Centro Universitário Fé e Cultura, sob a batuta do padre Alexandre Cruz e com a participação de muitas dezenas de universitários das escolas superiores de cidade dos canais. Para esta festa, ponto único de quem salta da Universidade para a vida, estão convidados todos os estudantes e seus familiares e amigos, bem como a Reitora, Prof. Doutora Helena Nazaré, demais professores e funcionários, porque a alegria dos que concluíram os seus cursos se deve estender a todos os que, com eles, partilharam saberes, experiências, alegrias e até, porventura, algumas tristezas. Para além da mensagem do Bispo de Aveiro, que é sempre uma reflexão oportuna para quem tem de enfrentar a vida do trabalho e da investigação, não faltarão os cânticos litúrgicos, que estão a ser bem ensaiados pelos próprios universitários, entre outros motivos de interesse e adequados à Eucaristia, que terá início pelas 11 horas. Significativo será, também, o momento do Crisma de alguns estudantes, que foram preparados para receberem este sacramento que faz deles testemunhas de Cristo, agora mais responsavelmente.

Fernando Martins

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