Quando há dias comprei numa farmácia os medicamentos que um médico me prescreveu, fiquei impressionado com a conta, depois das deduções feitas e que são por conta do Estado. Não tanto por mim, que ainda vou podendo pagar, mas pelos que não têm capacidade para suportar as despesas com a sua saúde. Numa semana, médico especialista e medicamentos levaram-me o correspondente a uma pensão de reforma de muitos portugueses.
Já me tinham dito que alguns idosos, dos tais que têm para sobreviver uma pensão ridícula, não vão aviar a receita à farmácia, porque, se o fizerem, ficam sem dinheiro para comer, não lautas refeições, mas coisas muito simples, como pão, leite e a tradicional sopinha.
Depois de uma vida de trabalho e de sacrifícios, muitos reformados são obrigados a vegetar, quantas vezes à custa de familiares e de amigos e até de instituições de solidariedade social, a maioria delas ligadas à Igreja Católica.
Num país, como o nosso, em que a Constituição garante o direito à Saúde, penso que o Governo tem de repensar a situação dos mais desfavorecidos e dos que têm de viver com pensões baixíssimas. Há despesas de farmácia que muita gente não consegue suportar e a Saúde não se cuida apenas nos hospitais.
Por outro lado, penso que os genéricos têm de ser implementados, mas também os médicos têm a obrigação, a meu ver, de receitar, dentro da gama de medicamentos que há no mercado, os mais baratos, para os mesmos resultados. Não podem prescrever medicamentos de olhos fechados e alheios às posses de cada um.
Fernando Martins
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