segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Igreja Católica celebra Semana dos Seminários

É necessário abrir o coração 
às sugestões interiores do Espírito

Seminário de Aveiro. Imagem exterior 

Seminário de Aveiro. Imagem interior

D. António Moiteiro

«A vocação sacerdotal não nasce somente de um chamamento, de um desejo ou de um impulso interior; ela é fruto do encontro do Deus misericordioso com o homem perdido e que é encontrado, com o homem morto e que revive. Como dom da iniciativa divina, a vocação sacerdotal só pode desabrochar em quem humildemente conhece aquilo que é e sabe que tudo deve à grandeza do amor de Deus.» Esta chave da vocação para a vida sacerdotal está expressa na mensagem da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio do Nascimento Antunes, para a Semana dos Seminários, que está a decorrer.
Para os católicos, a Semana dos Seminários deve ser um ponto de partida para uma reflexão pessoal e coletiva, no sentido de se compreender a importância e a necessidade destas casas nos momentos de discernimento, tendo por meta a caminhada rumo ao ministério sacerdotal. Garantidamente, hoje não vivemos tempos de seminários cheios, que os jovens, mal despontam para a vida, já se deparam com outras e diversas solicitações, interpelantes desafios e apelos hedonistas, por vezes muito longe dos ambientes familiares e do transcendente. 
O nosso bispo, D. António Moiteiro, lembra na sua mensagem que, para o cristão, «há apenas um caminho para encontrar o que agrada a Deus — o do discernimento — discernimento que depende da pessoa e da abertura da sua consciência ao Espírito». «É necessário abrir o coração às sugestões interiores do Espírito, que convida a ler em profundidade os desígnios da Providência», disse.
D. António frisa que «a grande mensagem de Deus é a misericórdia – a prova de como Deus ama», salientando que a misericórdia nos envolve a todos «como destinatários e como atores». 
Afirma mais adiante que «o fundamental da vocação do discípulo é ser pessoa humana e cristã, uma pessoa configurada com Cristo; revestida de “entranhas de misericórdia”. E acrescenta: «A configuração a Cristo não se pode alcançar por si mesmo ou fora da comunidade de fé, mas numa vida em comunhão, que comporta exigência, sacrifícios, generosidade, doação, dedicação e paciência.»
O Reitor do Seminário Diocesano de Aveiro, padre João Alves, esclarece, em texto publicado no Correio do Vouga, que «O Seminário tem a missão de auxiliar os párocos e as comunidades cristãs na promoção de uma cultura vocacional e da vocação especificamente presbiteral», garantindo que se procura desenvolver na «promoção e no acompanhamento vocacional dos jovens motivações e atitudes de vida e de fé que coloquem o jovem no seguimento de Cristo».

No domingo, 13 de novembro, pelas 15 horas, no Santuário de Schoenstatt, haverá um Fórum Vocacional, organizado pelo arciprestado de Ílhavo, mas aberto a toda a Diocese de Aveiro. Será um tempo de partilha e de testemunhos de algumas pessoas sobre as suas respostas vocacionais. O nosso bispo encerra esta semana na eucaristia das 17 horas, no Santuário.

Fernando Martins

domingo, 6 de novembro de 2016

A Invenção da Natureza

“A Invenção da Natureza 
— As aventuras de Alexander Von Humboldt, 
o herói esquecido da ciência”



“A Invenção da Natureza — As aventuras de Alexander Von Humboldt, o herói esquecido da ciência” é um trabalho de Andrea Wulf, autora de vários livros distinguidos pela crítica, li na badana desta sua obra. Entre outras tarefas, «foi escritora em residência da British Livrary em 2013 e bolseira do International Center for Jefferson Studies em Monticello». Com estas credenciais, a autora oferece-nos um livro sobre um herói esquecido que dedicou a sua vida à ciência nas múltiplas vertentes da época em que viveu (1769-1859).
Reconheço que, ao passar por uma qualquer livraria, jamais daria atenção a este volumoso livro de 545 páginas, olhando apenas para o nome do biografado, que desconhecia em absoluto. Contudo, tive a sorte de o receber como oferta pela renovação da minha assinatura anual da revista LER, que muito aprecio e coleciono. 
Pelo que li, Alexander Von Humboldt foi, realmente, uma personagem 
extraordinária para o seu e nosso tempo pelo que visitou, um pouco por todo o mundo, e pelo que estudou, divulgou e influenciou sobre a natureza, numa época muitíssimo longe das altas tecnologias e dos diversos meios de comunicação social.
Diz a autora: «Nunca antes alguém chegara tão alto e nunca ninguém respirara um ar tão rarefeito. Enquanto estava de pé no topo do mundo, olhando lá em baixo as cordilheiras enrugadas, Humboldt começou a ver o mundo de forma diferente. Viu a terra como um grande organismo vivo, em que tudo estava ligado, concebendo uma ousada nova visão da natureza, que continua a influenciar a forma como compreendemos o mundo atual.»
Sublinha Andrea Wulf que Alexander Von Humboldt era descrito pelos seus contemporâneos como «o homem mais famoso do mundo a seguir a Napoleão, mas também «feroz crítico do colonialismo», apoiando as «revoluções da América Latina». E embora admirasse os Estados Unidos, «devido aos seus conceitos de liberdade e igualdade», nunca deixou de criticar «o seu fracasso para abolir a escravatura». 
Na contracapa, citam-se algumas referências, de que destaco:

«Os ecologistas de hoje, afirma Andrea Wulf, devem tudo a Humboldt. Face ao desafio tremendo de compreender as consequências globais das alterações climáticas, a abordagem interdisciplinar deste cientista é hoje mais relevante do que nunca» (The Economist)

«A um certo nível, este livro é uma exuberante história de aventuras […] Mas é também uma fascinante história de ideias.» (Sarah Darwins, Financial Times)

«Uma biografia espantosa. […] Humboldt pode ter sido esquecido, mas as suas ideias nunca estiveram tão vivas. […] No nosso tempo as suas teorias são como profecias. Mais importante ainda, explicam o caminho a seguir. É impossível ler a Invenção da Natureza sem contrair a “febre de Humboldt”. Wulf torna-nos fãs deste homem. […] A investigação que presidiu a este livro não desagradaria ao próprio Humboldt.» (New York Review of Books)

Então, se puderem, leiam este livro. Está bem escrito, bem traduzido e com ilustrações a condizer.

Fernando Martins 

A Igreja e a Política: que Igreja e que política? (3)

Crónica de Frei Bento Domingues 



1. Insisto neste longo e interrogativo título. Tanto no passado como na actualidade, o uso destas palavras está carregado de sentidos contraditórios. Existem muitas Igrejas. Quando se fala da Igreja Católica, muitos teimam, esquecendo o Vaticano II, em referir-se, apenas, à hierarquia eclesiástica: Papa, Cúria Romana, Cardeais, Bispos e Padres, deixando de fora a quase totalidade da Igreja. Aconteceu, entretanto, algo de muito estranho: chegou um Papa a mostrar que isso está completamente errado.
Como a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, (A Alegria do Evangelho, 2013), do Papa Francisco, é muito incómoda, procura-se fazer de conta que é um desabafo irrelevante, sem consequências. Mas ele quis deixar escrito que se trata de um documento programático e de consequências importantes,dirigido a cada cristão.
Não se trata de uma vontade de poder, de auto-afirmação, de quem quer, pode e manda, apoiado na infalibilidade pontifícia. É precisamente essa mentalidade que ele procura desterrar. A Igreja é o NÓS de todos os cristãos e é precisamente isto que Bergoglio lembra, em todas as circunstâncias, a todas as pessoas e grupos, combatendo, sem tréguas, o clericalismo sempre renascente.

sábado, 5 de novembro de 2016

“Continuo a perguntar-me se a reforma faz bem à saúde”


«"Não basta acrescentar anos à vida. É preciso que esses anos sejam vividos bem", enfatiza Maria João Valente Rosa, que dirige a Pordata, base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos. A demógrafa e professora universitária defende que deveria ser possível continuar a trabalhar após a reforma»

No PÚBLICO de hoje

Os reformados/aposentados têm mesmo de se questionar sobre a forma como estão a viver depois de deixarem definitivamente as suas ocupações profissionais. Mas será que a qualidade de vida lhes garante uma velhice tranquila, alegre e feliz? Ou, como sugere o texto escrito por Alexandra Campos, a reforma não faz bem à saúde?
A esta e a outras perguntas responde Maria João Valente Rosa. Mas também adianta que o ideal seria continuar a trabalhar após a reforma. E eu acrescento: na mesma profissão ou noutras.

Homenagem a João Lobo Antunes

Crónica de Anselmo Borges 


João Lobo Antunes
Para um dos colóquios Igreja em Diálogo, sobre "Religião e (In)felicidade", também convidei o professor João Lobo Antunes, para falar precisamente sobre "Sofrimento, medicina e o transcendente". Mandou-me o texto da conferência, que ainda não publiquei. O que aí fica é um brevíssima síntese, que é, julgo, a melhor homenagem que posso prestar ao amigo, médico de fama mundial, professor ilustre, homem da cultura, mestre da escrita, humanista, cristão.
"O papel da espiritualidade no contexto do sofrimento e da doença é tema que entre nós habitualmente se mantém circunscrito ao domínio de uma visão confessional da medicina ou da saúde em geral. Devo dizer que este é tópico que me tem ocupado regularmente ao longo dos anos, estimulado, quem sabe, por uma angústia metafísica que periodicamente emerge."

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

E se encontrassem o corpo de Jesus?

Equipa de cientistas anda a escavar no Santo Sepulcro. 
A descoberta de um corpo podia "abalar a fé de milhões"


Interpelações aos vivos do Deus da Vida

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus aproveita a oportunidade que a pergunta insidiosa dos saduceus proporciona para mostrar quem é Deus e afirma sem rodeios que é o Deus dos vivos e da vida. Procura assim “configurar” o rosto de Deus Pai, fonte de vida e de felicidade, aliado incondicional de cada ser humano que trata com seu filho querido. Mesmo quanto este vive situações indignas e degradantes, vítima de si mesmo ou de condições sociais e religiosas, consciente da dignidade perdida e desejoso de a ver reabilitada ou resignado na sua passividade induzida.
A pergunta dos saduceus, elite aristocrática de Jerusalém, pretende “entalar” Jesus sobre uma questão delicada: a ressurreição dos que morrem, a relação entre eles, a compreensão da vida futura. Assunto em que eles não acreditam, mas que lhes dá jeito pelas questões que envolvem. E recorrem a um suposto caso de vida em que uma família tem sete filhos que, sucessivamente, vêm a casar com uma mulher que vai ficando viúva à medida que cada um deles morre. Finalmente morre também ela. “A quem pertence no futuro, uma vez que foi esposa dos sete?
Jesus eleva a questão ao seu verdadeiro nível e diz-lhes com apoio na tradição bíblica em que eles também acreditam que Deus é Deus dos vivos, que para Ele todos vivem, que a todos oferece a ressurreição feliz. Fica desmontada a armadilha e esclarecida a verdade a respeito de Deus, do ser humano, da vocação da humanidade: acolher a vida como dom de Deus e missão nossa. A ressurreição não é um regresso, nem um prolongamento da vida presente. É novidade completa garantida por Deus e acontecida em Jesus de Nazaré, que ressuscita após a sua morte de cruz.

Concerto de encerramento do Ano Santo da Misericórdia

SÉ DE AVEIRO
12 NOVEMBRO 2016 | 21H30



No próximo dia 12 de novembro, pelas 21h30, decorrerá na Sé de Aveiro um concerto sob a direção de António Mário Costa com João Santos ao órgão, a soprano Helena Santos e com os Coros da Catedral de Aveiro e de Santa Joana.
Esta ação, integrada no encerramento do Ano Santo da Misericórdia, é organizada pela Comissão Diocesana da Cultura em parceria com a anfitriã Paróquia de Nossa Senhora da Glória.

Nota: Informação da Diocese de Aveiro

Revista “Igreja Aveirense”

Um precioso contributo 
para a história da igreja de Aveiro



A revista “Igreja Aveirense”, editada pela Comissão Diocesana da Cultura, apresentou, recentemente, o n.º 1, referente a janeiro/junho de 2016, iniciando assim o XII ano da sua publicação. Trata-se de uma edição semestral, tendo nascido com o objetivo, entre outros, de ser um repositório do que de mais relevante acontece na comunidade diocesana. Nessa linha, oferece a todos, aveirenses e não só, um precioso contributo para o conhecimento da história e realidade da diocese, mas também das paróquias e suas iniciativas, as quais, de algum modo, podem estimular novos desafios.
Este número nasceu sob o signo de “viver a alegria da fé”. No texto com título em epígrafe, sublinha o padre Georgino Rocha, assistente da comissão, que «Evangelizar a fé de estilo popular constitui desafio pastoral humanizante a assumir constantemente, mas sobretudo agora que o religioso se dilui em tantas expressões a “gosto” de cada pessoa e, frequentemente, transmite uma imagem desfigurada de Deus e das constelações do sagrado. E gera também problemas sociais complexos às comunidades cristãs e suas festas tradicionais». 
A propósito deste parágrafo, direi que Georgino Rocha pôs o dedo na ferida que dói quando olhamos para o que se passa à nossa volta, no mundo real e virtual. As imagens de Deus e do sagrado andam desfiguradas por cada canto, em palavras, gestos e ações. 
A revista tem muitos e variados capítulos que seria fastidioso enumerar, mas importa dizer que o nosso Bispo, D. António Moiteiro, tem, como deve ter, lugar de destaque, com mensagens, notas pastorais, homilias, nomeações e decretos, entre notícias, acontecimentos, visitas e outras participações eclesiais, culturais e sociais.
As instituições de Ensino e Cultura, Movimentos e Obras de Apostolado, bem como publicações de âmbito diocesano e religioso, têm nesta revista lugar marcado desde a primeira hora. 
Na Igreja Aveirense evoca-se o padre Rogério António da Cruz Oliveira, falecido no período a que corresponde a revista, e o dom do seu ministério como sacerdote. No último capítulo, Pessoas Notáveis, o destaque vai, com todo o mérito, para D. António Francisco dos Santos, que foi nosso bispo e é, presentemente, Bispo do Porto, e para D. Maria da Conceição Marques, natural de Calvão, Vagos, exemplo cristão de mãe de família e referencial marcante de gerações.
Igreja Aveirense congratula-se com a atribuição, pela Câmara Municipal, da medalha de mérito da Cidade e do Município de Aveiro, grau ouro, a D. António Francisco dos Santos, pela «excelência do seu desempenho», enquanto bispo da nossa diocese.

Fernando Martins

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Bois que lavram o mar...


De passagem por S. Jacinto, no domingo, onde tomei o Ferry Boat para regressar a casa, apreciei,  sobremaneira, o arranjo urbanístico da marginal. Muita gente por ali gozava a tarde acolhedora que dava vida e alegria àquele espaço para turistas e moradores se cruzarem, num vaivém contínuo. Outros esperavam como eu a hora da partida do Ferry.
Enquanto cirandava à procura de rostos conhecidos e de ângulos para a fotografia, verifiquei que havia frases escritas no chão da marginal. E uma muito próxima de outra que eu já conhecia.

A de S. Jacinto diz assim:

"Estranha gente esta onde os bois lavram o mar"

Penso que a ideia foi boa, mas trata-se de um lapso em relação à original, publicada no livro de Raul Brandão, "Os Pescadores". Diz o grande escritor, citando Ferdinand Denis:

"Que estranho país é este onde os bois vão lavrar o próprio oceano?!..."

A ser reescrita a frase, é fundamental que ela seja acompanhado do nome do autor, que não foi Raul Brandão, como muita gente pensa e diz. Ele limitou-se a citar...

Maria da Fonte

Crónica de viagens 
de Maria Donzília Almeida 



Espigueiro

Masseira

Oficina do ouro 

Vilarinho das Furnas

Ter vivido no coração do Minho, nos verdes anos, foi um privilégio. Agora, no entardecer da vida, sem o espartilho do tempo, cresceu a vontade de revisitar esses locais onde a nossa história se foi escrevendo. 
As origens da Nação Portuguesa estão intimamente ligadas à região do Minho, por onde passaram Celtas, Romanos ou Árabes e foi aqui que teve origem o Condado Portucalense. 
Desde cedo se fixaram ordens religiosas que trouxeram novos conhecimentos arquitetónicos, artísticos e culturais bem presentes no vasto património religioso da região. 
Por aqui passaram viajantes, tais como peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, marinheiros, ou emigrantes que partiram para o Brasil ou para a Europa. 
Quem parte anseia um dia voltar. O regresso é, ainda hoje, sinónimo de festa e alegria bem presentes nas inúmeras romarias e arraiais minhotos que ocorrem ao longo do ano. 
Foi este apelo de uma região tão rica em património natural e arquitetónico que nos fez escolher o Minho neste outono, em época de colheitas, em que a natureza se oferece à contemplação, como um lauto banquete em festa. 
Rumámos a terras de Maria da Fonte, figura grada em Póvoa de Lanhoso, com o seu nome espalhado por vários locais, desde a restauração à hotelaria.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

5 de novembro
— Dia Aberto no Museu Marítimo de Ílhavo
e Navio-Museu Santo André





O Museu Marítimo de Ílhavo e o Navio-Museu Santo André têm entrada gratuita para toda a família no próximo sábado, 5 de novembro. Durante o horário de inverno, que se estende de outubro a fevereiro, a entrada é livre nos primeiros sábados de cada mês.
Ao sábado, o MMI abre às 10h00 e a última entrada realiza-se às 17h15. Já o Navio-Museu Santo André abre às 14h00 e a última entrada é às 17h30 horas.
Depois de 5 de novembro, os próximos sábados com entrada livre são 3 de dezembro, 7 de janeiro e 4 de fevereiro.

Nota: Informação da CMI

Navio-Escola Sagres na Figueira da Foz

Comemorações dos 50 anos 
da inauguração dos molhes 
do porto da Figueira da Foz 



Desde sexta-feira à tarde até domingo às 13h, visitaram o Navio-Escola Sagres 11.552 pessoas, dando à zona baixa da cidade da Figueira da Foz um movimento que há muito não se via. Filas intermináveis de pessoas esperavam pacientemente a sua vez e, no final, o sentimento era generalizado, o de terem gostado.

Li aqui  e aqui 

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Arte na igreja matriz da Gafanha da Nazaré

Cerâmica artística 
de VIC — Vasco Branco


Todas as expressões artísticas nos enchem a alma. Filtradas pelos sentidos, entram direta e abruptamente no cérebro e aí ficam, como tesouro guardado, para ressurgirem quando menos se espera. 
Hoje, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, mais concretamente na capela do Santíssimo Sacramento, em momento de certa intimidade com Deus, fixei bem, muito bem mesmo, a arte cerâmica de  VIC — Vasco Branco, que foi o proprietário da farmácia do mesmo nome, na Cale da Vila. Passem por lá, que vale a pena. Quando puder, mostrarei mais.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Torreira: Xávega em hora de descanso


Garantiram-me, na Torreira, no domingo, que estávamos em época de muito e excelente peixe. Tempo de fartura e de muito trabalho. O pior estaria na procura, que leva os preços a cair. Bom para quem compra e mau para quem vende. Não sei se estes desequilíbrios ou balanços de sobe (pesca) e desce (preço) serão bons ou maus sinais. No meio, como diz o povo, estará a virtude. 
Contudo… Boas pescarias para os pescadores da Torreira e não só.

Festa de aniversário da Filarmónica Gafanhense

Uma sociedade é tanto mais rica 
quanto mais instituições vivas tiver

A banda já com  novo maestro e novo fardamento

Maestro: A Filarmónica Gafanhense vai ser minha bandeira

Paulo Miranda: Temos uma banda que nos orgulha

Paulo Costa: Temos de ser capazes de dar mais confiança aos mais jovens
Fernando Caçoilo: A Casa da Músico vai oferecer melhores condições de trabalho.
Carlos Rocha: Com tanta gente nova, a banda  tem o futuro assegurado


Padre César valorizou a importância das parcerias

«Uma sociedade é tanto mais rica quanto mais instituições vivas tiver» — frisou Fernando Caçoilo, Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, durante uma cerimónia inserida no concerto musical que se realizou no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, domingo, 23 de outubro, pelas 16 horas, integrado nas celebrações do 180.º aniversário da Filarmónica Gafanhense. 
A Filarmónica Gafanhense, também conhecida por Música Velha de Ílhavo, celebrou o seu aniversário sob o signo da cultura musical entre nós. Romagem ao cemitério, em homenagem a dirigentes, sócios, músicos, professores e maestros da associação falecidos; Eucaristia de Ação de Graças e em sufrágios das almas dos que já nos deixaram fisicamente, na igreja matriz; concerto no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré e, ainda, jantar-convívio no Stella Maris, que reuniu 280 pessoas, sendo a cozinha e serviço das mesas assegurados por mães de alunos, esposas de músicos, diretores e amigos. 
No concerto, Paulo Miranda, presidente da Música Velha de Ílhavo, anunciou a apresentação do novo maestro, Henrique Portovedo, e a aquisição de um novo fardamento, a fim de «melhorar a imagem da banda nas suas diversas apresentações, na região e pelo país», tendo em conta que o agora substituído já tinha 16 anos de uso. O novo fardamento foi apresentado na segunda parte do concerto, com entrada dos executantes muito aplaudida. Os diversos números do concerto mereceram fortes aplausos de um anfiteatro cheio. 
Paulo Miranda destacou que a escola de música, «que tanto nos orgulha», é reconhecida por pais, encarregados de educação e comunidade da Gafanha da Nazaré como uma mais-valia «para o enriquecimento musical de todas as crianças», contando, nesta data, com 43 alunos, distribuídos pelos vários instrumentos de sopro, percussão e piano. Anunciou o início de um processo de fusão das duas coletividades dedicadas às artes musicais, nomeadamente, a Escola de Música Gafanhense e a Filarmónica Gafanhense, que já partilham recursos humanos e instrumentais.
Fernando Caçoilo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), referiu que os 180 anos da banda, «uma instituição que fez o seu trajeto», justificam a festa que se estava a viver, louvando o trabalho que todos os dirigentes, maestros, professores e músicos desenvolveram ao longo de todo este tempo. Felicitou os que criaram e conseguiram manter uma banda com qualidade, salientando que, presentemente, com novo maestro, novo fardamento e Casa Nova, muito em breve, haverá melhores condições para formação, ensaios e festas da associação. Disse que a Casa da Música vai ser partilhada também pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, com espaços independentes.
O pároco da Gafanha da Nazaré, padre César Fernandes, manifestou a sua satisfação por confirmar, mais uma vez, que «a banda tem muita juventude: crianças, pré-adolescente, adolescentes e jovens, entre músicos adultos», referindo que este «é um modo correto de encarar o futuro».
O padre César ficou agradado com a notícia de que o saudoso padre Miguel Lencastre, antigo pároco da nossa terra, nunca regateou o apoio à banda. «Foi algo que me surpreendeu, pela importância destas parcerias», disse. E acrescentou: «fica aqui o meu apoio e a parceria muito próxima com a nossa banda.» Ainda frisou o contributo da Diocese de Aveiro que cedeu o Stella Maris para a Filarmónica ter casa enquanto não se abrissem as portas da Casa da Música. 
Carlos Rocha, presidente da Junta de Freguesia, afirmou, ao referir-se, naturalmente, à instituição em festa, que, «quem olha para uma estrutura destas, com tanta gente nova, tem o futuro assegurado». «A Junta de Freguesia não poderá ficar indiferente a esta manifestação extraordinária de trabalho», sublinhou. Aplaudiu a aquisição do fardamento novo, «concretização de um sonho», enquanto formulou votos de que «outros sonhos possam surgir». 
Paulo Costa, vereador da cultura da CMI, apontou, com oportunidade, a necessidade de no seio da banda nascer uma orquestra de jazz, de que o município está carente. E adiantou que a nossa juventude exige que todos «sejamos capazes de dar mais confiança aos mais jovens». E o maestro, Henrique Portovedo, depois de agradecer a forma como foi acolhido, prometeu que estaria atento ao pedido do vereador Paulo Costa. E concluiu: «A partir de hoje, a bandeira da Filarmónica será a bandeira que irei defender».

Fernando Martins

domingo, 30 de outubro de 2016

Andanças com ria à vista - 3


Não é uma ilha no meio da laguna aveirense, mas parece. Ao longe, muito ao longe, a silhueta da serra e pelo caminho, ainda à beira da água, aldeias que indicam vida. Hoje foi assim, entre a Torreira e S. Jacinto, com passagem de ferryboat no regresso a casa. Soube muito bem este passeio de um dia apenas. Mas há mais fotos e registos para partilhar.

A Igreja e a Política: que Igreja e que política? (2)

Crónica de Frei Bento Domingues 

1. Continuando, como prometemos, na temática do Domingo passado, lembro o que escreveu José M. Mardones [1]: depois das revoluções norte-americana e francesa, do século XVIII, marcos da modernidade, a religião abandonou o campo da política. Tinha deixado de ser necessária para legitimar o que podia ser perfeitamente legitimado pela razão humana. Ergueu-se, então, um muro entre Igreja e Estado, muito fino na América e uma separação abrupta e violenta na Europa. A partir daí, os crentes sentiram muitas vezes a tentação, não de trabalhar no âmbito da política, mas de politizar a religião e de religiosizar a política.
Emilio Garcia Estébanez estudou, de forma crítica, o percurso ocidental, desde Platão até aos nossos dias - passando por Aristóteles, os Estoicos, Sto. Agostinho, S. Tomás e Maquiavel, etc. - das relações entre ética e política [2]. Procurou esclarecer a ambiguidade da noção de bem-comum, muito celebrada na Igreja Católica.

Todos os santos e fiéis defuntos

Reflexão de Georgino Rocha
  
FELIZES OS MISERICORDIOSOS



Jesus inaugura a sua missão pública com o manifesto da felicidade proclamado com a maior solenidade: Sobe à montanha, rodeia-se dos discípulos, tendo a multidão ao alcance da sua vista. Fala com autoridade, semelhante à de Moisés. Mateus e Lucas retratam a cena e emolduram-na com vários elementos de grandiosidade.
O discurso inaugural condensa-se nas bem-aventuranças de quem aceita e vive esta mensagem. E Jesus vai enumerando situações concretas de felicidade: ter um coração aberto e disponível, de pobre, como Maria de Nazaré a quem a prima Isabel saúda dizendo: “Feliz és tu porque acreditaste”; aceitar a verdade do seu ser, a humildade, sem falsas aparências, como Zaqueu que acolheu Jesus em casa e repartiu os bens; chorar lágrimas de dor e de arrependimento como a pecadora pública que reconheceu Jesus em casa do fariseu e o distinguiu com o perfume do amor; ter fome da justiça que faz brilhar a dignidade humana, como a viúva teimosa que não deixou em paz o juiz iníquo, enquanto não foi atendida; ser misericordioso, como Deus Pai de Quem Jesus é rosto qualificado e filho muito querido.

sábado, 29 de outubro de 2016

Políticos capazes de mentir


«Há mais uma polémica com licenciaturas falsas a assombrar o governo. Desta feita, o protagonista é Nuno Félix, chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto que se demitiu do cargo depois da divulgação de que terá declarado duas licenciaturas que afinal não concluiu.»

Li aqui  e aqui

NOTA: Como é possível que políticos e outros tenham a desfaçatez de mentir, sabendo que, mais tarde ou mais cedo,  acabarão por ser descobertos? Que gente é esta que vai para cargos de responsabilidade governamental sob a capa de licenciaturas que não possui? Não seria mais correto, mais decente e mais transparente assumir o que é  e como é? Ou será que, neste país de doutores, não há gente, políticos ou outros, capaz de desempenhar tarefas de responsabilidade, sem o Dr. antes do nome? 


O sol destes dias...


O sol destes dias, aconchegante e luminoso, embora com prenúncio de alguma chuvada, trouxe-me à lembrança os dias bonitos que lavam a alma e despertam sorrisos. Vi isso mesmo nesta foto em que a Lita sorri para a vida no Jardim Oudinot.
Bom fim de semana para todos

As últimas palavras de gente ilustre

Crónica de Anselmo Borges 
Tenho muitas vezes um sonho: que a todos, antes do instante supremo da morte, fosse dada a possibilidade de responderem a estas perguntas ou parecidas: "O que é que eu vi da vida? Que digo sobre o mistério de ser, de existir?" Isto resultaria na grande biblioteca da humanidade.
Philippe Nassif publicou Ultimes, resultado da sua investigação sobre as últimas palavras de gente ilustre, antes de morrer, que fez acompanhar de um comentário. O que aí fica, em vésperas do Dia dos Defuntos, é uma selecção.

1. Anton Tchékhov. "Há muito que não bebia champanhe." Médico e escritor russo, comprometido com o alívio do sofrimento e o amor do próximo. Tuberculoso, manda chamar um médico e pede-lhe... champanhe. "Ich sterbe" (estou a morrer). Vira-se para a mulher, pronuncia as suas últimas palavras e esvazia tranquilamente a taça.

2. Luís XIV. "Porque é que chorais? Pensáveis que eu era imortal?" Impressiona que, já no fim, o Rei Sol lembre a sua condição mortal.

3. Johann Sebastian Bach. "Vou finalmente ouvir a verdadeira música." A sua música não fora afinal senão aproximações das harmonias divinas. "O paraíso é música."

4. Marcel Proust. "Agora posso morrer." Reencontrou o Tempo. "Não o dos relógios, mas o tempo verdadeiro, no qual passado, presente, futuro fazem um só e assim nos libertam."

5. Sarah Bernhardt. "Ama." Talvez a maior actriz do seu tempo, antes de entrar em coma, coloca docemente a mão na cabeça de um jovem comediante, a quem deixa a suprema recomendação: "A vida não vale a pena ser vivida a não ser que se saiba desposar, amorosamente, tudo o que acontece."

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Em casa, recebe Jesus com alegria

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus vive a paixão intensa de dar visibilidade ao rosto de Deus Pai. Recorre aos meios facilitadores indispensáveis: atitudes de proximidade e encontro com as pessoas, sobretudo excluídas da sociedade e da religião oficial, estilos de comunicação como as parábolas, as sentenças e os discursos, as caminhadas por cidades e aldeias, o “rebuliço” da multidão, o convívio de amigos, a visita a famílias. Esta paixão sobrepõe-se a tudo: ao descanso, ao alimento, às apreciações críticas, aos protestos públicos. Mostra-nos assim a força do desejo, a determinação da vontade, a persistência na decisão. Mostra-nos o projecto de que está incumbido e nos deixa como legado de missão a realizar, aqui e agora, ao longo da história. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O Homem e o seu Sonho


"O HOMEM é do tamanho do seu SONHO"

Fernando Pessoa

Num bloco de notas oferecido pela Visão

Sonhar é preciso, com os meus votos de excelente fim de semana, que começa amanhã, sexta-feira, à noitinha.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Andanças com ria à vista - 2

Gafanha de Aquém
Gafanha de Aquém com igreja de São Salvador à vista
Engenho e arte do homem lagunar
Engenho e arte com terra à vista
A laguna espelha o céu
Quem nasce entre ria e mar, jamais deixará que lhe arranquem da alma este gosto que dá vigor para viver. Mar e ria, ondas e marés, bordas e praias que se inclinam e nos convidam a olhar as águas mansas onde se espelha o céu, estão no ADN do homem da ria e do oceano. 
Nas minhas andanças com laguna à vista, há sempre motivos a registar e pormenores que sobressaem nos quotidianos que vivemos. E mesmo quando as águas do mar e da ria se tornam encapeladas, com ondas e correntes impetuosas e destruidoras, nem assim ficaremos revoltados porque a bonança não tardará.
Hoje, mais uma vez, a juntar a imensas vezes, a laguna convidou-me a olhar enternecido para ela, levando-me a sonhar numa viagem de ponta a ponta, entre a entrada da barra e o Furadouro, com passagem pelos inúmeros canais, na esperança de que a maresia me estimule vivências mais serenas e mais partilhadas.

domingo, 23 de outubro de 2016

A Igreja e a Política: que Igreja e que política? (1)

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO de hoje


1. A Igreja Católica está em alta! Foi a exclamação de um amigo ao mostrar-me, numa rua do Porto, a primeira página do jornal, Le Monde. No Vaticano, está o Papa Francisco, António Guterres no topo das Nações Unidas e o episcopado francês surge, na praça pública, com um grito de alarme para que os responsáveis da direita e da esquerda reencontrem o verdadeiro sentido da política. A laicidade do Estado é um quadro jurídico que deve permitir a todos - crentes de todas as religiões e não-crentes - viverem juntos, com as suas diferenças.
Não deitei água fria naquela euforia. Ele tinha vivido, desolado, o inverno da Igreja desde os anos 80 do séc. XX e com melancolia a mediocridade das lideranças do catolicismo português. Fomos conversar.
É um facto que o Papa Francisco é uma figura mundialmente respeitada. Não apenas pelo seu empenhamento na reforma da Igreja, mas sobretudo porque esse esforço não se destina a fixar-se em questões da instituição ou baixar os braços dos adversários e acusadores.

sábado, 22 de outubro de 2016

Utopias, distopias, retrotopia

Crónica de Anselmo Borges 




Coube-me a honra de um convite para participar no magno evento cultural Folio, na bela Óbidos, com uma fala sobre utopias e distopias, a que acrescentei retrotopia, pelas razões que direi.


1. Foi Thomas More que cunhou o termo utopia, com a publicação, há 500 anos, de A Utopia, cujo título em latim é mais longo: De Optimo Reipublicae Statu Deque Nova Insula Utopia (sobre o melhor estado de uma República e sobre a nova ilha da Utopia). Ele sabia do que falava, concretamente do poder, pois foi chanceler. A Igreja canonizou-o em 1935. A Utopia é uma ilha imaginada lá longe no oceano (utopia tem o seu étimo no grego: ou, que se lê u, que significa não) e tópos, com o significado de lugar. Portanto, Utopia é um não lugar; de qualquer forma, um ideal que indica o caminho.
A utopia supõe a distopia (também do grego: dys, que significa mau, duro: portanto, um mau lugar, o oposto a utopia). Assim, na primeira parte, More critica os males que atravessavam a sociedade inglesa, do despotismo e venalidade dos cargos públicos à sede de luxo por parte dos privilegiados e à injustiça e opressão que provocam. Na segunda parte, descreve uma sociedade ideal, que imaginariamente já se encontra realizada na ilha da Utopia. Neste sentido, embora haja vários tipos de utopias, a utopia nasce como eutopia (mais uma vez, do grego: eu- bom, feliz, e tópos, um lugar bom e felicitante, como na palavra Evangelho: eu+angelion, notícia boa, feliz, felicitante).

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Gafanha da Nazaré — Movimento de Schoenstatt

Registos da visita de hoje
 
Um símbolo de acolhimento com a âncora da nossa terra

O Santuário abraçado por árvores, arbustos e flores

Casa José Engling  sempre  florida

As pedras vivas neste arranjo decorativo

Uma explicação oportuna

As flores sempre presentes

Jovem entra no Santuário
Como faço periodicamente, passei hoje com a Lita pelo Santuário de Schoenstatt. Sentimos que ali se respira um ambiente acolhedor, marcado pelo silêncio e pelo culto da natureza. Arvoredo com bons anos, mas com zonas de reflorestação, denotando que alguém sabe que os espaços que nos envolvem precisam de atenção e cuidados. Pouca gente, que a hora era de trabalho para quem trabalha. Mesmo assim, registámos que era constante a passagem de pessoas. Chegavam, olhavam à volta como que a reconfirmar que Schoenstatt se caracteriza por ser um recanto “onde é bom estar”. Entravam... pelo tempo de estada, simplesmente para uma curta e  porventura habitual oração ou meditação, e partiam, a pé, de carro ou de bicicleta.
Esta passagem arrancou do meu subconsciente vidas ligadas a Schoenstatt, umas ainda entre nós e outras que já partiram para o Pai, como a Dona Maria da Luz Rocha, mas também trabalhos e canseiras dados a sorrir, coisa própria de quem se dá por amor. 
Sou do tempo da mata da Gafanha quase sem nada de importante no meio dos pinheiros, que raramente engrossavam, e vi crescer arruamentos para a todos servir, instituições variadas, o casario da Colónia Agrícola e a chegada de Schoenstatt, com muita gente que me habituei a respeitar. 
Hoje valeu a pena ter saído de casa. Aliás, vale sempre a pena sair de casa, nem que seja para um simples passeio.

Algumas datas:

— O Movimento Apostólico de Schoenstatt (MAS) foi fundado em 18 de outubro de 1914, na localidade do mesmo nome, na Alemanha, pelo padre José Kentenich;

— O MAS entrou na Gafanha da Nazaré em 1970, com a vinda do padre Miguel Lencastre para desempenhar as funções de coadjutor, com a concordância do pároco, padre Domingos Rebelo;

— Como é característica fundamental da missão de Schoenstatt, o Movimento necessita de um Santuário, cópia do original, fonte de graças e local de veneração da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt;

— O MAS destina-se a todas as pessoas das várias faixas etárias, de ambos os sexos, mas ainda a sacerdotes regulares e seculares, bem com a Irmãs. Há os Padres de Schoenstatt e as Irmãs de Maria, entre outros consagrados. No fundo, o MAS está aberto a todos os que apostam “num novo homem para uma nova sociedade”

— No dia 22 de maio de 1977, foi inaugurado um nicho;

— Em 25 de março de 1979, foi inaugurada a Casa das Irmãs de Maria e dada a primeira pazada do futuro Santuário em terras da Diocese de Aveiro, por D. Manuel de Almeida Trindade;

— No dia 1 de maio do mesmo, foram iniciadas as obras de construção do Santuário, de que foram impulsionadores a Irmã Custódia, os padres Miguel Lencastre e António Maria Borges e Vasco Lagarto;

— Em 20 de maio de 1979, foi benzida a pedra angular do futuro Santuário;

— A 21 de outubro de 1979, foi inaugurado o "Santuário Tabor Matris Ecclesiae" por D. Manuel de Almeida Trindade; 

— A 21 de setembro de 1993, o Santuário de Schoenstatt é declarado, por D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, Santuário Diocesano;

— A Casa José Engling foi sonho nascido em 1980, graças à inspiração do padre Rúbens Severino, então pároco da Gafanha da Nazaré, e da Juventude Masculina de Schoenstatt. Foi inaugurado em 29 de janeiro de 1985.

— No Santuário cultivam-se as graças do acolhimento, da transformação interior e do envio apostólico. A espiritualidade do MAS assenta no vínculo à Aliança de Amor com Nossa Senhora, na ligação ao Santuário por visita assídua e adoração ao Santíssimo Sacramento, e na atenção aos ensinamentos o fundador, Padre José Kentenich.

Fernando Martins

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

MANIFESTO-ME NA ORAÇÃO QUE FAÇO

Reflexão de Georgino Rocha


O  Fariseu e o Publicano (Abadia de Ottobeuren)
O olhar de Jesus centra-se nas atitudes das pessoas e nas formas do seu relacionamento. Adverte em “coisas” que contradizem o projecto de salvação que vem anunciando. Dá conta de que há quem se considere justo e despreze os outros; de quem aproveite a oração no Templo para se exibir e fazer comparações humanas depreciativas; de quem está cheio de si e das suas obras e não deixa espaço para Deus nem para os demais; de quem apenas reconhece a situação em que se encontra proveniente da sua profissão odiada, “pecadora”.
Adverte e quer repor a verdade. Recorre à parábola do fariseu e do publicano que vão ao templo, como era hábito dos judeus, para orar. Cada um leva o que tem no coração, santuário da nossa realidade mais profunda. Cada um faz oração a seu jeito e manifesta-se tal como é.

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