domingo, 19 de junho de 2016

O linguajar micaelense

Portas da cidade com estátua de Gonçalo Velho Cabral, povoador dos Açores
É conhecido o linguajar caraterístico do povo de S. Miguel, sobretudo, julgo eu, o não erudito. Aquela ilha, em especial, tem realmente um sotaque próprio, que exige dos demais portugueses alguma atenção para perceberem o que os micaelenses dizem.
Sabe-se que as ilhas foram povoadas por  pessoas de Portugal Continental, Bélgica, Holanda, França e Espanha, sendo possível, ainda hoje, encontrar marcas físicas, culturais e linguísticas destes povos na população local, como li num escrito. Alguém me disse que as maiores influências vieram dos franceses.
Mesmo sem me debruçar sobre o tema, podemos inferir daí que os imigrantes terão contribuído para isso. Os estudiosos da língua que se pronunciem sobre isso. Seria uma achega interessante.

Ponta Delgada - Monumento ao Emigrante


«A emigração caracterizou historicamente a vida portuguesa e, desenhou de forma incontornável a personalidade das ilhas.
A origem da emigração açoriana estará, porventura, nos primórdios do povoamento, de acordo com o que apontam os investigadores. O seu carácter sistemático remonta, porém, ao século XVII.
Foram cinco os grandes destinos da emigração açoriana: Brasil, Estados Unidos, Bermudas, Hawai e Canadá.
A primeira emigração com características sistemáticas foi com destino ao Brasil, nomeadamente para o Sul do Brasil, em 1847, com a saída de cerca de seis mil pessoas. A emigração para este país foi variável, após este período, verificou-se um grande fluxo migratório em finais do século XIX, início e metade de do século XX para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.»

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Nota: Justa é a homenagem que em Ponta Delgada foi prestada ao emigrante. Todos sabemos o peso da emigração que tanto contribuiu para a presença de Portugal no mundo e até para o desenvolvimento do arquipélago dos Açores. E a dos açorianos é sobremaneira importante. Terá sido este o primeiro registo fotográfico feito por mim à chegada.

AVEIRO: Ares de Festa


Ares de festa em Aveiro, na histórica Rua Direita. Pouquíssima gente a passear. Apenas umas excursões que chegaram com pessoal para os já tradicionais passeios rápidos em barcos moliceiros. Rápidos, penso eu, porque se espera mais gente. Ainda bem. Toda a cidade ganha com o turismo. Tanto o comércio local como os aveirenses que se vão adaptando aos visitantes  de vários recantos do país. E, claro, na festa não pode faltar um símbolo da região, o nosso peixe. Agora agrada à vista, depois ao paladar. Bom apetite para todos.

Apóstola dos apóstolos

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO


1. Uma senhora inglesa confessava a uma amiga teóloga: Quando vou à Igreja sinto que tenho de deixar lá fora o meu cérebro. Não é caso único.
Em vários documentos do Vaticano II, nomeadamente na Constituição sobre a Igreja [1], a participação na Eucaristia é fonte e cume de toda a vida cristã. No documento da V Conferência do episcopado latino-americano [2], afirma-se que “todas as comunidades e grupos eclesiais darão fruto na medida em que a eucaristia for o centro da sua vida e a Palavra de Deus for o farol de seu caminho e da sua actuação na única Igreja de Cristo [3]”.
Por falta de presbíteros, só no Brasil, 70% dos católicos estão privados da Eucaristia. Mas se na América Latina, a situação é difícil, que dizer de África? Na Europa, a situação é caricata. Os padres são cada vez menos e correm de um lado para o outro, não só aos Domingos, mas também nos dias de semana, dados os constantes pedidos de Missas. Decidiu-se, no pontificado de João Paulo II, que as mulheres, por não serem homens, não podem ser chamadas ao presbiterado. Por outro lado, confessa-se que não existe nenhuma objecção à ordenação de homens casados, mas o resultado é igual ao das mulheres: a seara é grande, mas os feitores recusam ao Senhor da messe a hipótese de chamar e diversificar mais operários.
Por razões de teologia incompetente, de miopia pastoral, de confiança cega em grupos e movimentos pseudo-salvadores, a situação eclesial agrava-se de dia para dia.

sábado, 18 de junho de 2016

A Igreja e os direitos humanos

Crónica de Anselmo Borges 


1 Em jornais espanhóis do século XIX, apareciam anúncios assim: "Vende-se uma pretita de 9 anos, natural de Havana, sã e sem manchas, que passou os testes da varicela e do sarampo, ágil, com boa presença e disposta a aprender toda a espécie de trabalhos"; "vende-se com equidade uma negra de 30 anos, robusta, fiel e trabalhadora, sabe fazer todas as lides de uma casa". Leio esta informação em L. González-Carvajal, que vou seguir, no seu Curso de Moral Social. Como foi possível a gente vender gente?

2 Foi lentamente que se tomou consciência da dignidade sagrada de todos os seres humanos. A Igreja institucional não foi de modo nenhum exemplar, mas é preciso reconhecer que essa consciência se dá com base também, e fundamental, no Evangelho, ao declarar que todos são filhos de Deus. E há o Génesis, dizendo que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus.

Ser discípulo de Jesus, opção livre envolvente

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus quer fazer a avaliação das iniciativas da sua missão na Galileia. Afere critérios de actuação com Deus Pai em diálogo de oração na presença dos discípulos. Sozinhos. Depois, prossegue com a conversa à base de perguntas e respostas. Conversa que tem como tema principal auscultar o “eco” da sua mensagem nas pessoas, saber o que diziam, verificar a compreensão dos seus acompanhantes. O tempo ia passando. As acções sucediam-se. Os comentários surgiam. A fama chegava às altas instâncias políticas e religiosas. Até Herodes Antipas, o rei governador da região, mostrava curiosidade pelo que estava a acontecer. Lucas situa este episódio depois da multiplicação dos pães, que fez reviver grandes expectativas, e antes de se iniciar a viagem para Jerusalém, viagem impregnada de catequeses sobre a novidade do projecto de Deus para a felicidade humana.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

"Artesãos da festa, da maravilha e do belo"

«Semear a beleza e a alegria também é misericórdia», 
disse o Papa no encontro que reuniu também 
profissionais das feiras e espetáculos itinerantes


O Papa destacou [ontem] no Vaticano a missão dos profissionais do mundo do circo, das feiras e espetáculos itinerantes, em “enriquecer a sociedade” através da sua alegria, do seu empenho e audácia.
Numa audiência com cerca de 6 mil profissionais do setor, integrada no Jubileu da Misericórdia, Francisco classificou os presentes como “artesãos da festa, da maravilha e do belo”.
Lembrou ainda que os artistas “têm um recurso especial, de com a sua contínua itinerância levarem a todos o amor de Deus, o seu abraço e a sua misericórdia, de serem comunidade cristã itinerante, testemunhas de Cristo que está sempre a caminho ao encontro de quem está mais longe”.
A iniciativa está a decorrer esta manhã na Sala Paulo VI, no contexto do Ano Santo da Misericórdia que a Igreja Católica tem vindo a promover.

Um passeio a Arganil


Uma boa recordação
Arganil
Se eu pudesse, andava por aí a ver coisas interessantes. De preferência pelo interior do país. Sabe-se lá porquê. Talvez por estar habituado a ver o mar e a ria no dia a dia. 
Ao arrumar umas fotografias no meu PC, de um montão delas postas a granel em várias caixas, encontrei boas recordações dessas fugazes viagens pelo interior. Digo fugazes porque raramente saio deste recanto gafanhão. Coisas da vida de quem até gosta de algum isolamento. Parece um paradoxo, mas não é, porque as pessoas como eu também precisam de espairecer, mesmo que raramente. 
Há anos, nem sei há quantos, saímos (eu e a Lita) da Figueira da Foz para uma visita à aldeia de Piódão. Parámos em Arganil e gostámos do que vimos. Andei pela rua estreita que ilustra este curto texto, onde se vendia de tudo. Parecia um supermercado, com a vantagem de se cultivar o sentido de proximidade. Depois passámos pela homenagem ao conhecido político e homem bom Fernando Vale e entrámos no espaço museológico que alberga o consultório do médico Adolfo Rocha (Miguel Torga na literatura). Fomos ainda ao museu etnográfico e seguimos viagem. Hoje, à conta da fotografia que encontrei, voltei a Arganil. Já valeu a pena a reorganização do meu computador. 
Bom fim de semana com ou sem histórias como esta.

Folclore na Gafanha da Nazaré

XXXIII Festival Nacional de Folclore 
da Gafanha da Nazaré

Cozinha da Casa Gafanhoa (foto de arquivo)

 Vai realizar-se, no próximo dia 2 de julho, o XXXIII Festival Nacional de Folclore da Gafanha da Nazaré, no Jardim 31 de Agosto, às 21h30, por iniciativa do Grupo Etnográfico da nossa terra, esperando-se a adesão de todos os amantes das tradições etnográficas.
Para além do grupo anfitrião, participam o Grupo Folclórico de Parada de Gonta — Tondela, Viseu; a Associação Folclórica Cantarinhas da Triana — Rio Tinto; o Rancho Folclórico e Etnográfico "Os Camponeses de Vale das Mós" — Abrantes; e o Grupo Regional Folclórico e Agrícola de Pevidém — Guimarães. Do programa consta a receção aos grupos convidados, uma visita à Casa Gafanhoa com cerimónia de abertura e entrega de lembranças, jantar na Escola Preparatória da Gafanha da Nazaré para convidados e autoridades, desfile às 21h, seguindo-se o festival.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Urgentemente


É urgente o amor
É urgente um barco no mar

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade,
em "Até Amanhã"

A Memória nos tempos que correm

    

«A Memória nos tempos que correm deixou de ser um exercício de lentidão. Perdemos algo de relacional, pois só (quase) a «lentidão», permite a análise, o aprofundamento, e até, a contemplação. Tudo feito a correr contra o Tempo e não sendo ele – o Tempo – o nosso aliado natural. Tempo para rezar e escutar. Tempo para comer e degustar. Tempo para servir e inventar. Tempo para estar e acompanhar. Tempo que nos faz, verdadeiramente, falta.»

Jardim Oudinot — A grande janela para a ria



Li no Diário de Aveiro que o concelho de origem dos nossos avós quer voltar-se mais para a ria. “Voltar Vagos para a ria”, assim se chama o programa que vai definir objetivos específicos, lembra que o concelho conheceu um “crescimento urbano desorganizado” e “de costas para a ria”, pelo que a aposta faz todo o sentido.
Olhando para a Gafanha da Nazaré, reconheço que as obras portuárias e seus acessos nos coartaram a visão ampla que tínhamos da laguna com a qual sempre nos identificámos. Eu sei que o Porto de Aveiro, com as suas diversas vertentes, é fundamental para o desenvolvimento da nossa terra e região e até do país, mas julgo que o nosso povo e quem nos visita necessitam de ser sensibilizados para usufruir da ria o que ela pode ofertar. Temos o Jardim Oudinot com infraestruturas bem pensadas, mas as gentes gafanhoas, penso eu, ainda não se convenceram de que ali podem respirar a maresia e apreciar, dentro do possível, paisagens que nos enchem de orgulho. Há diversas iniciativas, é verdade, mas para além delas falta o hábito de ir e estar, olhar e contemplar. A ria é uma das nossas grandes riquezas. E o Jardim Oudinot é, afinal, a grande janela que temos à nossa disposição todo o ano.
Passo por lá imensas vezes e pouca gente encontro. Será que o tempo não tem ajudado?

quarta-feira, 15 de junho de 2016

AÇORES: Uma igreja em cada povoado

Igreja do Senhor Santo Cristo

Nos Açores, cada povoado tem a sua igreja. Às vezes mais do que uma. Sinais visíveis da religiosidade daquele povo. As festas do Espírito Santo estão na alma daquelas gentes portuguesas com mar à volta de tudo e todos. Não pude nem posso fazer aqui o historial de cada templo, muito menos falar dos estilos que dão corpo às igrejas. Entrei no interior de algumas e numa, na de S. José, até participei na Eucaristia, em dia de Profissão de Fé. Igreja belíssima, tanto no exterior como no interior. Festa singela com poucos pré-adolescentes, como referiu o pároco, que fez uma homilia bem estruturada e adequada ao ato. Na mesma praça, o templo do Senhor Santo Cristo, de portas fechadas, com pena minha.
Algumas igrejas seculares. Uma com a placa que assinalava meio milénio. Dentro do possível, tentarei pôr legendas.

ÍLHAVO: Marchas Sanjoaninas

Dias 18, 24 e 25 de junho
Marchas Sanjoaninas (foto de arquivo)
A Câmara Municipal de Ílhavo vai promover, nos próximos dias 18, 24 e 25 de junho, a edição de 2016 das Marchas Sanjoaninas de Ílhavo, em parceria com cinco Associações do Município: a Associação dos Amigos da Malha da Carvalheira, o Sporting Clube da Vista Alegre, a Associação Cultural e Recreativa “Os Palheiros” da Costa Nova, o Grupo de Jovens “A Tulha” e as Pestinhas – Grupo de Dança - Associação Cultural. 
Figurantes, letristas, ensaiadores, carpinteiros, costureiras, músicos, serralheiros e pintores trabalharam, de forma entusiástica, de alma e coração, para levar ao público um espetáculo cheio de originalidade nos habituais três desfiles que se realizam em vários pontos do Município de Ílhavo. 
O primeiro desfile terá lugar na Gafanha da Nazaré, na Av. José Estêvão, junto à Junta de Freguesia, no dia 18 de junho (sábado). O segundo desfile decorrerá no dia 24 de junho (sexta-feira), na Costa Nova, junto ao posto de Turismo, e o terceiro, pela terceira vez, vai encher de cor e alegria a Praça do Centro Cultural de Ílhavo, no dia 25 de junho (sábado). Todos os desfiles têm início às 22h00 e são gratuitos. 

terça-feira, 14 de junho de 2016

Feira do Livro em Aveiro

Mercado Manuel Firmino 
– Até 19 de junho






Está a decorrer em Aveiro, no Mercado Manuel Firmino, a Feira do Livro, que pode ser visitada até 19 de junho. Trata-se de um evento com programa adequado para todos os gostos e idades. 
Passei hoje por lá, mas prometo voltar, pois o ambiente é acolhedor e a exposição de livros é desafiante. Haverá sempre ocasião para se descobrir uma ou outra obra, porventura já fora do mercado ou metida em qualquer estante menos visitada. Vezes sem conta encontrei pechinchas cuja existência desconhecia?
É curioso verificar como os livros expostos estão lado a lado com outros artigos também interessantes. Passe por lá porque vale a pena.

Ver programa aqui. 

O Padre das Prisões Portuguesas

Um ensaio de Inês Leitão 
sobre a vida do Padre João Gonçalves 

D. António e Padre João 
Padre João e Inês Leitão
“O PADRE DAS PRISÕES PORTUGUESAS — Ensaio baseado na vida do Pe. João Gonçalves”, de Inês Leitão, foi hoje apresentado no Mercado Manuel Firmino, onde está a decorrer a Feira do Livro, com organização da Câmara Municipal de Aveiro. Trata-se de um trabalho que resulta de notas e informações recolhidas pela autora, aquando da preparação do documentário “O Padre das Prisões”, de que Inês Leitão foi guionista e sua irmã Daniela Leitão realizadora. A Editorial Cáritas foi a responsável pela publicação do livro, tendo Eugénio da Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa, sublinhado que a missão daquela organização não é só prestar ajuda e matar a fome a quem precisa, mas também, e fundamentalmente, contribuir para a reintegração das pessoas na sociedade. Considera importante «transformar as consciências», estando atentos aos «sinais dos tempos». «É preciso olhar de maneira diferente a partir dos livros», razão por que existe a Editorial Cáritas. 
Inês Leitão manifestou o desejo de que descobríssemos no livro o Padre das Prisões, garantindo que há na Igreja «muita gente boa que faz coisas excecionais». Salientou que, apesar de católica, considerava que os presos deviam ser severamente castigados, sobretudo em certos crimes. Porém, com a ajuda do Padre João Gonçalves, acabou por reconhecer que Deus está realmente «preso entre os presos».
O Presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, admirador do Padre João, afirmou que marcara presença nesta sessão «para acordar», não certamente das viagens que havia concluído há pouco, mas decerto para a problemática dos presos, sua reinserção e seus familiares.
“O Padre das Prisões”, título que o Padre João nem aprecia, desvalorizou os elogios que vieram de todos os lados, afirmando que «também tem defeitos». Disse que aceitou o documentário e agora o livro tão-só para que se falasse das cadeias e dos  que estão detidos. «São pessoas que sofrem, marcadas pelas dores, mas são pessoas», referiu. Adiantou que os presos lhe merecem muito respeito, frisando que «as cadeias não são bons ensaios para a vida». 
Ao encerrar a sessão do lançamento do livro “O PADRE DAS PRISÕES PORTUGUESAS — Ensaio baseado na vida do Pe. João Gonçalves”, o nosso Bispo, D. António Moiteiro, lembrou que «a fé atua pela caridade» e explicou que a Cáritas «é o rosto visível da Igreja pelo exercício da caridade». E aos cristãos recordou que «não basta o carisma de cada um, porque é essencial a generosidade». 
Considerou oportuna a publicação deste livro, a meio do Ano da Misericórdia. «Somos chamados a ser agentes da Misericórdia; somos o rosto misericordioso de Jesus; e somo-lo na medida em que amarmos os outros», afirmou D. António. 
Voltarei ao livro quando o ler.

Fernando Martins

Postal Ilustrado — Faina Maior

Monumento comemorativo dos 110 anos 
da restauração do município


O conjunto escultórico comemorativo dos 110 anos da Restauração do Município de Ílhavo está situado da Rotunda Sul do Nó 3 da A25, junto à Friopesca, e foi inaugurado em 18 de janeiro de 2009. Denomina-se Estátua da Faina Maior e tem como autor o artista ilhavense António Neves. 
O conjunto retrata, com traços figurativos, estilizados, cenas dos nossos quotidianos inspirados no Farol da Barra, o mais alto de Portugal e um dos mais altos da Europa, e nos pescadores, mas ainda no bacalhau, velas e antigos lugres bacalhoeiros.
Este monumento, que se integra na identidade do nosso município, que tem “O Mar por Tradição”, valoriza a epopeia vivida pelos nossos antepassados nos mares gelados da Terra Nova e Gronelândia, ficando como marca indelével, tanto para as nossas populações como para quem nos visita, passando pela via rápida que conduz às praias ou delas regressa às suas terras.
Paralelamente, pode acrescentar-se que o conjunto escultórico constitui um ponto de encontro entre as duas cidades do município, Ílhavo e Gafanha da Nazaré, bem como da entrada do Porto de Aveiro, localizado na Gafanha da Nazaré. 
Refira-se também que o município de Ílhavo foi extinto e integrado no de Aveiro em 21 de novembro de 1895, como diz o decreto de 23 de novembro do mesmo ano. Posteriormente foi restaurado em 13 de janeiro de 1898, como refere o decreto de 15 de janeiro do referido ano, dando-se razão aos ilhavenses que desde a primeira hora contestaram a integração no município aveirense, denunciando a injustiça. 

Fernando Martins

segunda-feira, 13 de junho de 2016

S. Miguel — A Ilha Verde










Se tivesse de rebatizar a Ilha de S. Miguel, nos Açores, garanto a todos os meus amigos e leitores que lhe daria o nove de Ilha Verde. Sim, verde! E verde porque é a cor que predomina quando saímos das povoações, do roncar dos carros acelerados em cruzamentos, rotundas e ruas estreitas. Verde porque é a cor do pasto que a chuva vai regando frequentemente para alimento das vacas leiteiras, que se avistam ao perto e ao longe. Verde porque é a cor da esperança e da certeza de que o bem-estar de muitos micaelenses depende da verdura dos prados nos vales e nas encostas. E agora apreciem algumas imagens que registei.

ÍLHAVO: “Olhos sobre o Mar”

Concurso de Fotografia 
de temática marítima

Boca da Barra
A Câmara Municipal de Ílhavo encontra-se a promover a edição 2016 do Concurso de Fotografia de Temática Marítima “Olhos sobre o Mar”, Aberto a todos os fotógrafos profissionais ou amadores, o tema do Concurso é “O Mar” em todas as sua vertentes e tem caráter territorial exclusivamente nacional (terrestre ou zona marítima exclusiva). Dividido em duas secções (cor e preto e branco), cada participante pode apresentar até um máximo de três fotografias por secção.
Este Concurso conta com o apoio da Direção-Geral das Artes e do Diário de Aveiro.
A data limite de receção das fotografias a concurso é 24 de junho de 2016 (data de correio).
Mais informações pelo e-mail geralcmi@cm-ilhavo.pt , pelo n.º de telefone 234 329 600 ou em www.cm-ilhavo.pt/p/olhossobreomar . 

Fonte: CMI

Casa da Música da Gafanha da Nazaré – Obras já se iniciaram

Velho edifício vai dar lugar à Casa da Música
Iniciou-se hoje a construção da Casa da Música da Gafanha da Nazaré, através da “Requalificação das instalações da Cooperativa de Consumo Gafanhense”, adjudicada à firma Teixeira, Pinto & Soares,  Lda pelo valor de 60 720 642 euros+ IVA.
Com esta obra, a Câmara Municipal de Ílhavo cumpre o objetivo de criar um equipamento cultural que acomode condignamente as Associações da Freguesia da Gafanha da Nazaré que se dedicam, especialmente, à promoção do folclore e do ensino e prática de música.
Esta obra tem um prazo de execução previsto de 14 meses.

Fonte: CMI

A nossa gente — Maria Andrelina Teixeira

“Só temos uma vida 
para cumprir o projeto de Deus”


Neste mês de junho, em que se realiza o VIII Acampamento Municipal de Escuteiros, dedicamos a rubrica “a nossa gente” a Maria Andrelina Teixeira. 
Maria Andrelina nasceu a 4 de fevereiro de 1945, na freguesia de Mancelos, Concelho de Amarante. Devido ao falecimento do pai, foi, com apenas oito anos de idade, estudar para Angola (Huambo/Nova Lisboa) no Colégio Interno “S. José de Cluny”, por orientação de um irmão que é sacerdote. 
A desordem que se começava a sentir em Angola impôs o regresso a Portugal. Em Anadia, continuou os seus estudos na mesma Congregação até ao então 7.º ano, que lhe deu acesso ao Curso de Assistente Social, em Coimbra. 
Já licenciada, regressou a Angola, desta vez à cidade de Cabinda, para lecionar na Escola Comercial e Industrial. Seguiu-se a cidade de Saurimo, onde trabalhou, como Assistente Social, em Jardins de Infância e com deficientes motores, aquilo que mais gostava de fazer.
Em 1974, voltou a Portugal com a oportunidade de trabalhar em Aveiro. Estava, então, a ser implementado o Serviço de Ação Social Escolar, projeto que abraçou com dedicação e empenho até ao momento da sua aposentação.

domingo, 12 de junho de 2016

João Gonçalves — O padre das prisões

“Eu acredito em super-heróis.
Para mim, ele é um deles”

Inês Leitão
«“O padre das prisões portuguesas – ensaio baseado na vida do padre João Gonçalves” é lançado na próxima terça-feira, às 17 horas, na Feira do Livro de Aveiro. O Diário de Aveiro conversou com a autora, Inês Leitão, que já antes, juntamente com a irmã, fizera um documentário sobre João Gonçalves, coordenador da Pastoral Penitenciária portuguesa e presidente da instituição social Florinhas do Vouga Diário de Aveiro: Depois de um documentário, lanças agora um livro sobre o padre João Gonçalves. O que se pode encontrar nesta nova obra? Inês Leitão: Este livro é o resultado de muitas horas de entrevista que fiz ao padre João Gonçalves na parte da “repérage” e durante a investigação para o documentário. Fiquei a viver em Aveiro durante uma semana - eu nunca tinha estado em Aveiro - e grande parte das minhas horas serviram para conhecer melhor o padre João através de entrevistas gravadas em áudio e de amigos ou pessoas próximas dele. Foram muitas horas de material e achei que não podia ficar tudo para mim. Tinha de o mostrar. Não sei se a linha que escolhi faz jus àquilo que, para mim, é a figura do Padre das Prisões. Espero que faça.»

Fonte: Diário de Aveiro (Texto e Foto)


NOTA: Sobre o Padre João Gonçalves, pode ler mais aqui, em entrevista que me concedeu.

Olhares sobre Aveiro

Av. Santa Joana
Cruzeiro séc.XV
Fórum
Fórum
Fórum
Fórum
Fórum
Museu de Santa Joana
Uma semana ausente da região, passei hoje por Aveiro para ver como estava. Sempre bonita, sempre arejada, sempre acolhedora. Pouco tempo, mas deu para visitar a Sé e apreciar o seu Cruzeiro de S. Domingos, séc. XV, que está resguardado no templo dedicado a Nossa Senhora da Glória. A réplica está no largo fronteiriço. 
Registei imagens da Av. Santa Joana e do Museu dedicado à Padroeira da cidade e diocese de Aveiro, cujo processo de canonização será reaberto, segundo creio, conforme prometeu o nosso Bispo, D. António Moiteiro. 
Depois fui ao Fórum. Alertaram-me para algumas alterações, que confirmei. Novos espaços e mais modernos, sobretudo na área da restauração. Mobiliário de linhas simples e funcionais, recantos acolhedores, boa decoração e garantias de que haverá bons motivos para tomar refeições, tomar um café ou chá, silêncio para ler um jornal, revista um livro. Aconselho, naturalmente.

Assembleia da República recomenda medidas no Porto de Aveiro


«A Assembleia da República (AR) recomenda ao Governo a implementação de quatro medidas de protecção face à descarga de coque de petróleo no Porto de Aveiro, conforme foi publicado no Diário da República na passada quinta-feira. A AR pretende que seja garantido, “em articulação com as entidades competentes, a conclusão de medidas mitigadoras” relativamente àquelas através da construção, no cais comercial, da barreira eólica contra ventos dominantes; uma bacia de contenção de lixiviados e da estação de tratamento, a instalação permanente de uma estação de monitorização da qualidade do ar e a plantação de uma barreira arbórea protectora entre o porto comercial e as habitações da Gafanha da Nazaré e a instalação nesta localidade de uma estação de monitorização da qualidade do ar na envolvente do Porto de Aveiro.»

Li no Diário de Aveiro

As freiras e o Papa

Crónica de Frei Bento Domingues 

Papa e Freiras
1. Diz-se que entre as coisas que o Espírito Santo ignora é o nome e o número das congregações religiosas femininas. Não é segredo para ninguém que muitas estão em crise, o que pode baralhar ainda mais as contas. Ao contrário do que muita gente pensa, não são uma espécie em extinção. É verdade que nenhuma tem promessa de eternidade, mas ao longo da história da Igreja, quando algumas desaparecem surgem outras. Deslocam-se, de país para país, de continente para continente muito mais depressa do que as comunidades masculinas. Estão, por vezes, com muitas dificuldades num país ou num continente e cheias de vigor noutros. Entre as de vocação contemplativa, há semelhanças e diferenças, mas entre as de vida activa, variam mais os estilos e a história do que os carismas propriamente ditos.
Perguntar se o futuro da Igreja é também feminino é ridículo. O livro [1], recentemente publicado, com esta interrogação é muito estimulante para pensar o papel das mulheres na Igreja, que se encontram sempre nas periferias mais arriscadas e nas intervenções mais inovadoras.
A interrogação não me espanta. Segundo as narrativas do Novo Testamento - alterando os esquemas da situação da mulher no judaísmo – foram elas que ressuscitaram a fé e a esperança do movimento cristão, nos ânimos dos discípulos, abalados com a crucifixão das suas espectativas de poder.
Os homens nunca lhes perdoaram esse atrevimento e depressa arranjaram doutrinas para as secundarizar a nível da direcção das comunidades e da presidência da celebração dos sacramentos, especialmente da Eucaristia.
Esqueceu-se que mulheres e homens, na Igreja, são todos sacerdotes pela mesma razão sacramental: não existe um baptismo próprio para homens e outro próprio para mulheres! A sacramentalidade da identidade cristã exprime-se no baptismo e alimenta-se na celebração da Eucaristia, cuja simbólica é uma refeição familiar, de muitas famílias. Jesus, aliás, exprimiu o seu projecto fazendo família com quem não era da sua família.

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