sábado, 11 de junho de 2016

AÇORES: Mar e mais Mar



















É do entendimento geral que o mar é uma constante nas ilhas oceânicas. S. Miguel não foge à regra. De qualquer canto, de perto ou de longe, é possível ver o mar… Se eu tivesse uma potente máquina fotográfica outro galo cantaria. O que mostro é, pois, algo do que foi possível registar, em especial dos miradouros, que os há em qualquer sítio. E de cada um o mesmo panorama, com cambiantes e motivos diferentes. Sempre agradáveis de ver, naturalmente. 
O viajante quase tem acesso de carro a inúmeros miradouros. Num ou noutro, com grande esforço para mim, lá ia conseguindo subir, valendo o sacrifício pelo prazer do deslumbramento. Sem legendas… para já.

O Papa das perguntas sem resposta

Crónica de Anselmo Borges 

O Papa que abraça
Para perceber o que se passa com o Papa Francisco, impõe-se escutar aquele que é ao mesmo tempo seu conselheiro e talvez o melhor intérprete, o jesuíta Antonio Spadaro, director da revista La Civiltà Cattolica. Faço-o a partir de uma entrevista que deu a José Manuel Vidal.

1. Francisco tem enorme impacto na Igreja e "em todo o mundo". Nas sondagens internacionais, "constatámos que é o líder mais credível do mundo, comparado com os grandes líderes políticos e morais da história. O seu grau de aceitação é elevadíssimo". Nas redes sociais, bateu todos os recordes. "Um líder moral com autoridade reconhecida não só pela base, mas entre os líderes políticos mundiais", diz Vidal. Resposta: "Sim, é incrível. Porque as pessoas entenderam que o sentido da verdadeira autoridade está na proximidade. Estamos a passar de uma imagem constantiniana, imperial, a um pontificado que pouco a pouco está purificando e simplificando o papado, levando-o para a imediatidade evangélica."
Dentro deste reconhecimento mundial, Francisco procura "construir pontes". Fala tranquilamente com Obama, Putin ou outros líderes mundiais. Procurou mediar conflitos como os de Cuba e Colômbia. "Tudo isto significa que se move muito livremente no cenário global", de modo próximo, mas em busca do possível, "com muito realismo". Quanto à Rússia, "deu-se conta de que deve estar incluída no processo de pacificação do mundo. Como a China. O grande amor que tem pela China nasce da consciência de ela ter um peso político muito forte e uma tradição cultural de enorme sabedoria". Aliás, "é certo que a Ásia é um continente que contém o gérmen do futuro". É possível uma visita à China? "Parece", embora não no imediato.

A QUEM MUITO AMA, MUITO SE PERDOA

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus aceita o convite para tomar uma refeição. Ao contrário de João Batista, aprecia a mesa, o convívio e a festa. Gosta de estar com as pessoas, de as ouvir, de ter presente as suas situações de vida, alegrias e tristezas. Por vezes, provoca “cenas” inesperadas de que, como bom mestre, tira partido para desvendar a outra face da vida e manifestar a novidade da mensagem que anuncia e fica patente em atitudes contrastantes e olhares expressivos, conservados em relatos belos e narrativas apelativas.
Um fariseu, de nome Simão, é protagonista de um episódio muito significativo. Convida Jesus para uma refeição em casa e ela aceita. E deixando perceber o desejo profundo de o ouvir, logo lhe indica o lugar à mesa, distinguindo-o entre os convidados. Não se recorda de mais nada, nem sequer dos rituais de hospitalidade. Aguarda com natural expectativa o início da conversa. Tem o seu coração centrado nessa única preocupação, tal era a convicção que foi “construindo” com o que se dizia a respeito do mestre da Galileia. Dispunha de uma oportunidade única e queria aproveitá-la ao máximo.
Acontece, porém, o inesperado. Aquele ambiente tão selecto, vê-se perturbado com uma presença estranha e, absolutamente, despropositada: Uma prostituta, bem conhecida na cidade, entra pela sala dentro, dirige-se a Jesus, prosta-se a seus pés, banha-os com lágrimas abundantes, enxuga-os com os cabelos, derrama-lhes perfume de qualidade e, entre soluços, continua a acaricia-los com desvelo.

A Publicidade

Crónica de Maria Donzília Almeida

Material 
OpaII
OpaIII
Almoço
“O verdadeiro sinal de inteligência 
não é o conhecimento, 
mas sim a imaginação.”

Einstein

Corroborando o pensamento em epígrafe, se há uma área onde a imaginação é o motor de toda a sua atividade, chama-se Publicidade.
Foi com este objetivo que os formandos da disciplina de Comunicação/Marketing da US partiram, rumo à capital do norte, para a visita de estudo a uma agência de publicidade, dinamizada pelo Prof. João Silva. O regresso à Invicta Cidade……que já rescende a manjerico, num prelúdio das festas sanjoaninas! O nosso alvo foi a agência Opal, sediada em pela Avenida da Boavista, na Fonte da Moura.
Fomos guiados pelo seu jovem Diretor Criativo, que nos confidenciou a sua faceta de músico, posta ao serviço do seu trabalho. Iniciou com a apresentação de um vídeo sobre a agência, os diversos setores e a atividade dos vários intervenientes no processo.
Confirmámos, in loco, as aprendizagens muito úteis que fizemos nas aulas do Prof. João.
A publicidade é uma atividade profissional dedicada à difusão pública de empresas, produtos ou serviços, especificamente, propaganda comercial.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Encontro com a Alda Casqueira em S. Miguel

Alda, Fernando e Lita
Longe da nossa terra natal, é sempre agradável encontrar conterrâneos amigos. Hoje tive o privilégio de conversar um pouco com a Alda Casqueira numa esplanada de Ponta Delgada, com marina à vista. Já não a via há muito, mas sabia que se tinha fixado nos Açores por razões de trabalho. Teve a gentileza de me contactar e marcámos encontro para um café. Veio acompanhada pela sua filhinha Alice, criança que gosta de sorrir. E falámos da sua vida aqui, depois de me recordar o seu percurso profissional como Educadora de Infância. Aqui casou e é feliz. A felicidade das pessoas vê-se e pressente-se à distância. Muito mais ao perto, naturalmente.
Não foi preciso perguntar pelas saudades da nossa Gafanha, porque tal sentimento brota espontaneamente. Não conheço gafanhão que não evoque recordações das suas origens onde quer que se encontre. E quando são dois ou mais gafanhões, à mesa do café ou noutro sítio qualquer, é certo e sabido que nunca se cansam de trazer à conversa a necessidade de saber novas da terra e suas gentes. 
Gostei de saber que a Alda continua a ser uma Educadora de Infância que aposta sistematicamente na inovação, porque não é pessoa que se acomode. E porque é artista, com a música sempre a brotar no seu âmago, a Alda está envolvida num projeto que é uma mais-valia para o seu currículo e para o bem das crianças. Mas disso falarei mais tarde, porque o que é bom tem de ser tratado com mais cuidado e com mais tempo. A promessa aqui fica, com os meus votos dos maiores sucessos para a nossa conterrânea Alda Casqueira.

terça-feira, 7 de junho de 2016

AÇORES: Ponta Delgada

Entrada no Forte
Vista de cima do Forte
Vista geral do porto
Hoje, 7 de junho, estamos em Ponta Delgada sob aviso laranja. Chove e o sol não dá sinal de vida. Temporal lá mais para diante. E quando o rei autorizar, com luz e calorzinho, a cidade espera-nos. Será uma boa ocasião para um certo repouso e para algumas leituras. Prevista está a visita à cultura do chá que Raul Brandão registou no seu livro “As Ilhas Desconhecidas” e que eu tomo como guia. Há outros, naturalmente, de produção turística que recomendo, mas desta feita fico-me pela prosa poética de Raul Brandão. Sou assim.
A propósito do chá, por onde passámos ontem, diz o escritor: «O melhor chá dos Açores, delicado e aromático, tomei-o na Gorriana (Agora Gorreana), na casa fidalga do senhor Jaime Hintze, toda ao rés-do-chão e caiada de amarelo, entre o bulício alegre da vida rústica, num lar que a bondade de sua esposa santifica.» É claro que não poderemos sentir a bondade que santifica da esposa do proprietário, mas acredito que alguém por ali tenha herdado o espírito bondoso que Raul registou.
A cidade de Ponta Delgada tem muito que ver. Entrámos no Forte de São Brás para apreciar o Museu Militar, que nos faz recuar no tempo em que as ilhas açorinas foram palco de lutas sangrentas. Há de tudo no museu. Armas de várias épocas, realmente dignas de museu. Documentos, pinturas, cartas, objetos pessoais do dia a dia do pessoal militar, cozinha de campanha, canhões antiaéreos, baterias, instrumentos musicais, etc. Do cimo do Forte pode contemplar-se a cidade e o mar que a acaricia ou a agride, conforme a sua disposição do momento.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

AÇORES: Furnas, mar e outros horizontes

Cascata
Cascata em vale
"Enterro da panela"

Cozido está pronto

Caldeiras 
Viajar é garantidamente um ato cultural. O viajante absorve muito do que ouve, vê e sente. Adapta-se a novas formas de vida, respira ares diferentes, contacta com culturas diversas, abre-se a horizontes mais largos. Por razões variadas não tenho viajado muito. Conheço um pouco de Espanha, passei como gato por cima de brasas pela Bélgica, estive em França duas vezes, passei uma semana na Alemanha. E os meus olhares e memórias ficam-se por aí. 
De Portugal, conheço mal o Alentejo e razoavelmente o resto do nosso país. Uma semana na Madeira e uns dias agora em S. Miguel. Nada mais. Mas é natural que sonhe com outras viagens, embora comecem a rarear as oportunidades para isso. Canso-me imenso nas caminhadas a quem nenhum viajante pode escapar. Resta-me a leitura para preencher e enriquecer a minha ânsia de contactar com outros povos e outras paisagens.
Agora nos Açores tive já o prazer de me deslumbrar com uma terra diferente da que todos os dias me envolvem na minha terra natal. Manhã cedo saímos de Ponta Delgada para horas de carro. As   Caldeiras, ao lado da Lagoa das Furnas,  foram as primeiras metas. Em Lagoa das Furnas assistimos ao “enterro” de panelas do célebre Cozido das Furnas. Depois, cova aberta, apreciámos a retirada as panelas do calor vulcânico e seguimos para o Restaurante Tonys, onde havia mesa reservada para o almoço. O restaurante foi literalmente invadido e ocupado por estrangeiros, no meio dos quais estávamos nós. Bem comidos e bebidos com conta peso e medida, seguimos para a freguesia de Salga do concelho do Nordeste, cuja vila estava marcada nas etapas deste dia.
Miradouros em cada canto, todos a oferecerem vistas deslumbrantes, aqui e ali incomodadas por nevoeiros densos. Aliás, neste giro convivemos com as quatro estações do ano, como é típico de S. Miguel. Ora estava sol que acalenta e nos oferece panoramas largos, ora surgia o nevoeiro cerrado que limitava o que merecia ser visto, ora chovia e ventava, ora nos atacava  o frio desesperante. 
O mar que nos acompanha desde a chegada, que se vê imensas vezes, mas que de repente foge dos nossos pontos de mira, para reaparecer com toda a sua majestade quando menos se espera, faz parte integrante da vida dos açorianos e de quem os visita. E nós gostamos, realmente, da sua companhia. Já alguém imaginou o que seria o mundo sem mar? 
Ruas estreitas, é certo, com vacas por cada esquina que rapavam a erva verdinha e deitadas a ruminavam, flores e mais flores que demarcavam propriedades e estradas, piscinas termais e outras que as populações e turistas usufruem, morros e serras a quebrarem a monotonia, tornando tudo mais belo, cascatas e zonas ajardinadas cuidadosamente preparadas para acolherem quem chega ou passa, de tudo um pouco vimos neste dia que as minhas palavras não conseguem descrever por falta de arte. O cansaço também contribui para este pobre registo do meu diário.


São Miguel: Sete Cidades e arredores

Um pouco do muito que vimos







Em 30 de julho de 1926, Raul Brandão esteve em São Miguel com espírito jornalístico, mas sempre acompanhado pela alma de artista, com a sua sensibilidade própria e única. Não há dois artistas iguais, porque se isso acontecesse um eliminaria o outro. E nessas deambulações deixou-nos retratos que nos nossos dias aceitamos e citamos com prazer.
Diz ele que «nesta ilha há duas coisas maravilhosas: as Furnas e as Sete Cidades». Estivemos hoje nas Sete Cidades e à medida que nos aproximávamos da Lagoa das Sete Cidades sentíamos que o nevoeiro iria estragar-nos a festa de uma paisagem de tons e cores diversos. Felizmente não foi tanto assim, embora em dia luminoso o espetáculo fosse mais belo. Mesmo Valeu a pena. Turistas com presença garantida, fotógrafos amadores como eu a disparar de vários ângulos. E boa razão tem Raul Brandão para dizer: «Quase tenho medo de falar duma paisagem que hoje, mais do que nunca, me parece irreal…»
Senti o mesmo neste domingo,5 de junho. O verde dos cerrados onde pasta o gado, os picos das montanhas, os penedos plantados no oceano, as ruas estreitas, a obrigação de parar para as vacas passarem na sua calma ancestral, as piscinas abrigadas, a ausência de areia branca, a floresta a encher os espaços e o casario a bordejar ruas e ruelas, largos e encostas das montanhas. Igrejas entre o antigo (vi uma de 1507) e o moderno atestam a presença do cristianismo desde a descoberta. 
O farol, de que falarei mais tarde também mereceu a nossa atenção, pequena mas bem cuidado. Navios no alto mar não vi. Nem surfistas nem nadadores, mas vi o oceano agitado e de vez em quando um ventinho mais forte que os montes não conseguiram desviar da nossa presença.
Amanhã, se Deus quiser, as Furnas e o seu famoso cozido esperam-nos.

domingo, 5 de junho de 2016

AÇORES: Uma luz que nos acaricia



«É uma luz que me acaricia, uma série de cinzentos que entram uns nos outros e desmaiam, apanham não sei que claridade e ficam absortos e quietos,  ou criam nova vida e recomeçam  uma gama de tons que faziam o desespero dum pintor, porque a paisagem a esta luz extraordinária ganha sombras, variedade e frescura que os pincéis não sabem reproduzir…»

Raul Brandão, 
in “As Ilhas  Desconhecidas”

Pus pé em terra do anticiclone  no princípio da tarde de ontem, graças aos desafios do meu João Paulo e à generosidade da minha Aidinha. Ameaças de chuva e mau tempo não perturbaram o nosso desejo antigo de conhecer os Açores, que Raul Brandão, quase há 100 anos, descreveu com arte e realismo. Hoje será muito diferente, mas os tons cinzentos entrecortados pela claridade que as nuvens frequentemente filtram e emprestam tonalidades novas a quem chega, como foi o nosso caso, meu e da Lita, enchem-nos  a alma e preenchem uma lacuna na nossa sensibilidade.
O João, à chegada, informa que já nos viu  por um frincha do aeroporto de Ponta Delgada. Apressados, fomos degustar o bife num restaurante especialista na  área dos bifes de vaca, carne saborosíssima do gado açoriano. Gado famoso, diga-se de passagem. E corremos para conhecer ao vivo a paisagem do mar da  ilha de São Miguel, sem areia branca, mas com sinais de quem sabe criar espaços marinhos para tonificar o corpo com sol e maresia, em piscinas naturais  que abundam por aqueles sítios. As primeiras impressões cativaram-nos pela originalidade  das baías, pelas ondas que desafiam surfistas , pela tonalidade negra das pedras que nos propõem  desafios no equilíbrio necessário para quem deseja aproximar-se do ocenano. E com a arquitetura do casario, das igrejas construídas em locais estratégicos para anunciar  o  transcendente  aos habitantes tantas vezes tão afastados do mundo, mais as ruas estreitas a indiciarem antiguidade, mais nos sentimos entusiasmadas e com ânsias de nos próximos dias, então mais afastados  das águas que rodeiam  a ilha, nos cruzarmos com outras paisagens.  

Ética e religião

Crónica de Frei Bento Domingues



1. Tornou-se um lugar-comum dizer que, na fonte de todas as grandes tradições religiosas, existe uma experiência original do Mistério Absoluto, ou de Deus, irredutível a qualquer categoria criada para o exprimir. Foi o que tentei mostrar no domingo passado. Mahatma Gandhi estava convencido de que, se pudéssemos ler as escrituras das diversas religiões, chegaríamos à conclusão de que todas elas estão de acordo nos seus princípios básicos, úteis para todos.
Pode-se perguntar se haverá alguém que possa viver, por dentro, as experiências de todas as tradições religiosas nas suas diversas evoluções e interpretações? Duvido! Será isso necessário para cultivar o respeito pela diversidade cultural e religiosa? Creio que não. O que julgo indispensável é o questionamento ético dentro de toda a actividade humana e, por isso, também dentro de todas as práticas religiosas.

sábado, 4 de junho de 2016

Filarmónica Gafanhense vai ter novo fardamento

SARDINHADA | 9 DE JULHO

A juventude está na banda
A Filarmónica Gafanhense está a comemorar 180 anos ao serviço da cultura musical e quer continuar com o entusiasmo que sempre a animou desde a sua fundação. E nestas comemorações, a direção pretende dotar a banda com novo fardamento, pois o atual conta já com «16 anos e necessita urgentemente de ser renovado».
Para a concretização deste objetivo, a direção tem estado e continuará a estar empenhada em promover eventos destinados à angariação de fundos, pois a despesa importará em 14 mil euros «para a renovação integral do fardamento». Nesse sentido, no passado dia 22 de maio realizou-se um encontro de membros da banda e amigos, da Gafanha da Nazaré e arredores, à volta de um Porco no Espeto, no espaço do Stella Maris. 
No próximo dia 9 de julho haverá mais uma iniciativa, desta vez uma sardinhada, integrada nas comemorações dos Santos Populares, que surge ao jeito de substituição do arraial da festa de São Pedro, no lugar da Cale da Vila, que este ano não se realiza. 
Enquanto se aposta na organização de convívios deste género, que todos consideram uma mais-valia para aproximar a banda do nosso povo, com a vantagem de se conseguirem obter alguns fundos, a direção não deixa de apelar à contribuição dos amigos para que ajudem com donativos, através do IBAN PT50 0033 0000 00003659704 35 Millennium BCP, ou deslocando-se ao Stella Maris, aos sábados, entre as 14h30 e as 17h, onde a Filarmónica Gafanhense ensaia provisoriamente.

FM

A resistência a Francisco

Crónica de Anselmo Borges


1. Algo mudou quanto à possibilidade da comunhão para os divorciados recasados? De regresso de Lesbos, Francisco foi claro: "Eu posso dizer: sim. Ponto." Quem tivesse dúvidas quanto a mudanças nesta e noutras questões teria, na oposição de muitos da alta hierarquia, a prova de que elas são reais.
De modo frontal, o cardeal G. L. Müller, prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé, veio corrigir Francisco, dizendo que os divorciados recasados não podem, em caso algum, aproximar-se da comunhão e o máximo a que podem aspirar, depois da confissão, é viverem "em castidade total, como irmãos". Uma vez que o famoso teólogo Hans Küng tinha revelado, num artigo, que o Papa se lhe dirigira pessoalmente como "lieber Mitbruder" (querido irmão), manifestando abertura a um debate livre na Igreja sobre o dogma da infalibilidade, Müller assegurou que é um herege, que "não crê na divindade de Cristo nem na Trindade". Numa entrevista ao Achener Zeitung, o cardeal W. Kasper, que está com Francisco e que foi quem o convenceu a receber o Prémio Carlos Magno, atribuído por "ser a voz da consciência de Europa", declarou que "a enorme maioria das pessoas até para lá da Igreja Católica está fascinada com este Papa. Na Cúria, também há oposição resistente". Porquê? "Ele dá uma reviravolta a muitas coisas. Está sobretudo empenhado na mentalidade. Só se esta mudar é que virão as reformas nas estruturas. Isso precisa de tempo. Francisco trabalha nisso. A Cúria é uma instituição antiga, onde se cultiva carreiras e hábitos."

Mulher não chores. O teu filho vai reviver

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus toma a iniciativa e aproxima-se de Naim, a cidade das delícias. É este o seu modo de agir: Ir aonde as pessoas se encontram, entrar em sintonia com as situações que vivem, fazer suas as alegrias e as tristezas que espelham, deixar-se envolver pelo “ar” circundante que se respira e intervir coerentemente. Com ele, vão os discípulos e a multidão que o acompanhava. Anima-o o gosto pela missão, a esperança de anunciar o projecto de vida que Deus Pai lhe havia confiado, a vontade positiva de aproveitar as oportunidades contrastantes que surjam para mostrar a novidade de que é portador.
Da cidade das delícias, significado original de Naim, sai um cortejo fúnebre. Um jovem vai a sepultar. A mãe, pobre viúva, chora visivelmente forçada pela convulsão das emoções. Com a morte do filho vê acabar toda a sua esperança, pois nada mais lhe restava. Fechava-se, de vez, o desejo apetecido de ver a sua posteridade, sinal de bênção divina. Ficava exposta ao que ocorrer, pois não havia qualquer protecção social. Era a morte de todos os seus sonhos. São lágrimas sentidas que fazem vibrar o coração de Jesus.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Praia do Jardim Oudinot com água de boa qualidade


De vez em quando, somos confrontados com notícias alarmantes sobre o ambiente que respiramos e os espaços de lazer que frequentamos. Foi o que aconteceu há dias, em que se dava conta da má qualidade da água da praia do Jardim Oudinot. Na sequência disso, a Câmara Municipal de Ílhavo vem esclarecer a opinião pública, através de comunicado, que, «estando concluídas as obras de saneamento na Gafanha da Nazaré, bem como a Vala do Esteiro Oudinot», é possível manter a referida praia na rede nacional. 
No comunicado, salienta-se que «foram tomadas todas as medidas de gestão adequadas», no sentido de se iniciar a época balnear com as garantias necessárias para os veraneantes. Ainda se refere que «as análises já efetuadas este ano, nomeadamente em 26 de abril e 24 de maio, classificam de boa qualidade a água da Praia do Jardim Oudinot», razão por que aquela estância balnear  foi incluída na Portaria relativa à identificação de águas para 2016.

Para os tagarelas...

Uma quadra de António Aleixo


Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes.

terça-feira, 31 de maio de 2016

O dia dos irmãos


Ainda não vi direitinho que hoje é o Dia dos Irmãos, mas a minha Lita já mo garantiu, depois de ter telefonado aos irmãos. Não telefonei ao meu irmão, conhecido por Armando Grilo, mas que eu tratava por Menino,  porque, confesso, não tenho o telefone do céu nem sei se haverá e-mail que me permita  entrar em contacto com os amigos. Sei, isso sim, que no dia de Páscoa recebo uma chamada de um telemóvel que exibe o seu nome... O meu sobrinho e afilhado Luís Miguel faz questão de me saudar nesse dia, estabelecendo a comunicação com a memória do meu irmão. Gosto muito desse gesto.
Se é verdade que não há contacto telefónico nem e-mail para cavaquear seja com quem for que esteja no seio de Deus, certo é que, no dia a dia, vivo acompanhado pelos meus queridos familiares e amigos que já deixaram a vida terrena, ficando todos eles com lugar cativo nas minhas mais felizes recordações. E é curioso que, quando os evoco, só chegam até mim momentos agradáveis. Histórias tristes não entram nas nossas conversas. Pode ser que um dia  comece a escrever sobre o melhor que todos me legaram... De qualquer forma aqui vai para o Menino uma saudação de eterna saudade.
Sobre o meu irmão, pode ler o que escrevi aqui. 

Festa da Fé na Gafanha da Nazaré

Não devemos ter medo de afirmar 
a nossa adesão a Jesus Cristo






No domingo, 29 de maio, na Eucaristia das 10 horas, 65 pré-adolescentes fizeram a sua Profissão de Fé, depois de uma preparação de três anos, sob a orientação de seis catequistas. Estes pré-adolescentes, que contam já com seis anos de catequese sistemática, sentiram-se naturalmente apoiados pelos pais, que testemunharam na cerimónia ser sua obrigação ajudar os filhos «a crescer também na fé e no amor a Deus e à Igreja».
Os catequistas, na altura própria, disseram que os catequizandos «foram aprofundando a sua fé e a sua experiência de Jesus Cristo», aprendendo «a conhecer melhor Deus, seu filho Jesus e o Espírito Santo». E os pré-adolescentes reconheceram, pela voz de um deles, «que este dia é um passo consciente no crescimento da fé», referindo que querem continuar, «pela vida fora», a caminhada que agora começaram, «com a ajuda de Deus, dos pais e de toda a comunidade cristã».
À homilia, o nosso prior, Padre César Fernandes, fez um apelo a todos para que assumam publicamente a sua fé, testemunhando Jesus Cristo com coragem. «Não devemos ter medo de afirmar a nossa adesão a Jesus Cristo», disse.
Dirigindo-se aos pais, sublinhou que eles «têm de ser os primeiros a dar o exemplo». E recordou que os pais e padrinhos assumiram, no batismo destes pré-adolescentes, «o compromisso de os educar na fé cristã».

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Capela de Nossa Senhora dos Navegantes

Efeméride — 30 de maio de 1863


Concluiu-se neste dia — algures se diz que em 2 de junho — a construção da  capela de Nossa Senhora dos Navegantes, junto do Forte da Barra, que importou em 400 000 réis  (Campeão das Províncias, 1-6- 1901: Marques Gomes, O  Distrito de Aveiro, pag. 146) — A.

In "Calendário Histórico de Aveiro"
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Nota: Curiosamente, o Padre João Vieira Resende diz, na "Monografia da Gafanha", que a referida capela começou a ser construída em 3 de dezembro de 1863. 

ADIC volta a reunir-se com a APA





Quatro elementos da ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) reuniram-se mais uma vez com o Presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro (APA), Braga da Cruz, a quem apresentaram alguns problemas que afetam as populações da Gafanha da Nazaré.
Em comunicado tornado público, a ADIG considera que o diálogo foi proveitoso, deixando os representantes daquela associação com «a convicção de que poderemos esperar aspetos positivos para a nossa cidade» e, decerto, para toda a região abrangida pela área portuária.
Na reunião foram levantadas questões relacionadas com petcoke, areias, serradura e pó de cereais, clinquer, derrame de carbonato dissódico ou outros produtos, Forte e casario, zona da vala do Oudinot e barreira arbórea, estacionamento para pesados, marina da Gafanha da Nazaré e praia do Jardim Oudinot no Forte.
A todas estas questões, a administração da APA respondeu, desejando-se que as soluções necessárias e urgentes venham a ser concretizadas em tempo útil. 
As respostas da APA podem ser lidas aqui.

domingo, 29 de maio de 2016

Notas do Meu Diário — Praia de Mira


Quando passo um fim de semana sem grandes preocupações dou-me conta de que à minha volta, bem perto de casa, o mundo gira carregado de emoções. Leio os jornais, online e em papel, e fico com remorsos de não ter saído ao encontro da vida das comunidades. Depois já é tarde. 
O PÚBLICO explicou ontem por que razão a Praia de Mira ostenta com vaidade e lógico orgulho a Bandeira Azul há 30 anos, a única praia portuguesa campeã nesta área. E até do mundo, alvitra o repórter Luciano Alvarez. As fotos são de Paulo Pimenta. 
Na reportagem sublinha-se que o segredo está nas pessoas e toda a população se sente corresponsável pelo galardão merecidamente atribuído ininterruptamente durante três décadas. 
Já fui vezes sem conta à Praia de Mira e gosto do que vejo. Mas esta reportagem do PÚBLICO vai obrigar-me a voltar lá, agora com outros olhos e de espírito aberto para perceber melhor o porquê desta beleza ao pé da porta. Depois direi.

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