segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

CITAÇÃO

“A vida cristã apoia-se num tripé: lucidez, trabalho, oração. Como redescobrir e suscitar o gosto do silêncio, do testemunho e do desejo de servir? Havendo no mundo recursos e conhecimentos (ou podendo haver) para cuidar da alimentação e da saúde de todos, por que será que há tanta gente mergulhada na solidão, na fome e no sofrimento? Como cantava Mercedes Sosa, porta-voz da resistência latino-americana, só peço a Deus que a dor, a injustiça, a guerra, a mentira, o futuro, não me sejam indiferentes.”
.
Frei Bento Domingues, no PÚBLICO de domingo

Escolas do Ensino Básico com Banda Larga

...E AS OUTRAS CARÊNCIAS?
A comunicação social tem noticiado, com muito relevo, mais um passo importante do Governo de José Sócrates, no sentido de modernizar as escolas do País. Desta feita, valorizando a Internet com Banda Larga, que vai chegar a todas as Escolas do Ensino Básico. Sem dúvida, trata-se de um projecto que tem de ser considerado como uma mais-valia para o ensino/aprendizagem e uma ferramenta indispensável nas sociedades do futuro. Talvez, até, uma das grandes prioridades. Acontece que a mesma comunicação social não deixou, e bem, de denunciar o facto de haver escolas sem o mínimo de condições para oferecer, a professores, alunos e empregados, um ambiente condizente com as exigências dos tempos que correm, num país da União Europeia. Afinal, teremos escolas com Banda Larga, mas onde falta o aquecimento, água potável, material didáctico elementar, cantina e fornecimento de alimentação, transportes para alunos que distam a cerca de três quilómetros do estabelecimento de ensino que frequentam, professores de apoio para alunos que precisam de um ensino mais individualizado, ginásio para os tempos livres, etc. Penso que a Banda Larga é, de facto, importante, mas também penso que, antes dela ou em simultâneo com ela, seria muito bom que os responsáveis olhassem, com olhos de ver, para outras lacunas das escolas, sobretudo das que estão perdidas por montes e vales, neste Portugal da União Europeia. Fernando Martins

domingo, 5 de fevereiro de 2006

A foto do dia

CARAMULO

A paisagem inconfundível da Serra do Caramulo continua deslumbrante, em qualquer época do ano. Não se cansará se por lá passar de vez em quando. Nesta foto descobre-se bem um golfinho que ali descansa há milénios.

JACINTA CANTA EM LISBOA

NOVO DISCO EM 20 DE FEVEREIRO
A cantora de Jazz Jacinta está de novo em Portugal, para mais uma série de espectáculos. Nos proximos dias 10, 11, 16, 17 e 18 vai actuar no S. Luiz, em Lisboa, e no dia 20 do mesmo mês será editado o seu segundo disco, desta vez pela EMI. Nos espectáculos já agendados apresentará um reportório brasileiro.
Jacinta foi a personalidade convidada da rubrica "Hora H", da revista "Pública" de hoje, onde a artista da Gafanha da Nazaré fala da sua "Hora H", que se prende com o ter conhecido Maria Cristina de Castro, "que foi a diva do São Carlos no tempo de Maria Callas".
Como refere a artista, esse encontro aconteceu por ter andado com problemas nas cordas vocais, problemas esses que estão a ser ultrapassados com as lições que está a receber de Maria Cristina de Castro.
Para já, Jacinta garante que vai apresentar-se com outra voz, mais ao estilo de cantora de Jazz antiga, mais Ella Fitzgerald, uma voz mais clara, aberta e bem colocada.
F.M.

GOTAS DO ARCO-ÍRIS

.... AO ARCO-ÍRIS?! - E SE LHE PUSERES UMBIGO… :
Caríssimo/a:
:
Pois é, este mês de Fevereiro termina como devia: com o Carnaval!Nesta quadra recordo sempre uma cena que presenciei num enquadra-mento muito sério, embora quiçá um tudo nada pre-tensioso de uma sessão de esclarecimento e convencimento no tempo do PREC. Falava-se de agricultura, num cine-teatro (que os havia na época, … agora há pavilhões multi…), numa das nossas ‘aldeias’ ribeirinhas, quando, depois de falar uma alta individualidade, se ergueu uma voz do povo que timbrou:
- Ó meu senhor, antigamente a agricultura gemia, agora grita!...
Não foi só o dito, mas principalmente a entoação e o esganiçamento que deram por terminada a sessão…
E ainda hoje dá para rir com gosto…
:
[ E já que escrevi dito, saberás que na região da Murtosa ainda hoje se vibra com a ‘dança dos ditos’?
Pois é verdade, mas eu já me perdi…
Ah!, já sei…queria entrar no Carnaval…]
:
Vamos então imaginar um arco-íris com umbigo…
Depois já podemos continuar a contemplar um grupo de amigos, ali a molhar os pés nas águas da Ria e a divagar:
- Há dias dei comigo a pensar que a Ria é assim como uma pessoa, tal qual!
- Uma pessoa?! Como assim?
- E onde lhe pões a cabeça?
- Vocês estão admirados, mas se pusermos a cabeça em Ovar, as mãos… uma na Murtosa e outra na Gafanha, a barriga em Aveiro e Ílhavo…
- E as pernas, os pés? - perguntava outro.
- Ora vê-se bem onde eles estão: um em Mira e outro ali para os lados de Vagos…
- Se não estivéssemos no Carnaval, diria que falavas acertadamente…
- Qual quê, eu estava só a brincar…
- Mas se calhar…. Se calhar… [E não é que a brincar, a divagar, a ‘filosofar’, gastaram o ‘tempo de antena’!?...]
:
Também eu fiquei a cismar no que disse aquele amigo e quero aqui que fique bem claro que “pelo Carnaval, ninguém leva a mal” e … o sorriso é a melhor medicina. Usemo-lo, pois.
Manuel

Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

Preocupações
Todos gostamos de saborear momentos de tranquilidade e de paz; corremos por isso, porque achamos que a paz não tem preço e vale todos os esforços.
Sentimos e queixamo-nos da pressa da vida e, em certos dias, muito gostaríamos de horas que multiplicassem os minutos por dois ou por três; mas os relógios mantêm-se fiéis aos ritmos de sempre.O tempo não se mede pelo comprimento dos dias; o que o valoriza é o que nele pomos e fazemos; é a densidade com que o vivemos.
O cristão não vive com saudades do futuro, nem com as angústias do não-feito no passado. O Homem de fé está sempre procurando e vivendo o permanente, o presente de Deus; e não se envergonha de dizer que procura o Senhor, mesmo já O possuindo.
“Todos Te procuram”, diziam as pessoas que O encontraram; e a Sua missão era, exactamente, deixar-Se encontrar, para que a Paz e a tranquilidade serenasse os corações e acabasse com angústias e preocupações.
Deus quer a Felicidade para todos os Seus filhos; a Boa Nova, que é o Seu Filho entregue por nós, há-de estar ao alcance de todos, porque quantos O conhecem sentem a urgência do anúncio; é obrigação falar; “ai de mim, se não pregar o Evangelho”.

: In "Diálogo", 1060 - V DOMINGO COMUM - Ano B

sábado, 4 de fevereiro de 2006

O PRAZER DE RELER

VIRTUALIDADES Eça, sempre
Mário Bettencourt Resendes*
Um fim de semana de Inverno, para mais com a visita inesperada e belíssima da neve, convida à leitura. E aí, apesar das muitas aquisições recentes que aguardam a sua vez, apeteceu um regresso ao eterno Eça. Afinal, na literatura é, no mínimo, duvidosa a recomendação de Cesare Pavese, que aconselha a não voltarmos a lugares onde se conheceu a felicidade. Uma vista de olhos à estante e lá veio a «Ilustre Casa de Ramires», numa edição já «velhinha» dos «Livros do Brasil», com «fixação de texto e notas» de Helena Cidade Moura e capa de Lima de Freitas. Bastou começar e logo nos enredámos, com o prazer de sempre, nas desventura do ilustre fidalgo Gonçalo. Mais de um século depois, reencontrámos, com um misto de fascínio e mágoa, muito do Portugal que hoje corre, nostálgico e deprimido. Com a devida vénia ao autor e contando com a benevolência dos leitores, vai hoje a crónica recheada de citações da prosa magnífica de Eça de Queiroz. À página 138, quando Gonçalo se debate com o terrível dilema de, para conseguir o ambicionado cargo de deputado da nação, ter de mudar de partido e reconciliar-se com o governador civil, até à altura seu grande adversário pessoal e político na terra, eis como o fidalgo se deixa convencer pelos argumentos de um amigo: «Escute, homem! Você quer entrar na política? Quer. Então, pelos Históricos ou pelos Regeneradores, pouco importa. Ambos são constitucionais, ambos são cristãos. A questão é entrar, é furar. Ora, você, agora, encontra, inesperadamente, uma porta aberta. O que o pode embaraçar? As suas inimizades particulares? Tolices!» Veio, é claro, depois de algum «suspense», o ambicionado lugar em São Bento. E Gonçalo nem sequer se coibiu de depois facilitar o «acesso» do governador civil, inimigo de outrora, à sua impoluta irmã, senhora bem casada, mas que tinha ficado, de solteira, com um fraco pelo homem. Enfim, coisas da política novecentista (?) Retenha-se, finalmente, como paradigma do génio de Eça, o penúltimo parágrafo do livro: «Os fogachos e entusiasmos, que acabam logo em fumo, e juntamente muita persistência, muito aferro quando se fila à sua ideia. A generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios, e sentimentos de muita honra, uns escrúpulos, quase pueris, não é verdade ? A imaginação que o leva sempre a exagerar até à mentira, e ao mesmo tempo um espírito prático, sempre atento à realidade útil. A viveza, a facilidade em compreender, em apanhar. A esperança constante nalgum milagre, que sanará todas as dificuldades. A vaidade, o gosto de se arrebicar, de luzir, e uma simplicidade tão grande que dá na rua o braço a um mendigo. Um fundo de melancolia, apesar de tão palrador, tão sociável. A desconfiança terrível de si mesmo, que o acobarda, o encolhe, até que um dia se decide e aparece um herói que tudo arrasa (...) Assim, todo completo, com o bem e o mal, sabem vocês quem ele me lembra? - Quem? - Portugal». Vale sempre a pena revisitar todo o Eça...
: *Jornalista
::
Ilustração. Eça de Queiroz

Antigo Bispo da Guarda vai ser homegeado

Homenagem a
D. António dos Santos,
com a publicação
de um livro, que
vai ser enviado
a todos os padres
da Diocese da Guarda
A diocese da Guarda irá prestar uma homenagem ao anterior pastor, D. António dos Santos, num livro a publicar brevemente. “Uma iniciativa de D. Manuel Felício – bispo actual – que será enviado a todos os padres no início da Quaresma” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Francisco Barbeira, do jornal «A Guarda». Este opúsculo – com cerca de 40 páginas - terá a mensagem que D. António dos Santos dirigiu a toda a diocese no momento da saída; a homenagem feita pelo clero da diocese e será ilustrada com fotografias sobre estes momentos” – realçou. Para além destes dados históricos, o livro contém a biografia do antecessor de D. Manuel Felício e uma listagem de todos os bispos da diocese. Com o título «D. António dos Santos – Bispo da Guarda», o livro é editado pela «Veritas».
:
Fonte: Ecclesia

Primeira reacção à crise dos "cartoons" de Maomé

Vaticano diz que liberdade de expressão
não autoriza ofensas aos crentes
O Vaticano reagiu hoje à polémica sobre os "cartoons" com o profeta islâmico Maomé, postulando que a liberdade de expressão não autoriza à ofensa às convicções religiosas. No seu primeiro comentário público sobre a polémica que agita o mundo muçulmano, mas também a Europa e os EUA, o porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls, declarou hoje que "a coabitação dos homens exige um clima de respeito mútuo para favorecer a paz entre os homens e as nações". Em comunicado, o Vaticano acrescenta que o direito à liberdade de expressão não inclui "o direito de ferir os sentimentos religiosos dos crentes".
:
Fonte: PÚBLICO

Um poema de Vinícius de Morais

O rio Uma gota de chuva A mais, e o ventre grávido Estremeceu, da terra. Através de antigos Sedimentos, rochas Ignoradas, ouro Carvão, ferro e mármore Um fio cristalino Distante milénios Partiu fragilmente Sequioso de espaço Em busca de luz. Um rio nasceu.

CITAÇÃO

"A vida numa sociedade livre e aberta implica que interiorizemos limites. Não limites impostos pelo Estado, mas pela cultura, pela educação, pela civilidade. São eles que nos obrigam a agir não apenas de acordo com leis que são sempre imperfeitas e intrusivas, mas seguindo os mesmos critérios de bom senso e equilíbrio sem os quais não poderíamos nunca conciliar o nosso direito a termos convicções fortes com o direito dos outros a que não lhas imponhamos. É isso que dá corpo a uma tolerância que queremos substantiva e não baseada no relativismo e na ausência de valores."
: José Manuel Fernandes In PÚBLICO

UCP: SESSÃO COMEMORATIVA DE ANIVERSÁRIO

A cultura é a verdadeira
solução para
os problemas
da sociedade
- Afirmou o Cardeal Patriarca na arranque das comemorações do Dia Nacional da Universidade Católica-

O Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa (UCP) celebra-se, como habitualmente, no primeiro Domingo de Fevereiro, este ano sob o lema “Por uma Cultura Superior Católica”. Ontem (3 de Fevereiro), no arranque das comemorações, D. José Policarpo, Magno Chanceler da UCP, sublinhou que "a cultura é uma batalha que não está ganha, nunca está ganha, mas é uma batalha que, conscientemente, nenhum de nós pode aceitar perder, porque, mais do que nunca, os grandes problemas do presente e do futuro das nossas sociedades têm soluções políticas, técnicas e económicas, mas nenhuma delas é verdadeiramente humana e definitiva se não se enquadrarem na única, que é a solução cultural".
:
(Para ler mais, clique aqui)

Foto do dia

FAROL DA BARRA DE AVEIRO
::
O Farol da Barra de Aveiro foi inaugurado em 31 de Agosto de 1893, estando presentes o ministro das Obras Públicas, a Câmara Municipal de Ílhavo e o respectivo pároco.
O foco luninoso, que até 1936 era alimentado a petróleo, passou nessa data a ser servido por energia eléctrica.
As visitas ao Farol só são possíveis, mediante autorização da Capitaniado Porto de Aveiro.

Efeméride aveirense

1905 - Por alvará deste dia, foram aprovados os novos estatutos da "Associação Comercial de Aveiro", elaborados em Assembleia Geral de 29 de Dezembro de 1904, passando a benemérita colectividade a denominar-se "Associação Comercial e Industrial de Aveiro".
::
1912 - Começou a publicar-se em Aveiro "A Voz do Povo", como semanário defensor dos interesses do trabalho: terminou em 10 de Março do mesmo ano. Em 4 de Novembro de 1917, reapareceria como quinzenário independente, literário e noticioso. Em 13 de Novembro de 1920, editar-se-ia como semanário independente. Foi sempre dirigido por Firmino Soares Andrade Cadete.
: Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

UCP: Sessão solene enaltece valores da liberdade e da tolerância

No âmbito do Dia da Universidade Católica Portuguesa, que se assinala domingo, realizou-se hoje, no Auditório Cardeal Medeiros, em Lisboa, uma sessão solene, em que foram enaltecidos os valores da liberdade e da tolerância
João Carlos Espada, director do Instituto de Estudos Políticos, recordou as consequências dos totalitarismos e das várias intolerâncias que marcaram a história do século XX. "A liberdade e a tolerância não nasceram do combate contra a religião, muito menos contra o Cristianismo. A liberdade e a tolerância nasceram da convicção judaico-cristã de que existe uma lei moral mais alta", afirmou João Carlos Espada. O Dia da Universidade Católica Portuguesa celebra-se domingo e vai ficar marcado por uma eucaristia na Igreja do Seminário da Luz, em Lisboa, celebrada pelo vice-reitor da Universidade.
:
Fonte: RR

TRABALHADORES EM SITUAÇÃO PRECÁRIA

Um quinto dos trabalhadores por conta de outrem em situação precária
Num dossier intitulado «A Precariedade - números, factos e consequência», entregue no ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, a USL refere que os contratos precários (contratos a termo, temporários, sazonais e outros) atingem trabalhadores de todas as idades, profissões e habilitações.
No entanto, a camada mais jovem acaba por ser a mais afectada, sendo que quase dois terços (61,2%) dos jovens (menos de 25 anos) a trabalhar por conta de outrem têm um vínculo precário, de acordo com os dados da USL, a que a agência Lusa teve acesso.
Por tipo de contrato, os contratos a termo representam 80,3% dos trabalhadores, enquanto que 19,7% têm contratos temporários, sazonais ou outros.
Sublinhando que 14% dos trabalhadores com contratos não permanentes são «altamente qualificados», a USL aponta o exemplo do Hospital Egas Moniz em que 115 dos 410 enfermeiros são contratados a prazo.
:
(Para ler mais, clique SOLIDARIEDADE)

A foto do dia

Ria de Aveiro, na Torreira

CITAÇÃO

"A felicidade está em conhecer os nossos limites e em apreciá-los" Romain Rolland : In CITADOR

Um poema de Casimiro de Brito

CIDADE BRANCA Dorme já, plenamente, a cidade! O silêncio é de ouro e os homens todos o procuram de mãos dadas. Os velhos, de olhos semicerrados, amparam-se ao bordão da memória; emudeceram, no solar dos senhores, o chicote, o ódio sem disfarce. Dorme já, plenamente, a cidade! Aproxima-se o dia. As mulheres, amadas e repousadas, cantam em seu sono. Abre-se, em concha, a mão da madrugada. Lábios e rosas. Amanhã, ao acordar, a cidade renovada será dos meninos o tempo e a casa. In Rosa do Mundo

Um artigo de D. António Marcelino

UM CAMINHO
A ANDAR
COM ALEGRIA
E PACIÊNCIA Todos vamos verificando, de modo muito claro, que as mudanças sociais e, sobre-tudo, as mudanças culturais têm uma enorme influência nos comportamentos das pessoas, dos grupos e das populações. Ia a dizer que quase determinam, irreversivelmente, o modo de agir, de pensar e de viver, tal é o seu peso. Por si, certamente que não determinam, mas apenas condicionam. De outro modo seríamos autómatos cegos, sem qualquer liberdade ou capacidade para influir no processo que nos afecta e mesmo para o condicionar. As coisas vão acontecendo e tocando na vida das pessoas, sem que muitas delas se apercebam que estão sendo moldadas por dentro de um jeito que nem pensam. No seu interior podem coexistir costumes, tradições e valores que ainda têm influência e uma parte do seu mundo vivencial, que já processa sob outras ritmos e batutas. A gente mais nova, porque tem ainda pouca história, já nasce ou nasceu na mudança e, por isso, suporta cada vez menos a influência dos outros por via de autoridade, rejeitada como sinal de ordem e de permanência de critérios. Porém, a sua vida, toda ou quase toda, é soprada e modelada por agentes exteriores que se impõem, apenas porque não aparecem a pressionar. É influência dos afectos, das conveniências, dos gostos, dos sonhos e desejos, que se aparece, em forma de propostas descomprometidas, mas sempre aliciantes, tentadoras e mais fáceis. O mundo dos que ainda se inquietam ou devem inquietar com o que se está passando, penso em muitos pais, educadores, agentes pastorais ou outros de responsabilidade, tanto se sente empurrado para o desconforto e para a incapacidade de reagir, como para se acomodar a atitudes interiores de aceitação acrítica. Há ainda os que, sem visões maniqueístas, procuram manter o discernimento que permite distinguir o que nas mudanças há de bem a reconhecer e a aproveitar, e o que nelas é ambíguo ou mesmo negativo, para ir sempre mais além e influir num novo processo, válido e com futuro. É evidente que ninguém pode reagir sozinho, nem pela força do seu braço. Entra aqui a necessidade, cada vez maior, de se associar, de fazer parcerias, de criar espaços de confronto e de partilha, para não ter de fugir do mundo ou de se isolar, o caminho mais rápido para alguém se tornar um inútil amargurado ou um pateta inconsciente. A Igreja, como todas as instituições mais ligadas à vida das pessoas, está neste mundo em mudança, perante um desafio que os responsáveis não podem iludir, nem deixar que se desvaneça a esperança que a animou com o Vaticano II. Ela tem riqueza interior e experiência histórica que lhe permitem entrar, sem risco de maior, neste mundo diferente. A sua vocação, ao contrário da tendência normal, é menos de conservar do que de encarar outros mundos, com sua mensagem imutável, identificada com uma Pessoa que iluminou a história, venceu o tempo, permanece nova e portadora de vida nova. Não se pode esconder o perigo e a tentação de apenas manter ou de se gastar tempo a exorcizar, quando este é pouco para criar e inovar. A criatividade e a inovação, porém, não são possíveis sem um compromisso pessoal com a verdade em que se crê, até às últimas consequências e, ao mesmo tempo, com a vida que se vive, na dimensão de alegria e de encontro, de sofrimento e de procura, com uma visão optimista do mundo. Pequenos passos, grupos coesos de gente livre, o mesmo rumo e o sentido na acção, paciência a toda a prova, permitem saborear, desde agora, a certeza de que, se não se pode mudar o mundo, que apaixona e desnorteia, pode-se viver nele com alegria, esperança e amor, abrindo caminhos novos, convidativos e possíveis para quem os quiser andar. As pessoas que o comandam semeiam gestos de solidariedade e de paz. As pessoas determinantes, hoje, são cada vez mais as que testemunham esperança e deixam pelo caminho gestos de solidariedade e de paz que todos possam entender.

Um artigo de João Miguel Tavares, no DN

O VATICANO VIRA À ESQUERDA
Deus Caritas Est é a encíclica de um Papa que entendeu e digeriu a secularização do mundo, mas que também vê na falência das ideologias uma nova oportunidade para a Igreja. Nesse sentido, é um documento inteligentíssimo, que evita cuidadosamente todos os temas polémicos que contaminam a relação do Vaticano com a cultura laica para se centrar naquilo que é o fundamento da fé cristã, e que qualquer sociedade civilizada dificilmente rejeitará a necessidade do amor e da caridade.
Na sua primeira encíclica, Bento XVI sublinha o que muitos há muito esperam ouvir. Que o amor carnal (eros) não pode ser separado do amor espiritual (agape), ainda que o eros necessite de "disciplina" e "purificação". Que a Igreja "não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado", "mas também não pode nem deve ficar à margem da luta pela justiça". Que a "caridade cristã deve ser independente de partidos e de ideologias", porque é precisamente daí que advém a sua força diante das dificuldades causadas pela "globalização da economia", "a doutrina social da Igreja tornou-se uma indicação fundamental", que pode chegar "muito além das fronteiras eclesiais".
Não admira que a esquerda tenha acolhido a encíclica com entusiasmo. Retirem-lhe as citações bíblicas e muitos dos seus parágrafos poderiam ter sido lidos em voz alta no Fórum de Porto Alegre. Bento XVI cita Santo Agostinho "Um Estado que não se regesse segundo a justiça reduzir-se-ia a um bando de ladrões." Mas ao velho marxismo, que o Vaticano ajudou a enterrar, o novo Papa contrapõe um modelo liberal: "Não precisamos de um Estado que regule e domine tudo, mas de um Estado que generosamente reconheça e apoie as iniciativas que nascem das diversas forças sociais."
Com o mundo num impasse político, entalado entre fundamentalismos vários e um modelo capitalista que agrada a poucos, Bento XVI pressentiu uma janela de oportunidade. Em vez de se ocupar a impor regras morais aos homens, preferiu realçar a necessidade de fazer o bem. Deus Caritas Est é a terceira via do Vaticano uma viragem à esquerda de matriz liberal, com a qual o Papa tenta conquistar um mundo insatisfeito e carente de orientações.

CHOQUE TECNOLÓGICO NOS PAÍSES LUSÓFONOS

Igreja quer levar «choque tecnológico» aos países lusófonos
A Fundação Evangelização e Culturas (FEC), ONGD constituída pela Igreja Católica Portuguesa (Conferência Episcopal e Institutos Religiosos), quer levar o “choque tecnológico” aos países lusófonos.O presidente do conselho de administração da FEC, Pe. José Maia, explica à Agência ECCLESIA que a intenção é “qualificar pessoas para o trabalho com as novas tecnologias”.
A doação de equipamentos seria uma segunda fase do projecto de luta contra a infoexclusão.“A informação e o conhecimento são factores que contribuem para o desenvolvimento e a autonomia. Os povos lusófonos só serão verdadeiramente independentes se tiverem conhecimento”, explica.
A FEC (www.fecongd.net) é uma organização de matriz cristã, que desenvolve projectos de cooperação, com actividades nas áreas de Comunicação Social e Educação. Nesse sentido, o Pe. Maia espera aproveitar a experiência adquirida no terreno para aproveitar as potencialidades das novas tecnologias.“Se houver a possibilidade de começarmos projectos a 500 à hora, em vez de começarmos a 1 à hora, é óptimo”, graceja.
O responsável está consciente das várias dificuldades que se colocam à implementação de projectos tecnológicos nos países lusófonos, em situações muito difíceis, mas não desanima. “Já que estamos a formar directores de escola e professores, queremos ver se é possível incorporar na nossa formação uma vertente informática, para que possam utilizar as novas ferramentas tecnológicas”, assinala.
Assim, a FEC procura parceiros interessados nestes projectos de colaboração, tendo reunido recentemente com responsáveis da Microsoft, na mesma altura em que passava pelo nosso país Bill Gates. Os contactos, contudo, iniciaram-se já há algum tempo, com destaque para o trabalho desenvolvido durante a Cimeira Mundial da Sociedade da Informação, em Tunis, no passado mês de Novembro.
A Fundação trabalha a partir de Centros de Desenvolvimento Educativo, espaços onde a seria possível colocar uma sala dotada de equipamento informático. No futuro, a FEC tem como objectivo “dotar todas as províncias dos países lusófonos” de um projecto piloto, que mostre “aquilo que se pode fazer”, segundo o Pe. Maia.“Não nos podemos resignar a continuar a trabalhar com lápis e quadros pretos”, adianta.
Para além dos equipamentos, a intenção é oferecer “conteúdos programáticos” adaptados a cada país.A estes projectos seria associada aquilo a que a Fundação chama “Radioescola”, como forma de difusão da própria língua portuguesa.
A FEC, nascida na sequência das celebrações dos 500 anos da Evangelização das Igrejas Lusófonas, tem como missão “fomentar, potencializar e coordenar as vontades e os meios da Igreja Portuguesa no seu relacionamento e cooperação com os países lusófonos”.
Congregando bispos, religiosos, paróquias, voluntários em Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné, Moçambique e Timor, a FEC opera como ampla plataforma de dinamização e entendimento para a cooperação entre todos os países envolvidos.
:
Fonte: Ecclesia

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

ÍLHAVO: PROGRAMA VOCAÇÃO 2006

OCUPAÇÃO DOS TEMPOS
LIVRES PARA JOVENS
A ocupação de tempos livres para jovens em tempos de aulas, através de actividades que contribuam para o enriquecimento e para a formação pessoal dos participantes, funcionando em simultâneo como comple-mento académico, está aberto a jovens estudantes com idades compreendidas entre os 14 e os 25 anos, que residam ou estudem no concelho de Ílhavo.
Trata-se de um projecto que envolve diversas actividades , abrangendo áreas tão importantes como Educação, Ambiente, Desporto, Apoio à Juventude, Protecção Civil, História, Património e Animação Cultural.
Para mais informações, contactar a Câmara Municipal de Ílhavo.

DICIONÁRIO DO CINEMA PORTUGUÊS LANÇADO HOJE

Jorge Leitão Ramos recuperou 15 anos de filmes, documentários e carreiras, lançando hoje na Cinemateca Nacional, em Lisboa, o "Dicionário do Cinema Português 1989-2003"
A obra, editada pela Caminho, será apresentada por João Brites e posteriormente será projectado o filme "Vai e Vem", de João César Monteiro (1939-2003), uma das dezenas de personalidades do cinema sobre quem escreveu Leitão Ramos. Este volume, apesar de ser o segundo a chegar ao mercado, é efectivamente o terceiro da série, que começa com "Dicionário do Cinema Português 1896-1961" (em fase de redacção) e prossegue com o "Dicionário do Cinema Português 1962-1988" (lançado em 1989).
Numa nota introdutória, Leitão Ramos salvaguarda que não pretende "abarcar todo o cinema português", mas afirma que "a exaustividade foi uma meta cumprida no que se refere às longas- metragens de ficção (feitas para cinema e televisão)".
O livro inclui informação sobre muitas curtas e médias-metragens de ficção e alguns documentários, além de biografias actualizadas de actores, realizadores, produtores, directores de fotografia, compositores e argumentistas. Para Jorge Leitão, esta obra visa colmatar uma falha de informação, pois assume-se como uma "fonte" sobre a vida e obra de uma série de pessoas ligadas ao ramo.
::

BIBLIOTECA COM MUITA FREQUÊNCIA

ALUNOS MADRUGAM PARA CONSEGUIREM UM LUGAR NUMA
BIBLIOTECA DE VISEU Li no Jornal de Notícias e nem queria acreditar. Alunos de Viseu madrugam para con-seguirem um lugar disponível para estudar na Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva, em Viseu. Nem queria acreditar, porque sabia que, não há muitos anos, as Bibliotecas das Universidades e outras estavam habitualmente às moscas, quando os bares estavam cheios.
É certo que os tempos são outros, que as Bibliotecas têm agora conteúdos mais actualizados, que se modernizaram a nível do equipamento, que já são lugares apetecíveis e não espaços frios e desconfortáveis. “È cada vez mais difícil descobrir um lugar na Biblioteca, sobretudo em épocas de exames. A solução é ir muito cedo e evitar perder o lugar à hora do almoço”, diz o Pedro, da Escola Secundária Alves Martins.
Ainda bem que as Bibliotecas começam a encher-se. A cultura dos alunos vai mudar, o que será muito bom. F.M.
(Para ler mais, clique aqui)

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue