A Fundação Evangelização e Culturas (FEC), ONGD constituída pela Igreja Católica Portuguesa (Conferência Episcopal e Institutos Religiosos), quer levar o “choque tecnológico” aos países lusófonos.O presidente do conselho de administração da FEC, Pe. José Maia, explica à Agência ECCLESIA que a intenção é “qualificar pessoas para o trabalho com as novas tecnologias”.
A doação de equipamentos seria uma segunda fase do projecto de luta contra a infoexclusão.“A informação e o conhecimento são factores que contribuem para o desenvolvimento e a autonomia. Os povos lusófonos só serão verdadeiramente independentes se tiverem conhecimento”, explica.
A FEC (www.fecongd.net) é uma organização de matriz cristã, que desenvolve projectos de cooperação, com actividades nas áreas de Comunicação Social e Educação. Nesse sentido, o Pe. Maia espera aproveitar a experiência adquirida no terreno para aproveitar as potencialidades das novas tecnologias.“Se houver a possibilidade de começarmos projectos a 500 à hora, em vez de começarmos a 1 à hora, é óptimo”, graceja.
O responsável está consciente das várias dificuldades que se colocam à implementação de projectos tecnológicos nos países lusófonos, em situações muito difíceis, mas não desanima. “Já que estamos a formar directores de escola e professores, queremos ver se é possível incorporar na nossa formação uma vertente informática, para que possam utilizar as novas ferramentas tecnológicas”, assinala.
Assim, a FEC procura parceiros interessados nestes projectos de colaboração, tendo reunido recentemente com responsáveis da Microsoft, na mesma altura em que passava pelo nosso país Bill Gates. Os contactos, contudo, iniciaram-se já há algum tempo, com destaque para o trabalho desenvolvido durante a Cimeira Mundial da Sociedade da Informação, em Tunis, no passado mês de Novembro.
A Fundação trabalha a partir de Centros de Desenvolvimento Educativo, espaços onde a seria possível colocar uma sala dotada de equipamento informático. No futuro, a FEC tem como objectivo “dotar todas as províncias dos países lusófonos” de um projecto piloto, que mostre “aquilo que se pode fazer”, segundo o Pe. Maia.“Não nos podemos resignar a continuar a trabalhar com lápis e quadros pretos”, adianta.
Para além dos equipamentos, a intenção é oferecer “conteúdos programáticos” adaptados a cada país.A estes projectos seria associada aquilo a que a Fundação chama “Radioescola”, como forma de difusão da própria língua portuguesa.
A FEC, nascida na sequência das celebrações dos 500 anos da Evangelização das Igrejas Lusófonas, tem como missão “fomentar, potencializar e coordenar as vontades e os meios da Igreja Portuguesa no seu relacionamento e cooperação com os países lusófonos”.
Congregando bispos, religiosos, paróquias, voluntários em Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné, Moçambique e Timor, a FEC opera como ampla plataforma de dinamização e entendimento para a cooperação entre todos os países envolvidos.
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Fonte: Ecclesia