sábado, 24 de dezembro de 2005

NATAL: Um texto do biblista Joaquim Carreira das Neves

Posted by Picasa Madona e o Menino, de Rafael O nascimento de Jesus segundo os Evangelhos
Todos os anos, ao celebrarmos o Natal de Jesus, nos encontramos com figuras e factos que evocam a memória desse Natal de há dois mil anos. Vivemos de memórias e somos uma memória viva. Não há história sem memória nem memória sem história. Ao lermos o Evangelho de S. Mateus, nos dois primeiros capítulos, cheios de encanto e significado, passam por nós os reis magos, a estrela, o encontro dos magos com Herodes, a adoração do Menino, a fuga para o Egipto, o massacre dos inocentes, o regresso do Egipto e a vinda para Nazaré, dois anos e tal depois de se refugiarem no Egipto. Porém, ao lermos o Evangelho de S. Lucas, também nos dois primeiros capítulos, deparamos com figuras e factos completamente distintos dos de S. Mateus: o anúncio do nascimento de S. João Baptista a seu pai Zacarias, o anúncio do nascimento e Jesus a sua mãe, através do arcanjo S. Gabriel, a visita de Maria a Santa Isabel, o nascimento e circuncisão de Jesus no Templo de Jerusalém, juntamente com Simeão e Ana, o regresso da Sagrada Família a Nazaré, apenas uns quinze dias depois do nascimento, e, finalmente, o encontro de Jesus no Templo.A apresentação destas figuras e factos tem um objectivo: fazer com que o leitor perceba que as figuras e factos narrados em S. Mateus não são os mesmos que em S. Lucas. De comum, os dois evangelistas só têm a conceição virginal de Jesus e o nascimento em Belém. Não seria mais normal que ambos apresentassem as mesmas figuras e factos? Não podemos, de modo algum, estabelecer uma concordância entre os dois evangelistas, pois o concordismo bíblico é mau conselheiro. Assim sendo, temos de concluir que o evangelista S. Mateus não conhecia S. Lucas e vice versa. Por outro lado, partindo do princípio que S. Marcos foi o primeiro a escrever um Evangelho, onde não aparece o “evangelho da infância”, significa que nas primeiras comunidades cristãs o problema não era abordado. S. Paulo é o primeiro a escrever, cerca de quinze anos antes de S. Marcos, e deixa-nos apenas dois breves apontamentos sobre o nascimento de Jesus. Na carta aos Romanos 1,3 escreve que Jesus “nasceu da descendência de David segundo a carne, constituído Filho de Deus em poder, segundo o Espírito santificador pela ressurreição de entre os mortos”, e na carta aos Gálatas 4,4 escreve que “Deus enviou o seu filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, a fim de recebermos a adopção de filhos”.
(Para ler todo o texto, clique ECCLESIA)

NATAL: Um poema de Fernanda de Castro

Posted by Picasa NATAL Natal. Nasceu Jesus. O boi e a ovelha deram-lhe o seu alento, o seu calor. De palha, o berço, mas também de Amor. Desce luz, desce paz de cada telha. Nem um carvão aceso nem centelha de lume vivo. A dor era só dor, até que a mão trigueira dum pastor floriu em pão, em leite, em mel de abelha. Natal. Nasceu Jesus. Dias de festa. Até o cardo é hoje rosa, giesta, até a cinza arde, como brasa. E nós? Que vamos nós dar a Jesus? Vamos erguer tão alto a sua Cruz que não lhe pese mais que flor ou asa. In “Natais… Natais”

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Um Natal diferente



Com a chegada de Dezembro, o Zé Maria era outro. Mais alegre, mais comunicativo, mais solidário, mais delicado. Todo ele era disponibilidade para os outros, conhecidos e desconhecidos. Em casa, no trabalho, na rua, no café. E muitos estranhavam esta mudança brusca num homem humilde, sempre tão preocupado com o trabalho e com a família. Fui um deles. 
— O que é que se passa, Zé Maria? Saiu-te o Totoloto? Foste promovido na empresa? Andas tão diferente…
— Nada disso — respondeu-me, com um sorriso aberto e franco. — O Natal mexe comigo. Basta ouvir as melodias natalícias, ver os enfeites das ruas, apreciar os presépios das montras ou… simplesmente recordar-me da festa da família que a quadra nos lembra. 
O Zé Maria fazia parte do grupo sem fim dos “católicos não praticantes”. E disse-mo um dia em que conversámos, como velhos amigos da infância. Ainda lhe retorqui que isso de “católicos não praticantes” me custava aceitar. E até acrescentei que seria interessante ver um mecânico não praticante, na oficina em que ele trabalhava como especialista de motores diesel. 
Riu-se o Zé, sem acrescentar palavra. Nascido numa família católica, recebeu a educação tradicional. Doutrina na Senhora Mestra, onde aprendeu a papaguear orações, a toque de canada ao mais pequeno deslize, fez a primeira comunhão, confessava-se e comungava, enquanto jovem, pela Páscoa, casou pela Igreja. E pouco mais. 
O mundo do trabalho foi-o afastando do culto religioso. Muitas vezes me repetiu que a religião ficava à porta da oficina. Patrões, encarregados e trabalhadores, que até iam à missa ao domingo, alguns, esqueciam-se da fé, se é que a tinham, quando chegava a hora da labuta diária. Num ambiente do “salve-se quem puder”, das competições desenfreadas, da luta por cargos de chefia, facilmente se embrutecem os homens, desligando-se dos laços do Evangelho. 
No seu íntimo, no entanto, o Zé guardava algumas tradições. Na Quaresma não comia carne às sextas-feiras, na Páscoa recebia a Cruz em sua casa, no dia dos defuntos assistia a três missas. Mas o Natal, para o Zé Maria, tinha um sabor especial, que ele sentia sem saber explicar. Talvez a ternura que o Menino-Deus inspira, envolvida por cânticos que enchem a alma, o comovesse. 
— Ó Zé Maria, porque é que não descobres o porquê desta tua simpatia pelo Natal? 
— Mas como? — indaga ele, com cara de quem está um pouquinho interessado. 
— Penso que nas missas de Dezembro o nosso prior te poderá levar a compreender o sortilégio da espera e do encontro com o Menino que é luz que ilumina o mundo, de forma única, na noite de 24 para 25. 
O Zé ficou a olhar para mim. Era um homem maduro, com idade que convida a pensar bem no caminho que tem de traçar, para chegar com segurança às metas desejadas. Neste caso, metas de paz interior e de fraternidade, sonho que continuamente lhe bailava no espírito, como confessou, com uma expressão que denotava uma certeza próxima e bonita. 
Na missa de um domingo de Dezembro, quando pelo corredor central regressava ao meu lugar depois da comunhão, vi o Zé Maria. Olhei para ele e sorri. Ele sorriu também. Tempos depois, toca o telefone. Era o Zé. Não cabia em si de contente. E falou, falou sobre o Natal desse ano vivido na família e voltado para os vizinhos mais sós. 
— Foi um Natal diferente, que não pode ter fim. 
— Porquê? — questionei-o. 
— Porque descobri que tenho de o viver, com alegria, com optimismo, com esperança num mundo melhor, todos os dias da minha vida! — sublinhou o meu amigo Zé Maria. 

Fernando Martins

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

NATAL: Boas-Festas de amigos

Posted by Picasa A EQUIPA DA APA DESEJA-LHE
Paz. Solidariedade. Alegria. Prosperidade. Saúde. Camaradagem. Paz. Tranquilidade. Progresso. Alegria. Desenvolvimento. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Alegria. Progresso. Paz. Prosperidade. Esperança. Saúde. Bom 2006. Camaradagem. Paz. Solidariedade. Alegria. Sucesso. Confiança. Tranquilidade. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Feliz Ano Novo. Desenvolvimento. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Alegria. Progresso. Paz. Prosperidade. Esperança. Saúde. Alegria. Desenvolvimento. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Alegria. Progresso. Paz. Prosperidade. Esperança. Saúde. Bom 2006. Camaradagem. Paz. Solidariedade. Alegria. Sucesso. Confiança. Tranquilidade. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Alegria. Prosperidade. Saúde. Camaradagem. Paz. Tranquilidade. Progresso. Alegria. Desenvolvimento. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Alegria. Progresso. Paz. Prosperidade. Esperança. Saúde. Bom 2006. Camaradagem. Paz. Solidariedade. Alegria. Sucesso. Confiança. Tranquilidade. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Feliz Ano Novo. Desenvolvimento. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Alegria. Progresso. Paz. Prosperidade. Esperança. Saúde. Alegria. Desenvolvimento. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Alegria. Progresso. Paz. Prosperidade. Esperança. Saúde. Bom 2006. Camaradagem. Paz. Solidariedade. Alegria. Sucesso. Confiança. Tranquilidade. Saúde. Felicidade. Amor. Camaradagem. Paz. Tranquilidade. Progresso. Alegria. Desenvolvimento. Saúde. Felicidade. Amor. Paz. Solidariedade. Ternura. Alegria. Progresso. Paz. Prosperidade. Esperança. Saúde. Bom 2006. Camaradagem. Paz. Solidariedade. Alegria. Sucesso. Confiança. Bom Natal. Excelente Ano Novo.
APA - Administração do Porto de Aveiro

Natal é uma festa de luz e Paz, lembra o Papa

Posted by Picasa DIA DE ALEGRIA QUE SE EXPANDE NO UNIVERSO
Bento XVI lembrou hoje que o Natal é “uma festa de luz e paz”, um “dia de alegria que se expande no universo”, pedindo que os fiéis sejam capazes de a celebrar com “espanto interior”.
“Deus fez-se homem por nós: é esta a mensagem que todos os anos, da silenciosa gruta de Belém, se difunde até aos mais recônditos cantos da terra”, disse hoje o Papa.
“Da humilde gruta de Belém, o eterno Filho de Deus, feito pequena criança, dirige-se a cada um de nós: interpela-nos, convida-nos a renascer nele para que, com ele, possamos viver eternamente na comunhão da Santíssima Trindade”, acrescentou.
Lembrando que o Natal está próximo, o Papa sublinhou que Deus não tem outra "arma" que não a da "bondade", pelo que se revelou como uma criança que nasce num estabulo."Queremos, nestes dias natalícios, ir ao seu encontro, cheios de confiança, como os pastores, como os sábios do Oriente", apontou.
Votos natalícios de Bento XVI
Bento XVI elegeu uma exortação de Santo Agostinho para os votos deste Natal, o primeiro do seu pontificado.
Pelo seu próprio punho, o Papa escreve em latim:
Expergiscere, homo: quia pro te Deus factus est homo (Desperta, homem: porque, por ti, Deus se fez homem).
A citação escolhida pelo Papa corresponde ao Sermão 185 (In Natali Domini) do Bispo de Hipona, “um convite de Santo Agostinho a acolher o sentido autêntico do Natal de Cristo”, como explicou hoje o Papa ao receber os membros da Cúria Romana.
A imagem eleita para o cartão de Natal do Papa é a "Adoração dos Magos", de autor desconhecido do século XVI, uma pintura que se encontra na capela de São Lorenzo, no Vaticano.
Fonte: Ecclesia

NATAL: Um poema de Pedro Homem de Melo

  
Tanzânia: presépio 


NOITE DE NATAL


Como esse mar onde mal chega o rio, 
Como esse poço onde mal sopra o vento, 
Aqui me tens, negando o lume e o frio, 
E cego e surdo ao próprio pensamento. 

Como esse mar onde mal chega o rio, 
Como esse poço onde mal sopra o vento. 

Não haveria quem sonhe à minha beira 
E, ao menos, longe em longe me sorria? 

Às vezes cuido que na terra inteira, 
Já ninguém sente regressar o dia. 

Não haverá quem sonhe à minha beira 
E, ao menos, longe em longe me sorria? 

Areia. Pó. Um charco e uma parede, 
Tudo confundo: a sombra, o medo, a luz. 

Nem lágrimas. Porquê? Morro de sede. 
É esta a noite,
 – E vai nascer Jesus. 

In “Natal… Natais”

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

FRUSTRAÇÃO
Os debates televisivos com candidatos presidenciais parecem ter desiludido muita gente. Teriam talvez preferido confrontos violentos, com constantes interrupções impedindo completar uma única frase, muito menos formular uma ideia. Ora estes debates, no formato americano, evitaram essa confusão e tiveram notáveis níveis de audiência. Decerto, eles não trouxeram novidades - mas como as poderiam trazer? E os intelectuais ficaram frustrados com o conteúdo do que foi dito. O provincianismo nacional acha que, "lá fora", as discussões políticas são de elevada craveira cultural e política.
Culminando três meses de campanha pela negativa, provocando permanentemente Cavaco Silva, no último debate, M. Soares atacou não só o adversário, como até a comunicação social. E fê-lo de modo tão crispado, com críticas pessoais ("ele" não lê livros, não sabe história, não tem conversa, etc.) e insinuações deselegantes (os líderes europeus telefonavam-lhe a dizer mal de Cavaco), que o feitiço poderá ter-se virado contra o feiticeiro, afectando a imagem pública de Soares.
É certo que Soares nunca teve grandes escrúpulos em batalhas eleitorais. Em 1980 referiu a situação familiar de Sá Carneiro. Há vinte anos a sua campanha presidencial pintou Freitas da Amaral, na segunda volta, como um tenebroso fascista. No debate de terça-feira Soares não foi tão longe, mas usou um tom desagradável que lhe pode custar alguns votos, sem ter prejudicado Cavaco.
Os críticos dos debates esquecem o objectivo essencial de cada candidato na TV ganhar votos ou, pelo menos (sobretudo no caso de Cavaco Silva), não os perder. O resto era secundário.
Os adversários de Cavaco apostavam nos debates para se chegarem a ele nas sondagens. Ora isso até agora não aconteceu, o que explica boa parte da frustração.

Um artigo de Luciano do Amaral, no DN

O MISTÉRIO
Celebram-se a 25 de Dezembro (dentro de três dias) 2005 anos sobre o nascimento de um judeu da Palestina que, na verdade, não se sabe se nasceu a 25 de Dezembro ou sequer há 2005 anos. Efectivamente, pensa-se que Jesus Cristo tenha nascido entre sete e quatro anos antes da era que ostenta o seu nome, num mês indeterminado. Também não se sabe com exactidão quando foi crucificado, embora se aponte para o período entre os anos 29 e 33 (o que significa, como curiosidade, que a famosa "idade de Cristo" não serão os célebres 33 anos, mas algo mais próximo dos 40). O facto de ter sido vastamente ignorado no seu tempo de pregador não impediu Jesus Cristo de se tornar numa das mais importantes personalidades de todos os tempos. Não que Jesus se tenha afirmado fundador de um movimento religioso diferente do judaísmo. Mas a sua vida inspirou o maior movimento religioso da história da humanidade, aquele que ainda hoje mais fiéis congrega no mundo.
Jesus Cristo nem sequer se chamou Jesus Cristo, apenas Jesus. "Cristo" foi o título que os seus seguidores lhe apuseram e que é o equivalente grego da palavra hebraica "messias" (o "ungido", ou "ungido de Deus"). A associação histórica dos dois nomes resume, em larga medida, o problema do cristianismo. Jesus nunca se afirmou inequivocamente como "messias" ou "Cristo". Antes da morte e ressurreição, foi um pregador judaico apocalíptico, como tantos outros que existiam na Palestina. Coube aos seus seguidores, depois da ressurreição, começarem a designá-lo assim, bem como "Filho de Deus".
(Para ler o artigo todo, clique aqui)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

Um artigo de D. António Marcelino

Valor educativo indispensável da história
Desprezar a história, além de uma triste manifestação de incultura, é voltar, de modo claro, à barbárie. Os bárbaros de outros séculos, que os há em todos os séculos, fizeram isso mesmo: destruíram monumentos, incendiaram bibliotecas, perseguiram pessoas de saber e com saber, deixaram a humanidade mais pobre, apagaram as referências e iludiram os apelos de reconhecimento e de criatividade.
Em tempos passados, e mesmo ainda em tempos recentes, porque um século ou dois pouco significam, quando se queria perpetuar a memória de uma pessoa à qual a sociedade ficara devedora, erigia-se-lhe uma estátua em lugar público e bem visível. Outras vezes, foram acontecimentos que valia a pena perpetuar. Nada melhor que um monumento artístico comemorativo, que expressasse gratidão, proporcionasse visitas de estudo, evocação histórica, enriquecimento educativo. Eram marcos de valor cultural e moral que serviriam de apelo às gerações vindouras, livros abertos de grande saber, ao alcance de todos.
Neste tempo vimos destruídos alguns destes monumentos.Há hoje uma atitude positiva que é preciso aplaudir e se traduz nas visitas frequentes de alguns professores/educadores com os seus alunos, às vezes ainda pequeninos, a encher salas de museus e de outras riquezas do nosso património histórico e artístico. Aí se ouvem explicações, se fazem descobertas, confrontando o que dizem as páginas frias dos livros de estudo, enriquecidos agora pelo que se vê e se aprende a admirar.
Não há história que não tenha projecção no tempo, presente e futuro. Sempre na história está a raiz do projecto, para quem sabe ver, perceber e consciencializar.Vale a pena recordar, da famosa e tão falada obra de Cervantes, D. Quixote, em comemorações jubilares, esta sentença de profunda dimensão cultural: “ A História é rival do tempo, depósito de acções, testemunha do passado, exemplo e aviso no presente, advertência para o futuro.”
Com frequência, ao entrevistarem-se pessoas de responsabilidade social, pelo que são e pelo que têm de decidir, sobre o que estão lendo, se ouve falar de livros de história e de biografias de gente que marcou o tempo. Essas as suas leituras do dia-a-dia.
As pessoas incultas, prisioneiras de um transitório inconsistente, e que não são, nem de longe, os iletrados, muitas vezes, por ignorância e preconceito, desfiguram a história e destroem os valores que ela comporta, como património cultural de e para toda a humanidade. O preconceito é, pelo seu reducionismo, uma manifestação de pobreza cultural.
Ninguém pode pensar que com uma peneira se tapa o sol. As pessoas livres abrem-se, avidamente, à luz revigorante da realidade e da verdade, venha ela de onde vier, porque sabem que, pela luz recebida, se pode ser, também, luz repartida.
O Natal é a História entretecida pelo divino e o humano, tornada visível no rosto luminoso de uma Criança adorável, que deu sentido definitivo ao tempo, porque marcou o ponto mais alto da história humana. O salto do Céu à Terra é a grande maravilha que, em cada Natal, a história guarda e a fé professa e perpetua.
De Belém ao Calvário, é a história confirmada de uma Pessoa com projecto, permanente e eterno, que a Páscoa traduz por dádiva de vida abundante, ao alcance de todos. O cristão será sempre um cultor da História. Nela está a sua razão de ser e de existir, nela o seu valor, presente e futuro, que lhe permite poder dar também a tudo, o seu valor próprio.
A história não é nostalgia nem saudosismo, mas ponto de apoio indispensável, e, por isso, tem sempre grande valor educativo. Ela é e será para todos, a grande “mestra da vida”.

NATAL: Boas-Festas de amigos

Posted by Picasa Que este Natal e que o novo ano sejam muito luminosos... (como este pequeno presente feito de palavras):
«Da árvore nascia um brilho maravilhoso que pousava sobre todas as coisas. Era como se o brilho de uma estrela se tivesse aproximado da Terra. Era o Natal. E por isso uma árvore se cobria de luzes e os seus ramos se carregavam de extraordinários frutos em memória da alegria que, numa noite muito antiga, se tinha espalhado na Terra.E no presépio as figuras de barro, o Menino, a Virgem, São José, a vaca e o burro, pareciam continuar uma doce conversa que jamais tinha sido interrompida.»
Sophia de M. B. Andresen, A Noite de Natal. Um abraço fraterno, Sara Reis da Silva.

NATAL: Boas-Festas de amigos

Posted by Picasa DEUS CONNOSCO
Meu Caro Amigo: Quando estamos prestes a celebrar o nascimento do Verbo que se fez Homem, em que somos convidados a reviver este novo aniversário do “Deus connosco”, num sentimento de esperança e alegria renovada, desejo expressar-lhe o meu reconhecimento fraterno pelo que tem feito, ao longo destes largos meses, através do blogue “Pela Positiva”, que, em boa hora, criou. Fazer um balanço do que foram estes meses do blogue, perspectivar e traçar novas etapas e objectivos para este, são, entre outros elementos, preocupações e desafios que, estou certo, o meu Amigo tem sempre presente. Neste momento, desejo que este reencontro com o Deus-Menino seja sinal de exultação da Sua Mensagem e um convite para a festa. “Alegrai-vos sempre no Senhor! Que a vossa mansidão seja conhecida de todos os homens. O Senhor está próximo!” ( Filipenses 4,5). Vítor Amorim

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

FILME SOBRE JOÃO PAULO II NA RTP1

Posted by Picasa Filme sobre João Paulo II em estreia na televisão portuguesa
A RTP1 vai mostrar pela primeira vez em Portugal o filme “João Paulo II”, uma co-produção das italianas Lux Vide e RAI Fiction e da norte-americana CBS. A obra, que retrata a vida de Karol Wojtyla, desde a infância até aos seus últimos dias de vida, será emitido em dois episódios, nos próximos dias 22 e 23 de Dezembro, pelas 22h30. Muitos pormenores sobre a vida do Papa Wojtyla foram revelados com a colaboração do director da sala de imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, e do secretário pessoal de João Paulo II, Arcebispo Stanislaw Dziwisz.“João Paulo II” foi filmado em 12 semanas, utilizando 4 mil fatos e gastando milhões de Euros em efeitos especiais – com a reconstituição da Capela Sixtina, do apartamento do Papa e de 4 “papamóveis”. No elenco, além de John Voigt e Cary Elwes (que representam o papel do Papa), contam-se Ben Gazzarra, Christopher Lee, Vittoria Belvedere, Daniele Pecci, Valeria Cavalli, Gabriele Ferzetti, Flavio Bucci e Giuliano Gemma.
Fonte: Ecclesia

NATAL: Uma festa diferente

Posted by Picasa Natal em Aveiro UM SANTO NATAL PARA TODOS
Não há dúvida de que o Natal vem emoldurado num ambiente de festa. Os cristãos de todas as denominações como que competem entre si para celebrarem a chegada do MENINO-DEUS, que nasceu para oferecer a todos os homens e mulheres de boa vontade a verdadeira paz e uma alegria genuína. Por aqui e por ali as ruas são ornamentadas e há música no ar. As melodias natalícias, qual delas a mais bonita, enchem a alma de quem as ouve. As pessoas, por força disso, certamente, sorriem mais e até se tornam mais delicadas e muito mais generosas. E há o corre-corre de todos à procura das prendas, por mais simples que sejam, para na noite de consoada ofertarem aos familiares e amigos. O Santo Padre, no entanto, já alertou para o perigo de o Natal se ficar muitas vezes pelo consumismo. Outros também não se cansam de dizer o mesmo. Mas todos reconhecem, decerto, que as prendas podem ser um expressivo sinal de amor e de amizade, ou um gesto de reconciliação e de paz. Eu sei que o consumo, quando levado ao extremo, não deixa de ser um perigo, criando problemas de variadíssima ordem. Quantas vezes se compra pelo prazer de comprar, quantas vezes enchemos os sacos de futilidades que a publicidade nos impinge, quantas vezes gastamos o que podemos e o que não podemos para nos darmos ares de ricos ou para irmos atrás de modas, quantas vezes deixamos de ser solidários porque esgotámos a carteira em banalidades… Pois é verdade. Então, vamos comprar as prendas para os nossos familiares e amigos, mas façamo-lo com parcimónia, para também podermos olhar para os que nada têm para oferecer e nada recebem seja de quem for. Um SANTO NATAL para todos. Fernando Martins

IPSS's preocupadas com as negociações para 2006

PREOCUPAÇÕES SOBRE A SUSTENTABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES
Fátima recebeu no passado sábado a Reunião Geral de Instituições, que teve como tema central a avaliação do Protocolo de Cooperação com a Segurança Social para o ano de 2005 e a preparação desse mesmo protocolo para 2006.
Em cima da mesa estiveram questões relacionadas com os custos técnicos das respostas sociais e as várias formas de apoio técnico e financeiro da Segurança Social (comparticipações e novas formas de financiamento). 272 instituições compareceram ao encontro para conhecer e partilhar os seus problemas.
Os protocolos de cooperação para 2005 englobavam um valor de 950 milhões de Euros, incluindo também valores em dívida de anos anteriores, num processo “difícil de concretizar”. O Presidente da CNIS, Pe. Francisco Crespo, lamenta à Agência ECCLESIA que este acordo tenha vindo a “mutilar o que estava iniciado em 2004 sobre a questão da diferenciação positiva”.
Sobre este aspecto previa-se que essa diferenciação fosse objecto de avaliação conjunta até final deste ano, da qual dependia a aplicação do princípio. Até ao momento, contudo, essa avaliação ainda não foi feita e nenhuma nova forma de diferenciação positiva foi introduzida.“É preciso apostar na qualidade dos serviços, mas não podemos exigir que as instituições sejam qualificadas, de um momento para o outro”, aponta o Pe. Crespo.
Para o próximo ano prevêem-se, portanto, negociações complicadas, sobretudo no que diz respeito ao problema dos ATL’s e o alargamento do horário escolar, surgido após vários encontros do Ministério da Educação e do Ministério do trabalho e da Solidariedade Social. “O nosso trabalho tem um âmbito mais alargado, de apoio à família e integração no meio, com horários muito mais alargados”, defende o presidente da CNIS, que espera o desenvolvimento do diálogo com a ministra da Educação.“Não sabemos se querem substituir o nosso trabalho, substituir o que estamos a fazer ou se vão aumentar a qualidade do acompanhamento das crianças na escola. Sabemos que as famílias optarão pelo local onde não tiverem de pagar e corre-se o risco de ficarmos sem esta valência”, alerta o Pe. Francisco Crespo.
Outro problema em discussão foi o dos cuidados continuados de saúde para os idosos e pessoas dependentes. O presidente da CNIS lembra que "há muitas instituições à espera de apoio", pelo que não se percebe que o Estado não promova novos acordos nesse sentido."Todos estão muito preocupados com a sustentabilidade das próprias instituições, até porque as famílias têm cada vez mais problemas e há cada vez mais idosos, que permanecem nos lares cada vez mais anos. Perante esta situação, vemos que há menos respostas", conclui.
Fonte: ECCLESIA

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

PAZ
Já foi divulgada a primeira mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz (1 de Janeiro). Quem esperava um documento conservador, retórico e defensivo terá tido alguma surpresa. Bento XVI acentua a linha, que vem sobretudo de Paulo VI (mas João Paulo II continuou), de dar força às organizações internacionais, às quais manifesta "gratidão". Confirma a confiança da Igreja Católica na ONU, desejando-lhe uma reestruturação que a torne eficaz nesta era de globalização. E apela ao respeito pelo direito internacional humanitário, mesmo em situações de guerra, incluindo o combate ao terrorismo. Ora não é isso que está a acontecer em relação aos suspeitos de terrorismo capturados por forças dos EUA.
Esta mensagem condena as armas nucleares como meio de garantir a segurança dos países que as possuem. Bento XVI considera preocupante a actual subida dos gastos militares e do "comércio sempre próspero das armas", bem como o contínuo investimento na produção de armas e na pesquisa para criar novas. E propõe que sejam relançados os esforços de desarmamento.
Bento XVI aponta o niilismo e o fanatismo religioso ("hoje frequentemente denominado fundamentalismo") como inspiradores do terrorismo. E adianta "niilismo e fundamentalismo relacionam-se de forma errada com a verdade: os niilistas negam a existência de qualquer verdade, os fundamentalistas avançam a pretensão de poder impô-la com a força". Têm em comum o desprezo pelo homem e pela vida.
As palavras do Papa dirigem-se a todos e não apenas a um ou outro país. Mas é impossível não notar que elas vão contra os sentimentos manifestados por grande parte da chamada "direita cristã" norte- -americana. E divergem de muitas posições tomadas pela Administração Bush, que se apoia nessa direita. Será o Papa ouvido em Washington?

LEGALIZAR A PROSTITUIÇÃO?

É URGENTE COMBATER AS CAUSAS E AS CONSEQUÊNCIAS DA PROSTITUIÇÃO
Fala-se por aí em legalizar a prostituição. Confesso que tenho muitas dificuldades em aceitar essa legalização. Como outras. Legalizar uma actividade como essa, que existe como sempre existiu, repugna-me imenso. Isto porque se trata de aceitar, com toda a naturalidade, uma actividade desumana e ofensiva da dignidade da mulher, mas também do homem. Antes, todos devíamos lutar para que as mulheres tivessem trabalho e condições para não caírem nessa forma horrível de escravatura.
A presidente de O NINHO (instituição que há 33 anos combate a prostituição), Inês Fontinha, disse no PÚBLICO de domingo que a tentativa de legalizar a prostituição "é completamente errada", mesmo quando baseada na "ideia da saúde pública". E acrescenta: "Sei que não quero esse projecto de vida para a minha filha, porque o hei-de querer para as filhas dos outros?"
Ao defender um debate sério, denuncia que a legalização apenas beneficiaria o "proxenetismo organizado", enquanto lembra que não há necessidade de um enquadramento jurídico para a prostituição, mas sim de medidas de prevenção e de reinserção social que combatam "as causas e as consequências" desta forma de escravatura.
Tem razão. Mas será que os políticos que fazem as leis têm sensibilidade para isso?
F.M.

Pai Natal adere à blogosfera

Cartas ao Pai Natal disponíveis na web e nas montras das lojas de Coimbra Cansado de abrir cartas, exasperado com os extravios e alguns atrasos, o Pai Natal aderiu à blogosfera. Centenas de crianças de vários pontos do país responderam à chamada do simpático velhinho. Para que todo o processo de entrega das prendas decorra com transparência, respeitando as normas comunitárias (com enfoque especial para a Directiva 307/2005/EU NATAL), os pedidos encontram-se disponíveis na web, no endereço http://painatal2005.blogspot.com/ Cartas e desenhos digitalizados na web, com os originais expostos nas montras de dezenas de estabelecimentos comerciais da cidade de Coimbra.
:: Esta é uma iniciativa dos alunos da Licenciatura em Ciências da Informação ministrada pelo Instituto Superior Miguel Torga, de Coimbra (www.ismt.pt). Os jovens estudantes deslocaram-se a várias escolas de Coimbra e de outras localidades do país (escolas da área da sua residência), lançando um repto aos mais petizes: escrevam uma cartinha ao Pai Natal. Não podendo garantir a entrega dos presentes, prometeram, pelo menos, mostrar as missivas ao mundo. Como seria de esperar, a iniciativa foi muito bem acolhida pelas crianças, professores e pais. Crianças houve que, mesmo não sabendo escrever, fizeram questão de participar com desenhos. O mesmo aconteceu com alguns meninos deficientes.
(Para saber mais, clique aqui)

NATAL: Um poema de Jaime Cortesão

Posted by Picasa Museu Nacional de Arte Antiga. Presépio de Gregório Lopes (1490-1550) ORAÇÃO DO DEUS-MENINO Era noite; e por encanto Eu nasci, raiou o Dia. Sentiu meu pai que era Santo, Minha mãe, Virgem-Maria As palhinhas de Belém Me serviram de mantéu; Mas minha mãe, por ser Mãe, É a Rainha do Céu. Nem há graça embaladora, Como a de mãe, quando cria; É como Nossa Senhora, Mãe de Deus, Ave-Maria! Está no Céu o menino, Quando sua mãe o embala. Ouve-se o coro divino Dos anjos, a acompanhá-la. Como num altar de ermida, Ando no teu coração; Para ti sou mais que a vida E trago o mundo na mão. Não sei de pais, em verdade, Mais pobrezinhos que os meus; Mas o amor dá divindade, E eu sou o filho de Deus!

Que democracia temos?

HÁ JÁ QUEM PROPONHA UM OUTRO PROCESSO PARA ESCOLHER O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Afinal, que democracia temos? A pergunta é pertinente, ou não houvesse, da parte dos órgãos estatais que têm por missão regulamentar os processos eleitorais, alguma displicência, face a certos candidatos à Presidência da República. Diz a lei portuguesa sobre a matéria que os candidatos a Presidente da República são independentes dos Partidos políticos e que todos, à partida, devem ter o mesmo tratamento, o que é inteiramente compreensível. Para que o processo eleitoral decorra com perfeita transparência, os vários candidatos à cadeira presidencial deviam merecer, obrigatoriamente, em especial nos média do Estado, o mesmo respeito, o que não está a acontecer. Quem está atento ao processo eleitoral em curso, já se habituou à ideia de que os candidatos são Cavaco Silva, Francisco Louça, Jerónimo de Sousa, Manuel Alegre e Mário Soares, quando, na verdade, há outros, continuamente ignorados pela comunicação social. É admissível (será?) que os média privados possam manifestar as suas preferência pelos candidatos que quiserem, mas já o mesmo não se pode dizer dos média que são pagos por todos os portugueses. Estes tinham a obrigação de ouvir e mostrar todos os candidatos, fossem ou não apoiados pelos Partidos políticos mais representativos do hemiciclo parlamentar. É sabido que a democracia não se esgota no leque partidário e as candidaturas à Presidência da República pretendem provar isso mesmo, com o objectivo de levar ao mais alto cargo do Estado uma personalidade que possa apresentar-se como Presidente de todos os portugueses. Infelizmente, não é assim, porque os Partidos políticos, na sua sanha de lutar pelo poder, a qualquer preço, não conseguem ficar alheios ao processo eleitoral presidencial, empenhando-se, com o envolvimento das suas estruturas, no apoio aos “seus” candidatos. É pena que isto aconteça e seria interessante que de futuro os Partidos (fundamentais numa democracia, é certo) deixassem o povo escolher em paz os seus candidatos, do universo português, tão cheio de personalidades independentes e capazes de desempenhar o mais alto cargo da Nação com total competência e muita dignidade. Creio, no entanto, que a nossa democracia tem ainda muito que crescer. Com tudo o que temos visto e ouvido, nem sempre com a dignidade que seria de esperar, já há vozes que se levantam contra esta forma de escolher o Presidente da República e não falta quem proponha um outro processo que acabe com algumas guerrinhas que se desenvolvem durante as campanhas eleitorais. Fernando Martins

Celebrar o Tempo entre culturas

Paulinas editam calendário inter-religioso
Sabia que no dia 1 de Janeiro, data em que a Igreja Católica celebra Santa Maria, Mãe de Deus, o cristãos Ortodoxos celebram a Circuncisão de Cristo? E que enquanto os cristãos Católicos e Anglicanos celebram a Epifania a 8 de Janeiro, nesse mesmo dia começa para o Islamismo a peregrinação a Meca (Dhul-Hijjah), e que para isso os peregrinos cortam o cabelo e usam túnicas brancas de forma a atenuar ao máximo as diferenças entre si? «Celebração do Tempo» é o novo calendário inter-confessional e inter-religioso editado pelas Irmãs Paulinas e pelo Secretariado Entreculturas, ligado ao Ministério da Educação, para o ano 2006.
Produzido por esta Editora católica desde há três anos, este calendário reúne informação relativa aos calendários por que se regem o Hinduísmo, o Judaísmo, o Budismo, o Cristianismo, e o Islamismo.Numa sociedade onde somos, cada vez mais, confrontados com outras culturas religiosas e outras formas de prestar culto divino, este calendário “tornou-se uma necessidade do quotidiano”, afirma o Pe. Peter Stilwell, Director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, na Apresentação que escreve de «Celebração do Tempo».
Torna-se importante “compreender o ritmo celebrativo dessas comunidades que reconhecemos já de vista, pela diversidade das suas vestes e o colorido das suas festas”, continua.De formato comprido e com uma agradável apresentação gráfica, o calendário «Celebração do Tempo» traz, para o ano 2006, como novidade a “referência à evocação dos Doutores da Igreja e dos santos portugueses no calendário litúrgico da Igreja Católica, as duas grandes festividades marianas de Lurdes e de Fátima – explica e o Pe. Peter Stilwell, também supervisor editorial desta publicação – e a escolha de fotografias para encimar cada mês obedecem aos temas da Missionação e da Diáspora”, escreve.
O azul de mar, uma antiga caravela e a imagem de São Francisco Xavier, na capa do calendário, remetem-nos desde logo para esse mesmo tema da Missão e da Diáspora. “Os primeiros gestos de Bento XVI – salienta ainda o Pe. Peter na Apresentação – mostraram como o Papa está atento à relação com as outras Igrejas e confissões cristãs e ao diálogo com as demais tradições religiosas”. Este é um gesto concreto desse diálogo.
Fonte: Ecclesia

domingo, 18 de dezembro de 2005

COMENTÁRIOS

Há tempos, vi-me obrigado a bloquear os comentários, tantos eram os que vinham carregados de publicidade, sem qualquer interesse.
Retomo agora a recepção dos comentários, na esperança de que os meus leitores participem. É que na partilha de opiniões todos lucramos.
F.M.

NATAL: Um conto de Eça de Queiroz

Posted by Picasa Notre Dame: presépio
O SUAVE MILAGRE
Nesse tempo, Jesus ainda se não afastara da Galiléia e das doces, luminosas margens do Lago de Tiberíade: - mas a nova dos seus milagres penetrara já até Enganim, cidade rica, de muralhas fortes, entre olivais e vinhedos, no país de Issacar.
Uma tarde, um homem de olhos ardentes e deslumbrados passou no fresco vale, e anunciou que um novo Profeta, um Rabi formoso, percorria os campos e aldeias da Galiléia, predizendo a chegada do reino de Deus, curando todos os males humanos. E enquanto descansava, sentado à beira da Fonte dos Vergéis, contou ainda que esse Rabi, na estrada de Magdala, sarara da lepra o servo de um decurião romano, só com estender sobre ele a sombra das suas mãos; e que noutra manhã, atravessando numa barca para a terra dos Gerassênios, onde começava a colheita de bálsamos, ressuscitara a filha de Jairo, homem considerável e douto que comentava sobre livros na sinagoga. E como em redor , assombrados, seareiros, pastores, e as mulheres trigueiras com a bilha no ombro, lhe perguntassem se esse era, em verdade, o messias da Judéia, e se diante dele refulgia a espada de fogo, e se o ladeavam, caminhando como as sombras de duas torres, as sombras de Gogue e de Magogue.
O homem, sem mesmo beber daquela água tão fria de que bebera Josué, apanhou o cajado, sacudiu os cabelos, e meteu pensativamente por sobre o Aqueduto, logo sumido na espessura das amendoeiras em flor. Mas uma esperança, deliciosa como o orvalho nos meses em que canta a cigarra, refrescou as almas simples; logo, por toda a campina que verdeja até Áscalon, o arado pareceu mais brando de enterrar, mais leve de mover a pedra do lagar; as crianças, colhendo ramos de anêmonas, espreitavam pelos caminhos se além da esquina do muro, ou de sob o sicômoro, não surgiria uma claridade; e nos bancos de pedra, às portas da cidade, os velhos, correndo os dedos pelos fios das barbas, já não desenrolavam, com tão sapiente certeza, os ditames antigos.
Ora, então, vivia em Enganim um velho, por nome Obede, de uma família pontificial de Samaria, que sacrificara nas aras do Monte Ebal, senhor de fartos rebanhos e de fartas vinhas - e com o coração tão cheio de orgulho como o seu celeiro de trigo. Mas um vento árido e abrasado, esse vento de desolação que ao mando do Senhor sopra das torvas terras de Assur, matara as reses mais gordas das suas manadas, e pelas encostas, onde as suas vinhas se enroscavam ao olmo, e se estiravam na latada airosa, só deixara, em torno dos olmos, e pilares despidos, sarmentos, cepas mirradas, e a parra roída de crespa ferrugem. E Obede, agachado à soleira da sua porta, com a ponta do manto sobre a face, palpava a poeira, lamentava a velhice, ruminava queixumes contra o Deus cruel.
Eça de Queirz
(Para ler todo o conto clique aqui)

Um artigo de Alexandre Cruz

Globalização
com Direitos Humanos? 1. Dezembro é mês de efemérides especiais, das quais se destaca o dia 10 de Dezembro, Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um documento precioso de ideais a serem atingidos por todos os povos, um elo de coordenadas comuns dignificantes da vida e da construção social. Depois da II Guerra Mundial, diante de um impossível que foi real, as atrocidades clamorosas contra a dignidade humana espelhadas até ao limite do extermínio racial em campos de concentração, eis que por escrito, da Assembleia Geral das Nações Unidas de 10 de Dezembro de 1948, brotava um impulso de esperança, 30 Artigos da Declaração que contemplam múltiplas áreas da vida pessoal, familiar e social. Lembrar e revitalizar o espírito dos DIREITOS HUMANOS, como muitas instâncias, quer do ensino ao mundo associativo e humanitário fazem, significa colocar no mapa essencial das nossas preocupações o próprio mundo. Hoje, para todos, cidadãos do mundo global, preocupam, necessariamente, todas as notícias que chegam até nós que contêm atentados contra a proclamada dignidade humana. Quer do mundo oriental, na cruel e fugidia gigante comercial China, onde além da perseguição tudo é negócio para o Ocidente (da escravatura até aos órgãos dos mortos nas prisões chinesas), ao mundo ocidental, onde os recentes casos de pena de morte aplicada nos EUA espelham bem o quanto estamos longe de uma maturidade humana desejada. 2. Embora todo o sentido de esperança persistente, de representações e embaixadas e acordos entre as nações, de um século XX passado com o melhor (de evolução e noção do ideal) e o pior (de guerras e atrocidades desumanas), diante da aceleração da própria história e do encontro inevitável cada vez mais forte com formas diferentes de pensar, sentir, viver,… parecerá que a “incerteza” quanto ao futuro será hoje a grande palavra de ordem. Chamam-lhe tempo do crepúsculo, fim de uma era e princípio de outra; para uns pós-modernidade, outros era global, da comunicação, ou mesmo já inter-planetária…o certo é que cada vez mais é importante descer à terra, à nossa terra, pois não nos faltam missões e este será o tempo e o espaço da nossa vida e realização possíveis, que aproximem a realidade do sonho universal, os Direitos Humanos assumidos por todos. Mas como aproximar das crianças do Afeganistão ou Iraque a proclamação das Nações Unidas que nos diria ser possível “já” um futuro diferente? Como, acima de tantos maus hábitos culturais a compreender mas a mudar drasticamente (por exemplo em notícia de há dias, o hábito terrível de na Guiné procederem à mutilação genital às meninas, facto que leva muitas delas à própria morte), como mudar as mentalidades? Em termos universais, além de estarmos na Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2015), estamos também em plena Década para a Alfabetização (2003-2012); e, sem dúvida, nesta área educativa reside toda a esperança possível. Os Direitos Humanos (direitos e deveres) que querem ser levados a todas as pessoas das cidades, vilas e aldeias, só chegarão mesmo pela própria instrução, em regimes que assim se vão abrindo à liberdade e democracia. E se nos países ditos em desenvolvimento seria importante sentar na sala de aulas todos a aprender (para viver) os 30 artigos da Declaração, no chamado mundo ocidental que somos talvez fosse oportuno a liberdade obrigatória de estudar a sério a Declaração e todas as instâncias da ONU com suas coordenadas e Cartas de Princípios, nem que fosse, como vozes pertinentes sugerem, na existência de cadeiras de Ética Pessoal e Social, Cidadania, não facultativa (pois todo o ser humano é chamado a ser cidadão!), para gerar no próprio processo educativo mais o sentido do Outro, das noções do dever e promovendo o crescimento de vidas com sensibilidade… Ajudar os futuros pais de família, políticos, empresários, trabalhadores, a tomar mais consciência dos valores, sentido de Vida, direitos e deveres, algo que nunca foi nem será um acto mecânico, exige percepção justa, educada, da própria liberdade. Um caminho de “dúvida” no sentir da inquietação do como perceber neste mundo que “todo o ser humano tem direito à vida” (artigo III) e que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”(artigo I)? 3. A globalização aí está, no seu crescer de consciência de aldeia mundial mas que não se pode desfocar do sentido de humanidade, deitando-se a perder unicamente em estratégias economicistas indignificantes onde vale tudo. Não está fácil o proporcionar um crescimento justo, equilibrado, gerador de “espírito de fraternidade”, antes pelo contrário. A 9 de Dezembro, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentou relatório. A par da desigualdade crescente que conhecemos, claramente, com números, se prova que o crescimento económico mundial não está a gerar emprego, capaz de contribuir para a redução da pobreza. Mesmo na Ásia da expansão económica, apesar de algumas melhoras de condição de vida o panorama é desesperante. Dizendo-se que “todo o ser humano tem direito ao trabalho” (artigo XXIII), e promovendo as noções de responsabilidade de todos os actores em jogo, o certo é que, como observamos na própria União Europeia (na dificuldade de Orçamento da UE), há qualquer coisa de especial que falta para tornar possível um sentido de rumo e de esperança. Há dificuldades? Então e como estávamos há longas décadas, no tempo do Pais da Europa?! Irão os efeitos perversos da globalização cegando o sentido do horizonte? Assim não seja...para que seja Natal!
Alexandre Cruz

sábado, 17 de dezembro de 2005

NATAL: Árvore natalícia no Vaticano

Posted by Picasa Árvore de Natal gigante inaugurada no Vaticano
Vai ser inaugurada esta tarde a árvore de Natal que ornamentará a Praça de São Pedro durante o tempo do Natal. O abeto de quase 30 metros de altura e 7 toneladas de peso, proveniente de Eferding, na Alta Áustria, foi hoje oficialmente entregue ao Papa, no Vaticano.
Bento XVI lembrou que “este majestoso abeto permanecerá junto do Presépio, até ao fim das festividades natalícias, e será admirado por numerosos peregrinos que, de todas as partes do mundo, vêm ao Vaticano”. Outras árvores mais pequenas irão adornar o Palácio Apostólico e vários locais do Vaticano.
Aproveitando o facto de a árvore da Praça de São Pedro se iluminar hoje pela primeira vez, o Papa aludiu ao significado espiritual do Natal, referindo que, “com a sua presença luminosa, Cristo dissipou as trevas do erro e do pecado, trazendo à humanidade a alegria da fulgurante luz divina, da qual a árvore de Natal é um sinal e uma recordação”.“Acreditar em Cristo significa deixar-se envolver pela luz da sua verdade que dá pleno significado, valor e sentido à nossa existência”, acrescentou.
Perante os peregrinos austríacos, Bento XVI referiu-se ainda às “nobres tradições cristãs que fecundaram, com os seus valores espirituais, a cultura, a literatura e a arte do vosso país e de toda a Europa”.
Fonte: Ecclesia

NATAL: Um poema de Francisco Joaquim Bingre


Presépio de um "site" brasileiro


  EM DIA DE NATAL DE 1845 

Ó Dia mais feliz, mais Santo Dia, 
Que em todo o Orbe Cristão 
venera a Igreja! 
Que dá glória ao Céu,
que a Paz adeja 
Sobre as trevas da Terra, 
que alumia! 
Tu nasceste da aurora de Maria, 
Que ao tisnado Satã enche de inveja. 

Luz que na gruta de Belém lampeja, 
Que nos mostra, da Glória, 
aberta a via. 
Precursora de ti 
foi a flamante Estrela 
anunciadora do Oriente 
Que precedeu a teu fulgor brilhante. 
Tu viste o Filho Deus Omnipotente, 
O Rei dos Reis, do mundo dominante, 
Nascido num presépio, 
pobremente. 

  In "Natal... Natais", antologia de poesia sobre o Natal, de Vasco Graça Moura NB: Francisco Joaquim Bingre, poeta de Canelas, Estarreja, 1763-1856

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